Fotos: Petala Lopes/ Folhapress/ DBB
- Com 1,6 km de extensão e pouco mais de 65 mil m2, a proposta de construção do parque linear Córrego Verde Vila Madalena – assinado pelo escritório norte-americano Davis Brody Bond Aedas, em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente – inclui soluções para melhorar o escoamento da água da chuva e espaços de convivência que mantém a memória do rio enterrado no bairro paulistano. Um grupo de moradores, em oposição ao projeto, apresentou uma emenda ao Plano Diretor de São Paulo para retirar o local dos planos da prefeitura. A arquiteta responsável, Anna Diestzch, conseguiu barrar a anulação e falou em entrevista sobre os planos do projeto para a cidade. Confira na íntegra a reportagem publicada na Folha.com.
Se sair do papel, o parque linear Córrego Verde, na Vila Madalena, criará um espaço de convivência ao redor de um riacho enterrado. Mas neste mês o projeto quase foi por água abaixo. Uma emenda ao Plano Diretor, incluída a pedido de um grupo de moradores, queria retirar o local dos planos da prefeitura.
Criadora do projeto, a arquiteta Anna Diestzsch, da Davis Brody Bond, conseguiu que a emenda fosse barrada. Anna tem no currículo projetos como a praça Victor Civita, em Pinheiros, e o museu 9/11 Memorial, em Nova York.
Apaixonada pela Vila Madalena, a paulistana já ajudou a organizar eventos e um abaixo-assinado em favor do parque. Ela diz que a área verde ajudaria a manter a alma do bairro e a mudar a maneira de os paulistanos pensarem a cidade.
sãopaulo - Qual a ideia por trás do projeto?
Anna Dietzsch - Descobrimos havia um córrego enterrado no beco [próximo à rua Belmiro Braga]. Quando a gente começou a pesquisar, achou a nascente, fósseis, dezenas de tipos de passarinhos. A área é muito rica. Então surgiu a ideia de um parque que aproveite os espaços deixados em volta. E a Secretaria do Verde gostou.
Como seria o parque?
A ideia é ter várias áreas: para crianças, para esporte, bancos, jardins, um muro d'água. O parque todo funciona como um sistema de drenagem e retenção de água, o que ajuda a diminuir as enchentes. Há um longo calçamento permeável e canteiros especiais que retém a água da chuva e a liberam aos poucos.
O projeto reabre o rio enterrado?
Inicialmente o projeto era esse, trazer o rio de volta à tona. Mas, por uma série de preocupações dos moradores, mudamos. Para manter a memória do rio, haverá bebedouros onde antigamente ficavam bicas e uma área onde é possível ver uma parte do rio correndo embaixo.
Parte dos moradores é contra?
É um grupo pequeno que é contra. Fizemos eventos para discutir o parque e tivemos muito apoio de moradores. Conseguimos mais de 8.000 pessoas no abaixo-assinado a favor. Mas, como nosso sistema é muito burocrático, é muito fácil você barrar qualquer coisa sem diálogo.
Qual o impacto ele terá na Vila?
Preservará os espaços de convivência, e é isso que a Vila Madalena tem: é simplesmente um lugar onde as pessoas andam a pé, onde é gostoso ficar na rua. É por isso que todos querem vir para cá. Mas ele beneficia toda a cidade pois ajuda a mudar a maneira de as pessoas pensarem a cidade, mostra que é possível manter esses espaços públicos.
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Via www.folha.uol.com.br
- Fonte: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!news/read/14011/deu-na-folha%20com-parque-linear-na-vila-madalena-beneficia-a-cidade-toda-diz-arquiteta
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