Na manhã de sábado, 24 de outubro, arquitetos e urbanistas se juntaram à comunidade do Sol Nascente, na periferia de Brasília, para um grande mutirão destinado a revitalizar as ruas da cidade e proporcionar uma nova relação dos moradores com o local onde vivem, qualificando o ambiente público por meio da execução de paisagismo e melhoria das fachadas com a participação dos moradores.
A ação, chamada “Se Essa Rua Fosse Minha”, é apenas a fachada mais visível de uma profunda mudança cultural que vem sendo promovida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab-DF) nas comunidades carentes da capital.
Neste ano de 2015, a Codhab iniciou uma nova política de assistência técnica para habitação de interesse social com a instalação de cinco postos de atendimentos. Nos postos, arquitetos e urbanistas oferecem projetos e orientação gratuitos para a população. Os locais com a assistência são Sol Nascente, Pôr do Sol, QNR, Estrutural, e, em breve,na Vila Cauhy, localizada no Núcleo Bandeirante. A companhia estuda também a criação de mais dois postos, em Brazlândia e São Sebastião.
PROTAGONISMO
“São os arquitetos que têm que fazer esses programas de assistência técnica, ninguém mais”, afirmou o presidente da Codhab, Gilson Paranhos, em apresentação na 47ª Plenária do CAU/BR. “Os arquitetos têm que ir na frente e o governo atrás. É uma coisa nova, vamos descobrir os problemas à medida em que eles aparecem”. O Distrito Federal compreende a quarta maior metrópole do Brasil, com quase 3 milhões de habitantes e o terceiro maior déficit habitacional, com 120 mil famílias sem casa.
Gilson afirma que os principais objetivos da Codhab são: melhorias nas habitações, melhorar o espaço público e regularizar as áreas. Com o apoio de engenheiros e assistentes sociais, os arquitetos da Codhab têm tido sucesso na promoção da Arquitetura e Urbanismo nas comunidades. “Às vezes, os vizinhos ajudam a convencer as pessoas da necessidade da mudança”, diz o presidente da Codhab.
PEDIDO DA COMUNIDADE
Um dos postos de assistência técnica, inclusive, foi inaugurado após um abaixo-assinado feito pela comunidade. “Nós estamos na periferia para fazer o que tem de melhor em Arquitetura. Não fazemos unidades habitacionais, fazemos cidades”, afirma Gilson. Todos os postos de assistência técnica homenageiam um grande arquiteto brasileiro. São nomes como Clóvis Ilgenfritz, Zezéu Ribeiro, Lelé, Edgar Graeff, Nauro Esteves, Milton Ramos
Os próximos passos agora são a realização de cinco concursos públicos de Arquitetura, para a realização de duas escolas, um posto de saúde e um prédio para habitação de interesse social. Outra ação programada é construir postos móveis, com atendimento itinerante em várias comunidades do DF. “Os postos de assistência técnica são essenciais porque ficam em contato direto com a necessidade dos moradores”, diz Gilson.
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