O modelo de vida sustentável das ecovilas

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O conceito de Ecovila consiste basicamente em um modelo de sociedade sustentável, tanto no que diz respeito a manutenção do ambiente, quanto a felicidade e liberdade de seus indivíduos. São comunidades urbanas ou rurais que tem como ponto em comum a integração da sociedade com uma realidade harmônica e natural. Nessas “sociedades alternativas”, práticas como produção local de alimentos, utilização de sistemas de energias renováveis, respeito ao meio ambiente, liberdade religiosa e cultural, economia solidária, cooperativismo e rede de trocas são as características mais marcantes dos microbairros e contribuem para uma vida muito mais feliz, diferente, muitas vezes, do cotidiano de uma metrópole.
 A imagem à cima é da comunidade de Serenbe, nos Estados Unidos, que foi projetada com objetivo de ser uma sociedade auto-sustentável. Suas lojas e restaurantes ficam em ruas feitas para priorizar a circulação de pedestres, estimulando a caminhada e diminuindo consideravelmente o tráfego de carros no lugar.
Segundo o banco de dados da Global Ecovillage Network, existem mais de 400 ecovilas espalhadas pelo mundo. E em 1998, o modelo foi incluído na lista oficial da ONU como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável.
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A Ecovila Clareando, no interior paulista, inovou e colocou vasos com flores em suas ruas para fazer com que os motoristas apressados não passem em alta velocidade.
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Mesmo comportando múltiplas manifestações locais, as ecovilas possuem um princípio único, a relação entre indivíduos e a natureza. No núcleo do modelo está a celebração da diversidade cultural, espiritual e ecológica e o impulso para se recriar comunidades humanas em que as pessoas possam redescobrir as relações saudáveis e sustentáveis consigo mesmas, e com o planeta. Esse conceito tem proposto soluções viáveis para erradicação da pobreza e da degradação do meio-ambiente e combina um contexto de apoio sócio-cultural a um estilo de vida de baixo impacto.
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O objetivo de uma ecovila não é apenas o crescimento econômico ou o desenvolvimento, mas toda a rede de vida da qual depende nossa sobrevivência futura de longo prazo. Uma ecovila é programada de tal maneira que os negócios, as estruturas físicas e tecnológicas não interfiram com a habilidade inerente à natureza de manter a vida. Um dos princípios fundamentais do modelo é não tirar da Terra mais do que podemos devolver a ela.
Cada ecovila dentro do seu próprio contexto cultural e ambiental, busca e demonstra soluções locais, usando tecnologias apropriadas, materiais da região e antes de tudo oferecendo soluções compatíveis e acessíveis a todos.
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Via:  Arquitetura Sustentável

Centro Paula Souza e Etec Santa Ifigênia

O histórico de uso das telas metálicas industriais em fachadas e o projeto da envoltória do Centro Paula Souza

