Baixa qualidade do transporte público abre espaço para transporte privado



Um dos focos de manifestações nas duas últimas semanas, a insatisfação com o transporte público também é combustível para o uso cada vez mais intensivo de veículos motorizados individuais nas grandes cidades, alimentando sucessivos recordes registrados pela indústria automobilística.
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, palcos dos maiores e mais tensos protestos contra o aumento das tarifas de ônibus, não à toa, são também as cidades com as frotas de carros mais numerosas do país, que não param de crescer com os estímulos do governo ao consumo.
Paralelamente, o uso do sistema de ônibus urbanos, responsável por 90% do transporte coletivo no país, vem mostrando trajetória descendente desde 1996, marcando, desde então, uma queda de demanda próxima a 30%, mostra levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) em nove capitais brasileiras.
Os números, segundo especialistas em mobilidade urbana, indicam um deslocamento da demanda para o transporte individual privado, com a proliferação de automóveis e motocicletas pelas ruas das grandes cidades.
Desde 2007, a indústria vem, ano a ano, renovando recorde nas vendas de carros, o que levou o Brasil a sair do nono para o quarto maior mercado automotivo do mundo. Essa evolução veio no embalo da expansão na renda da população, mas também foi sustentada pelo apoio governamental pesado à demanda de veículos individuais - seja com a desoneração na compra de carros, seja com medidas para a liberação do crédito ao consumo.
Com frequência, o governo passou a adotar nos últimos quatro anos descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para evitar que o setor fosse contaminado, primeiro, pela crise financeira internacional de 2008 e, depois, pelas restrições de crédito de bancos privados.
Os resultados mais nocivos da decisão de privilegiar incentivos a meios de transporte particulares nas políticas de mobilidade urbana são conhecidos: congestionamentos, poluição e acidentes de trânsito. Porém, a migração para os veículos particulares também tem como pano de fundo a baixa qualidade dos serviços públicos percebida pela população, junto com o maior acesso aos automóveis zero quilômetro, em contraposição a uma escalada de custos do transporte público.
Segundo Carlos Henrique Carvalho, pesquisador que acompanha o tema no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as tarifas dos ônibus urbanos subiram 111% nos últimos dez anos, enquanto o preço do carro novo ficou apenas 4% mais caro em igual período - bem abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostrou alta de 77%. "É como baratear o transporte privado e tornar mais caro o público", diz o especialista.
Marcos Bicalho, diretor da NTU, que representa as empresas de transportes urbanos, justifica a alta acima da inflação das tarifas ao aumento no preço do diesel - cujo peso nos custos do setor subiu de 12% para 20% em dez anos -, além da menor "velocidade comercial" dos ônibus, dado o compartilhamento de espaços com os carros. Isso faz com que as empresas precisem administrar frotas maiores para transportar um contingente menor de usuários, diz Bicalho.

Via asbea.org 
Fonte:"Baixa qualidade do transporte público abre espaço para transporte privado" 29 Jun 2013. ArchDaily, 29 Jun 2013.  http://www.archdaily.com.br/br/01-123562/baixa-qualidade-do-transporte-publico-abre-espaco-para-transporte-privado?utm_source=ArchDaily+Brasil&utm_campaign=6e1bb361ec-Archdaily-Brasil-Newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_318e05562a-6e1bb361ec-407774757

Como fazer cidades: o modelo de Medellín

Medellín

Os cartões postais de Medellín se deslocaram para setores da cidade que, historicamente, permaneceram afastados da imagem exportada ao resto do mundo, mudaram para pólos que passaram por radicais transformações. Através de um novo modo de fazer arquitetura orientada à integração social em uma rede de espaços públicos vulneráveis, a cidade se distancia do ranking das mais violentas da América Latina. Medellín deixa de associar-se com seus índices de insegurança para construir uma nova narrativa, introduzindo o Metrocable - sistema de teleféricos - associado a espaços públicos inovadores e a uma arquitetura que considera o entorno natural e construído.

Através de intervenções espaciais a cidade se reinventa capitalizando as vontades de mudança e sua riqueza cultural a ponto de converter-se em um dos destinos turísticos mais visitados, e do qual se faz referência constante como o “Modelo Medellín”.

Em Medellín, temas como integração, mobilidade, administração, redução da pobreza e violência são trabalhados em um mesmo projeto espacial. O conceito de Projeto Urbano Integral (PUI) leva em consideração ferramentas de desenvolvimento social, físico e a coordenação interinstitucional para transformar os setores da cidade que possuem maiores necessidade. É assim que o projeto do Metrocable estende a setores menos favorecidos: não só proporciona acessibilidade a estes lugares, com também as próprias estações se convertem em zonas intermodais que demandam projetos de espaços culturais para os bairros em questão.

Fonte e reportagem completa: "Como fazer cidades: o modelo de Medellín" 28 Jun 2013. ArchDaily, 28 Jun 2013. http://www.archdaily.com.br/br/01-122788/como-fazer-cidades-o-modelo-de-medellin?utm_source=ArchDaily+Brasil&utm_campaign=98505f2e93-Archdaily-Brasil-Newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_318e05562a-98505f2e93-407774757

Eficiência energética na arquitetura

     
Referência nos cursos de arquitetura no Brasil nas disciplinas de arquitetura bioclimática e conforto ambiental, tem por finalidade apresentar os principais conceitos relativos ao manejo e controle do consumo de energia nas edificações, tendo como critério central de projeto o conforto dos usuários. O livro baseia-se em esquemas e diagramas conceituais e analogias para guiar o leitor ao entendimento intuitivo sobre como o aquecimento, resfriamento e iluminação afetam as pessoas, o projeto das edificações e a energia utilizada pelos principais sistemas mecânicos e elétricos.
 
