Seminário discute transformação criativa das cidades

Cidades Performáticas: arte, espaço público e transformação urbana, realizado pelo Arq.Futuro e a Bienal, tem continuidade em Serralves
                                                         ©Thales Leite / Museu de Arte do Rio

A cidade como o grande palco, a arquitetura como (re)invenção, a criatividade como elemento transformador das relações indivíduo/ambiente e a cultura como papel central nestes processos. Estes são os eixos do seminário Cidades Performáticas, uma co-realização da Fundação Bienal de São Paulo e do Arq.Futuro, em parceria com a Fundação de Serralves. Trata-se da edição portuguesa de uma discussão que começou em São Paulo, em 2014, e que pretende continuar em 2016. Cidades Performáticas acontece no auditório de Serralves, dia 20 de outubro, das 09h às 17h30 (entrada franca, por ordem de chegada - capacidade 200 lugares)
Com duração de um dia, o encontro reunirá gestores públicos e privados, curadores e urbanistas de Portugal, Espanha, Brasil e Inglaterra, para debater questões candentes no âmbito das cidades contemporâneas e novas estratégias e soluções a partir da “Economia Criativa”. Na abertura, contará com as presenças do presidente da Fundação de Serralves, Luís Braga da Cruz, do Cônsul-Geral do Brasil no Porto, Gelson Fonseca, da diretora da Fundação Bienal de São Paulo, Lidia Goldenstein, e dos cofundadores do Arq.Futuro, Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim.
Duas vertentes estarão em foco no seminário: a estratégia cultural de caráter permanente, que leva à construção dos grandes museus, teatros e centros culturais como equipamentos fixos das cidades, e a estratégia cultural efêmera, que prevê as intervenções urbanas táteis, através de estruturas móveis ou formas de acionamento dos equipamentos e espaços urbanos.
“Os avanços e os impasses da regeneração urbana via cultura” é o tema do primeiro painel, no qual participa o catalão Jordi Pardo, coordenador do Cultural Lab do Barcelona Media-Innovation Centre e membro da Comissão Europeia para a seleção das Capitais Europeias da Cultura. Na segunda parte, o caso do Rio de Janeiro será apresentado pelo arquiteto que está à frente de várias ações de planejamento na cidade carioca, Washington Fajardo, também presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Ambos têm em comum a desafiadora tarefa de preparar cidades sedes dos Jogos Olímpicos: Pardo, em Barcelona (1992), e Fajardo, agora, no Rio de Janeiro (2016).
No mesmo painel, mediado pela economista brasileira e diretora da Bienal de São Paulo Lídia Goldenstein, o vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, com trajetória ímpar em estratégias de ativação cultural, apresenta experiências significativas de mobilização de público em torno da cultura e dos espaços urbanos.
Na parte da tarde, Katherine Zeserson, uma das fundadoras do Sage Gateshead, vai ilustrar o potencial transformador de um centro cultural. Zeserson foi responsável pelo reconhecimento internacional da instituição britânica, que atua na área de música, ao implantar o programa educativo de desenvolvimento social da instituição. O Sage também é conhecido pela revitalização urbana que trouxe a uma área marginal da cidade de Gateshead, na região de Newcastle, Inglaterra. Em seguida, Jochen Volz, curador da 32ª Bienal Internacional de São Paulo (que acontecerá entre setembro a dezembro de 2016), discute a fluidez entre espaços expositivos e espaços públicos, ao trazer os casos da Serpentine Galleries, em Londres, da qual foi diretor, e de Inhotim, MG (Brasil), museu a céu aberto do qual foi diretor-geral, diretor artístico e é curador.
O painel da tarde será complementado por um debate, acrescido pelas participações de Suzanne Cotter, diretora do Museu Serralves, Nuno Carinhas, diretor-geral do Teatro Nacional São João (Porto- Portugal), Rui Pedro Pereira, diretor artístico da Fundação Casa da Música do Porto (Porto Portugal), e com mediação da jornalista Laura Greenhalgh, também diretora do Arq.Futuro.
Cidades Performáticas: arte, espaço público e transformação urbana
20 de outubro, terça-feira • 9h - 17h
Fundação de Serralves (Auditório)
Rua D. João de Castro, 210 - 4150-417 - Porto, Portugal
Entrada livre
Lugares sujeitos à capacidade do auditório.
Inscrições pelo e-mail: contato@arqfuturo.com.br

