Por que fazer o térreo livre?

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Dois prédios muito parecidos na sua natureza e na sua localização mas muito diferentes em sua relação com a cidade. Ambos de salas comerciais em esquinas da Rua Cubatão, uma rua muito movimentada, próxima da Paulista, cheia de gente andando para um lado e para o outro. Um prédio está cercado e o outro não tem fechamento nenhum.
O prédio na esquina com a Afonso de Freitas abriga o Ministério Público do Trabalho. O térreo recebeu um gradil de vidro (que é muito melhor que um muro), jardins e espelho d´água. O cercamento foi feito quase todo junto do alinhamento da calçada.  Tem também uma “porte-cochère”, aquele acesso de carros em que a pessoa pula do carro para o interior do prédio sem precisar tocar o chão (mas duvido que usem). Para dentro do gradil, só o segurança e os eventuais visitantes. A maioria dos edifícios residenciais e comerciais segue este padrão.
Na esquina com a rua Sampaio Viana, o prédio projetado por Jonas Birger tem inquilinos variados e o térreo é aberto. O projeto paisagístico de Isabel Duprat é sofisticado: tem espelho d´água, muro de pedra, jardim iluminado, piso de granito apicoado. Junto à entrada do edifício, há uma cobertura que acolhe o visitante e também abriga mesas e cadeiras, que podem ser usadas para descanso, espera e lanchinho. Tudo aberto. Ali já foi montada uma banca de livros infantis. Se o desejo do térreo aberto partiu do arquiteto, da paisagista ou do cliente ainda não sei, mas é mérito de todos que a ideia tenha ido a diante.
A primeira vez que passei por ali essa elegância toda me chamou a atenção.  Mas quem compara um espaço com o outro todos os dias é o arquiteto Carlos Amorim Lavieri​, que mora por ali, que frequenta a Casa das Rosas, e cujo cotidiano seria mais interessante se os espaços urbanos tiverem mais qualidade. O dele e o de todo mundo. (Também se as esfihas vendidas por ali mantiverem a receita).  A cidade dos sonhos está nos detalhes.
Texto:  Francine Sakata, arquiteta paisagista, maio 2015.