Pedro Taddei, arquiteto e coautor do projeto do Centro Paula Souza
A pesquisa da linguagem e ambiência
A conformação do espaço arquitetônico resulta da evolução de diferentes rudimentos na elaboração do projeto, dentre os quais, a pesquisa da linguagem e ambiência. Os sistemas de envoltória translúcida da edificação permitem filtrar condições ambientais previstas e criar atmosferas que influenciam positivamente as atividades humanas, propiciando também acabamento tecnológico e valores estéticos, em consonância ao desenvolvimento da linguagem do edifício.
Grandes obras que utilizam texturas translúcidas para a filtragem da luz natural advêm emuma ambiência particular, utilizando recursos de linguagem, como é o caso do Instituto do Mundo Árabe, de Jean Nouvel, onde um sistema de diafragmas metálicos foto-sensíveis entre placas de vidro formam uma fachada de composição quadricular e tecnológica, assegurando uma luminosidade singular.
Os brises opacos, que são tradicionalmente utilizados como grandes aletas fixas ou móveis, ao barrar inteiramente os raios solares, acabam retendo grande parte da luminosidade natural e da visão de dentro e de fora. Por outro lado, elementos reticulados translúcidos podem garantir a filtragem da luz na dosagem necessária, impedindo o excesso da incidência direta dos raios solares sem obstruir a visão do ambiente externo, para quem está dentro, e de uma nuance dos objetos internos, para quem está fora.
As telas metálicas industriais, feitas de um reticulado de cabos e barras redondas de aço inox, têm sido utilizadas como elemento sobreposto a fachadas de vidro em diversos empreendimentos fora do Brasil, para cumprir a função de filtragem da luz e permeabilidade visual, com boa resistência a intempéries e qualidade estética.
Os primeiros estudos colocados em prática no escritório remontam a 2004, no projeto do Campus da Unesp na Barra Funda, complexo que envolve salas de aulas, laboratórios, centro de convivência, reitoria, creche e moradia. Na primeira etapa, foram construídos os dois blocos dos institutos de Física Teórica e de Artes (figuras 1 e 2), com demandas de salas de aula, laboratórios, auditórios, salas de pesquisa, bibliotecas, oficinas, ateliers, anfiteatro, teatro-escola, entre outros.
Divulgação do autor
Figura 1 - Instituto de Artes da Unesp
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Figura 2 - Instituto de Física Teórica da Unesp
O sistema de fechamento adotado para ambos foi a instalação de uma envoltória de painel metálico com miolo de poliuretano expandido e chapa metálica perfurada afastada 0,5 m das alvenarias e janelas das fachadas. Este painel afastado protege os ambientes internos, trazendo benefícios de uma fachada ventilada, ao mesmo tempo em que não impede a abertura das janelas para a ventilação natural. Para as salas de aula (figuras 3 e 4), as chapas pintadas de branco tipo "cubana coniduri" filtram os raios solares, criando um ambiente com iluminação difusa sem impedir a visão do entorno. Este elemento repete-se nas áreas de público, onde tal efeito é desejável, como no hall principal (figura 5).
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Figuras 3 e 4 - Sala de aula e detalhe do painel metálico com tela perfurada na Unesp
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Figura 5 - Hall do Instituto de Artes
No projeto da Biblioteca de Jundiaí (figuras 6 e 7), de 2.500 m² de área e quatro pisos suspensos sobre pilotis, os pavimentos de leitura são fechados em painéis de vidro laminado. A partir dos bordos da cobertura, uma pérgola em vigas metálicas avança cerca de 5m em todo o perímetro, sustentando em sua extremidade um plano vertical de telas reticuladas em aço inox atirantadas ao piso, como um véu protetor que filtra a luminosidade excessiva e a incidência direta dos raios solares, sem, contudo, obstruir a visão tanto dos freqüentadores sobre o jardim circundante, quanto dos transeuntes sobre o interior da biblioteca.
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Figuras 6 e 7 - Biblioteca de Jundiaí e detalhe da tela de aço inox
Posteriormente, nos projetos para estações ferroviárias da CPTM, foi pesquisado um material de baixo custo que formasse uma camada de proteção das áreas públicas mantendo as qualidades da relação entre a filtragem da luminosidade e a permeabilidade visual.
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Figuras 8 e 9 - Estação Jaraguá da CPTM e detalhe da camada de proteção
No projeto da estação Jaraguá (figuras 8 e 9), a camada translúcida foi formada comuma chapa de aço galvanizado pintada e perfurada, afastada 1,80 m do fechamento de vidro do mezanino. O resultado éuma envoltória leve e transparente para a estrutura metálica de pórticos treliçados e arqueados, ancorados lateralmente na laje de piso, com cobertura de telhas metálicas e policarbonato.
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Figura 10 - Estação Francisco Morato da CPTM
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Figura 11 - Detalhe do elemento de fixação da chapa perfurada
