Entre os dias 25 e 28 de novembro acontecerá em São Paulo o Seminário Internacional Cidades a Pé. Pioneiro e inédito no Brasil, o evento tratará da mobilidade a pé e da humanização das cidades, através da ótica dos pedestres. Diversas exeperiências que promovem cidades mais caminháveis terão a chance de se encontrar e gerar novas idéias e inspirações. A Cidade Ativa irá ministrar no dia 25 uma oficina sobre calçadas ativas com um Safári Urbano no entorno do Instituto Tomie Ohtake.
Da Prancheta para a calçada: Safáris Urbanos
O Safári Urbano é uma metodologia de análise de calçadas baseada em estudo desenvolvido nos Estados Unidos, intitulado “Active Design: Shaping the Sidewalk Experience” (ou “Desenho ativo: moldando a experiência nas calçadas”, em tradução livre para o português). O trabalho, desenvolvido em Nova Iorque a partir da colaboração de diversos departamentos da prefeitura da cidade, como Secretaria de Planejamento, Construção, Saúde e Transporte, faz parte de uma coleção de estudos e pesquisas que buscam relacionar a forma urbana e o ambiente construído a aspectos da saúde.
De acordo com o conceito “active design”[1], estilo de vida e nível de atividade física são resultados diretos da forma dos edifícios e do planejamento das cidades. Assim, como parte do programa de prevenção de doenças ligadas a obesidade e sedentarismo, novas diretrizes de desenho, leis e projetos urbanos podem ser criados para fomentar estilos de vida mais ativos.
O estudo para a elaboração do “Active Design: Shaping the Sidewalk Experience” [2] foi viabilizado a partir de visitas a mais de trinta calçadas em seis cidades americanas em expedições chamadas “Safáris Urbanos”, que utilizaram metodologia desenvolvida especificamente para esta pesquisa. O método foi criado pela própria equipe durante o processo, sendo então testado e aprimorado ao longo de seu desenvolvimento.
Moldando a experiência do pedestre
Durante a elaboração do guia em Nova Iorque, gestores e técnicos frequentemente colocavam a pergunta: “Qual é, então, a calçada perfeita?” ou “O manual oferecerá ‘a resposta’ sobre como construir a melhor calçada?”. Como, em geral, dentro das disciplinas ligadas a engenharia de tráfego ou transporte o dimensionamento das infraestruturas são objetivos, como “uma via local deve ter X metros de largura”, ou “o distanciamento entre estações de metrô deve variar entre X e Y metros” muitas vezes espera-se o mesmo para o desenho das calçadas: uma ciência certa, objetiva.
No entanto, o caminhar, feito na escala e dentro da gama de sentidos dos pedestres, acaba por abarcar uma imensidão de condicionantes que geram diversas soluções de desenhos. Dada a variedade de contextos em que podem estar inseridas as calçadas (a cidade, seu clima, o uso do entorno, ou mesmo o horário do dia), somadas a diferenças culturais e a individualidade dos pedestres (suas capacidades e motivações pessoais), pode-se chegar a várias respostas, para as experiências que se deseja criar.
O estudo coloca então a seguinte equação: a experiência do pedestre ao caminhar por uma calçada é modelada por um espaço físico, composto de diversos elementos, que, por sua vez, são regulamentados por políticas. Estes três aspectos – “experiência”, “espaço físico” e “políticas” – são aprofundados ao longo do trabalho.
Fonte e artigo completo: http://www.mobilize.org.br/blogs/cidade-ativa/sem-categoria/como-fazer-calcadas-ativas/
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