A via expressa que quer ser linha verde

O resultado da intervenção paisagística para a avenida que corta Curitiba – a BR 116 em Curitiba – é acima da média nacional. Ainda assim, está longe de ter tornado aquele espaço público agradável. Que tipo de qualificações as vias expressas no meio das cidades merecem?
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Imagens do site da prefeitura.
A BR116 corta Curitiba e atravessa uma série de bairros de renda média e média-baixa. De certa forma, ela se opõe ao setor mais rico, a norte e noroeste e, ao longo dos anos, recebeu várias propostas de requalificação, todas com o objetivo de transformar a rodovia em uma via urbana, integrando-a à cidade. Buscava-se também ampliar a integração física entre os dois lados da rodovia.
Projeto BR Vida - 1993
Projeto BR-Cidade - 1996Sistema de Transporte de Alta Capacidade (STAC) - 1999
Os Projetos BR-Vida (1993), BR-Cidade (1996) e Sistema de Transporte de Alta Capacidade (1999).
O projeto mais recente de requalificação da BR 116, e que foi implantado, envolveu uma operação urbana consorciada.  Operação Urbana Consorciada é um instrumento legal previsto no Estatuto das Cidades e no Plano Diretor de Curitiba de 2004 que prevê a venda, pela prefeitura, de um direito adicional de construir. Este direito é alienado em Certificados de Potencial Adicional de Construção, também chamados cepacs. Os recursos financeiros oriundos de sua venda o município pode dispor para “melhorias urbanísticas estruturais, sociais e a valorização ambiental”. É uma forma de capturar recursos privados para obras públicas.
As cepacs fizeram fama na Operação Urbana Faria Lima, em São Paulo, nos anos 1990. Esta operação urbana foi um grande sucesso para dinamizar o mercado imobiliário. Os bairros paulistanos da Vila Olímpia e do Itaim ganharam edifícios corporativos e residenciais moderníssimos sobre suas ruas estreitas e calçadas modestas.  Não é exagero dizer que são arranha-céus envidraçados sobre um arruamento de favela. No quesito desenho urbano, o que se tem hoje é péssimo.
Os recursos obtidos nesta negociação, a prefeitura investiu no prolongamento da avenida Faria Lima, em dois túneis no cruzamento desta com outras avenidas e, creio, na infraestrutura dessa região. Não havia espaços públicos qualificados para o lazer e para fruição senão os canteiros centrais da avenida e uma ciclovia que, na ocasião, não se conectava a nada. Em 2008, numa outra parceria com a iniciativa privada, foi implantado um parque público ali, o Parque do Povo, em terrenos envolvidos em um imbróglio jurídico que perdura em 2015.
A operação urbana com leilão de cepacs virou o sonho das municipalidades, que tem grande parte de suas verbas comprometidas com gastos fixos e limitada capacidade de investimento. E o modelo da Faria Lima foi adotado na Operação Urbana Água Espraiada, também em São Paulo, no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (que inicialmente previa apenas edifícios corporativos e depois incluiu os residenciais) e em outras, inclusive a operação consorciada de Curitiba, que recebeu o sugestivo nome Linha Verde.
Projeto Linha Verde – 2003
Projeto Linha Verde – 2003_2
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Projeto para a Linha Verde
Em 2015, mesmo paisagisticamente tratada, a Linha Verde remete à Marginal Tietê ou ao início da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, e a muitas outras semelhantes pelas cidades brasileiras, com seus grandes galpões que abrigam um comércio que gosta de espaço: concessionárias, lojas de móveis, de materiais de construção, grandes cadeias varejistas – Decathlon, Tok&Stok, C&C.
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A prefeitura informou que, dos 99 milhões de reais de cepacs leiloadas, arrecadou 34,4. A impressão que se tem é que o adicional construtivo não seja cobiçado ali porque há muitos lotes grandes e, mesmo sem o adicional, os empreendimentos se viabilizam e ainda há bastante potencial a construir em outros bairros da cidade. Os desenhos do Instituto de Planejamento de Curitiba mostram edifícios sugerem edifícios residenciais e comerciais. É um horizonte mais plausível que instituições financeiras e multinacionais.
Mas ela é acima da média nacional porque recebeu, no centro, a via exclusiva do transporte público. Para os pedestres, o ambiente não é acolhedor e as distâncias são longas mas a existência das linhas do BRT permitem que seja possível chegar até lá de forma digna e que haja campus universitários e conjuntos habitacionais ao longo da via. Os pedestres também existem na Marginal Tietê e na Raposo Tavares paulistana, mas finge-se que são aventureiros clandestinos.
Em meio aos canteiros da BR116, foi também implantada uma ciclovia. Há quem reclame que o traçado é sinuoso e que isto alonga um trajeto que o ciclista faz para se deslocar de um ponto a outro, não necessariamente por passeio. Mas a ciclovia está lá. Resta acompanhar como a cidade se desenvolve ao longo da infraestrutura colocada.
Texto: Francine Sakata
Referências:
Apresentação da Prefeitura de Curitiba na Oficina Quapá-SEL, na UFPR, organizada pelo Prof. Alessandro Filla Rosanelli, em junho de 2015 (imagens não creditadas).

XIV Seminário de História da Cidade e do Urbanismo

'Cidade, Arquitetura e Urbanismo: Visões e Revisões do Século XX' é o tema do seminário

Criado por iniciativa do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, o Seminário de História da Cidade e do Urbanismo vem sendo realizado a cada dois anos, desde 1990. Anais, livros e coletâneas das treze edições organizadas por programas de pós-graduação de diferentes regiões do Brasil constituem material de referência e expressam os avanços alcançados e os desafios enfrentados por um número crescente de pesquisadores que, a partir da história, vêm contribuindo para o conhecimento das cidades e do urbanismo.



Ao voltar a acolher o Seminário, vinte e dois anos após a organização de sua terceira edição, em 1994, o Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e seu Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo propõem a reflexão e o debate sobre a história e a historiografia da Cidade, da Arquitetura e do Urbanismo, voltando o olhar para o século XX.
As duas primeiras décadas do século passado são decisivas  na  constituição de saberes sobre a cidade, a arquitetura e o urbanismo: exposições e conferências internacionais mobilizaram profissionais de diferentes campos disciplinares nos Estados Unidos, Europa e América Latina; o urbanismo se institucionalizou como campo de conhecimento  e prática profissional; a arquitetura se voltou para a reflexão e a intervenção  na cidade; estudos seminais sobre as condições da vida social nas grandes cidades foram publicados; a produção habitacional em massa foi colocada no centro das reflexões e propostas doutrinárias; planos, projetos  e instituições públicas abrangendo múltiplas escalas territoriais foram concebidos; novas práticas sociais e novas  técnicas suscitaram experimentações  e novas  formas de  projetar, construir  e intervir nas cidades.
A distância de um século deste momento de intensa problematização das possibilidades e tensões da vida urbana é uma oportunidade de mapear percursos, permanências, rupturas, disjunções cronológicas de conceitos, ideários, práticas, e identificar sua apropriação e ressignificação em contextos sociais, políticos, econômicos e culturais diversos.
Na perspectiva de compreender o passado como objeto de reconstrução sempre reiniciada a partir do presente, propõe-se a elaboração de interpretações, revisões e sínteses dos repertórios sobre a tríade Cidade, Arquitetura e Urbanismo mobilizados ao longo do século XX.