Na estação Francisco Morato (figuras 10 e 11), a mesma camada de chapa de aço galvanizado pintada tipo "cubana coniduri" foi afastada entre 1,70 m e 2,70 m da laje do edifício existente, mantido como um espaço de uso público. A estrutura de sustentação dessa camada translúcida foi elaborada como uma esquadria de perfis metálicos, ancorada por suportes tubulares fixados à estrutura de concreto.
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Figuras 12 e 13 - Vista do saguão Estação Provisória de Francisco Morato e detalhe do fechamento
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Figura 14 - Vista da chapa metálica perfurada
Na estação provisória de Francisco Morato (figuras 12, 13 e 14), a envoltória do saguãode estrutura em pórticos metálicos treliçados foi designada em telhas metálicas pintadas perfuradas. O processo de furação da chapa metálica é anterior ao perfilhamento no formato trapezoidal, o que permite manter o desempenho da rigidez e encaixe das telhas. Como resultado, obteve-se a proteção necessária às intempéries com ampla iluminação e ventilação naturais, alta visibilidade e baixíssimo custo.
O Centro Paula Souza e Etec Santa Ifigênia
Nas pesquisas de linguagem e ambiência, o relacionamento entre as camadas translúcidas de envoltória e a atmosfera desejável traz diferentes resultados em cada caso, agregando conhecimento aos novos projetos. No Centro Paula Souza e Etec Santa Ifigênia, os diferentes tipos de atividades foram agrupados em blocos e relacionados entre si segundo a organização espacial do conjunto.
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Figuras 15 e 16 - Tela em aço inox no edifício administrativo e detalhe de fixação
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Figura 17 - Detalhe do passadiço de manutenção da tela e do painel de vidro
No edifício administrativo (figuras 15,16 e 17), estão reunidas as atividades de escritório, com demandas de ampla luminosidade, proteção da incidência solar e transparência. Com planta retangular livre (figura 18) em quatro pavimentos sobre térreo e mezanino, prevaleceu nas fachadas o fechamento em vidro laminado e duas faces de concreto voltadas ao pátio interno, abrigando núcleos de circulação e sanitários. Sobre a fachada de vidro foi sobreposta uma tela reticulada em cabos de aço inox, afastada em 1 m nas faces maiores e 0,3 m nas faces menores, cumprindo a função de filtragem e transparência.
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Figura 18 - Planta do edifício administrativo
A função da camada metálica transparente é notória no contraponto à superfície de concreto, ao relacionar as diferentes materialidades com as atividades que abrigam. Para o observador no entorno, apenas nuances dos objetos internos são visíveis, ao passo queinternamente a tela é pouco presente, permitindo um panorama do entorno nos amplos ambientes de trabalho (figura 19).
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Figura 19 - Vista interna da tela de aço inox
As sobrecoberturas a 30 m de altura envolvem os blocos administrativo e de salas de aula (figura 20), restauram o perímetro do quarteirão e cumprem a função de amenizar a incidência dos raios solares sobre os ambientes internos. O uso de telhas zipadas perfuradas nestes elementos produz mais uma camada de filtragem da luminosidade, como observado nas experiências anteriores.
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Figura 20 - Sobrecobertura entre edifício administrativo e Etec
No edifício de salas de aula e laboratórios da Etec (figuras 21 e 22), o afastamento entre os dois blocos e a implantação das passarelas de circulação no perímetro exterior criaram um átrio protegido do movimento e do barulho exterior, ambiente propício à concentração que estas atividades exigem.
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Figura 21 - Terceiro pavimento da Etec
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Figura 22 - Edifício da Etec Santa Ifigênia no Centro Paula Souza
Para proteger as janelas voltadas ao átrio, foram instalados brises fixos com formato de meia asa de avião, afastados com passadiços de manutenção, em quantidade e posição calculada com diagramas de insolação para impedir que os raios solares incidentes atrapalhem as aulas (figuras 23 e 24).
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Figuras 23 e 24 - Átrio entre blocos de salas de aula e detalhe de fixação dos brises
Na biblioteca da Etec (figura 25), construída no espaço contíguo ao edifício remanescente incorporado ao conjunto, foi necessária uma maior proteção ao exterior para criar um ambiente introspectivo de leitura e proteger o acervo de livros. Desta maneira, a camada envoltória foi elaborada em brise de tubos lisos com pequeno espaçamento entre eles.
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Figura 25 - Proteção de brises tubulares na área da biblioteca
Conclusão
Linguagem e ambiência são palavras sinônimas na elaboração de um projeto de arquitetura. Sua simbiose determina grande parte do sucesso da empreitada, agregando valores materiais e poéticos na configuração do novo espaço urbano. A produção de conhecimento no processo de projeto e a sua divulgação contribuem ao desenvolvimento de novos sistemas construtivos, novas formas do habitar urbano para a transformação da realidade a sua volta.

