Galeria de Arte Minas / MACh Arquitetos . Imagem © Gabriel Castro
Embora desde a primeira edição do livro A Arte de Projetar em Arquitetura, de Ernst Nuefert - publicada na Alemanha em 1936 - o mundo tenha mudado muito, o famoso manual apresenta conceitos elementais de desenho que seguem, em sua maioria, ainda vigentes, pois toma o ser humano como unidade de medida.
Entretanto, a arquitetura parece constantemente tomar outros rumos, afastando-se de seus princípios básicos para satisfazer requisitos que muitas vezes não têm relação direta com sua habitabilidade. Naqueles anos, Neufert estava preocupado com a redução da escala do projeto: "creio que este é o motivo da usual falta de relação entre os edifícios, já que os projetistas partem de escalas diferentes e arbitrárias e não levam em consideração a única correta, o homem".
Hoje em dia fazemos arquitetura com base em quais parâmetros?
© Arte de projetar em Arquitetura (1936), Ernst Neufert
As medidas do ser humano são, com certeza, o ponto de partida de Neufert para o desenvolvimento de seu livro. Sua inquietude pelo domínio de uma arquitetura que havia há muito tempo esquecido sua origem primitiva de ser simplesmente um refúgio para o homem o levou a compilar uma série de desenhos e textos para dar um exemplo de projeto com base no ser humano.
"Se quisermos que essa situação se altere, deve-se ensinar ao projetista de onde surgiram as dimensões, para evitar que as adote de forma irreflexiva. Ele deve saber em que relação estão as partes de uma pessoa e que espaço ocupa em suas diferentes posições e ao se mover".
© Arte de projetar em Arquitetura (1936), Ernst Neufert
Não se trata de fazer espaços robotizados ou padronizados, trata-se de projetar dentro de um certo intervalo de dimensões funcionais em relação aos usuários, levando o espaço a suas possibilidades máximas sem perder a escala certa e necessária para se habitar confortavelmente.
"(O projetista) deve saber qual a dimensão dos objetos que rodeiam o homem (...), tem que saber quanto espaço necessita o homem, entre os móveis, para desenvolver suas tarefas com conforto, mas sem desperdiçar inutilmente o espaço". [1]
© Arte de projetar em Arquitetura (1936), Ernst Neufert
Apesar da especificidade que se pode alcançar, é possível que esta unidade de medida permita que os edifícios tenham programas mais flexíveis a longo prazo; os espaços correspondem às dimensões que não irão se alterar muito com o passar dos anos, já que são parte da natureza do homem. Outros parâmetros espaciais de desenho incluem sempre uma certa arbitrariedade que fará mais completa sua adaptação e possível conversão a novos usos.
De onde nasse nossa arquitetura quando projetamos? Estamos tomando como ponto de partida a única medida que realmente importa?
* Deixamos com vocês uma série de fotografias nas quais os arquitetos decidiram incorporar o homem como medida e escala de espaço projetado, deixando em evidência sua certeza em quanto a suas dimensões e insinuando sua correta habitabilidade cotidiana e ao futuro.
+ Galeria de Arte Minas / MACh Arquitetos
Galeria de Arte Minas / MACh Arquitetos . Imagem © Gabriel Castro
+ Torre de Vigilancia e de Água Sint Jansklooster / Zecc Architecten
Torre de Vigilância e Água Sint Jansklooster / Zecc Architecten . Imagem © Stijn Poelstra
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Produtora Kana / AR Arquitetos . Image © Pedro Kok
Faculdade de Economía e Empresa Universidade Diego Portales / Rafael Hevia + Rodrigo Duque Motta + Gabriela Manzi . Image © FG+SG - Fernando Guerra, Sergio Guerra
Kolmio+LIM / Yusuke Seki . Image © Takumi Ota
Hain Celestial / A+I . Imagem © Magda Biernat-Webster
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Biblioteca Safe Haven / TYIN Tegnestue . Image © Pasi Aalto
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Conversão de SZ-HK Biennale-Silo / O-OFFICE Architects . Imagem © O-office & Maurer United
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Ginásio de Boxe Municipal em Riberas del Sacramento / Urbánika . Imagem © Theo Leinad
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Novo edifício de edificação infantil e creche em Zaldibar / Hiribarren-Gonzalez + Estudio Urgari . Imagem Courtesy of Egoin
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Casa da Maternidade / Pablo Pita Arquitectos . Imagem © José Campos
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A ponte de Moisés / RO & AD Architects . Imagem © RO & AD Architects
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Residência em Vincennes / AZC . Imagem Courtesia de Sergio Grazia
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Escola Nueva Esperanza / al bordE . Imagem © Francisco Suarez
+ Pavilhão Fort Greene / O’Neill McVoy Arquitectos
Pavilhão Fort Greene / O’Neill McVoy Arquitectos . Imagem © Iwan Baan
ARC / BERNASKONI . Imagem © BERNASKONI / Yuri Palmin
+ Praça Dongdaemun / Zaha Hadid Architects
Praça Dongdaemun / Zaha Hadid Architects . Imagem © Virgile Simon Bertrand
+ Ponte para pedestres Lex van Delden / Dok Architecten
Ponte para pedestres Lex van Delden / Dok Architecten . Imagem © Arjen Schmitz
+ Centro Juvenil em Camboya: o Bambu a serviço da Comunidade
Centro Juvenil em Camboya: o Bambu a serviço da Comunidade . Imagem © Susanna Alatalo
+ Casa OMBU / Daniel Silberfaden + Jens Wolter
Casa OMBU / Daniel Silberfaden + Jens Wolter . Imagem © Sosa Pinilla
* Mais elementos e espaços básicos da arquitetura aqui.
[1] Citação extraída da introdução de "El Hombre como Unidad de Medida" do livro "Arte de Proyectar en Arquitectura" (1936), por Ernst Neufert.
Fonte:Tomás, José. "O ser humano como medida da arquitetura" [En Detalle: El Ser Humano como medida de la Arquitectura] 26 Jun 2014. ArchDaily. (Arthur Stofella Trans.) Accessed 27 Jun 2014. http://www.archdaily.com.br/br/623095/o-ser-humano-como-medida-da-arquitetura?utm_source=ArchDaily+Brasil&utm_campaign=c1b6b1391a-Archdaily-Brasil-Newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_318e05562a-c1b6b1391a-407774757
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