EIXOS TEMÁTICOS
  • CONCEITOS, OBRAS DE REFERÊNCIA E HISTORIOGRAFIA
  • IDEÁRIOS, PRÁTICAS URBANÍSTICAS E PROCESSOS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO
  • CULTURA TÉCNICA, FORMA E MATERIALIDADE DA CIDADE
  • REPRESENTAÇÕES, MEMÓRIA E PRESERVAÇÃO DA CIDADE

FORMATO DO SEMINÁRIO
O Seminário será composto por:
Conferências com pesquisadores convidados
Mesas redondas com pesquisadores convidados
Sessões de trabalho compostas por autores de textos selecionados.
Serão selecionados no máximo 60 textos que apresentem resultados de pesquisas recém-finalizadas ou em estágio avançado de desenvolvimento, a serem organizados em sessões com quatro apresentações.
Além do Coordenador, cada sessão contará com um Debatedor convidado.
Caberá ao Debatedor, que receberá os textos com antecedência, discutir o conjunto de trabalhos apresentados na perspectiva da história e historiografia da Cidade, da Arquitetura e do Urbanismo do século XX.
Após as considerações do Debatedor, a discussão será aberta à participação dos autores e do público.
Painéis de comunicação compostos por pôsteres selecionados.
Serão selecionados no máximo 20 pôsteres que apresentem resultados iniciais de pesquisas em andamento.
Os pôsteres serão expostos e discutidos em espaço específico.

DATAS IMPORTANTES
Período para submissão de Textos e Pôsteres
de 09 de Novembro de 2015 a 04 de março de 2016
Divulgação dos trabalhos aceitos
23 de maio de 2016
Inscrições
de 04 de janeiro de 2016 a 29 de fevereiro de 2016
- Profissionais : R$ 350
- Estudantes de pós-graduação : R$ 200
- Estudantes de graduação : R$100
de 01 de março de 2016 a 15 de junho de 2016
- Profissionais : R$ 450
- Estudantes de pós-graduação : R$ 250
- Estudantes de graduação : R$120
a partir de 16 de junho de 2016
- Profissionais : R$ 600
- Estudantes de pós-graduação : R$ 350
- Estudantes de graduação : R$150

