Em Curitiba as obras relacionadas à Copa consumiram pouco mais de 1 bilhão e 100 milhões de reais, dos quais mobilidade urbana, estádio e aeroporto, responderam, respectivamente, por 47%, 35% e 14% . No entanto, algumas obras ficaram pelo caminho, inconclusas, outras de grande necessidade não foram sequer iniciadas, como o metrô e o corredor metropolitano. Os dados fazem parte do livro “Curitiba: os impactos da Copa do Mundo de 2014”, lançamento do Observatório das Metrópoles.
O livro “Curitiba: os impactos da Copa do Mundo de 2014” é mais um resultado do projeto “Metropolização e Megaeventos: impactos dos Jogos Olímpicos/2016 e Copa do Mundo/2014 nas metrópoles brasileiras”, do INCT Observatório das Metrópoles, que teve como objetivo ampliar o espectro analítico sobre as transformações físico-territoriais, socioeconômicas, ambientais e simbólicas associadas a estes megaeventos. Especial ênfase foi dada à distribuição dos benefícios e dos custos nas diversas esferas que envolvem o processo de adequação da cidade às exigências infraestruturais para a realização dos referidos eventos, partindo-se de um ponto de vista comparativo em relação a experiências internacionais similares anteriores.
Os artigos que compõem esta coletânea sobre os impactos da Copa 2014 em Curitiba configuram um importante documento institucional desse momento de investimentos e mudanças nesta cidade.
Segundo o professor Orlando dos Santos Jr., pode-se dizer que a Copa do Mundo não representa uma inflexão na trajetória política da cidade de Curitiba, que já vinha vivenciando uma transição na adoção de modelos neoliberais de política urbana. “Mas não se pode deixar de reconhecer que a Copa do Mundo representou a legitimação e a aceleração desse projeto. A política urbana municipal, sustentada na aliança entre a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado, e em uma coalizão de poder que subordina o interesse público à lógica do mercado, busca tornar Curitiba uma espécie de cidade-modelo, mas diversos processos revelam dinâmicas socioespaciais segregadoras, caminhando na direção da elitização da cidade”.
Nesse contexto, atravessado de contradições, não se pode deixar de reconhecer a emergência de diversos processos de resistência e contestação que questionam este modelo, reivindicando uma cidade mais justa e democrática. Especificamente durante a preparação da Copa do Mundo, Curitiba foi uma dos principais palcos de contestação e resistência ao processos de violação dos direitos humanos associados às intervenções deste megaeventos esportivo.
Faça o download no link a seguir do livro "Curitiba: os impactos da Copa do Mundo de 2014"
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