Arquitetura inclusiva: a profissão também é acessível?

Banheiros para pessoas com mobilidade reduzida, rampas, pisos táteis, sinalização e barras de apoio - aos poucos, os conceitos inclusivos vêm sendo adotados por designers, arquitetos e engenheiros e para facilitar a vida e o bem estar de quem não se encaixa nos padrões de normalidade física definidos pela sociedade.
No entanto, pouco se fala sobre a Arquitetura também como profissão para quem tem algum tipo de deficiência. É como se Arquitetura pudesse ajudar essas pessoas, mas elas não pudessem contribuir para a área trabalhando como arquitetos e urbanistas.
Tecnologias inclusivas para permitir o aprendizado e exercício de qualquer profissão já existem, mesmo que em pequena escala. O maior obstáculo ainda é o estigma de que pessoas com deficiência - ou necessidades diferentes das nossas - são frágeis, incapazes ou limitadas.
Arquitetura é muito mais do que fazer cálculos e casas e atividades que exijam do corpo. É utilizar o cérebro e a criatividade para pensar melhorias e inovações nas cidades e no dia a dia de quem precisa. Comunicação e criação podem acontecer de diversas maneiras - e como na vida pessoal, é possível adaptar as tarefas do trabalho às suas capacidades e características.
É preciso que a sociedade e as profissões sejam receptivas e se adaptem a todas as pessoas, e não o contrário.
No filme “A Teoria de Tudo” (2014), que conta a história do cientista Stephen Hawking, podemos ver que as limitações físicas não o impediram de seguir carreira - o físico escreveu livros, artigos e se tornou um dos mais consagrados cientistas do mundo.
Mas não é preciso ser um gênio da ciência como Stephen para conseguir superar seus limites. O arquiteto americano Michael Graves, por exemplo, nunca deixou o trabalho de lado, mesmo depois de uma grave doença que o deixou paralisado do peito para baixo - até os 80 anos, Graves ainda trabalhou e construiu projetos de acessibilidade com design bonito e funcional.
Basta ter em mente que a Arquitetura é feita para mudar a vida das pessoas - e que se em alguns casos isso é mais difícil, então é nosso dever mudar a Arquitetura.
 
 
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    Nadine Figueiredo | Redatora
Nadine é mineira e fotógrafa. Apaixonada por filmes de terror e pelos Anos 80, procura deixar um pouco de leveza e amor por onde passa. | nadine@bimbon.com.br

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