Para mais informações acesse o site www.iau.usp.br/shcu2016

Fonte: http://www.caubr.gov.br/?p=47815

O caos da mobilidade e provocações

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Uma medida errada do governo federal, que contribuiu para o agravamento dos problemas de mobilidade urbana, mas que incentivou o consumo de produtos foi a redução do IPI, principalmente sobre os carros. Hoje a situação está caótica e a solução não está no legislativo, está na dinâmica urbana e no desenho, ou melhor, redesenho urbano.
A questão do carro como grande vilão da mobilidade é justificada pelo o uso prioritariamente dele por somente uma pessoa, o carro se transformou numa bolha fechada que consome espaço demais e seu uso deve ser moderado. A questão é que não podemos simplesmente largar nossos carros e condena-los ao ferro velho. Tornar o carro como algo proibitivo não é o melhor caminho para nós, pelo menos não agora.
Sim, o caos da mobilidade é culpa do carro, pois demos muito espaço para ele. Os demais modais perderam espaços, foram se tornando menos atrativos e cada vez mais apertados e desconfortáveis. Somos humanos, não sardinhas. Cabem aqui algumas provocações para minimizar esse caos, a curto, médio e longo prazo.
A curto prazo, seria utilizar o carro de maneira mais inteligente e aumentar a densidade de uso, ao invés de levar uma pessoa, que se leve três, quatro amigos, já que hoje os carros vêm com até sete lugares. Em nossas cidades maioria da infraestrutura e concentração de serviço está nas áreas centrais da cidade. Portanto leve seus vizinhos ao trabalho deles. Dê carona e rateie a gasolina. Ou simplesmente valorize o comércio local do seu bairro, compre seu pão na padaria da esquina e vá a pé.
A médio prazo é preciso realmente discutir maneiras de como se locomover na cidade fomentar o uso de outros transportes, retirando o espaço de carros, para ciclovias, mas que sejam seguras e portanto transitáveis, assim fomentando uma cultura cicloviária e melhorando a qualidade de vida das pessoas, pois além de um ótimo exercício físico é muito mais rápido que uma galinha em São Paulo. E é preciso que, além que essas mudanças estejam ocorrendo, o poder público leve a sério o planejamento urbano sem se abster das responsabilidades e repassá-las para a iniciativa privada, que só visa especular com a terra urbana. Só quando é exigida, realiza como contra partida da outorga onerosa uma pracinha sem qualidade espacial. Pois parece que os poderes públicos sempre estão numa corrida tentando corrigir a falta de planejamento e só piorando as coisas.
Por fim, a longo prazo, uma mudança no zoneamento das cidades para que, com o tempo, a dinâmica urbana se modifique e a quantidade de serviços na cidade seja distribuída de maneira mais igualitária, portanto não seria preciso realizar grandes deslocamentos na cidade, implante o zoneamento de uso misto, onde for favorável. Pensar de maneira integrada vários modais de transporte é outra solução. Por exemplo, o metrô interligado as linhas de ônibus e por sua vez as ciclovias.
Seja o metrô, sistema BRT ou ainda o VLT é preciso tempo de um planejamento de projeto integrado e discutido por todos, respeitando e dando tempo ao arquiteto urbanista de realizar bons projetos e assim valorizar as cidades. Cabe a nós pensar nas medidas possíveis.

Por Rogério Guimarães Misk Filho
PUC MINAS

Fonte: http://arquipelago.in/?p=859

Trienal de Oslo 2016 lança chamada internacional para estratégias de intervenção

A Trienal de Oslo 2016 - After Belonging: A Triennale In Residence, On Residence and the Ways We Stay in Transit - lançou uma chamada internacional de estratégias de intervenção e projetos associados. Marcada para acontecer entre os dias 8 de setembro e 27 de novembro de 2016, a Trienal se voltará para a mobilidade da população contemporânea - incluindo um interesse em migrações, novas formas de turismo e a condição de populações refugiadas - com a intenção de projetar "os objetos, espaços e territórios para uma condição de pertencimento transformadora." O evento busca responder a questões como: "Como diferentes agentes envolvidos no ambiente construído podem abordar os modos como permanecemos em trânsito?" e "como os arquitetos intervêm na reconfiguração da moradia contemporânea?"

Guarde esta imagem junto com tuas outras favoritas!

Centro de recepção para pessoas que buscam asilo em Oslo, ‘Moments of Freedom’, Javad Parsa (2013). Cortesia do autor          Centro de recepção para pessoas que buscam asilo em Oslo, ‘Moments of Freedom’, Javad Parsa (2013). Cortesia do autor

A Trienal será dividia em duas partes: On Residence e In Residence. On Residence"analisará coletivamente as condições espaciais que moldam nossas formas de permanecer em trânsito e a definição de nossos espaços contemporâneos de residência", buscando como a arquitetura se relaciona com questões atuais como refugiados, moradores de rua e migração. In Residence, por outro lado, convida arquitetos e profissionais internacionais a "se engajar em colaborações locais em Oslo, na Escandinávia e ao redor do mundo buscando intervir na transformação da residência."

Como parte da seção In Residence, a Trienal de Oslo lançou uma chamada internacional de estratégias de intervenção em cinco diferentes locais da região nórdica. Os cinco lugares incluem "um apartamento em Copenhague alugado através de plataformas digitais de compartilhamento; uma residência operária em Kirkenes, na Região Ártica; uma comunidade transnacional que faz parte do Programa Million Housing nos arredores de Estocolmo; um centro de recepção para pessoas que buscam asilo em Oslo; e os espaços de fronteira, as tecnologias e as áreas de trânsito do Aeroporto de Oslo". Uma estratégia será selecionada para cada um desses locais e desenvolvidas durante o próximo e ano. Durante a Trienal, as propostas serão exibidas no Museu Nacional de Arquitetura de Oslo.

Uma chamada internacional para "projetos financiados e organizados de forma independente que respondem às questões colocadas pela curadoria" também foi lançada. Os projetos podem variar de exposições a eventos e mídia alternativa, mas devem necessariamente ampliar o escopo das discussões discutidas na Trienal.

