Dono de uma obra singular entre a produção canônica dos mestres da arquitetura moderna paulista, o arquiteto Fábio Moura Penteado desenvolveu uma produção formalmente variada, mas extremamente coerente no discurso, que trata a arquitetura como agente ativo de transformação social, em um país diverso e exuberante, porém injusto e desigual. Seus projetos sempre partiam do pressuposto de que o artefato construído pode contribuir no processo evolutivo da sociedade e da cidade, e a eloquência formal que transparece em suas propostas, das mais simples às mais complexas, está sempre condicionada a esse princípio.
Falecido há cinco anos, após mais de cinco décadas de uma carreira excepcional e plena de referências, sua arquitetura reflete uma rica trajetória vital e da abertura de seu caráter. A forte dimensão pública de seu trabalho é o elemento unificador de suas obras. Nelas, convivem a beleza rigorosa apreciada pelo grupo paulista e a sensualidade escultórica da arquitetura moderna carioca, além de abarcar a diversidade propositiva e formal presente no cenário internacional da época.
CIDADE E SUJEITOA realidade é a matéria-prima a partir da qual o arquiteto constrói sua proposta de arquitetura de integração. A observação da relação entre a cidade e seus habitantes é um elemento fundamental na definição do projeto arquitetônico. Poucas vezes tranquila e amigável no contexto brasileiro, sugere que a busca de uma sociabilidade renovada deve dirigir-se pelo caminho oposto ao observado na realidade.
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