Universidade Federal do Rio de Janeiro inaugura o maior estacionamento solar do País

Com 651 m² e 414 placas fotovoltaicas, projeto tem capacidade para gerar energia para até 70 residências

Kelly Amorim, do Portal PINIweb
19/Agosto/2015
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio do Fundo Verde de Desenvolvimento e Energia para a Cidade Universitária, inaugurou na última terça-feira (18) o maior estacionamento solar do País, com 414 placas fotovoltaicas capazes de gerar 140 mil KiloWatts (KWh) por ano e abastecer até 70 residências com consumo médio de 167 kWh por mês.
Com 651,64 m², o estacionamento localizado no prédio anexo do Centro de Tecnologia da universidade tem 65 vagas para carros e demandou investimentos de R$ 1,6 milhão.
A previsão é de que a iniciativa, integrada à rede pública de distribuição de energia da concessionária Light, viabilize a economia de até R$ 63 mil por ano na conta de luz da instituição de ensino.
O projeto é constituído por uma rede elétrica de baixa tensão para conexão à rede pública, sistema de proteção e monitoramento e conexões e interfaces de comunicação. Além da redução na conta de energia e a inserção de fonte de energia limpa na matriz energética, a iniciativa ajudará na redução do aquecimento global, deixando de emitir anualmente na atmosfera aproximadamente 70 toneladas de dióxido de carbono (CO2).
Os recursos para viabilizar a implantação do projeto são do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que a universidade pagaria na conta de luz. Após um acordo com o Governo do Estado, a universidade foi isenta do pagamento do tributo, que somaria R$ 14 milhões por ano, desde que usasse o dinheiro para a execução de projetos sustentáveis e de eficiência energética.
A previsão é de que, até o início de 2016, outro telhado solar seja instalado no hospital pediátrico da UFRJ. Os painéis deverão ter o dobro da capacidade de geração de energia do estacionamento.

Escola da Cidade promove seminário sobre cultura, cidades e investimento social privado

São Paulo. Image © Romullo F.  São Paulo. Image © Romullo F.

A Escola da Cidade recebe no dia 02 de setembro Eduardo Saron, diretor do Instituto Itaú Cultural, para a aula aberta “Cultura, Cidades e Investimento social privado”. A atividade faz parte do programa de Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea da Faculdade e acontece no Teatro Aliança Francesa.

O Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea acontece na Escola da Cidade sempre às quartas-feiras, às 18h. Atividade de debates públicos buscando, desde a sua criação, construir um saber integrado e amplo em conexão com as questões mais candentes do presente. Por meio de tais encontros, a Escola da Cidade acredita consolidar sua presença na esfera pública nacional e participar da vida intelectual contemporânea.

Ao longo deste semestre, o Seminário contará ainda com as presenças de Luiz Felipe de Alencastro, Alfredo Bosi, Enrico Fontanari, Agnaldo Farias, Cauê Alves, Anália Amorim, Marta Moreira, Petra Costa, Martha Kiss, Fabrício Corsaletti, Manuel da Costa Pinto e José Guilherme Pereira Leite, professor coordenador da atividade.

SOBRE O CONVIDADO

Eduardo Saron é mestre em Administração, com foco em Cidades Criativas, e pós-graduado pela USP, em Turismo Cultural. Atua no Instituto Itaú Cultural (IC) há 13 anos, e atualmente é Diretor Superintendente no Instituto responsável pelos Projetos Culturais. Além do IC, também é Secretário Geral da Associação Nacional de Entidades Culturais não Lucrativas (ANEC), Conselheiro da Fundação Bienal, Conselheiro do MASP, Membro do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), Membro do Conselho da Escola de Artes Visuais Parque Lage e ex-Membro da Comissão Nacional de Incentivo a Cultura (CNIC).