Mais informações sobre as duas chamadas da Trienal, aqui.

Fonte: AD Editorial Team. "Trienal de Oslo 2016 lança chamada internacional para estratégias de intervenção" [2016 Oslo Triennale Launches International Calls for Intervention Strategies and Associated Projects ] 29 Set 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Romullo Baratto) Acessado 30 Set 2015. http://www.archdaily.com.br/br/774469/trienal-de-oslo-2016-lanca-chamada-internacional-para-estrategias-de-intervencao

Palestra – Direito Autoral e Ética Profissional para Arquitetos e Urbanistas – ULBRA – Palmas/TO




Palestrantes :  Arquiteto e Urbanista Gilmar Scaravonatti
                        Arquiteto e Urbanista Matozalém Santana

Local :            CEULP / ULBRA
                       Av. Teotônio Segurado, Mini Auditório 563
                       Prédio do Complexo Laboratorial

Data:               30/09/2015

Hora :              17h30min

Entrada Gratuita

Blog do Palmas Participa

Um Blog de informações sobre a cidade de Palmas/TO. Conheça e divulgue.
Palmas Participa

Início

As cidades brasileiras progressivamente tem se convertido em fonte de desigualdades, em razão das oportunidades de desenvolvimento não serem distribuídas equitativamente em seu interior.

O Palmas Participa” pretende criar um espaço de diálogo multidisciplinar sobre Palmas com a intervenção da população em geral, entidades, instituições, movimentos sociais, especialistas e professores para aportar as diversas perspectivas e abordagens sobre a cidade, tendo como linha condutora: cidade sustentável, qualidade de vida e igualdade. Essa proposta pretende contribuir para a construção de um debate “fórum permanente” sobre Palmas prestigiando os pensadores locais, que aporte à reflexão crítica sobre as múltiplas facetas da cidade e os seus habitantes. Deve-se considerar que além da própria tendência global da participação da sociedade nas decisões do poder público, a cultura da cidade a sua historia e a diversidade originária da pluralidade de seus moradores. Nesta perspectiva as particularidades do presente, a partir das heranças do passado, que foram objeto de vivência e experiência empírica, possibilitarão o pensar sobre um futuro possível para a cidade, um futuro realizável, justo, igualitário e palpável a partir do empoderamento da sociedade.

Objetivo

O objetivo do “Palmas Participa” é o de promover um espaço real e concreto de debate para articular um pensamento crítico e alternativo, porém propositivo na formulação de ideias; orientações técnicas, propostas de soluções e estratégias com a finalidade da promoção de uma intervenção transformadora da realidade social por meio da construção coletiva de uma cidade sustentável, democrática, múltipla, justa e livre, e de garantir e ampliar o Direito à Cidade como integrador da moradia, da mobilidade, do espaço público, da centralidade, da igualdade político-jurídica, essencialmente da participação cidadã, instrumentalizando a sociedade para a sua exigibilidade. Nesta linha de pensamento a ação proposta não abrira mão de um marco, ou seja: “um irrestrito pluralismo” que estimule a expressão das distintas linhas e correntes de pensamento, provocando assim, um debate de ideias profícuo, frutífero e enriquecedor.

Finalidade

O “Palmas Participa” pretende contribuir efetivamente para a construção de um projeto de democracia participativa a partir das realizações de rodas de conversa, reuniões, colóquios, seminários, oficinas e mesas redondas estruturadas por uma agenda de resultados com a finalidade de instrumentalizar e qualificar as discussões propostas, não abrindo mão da participação ampla da sociedade. Essa proposta de trabalho se conduzirá pelo pluralismo e o respeito às opiniões, porém estruturada na fundamentação a partir do empirismo ou da lógica científica, porém deslocada do saber acadêmico sedimentado no “neopositivismo pseudocientificista”.