Programação

9h-9h30 Abertura
Luís Braga da Cruz, presidente da Fundação Museu de Serralves
Lidia Goldenstein, diretora da Fundação Bienal de São Paulo
Tomas Alvim, cofundador do Arq.Futuro
Gelson Fonseca, cônsul-geral do Brasil no Porto

9h30-10h30 Palestra inaugural: Regeneração urbana, desenvolvimento de competitividade e cidadania Jordi Pardo, consultor internacional e gestor de projetos culturais, especializado em desenvolvimento territorial, regeneração urbana e governança. É membro do painel de seleção e monitoramento das Capitais Europeias da Cultura. É fundador da Nartex Barcelona, empresa de inovação em turismo, economia criativa e desenvolvimento.

10h30-11h30 Palestra: Revitalizar cidades, ato contínuo -- os casos do Rio de Janeiro e do Porto
Washington Fajardo, arquiteto e urbanista, preside o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Introduziu o mecanismo de financiamento que possibilitou a operação urbana Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Criou as Arenas Cariocas, programa municipal que leva cultura e lazer a regiões carentes da cidade. É autor do projeto vencedor para a revitalização do Mercado Ver-o-Peso, em Belém, estado do Pará.

Paulo Cunha e Silva, médico de formação, escritor e crítico de arte, é vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, em Portugal. Reconhecido no circuito internacional como formulador de políticas culturais, Cunha e Silva desenvolveu projetos para Porto, 2001 - Capital Européia da Cultura, nas áreas de Literatura, Ciência e Pensamento.

11h30-12h30 Debate: A regeneração urbana via cultura: identificando avanços e impasses
Jordi Pardo, Nartex Barcelona
Washington Fajardo, Instituto Rio Patrimônio da Humanidade
Paulo Cunha e Silva, Câmara do Porto, Portugal
Mediação: Lidia Goldenstein, economista e diretora da Fundação Bienal de São Paulo

13h-14h Almoço
14h-14h30 Palestra: O potencial de transformação urbana de um centro cultural: o caso Sage-Gateshead
Katherine Zeserson, ativista cultural independente, ex-diretora de Ensino e Participação do centro cultural Sage-Gateshead (Newcastle, Inglaterra), onde desenvolveu programa de música para a comunidade aclamado internacionalmente. Participa do projeto Transform, do British Council, e apresenta-se com os grupos vocais Human Music e Mouthful.

14h30-15h Palestra: Espaços expositivos X espaço público: os casos de Inhotim, Serpentine Galleries e Bienal de São Paulo
Jochen Volz, historiador de arte, curador da 32a Bienal de São Paulo. Atuou como coordenador de programas das Serpentine Galleries, em Londres, e foi diretor artístico do Instituto Inhotim, em Minas Gerais, Brasil, trabalhando com a obra de artistas como Hélio Oiticica, Adriana Varejão e Doris Salcedo.

15h30-17h00 Painel final: Interações entre arte e espaço público: sinalizações para o futuro
Katherine Zeserson, fundadora do Sage-Gateshead (Newcastle, Inglaterra)
Nuno Carinhas, diretor-geral do Teatro Nacional São João (Porto, Portugal)
Suzanne Cotter, diretora do Museu de Serralves (Porto, Portugal)
Rui Pedro Pereira, diretor artístico da Fundação Casa da Música do Porto (Porto, Portugal)
Jochen Volz, curador da 32a Bienal de São Paulo
Mediação: Laura Greenhalgh, diretora do Arq.Futuro

Convidados/ Participantes do Seminário (em ordem alfabética):

GELSON FONSECA JR.
Diplomata de formação, foi representante do Brasil junto à ONU, embaixador no Chile, cônsul-geral em Madri e hoje é cônsul-geral no Porto. Autor de vários livros de política externa, entre eles, “O interesse e a regra: ensaios sobre o multilateralismo”.