Seminário sobre Cultura, Cidades e Investimento social privado

  • Data: 02/09/15 (quarta-feira)
  • Horário: 18h
  • Local: Teatro Aliança Francesa
  • Endereço: Rua General Jardim, 182
  • Informações: www.escoladacidade.edu.br / seminario@escoladacidade.edu.br / (11) 3258-8108

Fonte: "Escola da Cidade promove seminário sobre cultura, cidades e investimento social privado" 30 Ago 2015.ArchDaily Brasil. Acessado 31 Ago 2015. http://www.archdaily.com.br/br/772681/escola-da-cidade-debate-cultura-cidades-e-investimento-social-privado

Urbanismo e gênero: criação de percursos em Buenos Aires que refletem a vida das mulheres

A Carta Europeia de Garantia dos Direitos Humanos na Cidade (Saint-Denis, 2000) estabelece a vontade de integrar o vínculo social de forma duradoura no espaço público partindo do princípio da igualdade, destinado a incrementar a consciência cidadã de todos os seus habitantes.

Neste contexto, as 146 organizações da sociedade civil que integram o Conselho de Planejamento Estratégico da Cidade de Buenos Aires acabam de aprovar uma nova iniciativa legislativa destinada a criação de itinerários turísticos, culturais e educativos que refletem a vida das mulheres e sua importância na história social e política.

Esta iniciativa, que impulsionou o Trabalho de Gênero integrante do Conselho, propõe incorporar a história das mulheres à narrativa urbana através de marcos públicos incorporados no espaço urbano (monumentos, nomes de ruas, calçadas, etc.) como aqueles que conformam o patrimônio tangível e intangível da cidade e que contribuem para a memória coletiva local.

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O projeto aborda uma expressão simbólica que consolida um espaço urbano mais igualitário e inclusivo com marcos compostos por relatos, vozes e imagens em uma sequência narrativa com perspectiva de gênero. Trata-se de recuperar aquelas mulheres que, como agentes de mudança através do tempo, foram protagonistas dos mais significativos movimentos sociais, políticos e culturais.

Mulheres que fizeram história

Estes itinerários constituíram rotas temáticas que colocam em valor este patrimônio cultural promovido por mulheres na criação de espaços de solidariedade, de fortalecimento da cidadania e da recuperação coletiva da história dos bairros. Os principais objetivos são:

  • Incorporar e dar visibilidade à história das mulheres na narrativa urbana a partir de uma perspectiva de gênero, contribuindo para valorização, preservação e difusão do patrimônio cultural, material e imaterial
  • Promover ações que articulem setores de cultura, de educação e de turismo com a participação ativa da população no resgate, na preservação e na valorização do patrimônio.
  • Contribuir para a construção de uma cidade mais segura, igualitária e inclusiva, ao dotar, através dos itinerários, de densidade e qualidade os espaços públicos (ruas, parques, calçadas).
  • Promover iniciativas nos bairros populares que tendem a fortalecer o sentido de pertencimento local, a coesão social e o papel das mulheres como verdadeiras protagonistas locais da mudança.

O circuito oferece uma sequência narrativa que vincula diferentes marcos urbanos, físicos e simbólicos: 1) Fonte das Nereidas; 2) Marcos Urbanos de Puerto Madero; 3) Parque das Mulheres Argentinas; 4) Ponte da Mulher; 5) Monumento a General Juana Azurduy; 6) Plaza de Mayo e Pirâmide de Mayo; 7) Salão Eva Perón da Legislatura da Cidade deBuenos Aires; 8) Casa de Alicia Moreau de Justo; 9) Edifício Gath & Chaves; 10) Convento das Catalinas; 11) Casa Natal de Victoria Ocampo; 12) Edifício Harrod´s; 13) Edifício Kavanagh; y 14) Museu da Imigração.