Saiba mais e participe: http://palmasparticipa.blogspot.com.br/p/blog-page.html

Inscrições abertas para a 2ª Semana da Ecologia Urbana

Estão abertas as inscrições para a 2ª Semana da Ecologia Urbana de Goiânia, que será realizada entre os dias 13 e 18 de outubro em diferentes espaços da cidade. Auditório da FIEG, Sinduscon, Coletivo Centopeia, Casa Corpo e Edifício Pequeno Hans são alguns dos equipamentos que irão acolher atividades da Semana. Todas as atividades serão gratuitas.
O evento contribuirá para que os profissionais, gestores públicos e cidadãos goianos aprofundem seus conhecimentos sobre como a cidade, as pessoas e o meio ambiente se relacionam, procurando desta forma discutir soluções para os problemas contemporâneos das cidades.
A programação contempla atividades com especialistas de Goiás e outros estados. Entre os maiores destaques encontra-se a jornalista Natália Garcia do projeto Cidades para Pessoas, que tem percorrido o Brasil e o mundo ouvindo e contando histórias de transformações urbanas bem sucedidas.
Também Lincoln Paiva, presidente do Instituto Mobilidade Verde, ONG responsável por trazer os parklets para o Brasil, participará com a oficina de Urbanismo Caminhável, que promove um olhar mais atento sobre os espaços públicos da cidade e a elaboração colaborativa de soluções a curto, médio e longo prazo para conseguir uma cidade mais humana, democrática e “caminhável”.
O objetivo da Semana é contribuir, cultural e tecnicamente, para:
  • Compreendermos sobre o ecossistema das cidades, que engloba ambiente construído, pessoas e natureza;
  • Aprendermos a trabalhar com a natureza para adaptação às mudanças climáticas e à escassez de recursos naturais a que o planeta está sujeito;
  • Promover uma cultura de cidadania, tolerância e apropriação dos espaços públicos;
  • Promover o uso de meios de transporte coletivos e não motorizados;
  • Com isso, melhorarmos a resiliência urbana de Goiânia e outras cidades, aprimorando sua capacidade de contornar e se adaptar às consequências das mudanças climáticas e outros desafios da atualidade.
O evento conta com o patrocínio da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e apoio do Sebrae-GO, ICQ Brasil, Sinduscon, Prefeitura Municipal de Goiânia, Coletivo Centopeia, Casa da Cultura Digital, Casa Corpo, Bike Anjo GoiâniaGoiânia Convention e Associação para a Recuperação e Conservação do Ambiente (ARCA).
Programação (sujeita a confirmação)
13/Outubro
Palestra: Cidade para Pessoas, Pessoas para Cidades
Auditório da FIEG | 19:00-21:30
Natália Garcia (Cidades para Pessoas)
Décio Coutinho (Sebrae-GO)
Carol Farias (Sobreurbana)
14/Outubro
Palestra: Cidade e Natureza
Edifício Pequeno Hans | 19:00-21:30
Lívia Maria Dias (Saneago)
Nome a confirmar
Nome a confirmar
15/Outubro
Árvores de GoiâniaCuidamos mais daquilo que conhecemos melhor. Árvores de Goiânia é um projeto da jornalista Elisa A. França de passeios a pé na capital para conhecer as suas árvores.
Hora e local de encontro a anunciar em breve.
Palestra: Cidade, Ambiente Construído e Sustentabilidade
Sinduscon | 19:00-21:30
Denise Monteiro (ICQ Brasil)
Maria Ester de Souza (CAU-GO)
Nome a confirmar
16/Outubro
Oficina Mapas Afetivos – Realizada por Liquid Media Laab (SP)
(Sujeito confirmação)
17/Outubro
Oficina de Urbanismo Caminhável – Realizada por Lincoln Paiva, Presidente do Instituto Mobilidade Verde (SP)
Local e horário a anunciar
POR ACASO, Tardes de Improviso – Jam session de música e dança ocupando uma rua na Setor Universitário.
Casa Corpo | 17:00-20:00
18/Outubro
Bike Tour – Passeio ao longo do córrego Capim Puba desde a sua nascente, conduzido pela arquiteta Carol Farias. 
Local e horário a anunciar
2ª Semana da Ecologia Urbana de Goiânia
  • Título: 2ª Semana da Ecologia Urbana
  • Website: http://www.sympla.com.br/ecologiaurbana
  • De: 13 de Outubro de 2015, 19:00
  • Até: 18 de Outubro de 2015, 20:00
  • Onde: Vários espaços de Goiânia
  • Endereço: Goiânia - State of Goiás, Brasil
Fonte: "Inscrições abertas para a 2ª Semana da Ecologia Urbana" 28 Set 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 29 Set 2015

Concurso de ideias "Dear Architecture" anuncia vencedores

                                                                             

A COMPETIÇÃO INTERNACIONAL CRIADA PELO PORTAL BLANK SPACE PROPÔS A REDAÇÃO DE CARTAS DESTINADAS À ARQUITETURA

O concurso Dear Architecture desafiou arquitetos, designers, ilustradores e criativos em geral a comunicar suas ideias sobre arquitetura por meio das tradicionais cartas.