JOCHEN VOLZ
É curador da 32ª. Bienal de São Paulo. Foi Diretor de Programação da Serpentine Galleries, em Londres, e é curador do Instituto Inhotim, Minas Gerais, Brasil, onde atuou como Diretor Geral, entre 2005 e 2007, e como Diretor Artístico, entre 2007 e 2012. Organizou a seção internacional da 53ª Bienal Internacional de Veneza, juntamente com Daniel Birnbaum (2009), e foi curador convidado da 27º Bienal de São Paulo (2006).

JORDI PARDO
Coordenador do Cultural Lab do Barcelona Media-Innovation Centre. É membro da Comissão Europeia para a seleção das Capitais Europeias da Cultura. Nos últimos 20 anos, foi diretor de diferentes instituições culturais na Espanha.

KATHERINE ZESERSON
Fundadora do centro cultural The Sage Gateshead, na região de Newcastle, Inglaterra. Foi responsável pela criação do Programa de Ensino e Participação da entidade. Lidera iniciativas de intercâmbio em educação musical entre o Brasil e o Reino Unido. É consultora do Projeto Guri, programa educativo do Governo do Estado de São Paulo.

LAURA GREENHALGH
Jornalista de formação, desde 2014 é diretora do Arq.Futuro. Atuou em importantes veículos de comunicação no Brasil. Foi também editora-executiva e colunista do jornal O Estado de S. Paulo.

LIDIA GOLDENSTEIN
Economista e diretora da Fundação Bienal de São Paulo. Ex assessora do BNDES, dos governos dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e da Prefeitura da cidade de São Paulo. Foi pesquisadora do Cebrap e professora da Unicamp. Atualmente é consultora e dedica-se a estudos e projetos na área de economia criativa.

LUÍS BRAGA DA CRUZ
Engenheiro Civil e Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Foi ministro da Economia e presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte. Também presidiu ao OMIP – Operador do Mercado Ibérico de Energia Eléctrica. Hoje, preside a Fundação de Serralves.

MARISA MOREIRA SALLES
Cofundadora do Arq.Futuro, plataforma brasileira de discussão sobre o futuro das cidades, sócia da BEI Editora e da Unear, empresa de serviços de tecnologia.

NUNO CARINHAS
Diretor artístico do Teatro Nacional São João, assina importantes montagens como encenador, cenógrafo e figurinista teatral. Criou espetáculos também para as companhias Ballet Gulbenkian, Nederlands, Dans Theater, Balle du Grand Théâtre de Genève, entre outras. É membro da Sociedade Portuguesa de Autores.

PAULO CUNHA E SILVA
Vereador da Câmara de Cultura do Porto, Portugal. Foi um dos responsáveis pela programação Porto 2001, quando a cidade foi Capital Europeia da Cultura. Presidiu o Instituto das Artes do Ministério da Cultura e está frente da Comissão de Cultura do Comitê Olímpico Português.

RUI PEDRO PEREIRA
Diretor-adjunto da Casa da Música no Porto, colabora com a instituição há mais de uma década, e a ela dedicou um livro. É doutor em musicologia pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra, e durante anos atuou como crítico musical do diário português Público. Tem integrado júris internacionais no campo da interpretação musical.

SUZANNE COTTER
Diretora do Museu de Arte Contemporânea de Serralves desde 2013, no Porto. Curadora, em conjunto com Rasha Salti, da 10ª Bienal de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, contribuiu para as publicações de arte Artforum, Frieze e Bidoun. Foi curadora da Fundação Solomon R. Guggenheim para o projeto do museu em Abu Dhabi, e diretora adjunta do Modern Art Oxford. Foi também curadora da Whitechapel Gallery e da Serpentine Galleries, em Londres.

TOMAS ALVIM
Cofundador do Arq.Futuro, plataforma brasileira de discussão sobre o futuro das cidades, sócio da BEI Editora e da Unear, empresa de serviços de tecnologia.

WASHINGTON FAJARDO
Arquiteto e urbanista, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural. É assessor especial do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes para assuntos de urbanismo.

Fonte: http://bienal.org.br/post.php?i=2288

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