De Puerto Madero à Plaza de Mayo

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Fonte das Nereidas    Fonte das Nereidas

O percurso começa na Fonte de Nereidas (1903), na parte sul da cidade de Buenos Aires. Trata-se de uma magnifica obra da escultora Lola Mora, pioneira no país. Ela inspira-se na mitologia clássica, com figuras nuas que representam as filhas do deus Nero e da deusa Vênus.

Ele continua pelo bairro de Puerto Madero, com a nominação das suas ruas que recupera as mulheres de origens sociais e nacionalidades diversas, que tiveram em comum sua luta pela igualdade e a liberdade, tal como: Alicia Moreau de Justo 1885-1986), Juana Manso (1819-1875), Encarnación Ezcurra (1795-1838), Camila O’ Gorman (1828-1848), Azucena Villaflor (1924-1977), Victoria Ocampo (1890-1979), Olga Cossettini (1898-1987), Martha Lynch (1929-1985), Macacha Güemes (1787-1866), entre outras.

No próprio Puerto Madero percorre-se o brilhante Parque das Mulheres Argentinas, cuja geometria irregular simboliza a identidade comum e a diversidade das mulheres. E também, a Ponte da Mulher, situada sobre o Dique 3, que é um ícone urbano projetado por Santiago de Calatrava, em 2001, para tornar visíveis aquelas mulheres que fizeram história.

Outro marco incluso no roteiro é o recém inaugurado Monumento a Juana Azurduy na Plaza Colón, atrás da Casa Rosada, que foi a protagonista das lutas para a independência dos países da América do Sul. Na mítica Plaza de Mayo, está a Pirâmide de Mayo que, além de abrigar a memória coletiva, foi o eixo ao redor do qual “Mães e Avós da Praça de Maio” resignificaram durante a última ditadura militar (1976-1983) os desejos de liberdade de 1810 no silencioso grito pela “memória, verdade e justiça”.

A poucos metros dali, está a Assembleia Legislativa da Cidade de Buenos Aires onde Eva Duarte de Perón “Evita” (1919-1952) estabeleceu seu escritório de trabalho como Presidenta da Fundação Eva Perón, e foi onde conseguiu a sanção da Lei de Sufrágio feminino e apresentou uma ampla ação que visava os setores mais pobres da população.

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Varanda do gabinete de Eva Peron        Varanda do gabinete de Eva Peron

Do Microcentro à Plaza San Martín

No torno da Plaza de Mayo encontra-se a tradicional rua pedonal Florida, que no final do século XIX recebeu as grandes lojas de Buenos Aires, como as galerias Gath & Chaves e Harrod´s, cuja arquitetura era similar a das galerias parisienses e londrinas. A cidade gerava novas demandas domesticas de trabalho de mão-de-obra feminina, em uma escala de prestigio ascendente que envolvia desde empregadas domesticas a construtoras, telefonistas, vendedoras, administradoras e professoras. Estas lojas concentraram o trabalho assalariado feminino com a incorporação de “vendedoras”, que envolvia um grande avanço social em relação às costureiras.

Alicia Moreau de Justo (1885-1986) foi uma figura importante do feminismo e do socialismo argentino, cujos ideais manteve durante toda sua vida. Foi uma ferrenha defensora dos direitos humanos e da dignidade cidadã. Sua casa, situada em pleno Microcentro portenho, na rua San Martín (entre Tucumán e Lavalle), forma parte central do itinerário proposto.

Muito próximo dali está o Convento das Catalinas, na rua San Martín, 705, que abrigou o primeiro monastério de monjas de clausura de Buenos Aires (1745) sob a invocação de Catalina de Siena, doutora da Igreja e peça chave como conselheira e mediadora, na complexa realidade italiana do século XIV, trabalhando pela paz e unidade da Igreja e desta com os Estados.

Também no Microcentro está a casa de Victoria Ocampo (1890-1979) escritora, jornalista, editora e protagonista dos movimentos feministas, intelectuais e antifascistas da Argentinae da Europa. Em sua intensa trajetória, fundou a revista Sur, uma publicação vanguardista que foi considerada peça literária destacada na cultura mundial do século XX.