Profissionais e estudantes de mais de 60 países participaram do certame. Os três vencedores, além das menções honrosas, foram escolhidos por um júri que incluía Fernando Romero, Beatrice Galilee, Diana Balmori e Hani Rashid, entre outros.
“Aproveitando o poder da carta com vivacidade e paixão, os trabalhos vencedores da competição Dear Architecture resolveram alguns dos problemas mais difíceis que afetam a arquitetura", dizem os autores do Blank Space.
O primeiro lugar ficou com Craig L. Wilkins, professor da Universidade de Michigan Taubman College. Sua carta parte da perspectiva de um indivíduo lamentando que a arquitetura não fala com ele.
No segundo lugar estão Vershaé Hite e Brittany Eaker Kirkland, com carta que mostra uma mulher que tem que tomar a decisão de terminar seu relacionamento com arquitetura, devido à falta de oportunidade de crescimento e de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Já o terceiro lugar foi para Lewis Williams, com uma reflexão sobre escritórios irresponsáveis.
As 12 menções honrosas foram para Will Fu; Petar Bojović; Ekaterina Dovjenko; Nicholas Venezia; Giovanni Bellotti e Giacomo Sarto Favorito; Aimilios Davlantis Lo e Celine Park; Aditya Ghosh; Seth McDowell; Chriscelle Banas e Noel Vazquez; Shane Reiner-Roth e Kyle Branchesi; Alexandre Barrère; e Arnold Yok Fai Wong.
As cartas vão fazer parte do terceiro livro do Blank Space, que deve começar a ser vendido em dezembro. A pré-venda, com valor promocional de 15 dólares, está disponível aqui.
Fonte: http://arcoweb.com.br/noticias/arquitetura/concurso-de-ideias-dear-architecture-anuncia-vencedores


Exposição de Frida Kahlo retrata o amor da pintora pelas mulheres

Mostra no Instituto Tomie Ohtake traz 20 das 143 telas produzidas pela artista mexicana

O destaque é para o feminino, no entrelaçamento com outras pintoras surrealistas




Frida Kahlo no hotel Barbizon Plaza, de Nova York, em 1931. / LUCIENNE BLOCH (COURTESY THE GELMAN COLLECTION)

