Reforma de marco da arquitetura moderna do Rio custará R$ 34 mi

LUCIANA NUNES LEAL

21 Março 2015 | 15:58

Obras recuperam desenho original do conjunto habitacional Pedregulho, na zona norte, projetado por Affonso Reidy

Considerado um dos mais importantes projetos de Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) e marco da arquitetura moderna brasileira, o conjunto residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, em São Cristóvão (zona norte), será totalmente reformado e terá o desenho original dos prédios recuperado até o fim do primeiro semestre.

Conjunto foi construído no fim dos anos 40 para servidores federais Foto: Marcos de Paula / Estadão

Conjunto foi construído para abrigar servidores federais Foto: Marcos de Paula / Estadão

Concebido no fim dos anos 1940 para abrigar funcionários públicos federais da então capital do País, o conjunto de três blocos tinha inovações como lavanderia mecanizada, creches, escolas, posto de saúde, mercado e ginásio esportivo, que foram desativados de 1970 em diante.

A falta da manutenção e reparos improvisados feitos por moradores descaracterizaram grande parte da arquitetura original, marcada pelas linhas sinuosas, pilotis de alturas variadas que se adaptam aos desníveis do terreno e passarelas entre os andares.

Segundo a Secretaria de Habitação do Estado, 12 mil turistas – na maioria, estudantes e profissionais ligados a arquitetura – visitam por ano o conjunto residencial. Duzentos operários trabalham na restauração dos edifícios, que têm juntos 328 apartamentos, onde vivem cerca de 1.700 pessoas. As redes de eletricidade, gás, água e esgoto serão modernizadas.

O Pedregulho é patrimônio cultural do Estadual e está em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A reforma é a maior obra do programa de recuperação de cem conjuntos habitacionais do Estado, ao custo de R$ 235 milhões. Nos prédios de São Cristóvão, serão investidos R$ 34 milhões.

Um dos expoentes da arquitetura moderna brasileira, Reidy participou de vários projetos urbanísticos na capital desde que, em 1929, trabalhou no plano diretor do Rio, ao lado de Alfred Agache. O Pedregulho é o maior marco da chamada “face social” do trabalho do arquiteto, criado em um período em que o poder público buscava soluções de habitação popular. O conjunto habitacional foi decisivo para o reconhecimento internacional de Reidy, depois dos elogios de Le Corbusier (1887-1965), um dos maiores nomes da arquitetura mundial.

Fonte: http://brasil.estadao.com.br/blogs/estadao-rio/reforma-de-marco-da-arquitetura-moderna-do-rio-custara-r-34-mi/

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