Itinerários com perspectiva de gênero

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Edifício Kavanagh     Edifício Kavanagh

O circuito se encerra no Edifício Kavanagh (1936), situado sobre a Plaza San Martín. Talvez seja esta uma das obras de arquitetura mais significativas da cidade. Foi o primeiro edifício totalmente construído em concreto armado e conta com condicionadores de ar central nos seus apartamentos. Como residência predileta de uma burguesa portenha ascendente, a obra foi produto do empenho e da fortuna de Corina Kavanagh, e hoje é considerada pela UNESCO Patrimônio Mundial da Arquitetura.

Desde o Conselho de Planeamento Estratégico da Cidade de Buenos Aires se desenha uma cidade mais criativa e inovadora através da adoção de espaços sensíveis e de socialização orientados a reduzir as assimetrias de gênero e recuperar o papel das mulheres no patrimônio histórico e cultural local.

Em consequência disso, através destes itinerários didáticos fomenta-se a participação cidadã em ações concretas que tornam visíveis novas referências da história social das protagonistas mulheres como agentes de mudança em favor de uma cidade mais igualitária e inclusiva.

Nota: O autor é Diretor Executivo do Conselho de Planejamento Estratégico da Cidade deBuenos Aires. A Subsecretária da Unidade de Coordenação é Silvana Giudici. Além disso, os representantes das 146 organizações civis que integram o Plano elegeram (democraticamente e com designação honorífica) para o período 2015-2017 como Vice-presidente a José Clavería; como Vice-presidente Adjunto a Luis María Peña.

Via Plataforma Urbana.

Fonte: Guillermo Tella. "Urbanismo e gênero: criação de percursos em Buenos Aires que refletem a vida das mulheres" 30 Ago 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 31 Ago 2015. http://www.archdaily.com.br/br/772615/urbanismo-e-genero-criacao-de-percursos-em-buenos-aires-que-refletem-a-vida-das-mulheres

Concurso Internacional – Fundação Alvar Aalto – Jyväskylä – Finlândia

Concurso Internacional Alvar Aalto
Objeto:
Concurso Internacional para extensão e conexão entre o Museu Alvar Aalto e o Museu da Finlândia Central, em Jyväskylä, na Finlândia.
Promoção e Organização:
Fundação Alvar Aalto e Prefeitura de Jyväskylä
Quem pode participar:
Arquitetos, sem restrição de nacionalidade.
Tipo de concurso:
Internacional, aberto.
Cronograma:
16/10/2015 – Encerramento das inscrições (*)
30/10/2015 – Prazo final para entrega (em  meio eletrônico) (*)
03/02/2016 – Resultado
(*) Observar indicação de horário
Premiação:
Primeiro lugar – 7.000 Euros
Segundo lugar – 5.000 Euros
Terceiro lugar – 2.000 Euros

José Rollemberg: Habitação e Espaço Público


Nossos parceiros da Escola da Cidade compartilharam conosco a palestra de José Rollemberg sobre Habitação e Espaço Público. No vídeo, Rollemberg parte da análise de três projetos de escala urbana, em São Paulo, para discutir e recapitular os conceitos vistos na disciplina que ministrou no curso de pós-graduação Habitação e Cidade.
São apresentados e discutidos por meio de fotos, plantas, cortes e perspectivas, os projetos do CECAP Guarulhos, o Parque Tietê e o Parque da Grota. O arquiteto traz também trechos de textos e citações para comentar as concepções de espaço público que cada projeto traz.
"A ideia do urbanismo moderno é que o espaço público é um grande gramado, um grande espaço verde onde os edifícios pousam. E isso tem uma força fantástica (…)Você vai lá dar aula pro terceiro semestre de urbanismo e o cara vem no dia seguinte com o trabalho pronto: ele pintou uma folha toda de verde… hoje em dia ele coloca umas ciclovias também. E os prédios são sobre pilotis. É muito forte essa imagem! A juventude acha que o urbanismo é isso, que já está resolvido. Mas será que é isso mesmo?"
José Rollemberg possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1977) e mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é arquiteto da Prefeitura Municipal de São Paulo, professor da Escola da Cidade e da Universidade Anhembi Morumbi.
 
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