Frida Kahlo foi, por um lado, uma esposa apaixonada pelo marido – o muralista mexicano Diego Rivera –, além de devota ao (conturbado) casamento dos dois, como poucas pessoas encontrariam forças para ser. Foi, por outro, uma mulher que amava outras mulheres, sua natureza de sensibilidade aguçada e inesgotável fonte de energia. Também teve relações físicas e sentimentais com elas, já que era bissexual, e usou todas essas facetas de sua personalidade como inspiração na pintura, em obras que falam, através de sua história, sobre o poder feminino. Por tudo isso, as mulheres amavam a pintora mexicana – por quem a admiração mundial só aumenta – e a continuam amando.
Da admiração de pintoras surrealistas por Frida (1907-1954) e também da influência artística da mexicana sobre elas trata a exposição Frida Kahlo – Conexões entre Mulheres Surrealistas no México, que abre suas portas neste domingo, 27 de setembro, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, onde fica até 10 de janeiro de 2016. Com curadoria da pesquisadora mexicana Teresa Arcq, a mostra foi criada especialmente para o Brasil, por encomenda da casa que a abriga, e reúne 100 obras produzidas no México por 15 artistas mexicanas e estrangeiras – a grande maioria delas inédita aqui. Delas, 20 são pinturas e 13, desenhos de Frida – representação razoável de alguém que produziu em vida apenas 143 telas. Junto com manequins com os trajes típicos que ela usava e fotografias feitas por Nickolas Murray (que foi seu amante e responsável por seus retratos mais famosos), Bernard Silberstein, Martin Munkácsi e Héctor García, essa seleção pictórica faz um belo repasso pela intimidade da artista.
Frida Kahlo, 'Diego en mi pensamiento', 1943. © 2015 Banco de México/Diego Rivera & Frida Kahlo Museums Trust. /GERARDO SUTER
E Frida, em uma palavra, era isso: intimidade. Expunha as passagens mais dramáticas de sua vida marcada por uma poliomielite na infância, um acidente de carro na adolescência e as traições de Rivera e um aborto quando adulta em pinturas que, paradoxalmente, exalam beleza e alegria de viver. Para representar isso, estão lá no Tomie Ohtake as telas El abrazo de amor del universo, la tierra (México), Diego, yo y el senõr Xóloti(1933) e Diego em mi pensamiento(1943), além de uma litografia,Frida y el aborto (1932). Aparecem também os autorretratos – são 10 os de Frida, dos 55 que ela chegou a pintar –, que exploram a identidade jogando com mitos pessoais, indo muito além da fronteira de uma autofotografia. “A questão do autorretrato é interessante, porque podemos perceber que, enquanto os homens se representam em estúdios ou em seus ambientes de trabalho, as mulheres, quando se pintam, colocam-se em situações de empoderamento. Usam adornos e elaboram o discurso de uma mulher poderosa”, explica Teresa, que se especializou na história das surrealistas.
As diferenças entre a arte de homens e mulheres não é uma pauta da mostra, mas é possível percorrê-la buscando particularidades do universo feminino. Na única peça de autoria de Diego Rivera incluída na exposição – um desenho chamado Desnudo (Frida Kahlo) – o pintor representa sua esposa nua, sentada numa cama, sem nenhuma imperfeição e em uma pose erótica. Sabe-se que Frida tinha, por exemplo, as pernas finas (e uma diferente da outra) por conta da poliomielite. “No surrealismo, os homens erotizavam o corpo feminino”, explica a curadora. Sem deixar de se empoderar, Frida fazia o contrário: jamais tratava de ocultar sua verdade.
Surrealista, eu?
Apesar de que Frida Kahlo nunca tenha se considerado uma surrealista, é inegável a passagem do surrealismo pela sua arte, graças à amizade com o escritor francês André Breton, o grande teórico do surrealismo. Foi ele quem fomentou sua carreira internacional, primeiro apoiando uma exposição de Frida em Nova York e depois organizando sua famosa mostra individual em Paris. Foi nessa ocasião que a mexicana lançou a várias pintoras europeias desanimadas com os anos cinzentos que a Europa vivia então o convite para que se exilassem no México.
Muitas aceitaram e lá ficaram, outras passaram apenas uma temporada descobrindo a cultura popular mexicana, de quem Frida e Diego eram grandes difusores, mas todas se renderam ao discurso dela, especialmente. Ao lado de criadoras como a inglesa Leonora Carrington, a espanhola Remedios Varo, as mexicanas María Izquierdo e Lola Álvarez Bravo e a francesa Alice Rahon, a obra de Frida ganha potência. A relação entre elas – umas mais radicais, outras menos, mas todas ícones do feminismo – foi dada pelos temas que Frida tratou em sua obra, como o autorretrato, a natureza morta, o corpo e o fascínio por magia e crenças populares, assim como pela carga surrealista da artista. Tudo carregado de erotismo, emoção e, especialmente, empoderamento.
Traje de Tehuana. © Coleção Collection of Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas. / FRANCISCO KOCHEN
Essa força feminina fica evidente, ao final, com os figurinos de indígena tehuana que Frida adotou a certa altura da vida, inspirada pelo fato das tehuanas serem a única sociedade matriarcal do México (e uma das raras no mundo). Não são as roupas dela, mas peças similares selecionadas de um acervo doMuseu de Arte Popular do México, que ela ajudou a fundar. Isso, porque, explica Teresa, “por determinação expressa de Rivera, nada que pertenceu a Frida pode sair da Casa Azul”, onde ela viveu, no hoje bairro de Coyoacán, reduto de artistas da Cidade do México. A famosa casa, que era azul porque os mexicanos acreditam que essa cor espanta os maus espíritos, pode ser vista em um dos documentários (A vida e os tempos de Frida Kahlo – para a curadora, o melhor material de vídeo existente sobre a artista, com imagens de arquivo) que fazem parte de uma pequena mostra cinematográfica que faz parte da exposição. Na segunda semana de visitação, haverá também uma instalação sobre o lugar, La Casa Azul, com o objetivo de aproximar as crianças do repertório da artista.



Segundo Teresa, não foi fácil reunir de museus mexicanos e também de coleções privadas tantas obras de Frida para esta exposição (que em 2016 viajará ao Rio de Janeiro e a Brasília), mas valeu a pena, pois os brasileiros andam cada vez mais apaixonados por ela. A curadora corrige a afirmação da repórter e diz logo que boom ao redor de Frida é mundial. “Frida Kahlo pintava o que via e sentia, e sua obra fala muito de emoções e sensações. Todos nos rendemos a isso”, decreta.
 
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Edited by Allan