O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto de Estudos Brasileiros da USP – Universidade de São Paulo, apoiados pela Fundação Vale, relançam, no dia 12 de novembro, a partir das 18h, a obra O Turista Aprendiz, de Mário de Andrade. Os novos exemplares do título – um dos mais importantes livros de relatos de viagem do Brasil, – poderão ser conferidos em evento realizado na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.
A publicação de descobrimento do Brasil, escrita em forma de diário, com informalidade, humor e elevada percepção para o prosaico e o inusitado, O Turista Aprendiz narra duas viagens de Mário de Andrade. A primeira, em companhia da aristocrata do café e mecenas dos modernistas Olívia Guedes Penteado, sua sobrinha Margarida Guedes Penteado e da filha de Tarsila do Amaral, pintora do célebre Abaporu, Dulce do Amaral Pinto. Durante três meses, a partir de maio de 1927, a comitiva seguiu do Rio de Janeiro a Iquitos, no Peru, navegando pelos rios Amazonas, Solimões e Madeira.
Na segunda viagem, Mário de Andrade parte sozinho para o Nordeste, em novembro de 1928, onde permanece até fevereiro do ano seguinte. É recepcionado, entre outros, por Ascenso Ferreira, Jorge de Lima, Cícero Dias e Câmara Cascudo. O contato com a floresta e com o sertão, com os diversos tipos humanos e manifestações culturais, a religiosidade, os folguedos, as danças, as músicas, quase sempre impregnadas de sincretismo e superstição, causam nele grande impacto, consolidando uma visão de nacionalidade abrangente em oposição às concepções regionais até então majoritárias.
O relato das viagens etnográficas, como ficaram conhecidas, reforça valores já presentes na Semana de Arte Moderna de 1922. O resgate de um Brasil de feição mestiça e desgarrado dos padrões europeus de então, mais indígena, mais africano, mais caboclo e caipira, inicia uma nova síntese cultural que procura abarcar as múltiplas faces da brasilidade. Tratava-se de reinventar o País a partir do seu reconhecimento e indeterminações. Não é por acaso que Macunaíma, uma das principais obras de Mário de Andrade, vem à luz em 1928, entre as duas viagens. É perceptível a influência do universo amazônico na construção do livro e de seus personagens.
A leitura de O Turista Aprendiz não é a de um livro histórico, datado. É a de uma realidade onde ainda se confrontam manifestações culturais ligadas à tradição, ao território, às relações com a ecologia, aos fazeres e saberes do cotidiano, em oposição a uma outra muitas vezes desenraizada, pois relacionada a valores exógenos, descompromissados com o cotidiano, que são próprios de uma cultura urbana mais cosmopolita, nem sempre afeita à dialética de transformação, onde a cultura assume seu papel libertador e semeador do futuro.
Reeditando as viagens de Mário de Andrade pelos diversos brasis.
Mário de Andrade foi um intelectual múltiplo, plural. O alcance de seu radar era vasto: literatura, poesia, música, etnografia, folclore, arquitetura, artes plásticas, fotografia, crítica literária, políticas culturais, enfim, um universo de interesses que não encontra paralelo na atualidade. É notável também sua intensa atividade de missivista, com os maiores intelectuais e personalidades de seu tempo, entre eles, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Câmara Cascudo, Tarsila do Amaral, Gustavo Capanema, Fernando Sabino. Mas também o fazia com anônimos, o que permitiu aos estudiosos e biógrafos uma oportunidade ímpar para refletir sobre a vastidão e implicações ainda contemporâneas de sua obra e de sua vida. Para poucos, como ele, seu famoso aforismo foi tão verdadeiro: “eu sou trezentos, trezentos e cinquenta”.
Mário de Andrade foi um intelectual múltiplo, plural. O alcance de seu radar era vasto: literatura, poesia, música, etnografia, folclore, arquitetura, artes plásticas, fotografia, crítica literária, políticas culturais, enfim, um universo de interesses que não encontra paralelo na atualidade. É notável também sua intensa atividade de missivista, com os maiores intelectuais e personalidades de seu tempo, entre eles, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Câmara Cascudo, Tarsila do Amaral, Gustavo Capanema, Fernando Sabino. Mas também o fazia com anônimos, o que permitiu aos estudiosos e biógrafos uma oportunidade ímpar para refletir sobre a vastidão e implicações ainda contemporâneas de sua obra e de sua vida. Para poucos, como ele, seu famoso aforismo foi tão verdadeiro: “eu sou trezentos, trezentos e cinquenta”.
Embora os 70 anos de sua morte tenham ensejado a reedição de alguns de seus livros, um sem número de artigos, dissertações, teses e ensaios, bem como a realização de seminários e eventos dos mais diversos portes, como, por exemplo, a Feira Literária Internacional de Paraty/2015, sua obra, composta por 49 títulos, encontra-se em grande parte esgotada. A partir desta constatação, em 2013, o Iphan e o Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, deram início às tratativas para reeditar O Turista Aprendiz. O livro muito citado, mas pouco lido, foi concluído em 1943; teve sua primeira edição em 1976 e a última em 1983, pela editora Duas Cidades.
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, realizado há 28 anos pelo Iphan, tem exposto anualmente a contradição entre vários Brasis. Daí o grande interesse despertado pela reedição de O Turista Aprendiz. Contemporâneo e reflexivo, o livro ainda é capaz de ajudar a surpreender a realidade com o desafio à criatividade e a instigar um novo olhar, inquieto, curioso e, sobretudo, generoso sobre o Brasil.
Serviço:
Relançamento de O Turista Aprendiz, de Mario de Andrade
Data: 12 de novembro de 2015, a partir das 18h.
Local: Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94 – Consolação (São Paulo, SP)
Entrada franca.
Classificação livre
Relançamento de O Turista Aprendiz, de Mario de Andrade
Data: 12 de novembro de 2015, a partir das 18h.
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