  
 

                                                                                                                                                       DUTRA, L.; LAMBERTS, R.; PEREIRA, F.O.R. Eficiência energética na arquitetura. [2.ed.] São Paulo: PW, 2005.

Conteúdo Exclusivo!

Item com arquivo disponível para usuários cadastrados e logados. Cadastre-se gratuitamente para acessar!

Fonte: http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7B5A08CAF0-06D1-4FFE-B335-95D83F8DFB98%7D&Team=&params=itemID=%7B141D31CB-DAED-483D-9105-69BE71AE1442%7D;&UIPartUID=%7B05734935-6950-4E3F-A182-629352E9EB18%7D

Benchmarking e Etiquetagem Energética em Uso‏

 

cbcs

O Comitê Temático Energia do CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) acaba de lançar a iniciativa Benchmarking e Etiquetagem Energética em Uso para Edifícios não Residenciais com o objetivo de desenvolver indicadores para comparar edifícios não residenciais e incentivar os operadores a alcançar o menor consumo efetivo. Estimado em 45%, o consumo de energia nas edificações brasileiras segue em ritmo crescente na última década. Para um processo mais eficiente, os projetos e a concretização de obras com premissas sustentáveis são fundamentais. Porém, devem estar alinhados ao consumo do cotidiano da edificação para o qual raramente há metas de consumo estabelecidas tampouco uma avaliação de eficiência ou um processo de etiquetagem, ferramenta que hoje existe apenas para as fases de projeto e obra recém-concluída. A iniciativa do CBCS tem, até o momento, entre os parceiros a Abrafac (Associação Brasileira de Facilities), o LabEEE-USFC (Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina) e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).

Nesta etapa, o CBCS está identificando empresas, órgãos públicos, gestores de facilities, agentes do setor imobiliário, concessionárias e especialistas interessados em contribuir com a criação do Benchmarking e Etiquetagem Energética em Uso para Edifícios não Residenciais.

Confira aqui o release sobre o projeto e saiba mais em www.cbcs.org.br/benchmarkingenergia.

Metástase

As cidades são organismos vivos. Pulsam através dos habitantes, que encontram nelas as oportunidades de desenvolvimento social e pessoal, que as transformam nos mais importantes centros de produção e difusão de cultura e conhecimento, que estimulam o difícil e necessário desafio de conviver e crescer em comunidade. Origem da democracia, nelas se aperfeiçoam, dia após dia, os complexos mecanismos de relacionamentos que definem os destinos dos diferentes interesses e os esquemas de poder que tentam prevalecer e dominar os espaços e as decisões em nome da maioria.

            A construção do espaço urbano é a manifestação desses interesses e jogos de poder, assim como da inteligência e compromisso das gestões políticas que decidem e encaminham os destinos gerais dos habitantes.

            Como organismo vivo, as cidades manifestam também doenças, deformações e alterações que se traduzem nos processos de urbanização, na materialização dos edifícios e espaços públicos e nos comportamentos das pessoas. Algumas dessas doenças afetam os tecidos urbanos e sociais, até o ponto de comprometer o normal desenvolvimento e regredir à situações de incivilidade e antiurbanidade, inconcebíveis se comparadas com a evolução de outros aspetos da tecnologia e do conhecimento contemporâneo.

            Um problema central que afeta as cidades brasileiras é a violência urbana, fruto da persistente injustiça social e de atitudes de exclusão, que geram ódios e ressentimentos. O processo de urbanização, com substituição de tipologias estimulantes do convívio social por outras fechadas, excludentes e defensivas, alteram os vínculos e sistemas de relações entre os moradores. A progressiva “invasão” de novos tipos arquitetônicos e urbanos transformam, lote a lote, uma estrutura sadia de relações humanas e urbanas por uma psicose de medo e autodefesa. Como células malignas, modificam persistentemente a estrutura urbana, degradam o suporte natural do território, matam as possibilidades de convivência social e promovem o medo e a violência. De igual modo, condomínios fechados nas periferias reproduzem, em escala maior, os mesmos sintomas de exclusão das transformações lote a lote. Este processo, que na linguagem da medicina caracteriza-se como metástase, manifesta-se explicitamente na deterioração dos espaços públicos e dos recursos ambientais, assim como nos problemas de mobilidade e saneamento, que atingiram níveis alarmantes e colocam as cidades em situação de colapso.

            Ao mesmo tempo, o declínio das áreas centrais – em muitos casos com rico patrimônio arquitetônico e cultural -, entregues ao abandono e descaso, assimila-se a estágios infeccionados de um corpo urbano decadente e agonizante. As invasões e ocupações ilegais de áreas não apropriadas para assentamentos e moradia humana nas periferias, sem controle de crescimento da mancha urbanizada, completam um quadro extremamente preocupante, que mobiliza as forças sociais na procura de garantias mínimas de urbanidade e civilidade.

            As cidades brasileiras precisam, em caráter emergencial, iniciar processos de reconversão da decadência urbanística, que se reflete nos comportamentos sociais. Uma cidade que não estimula a convivência entre seus cidadãos, que os segrega em grupos alienados por pautas de comportamentos induzidas, que subordina o desenvolvimento a interesses setoriais minoritários, que não cuida do patrimônio cultural, não merece ser chamada de tal.

            A reconsideração do modelo de construção das cidades brasileiras merece ser debatido e praticado com urgência para iniciar processos efetivos de tratamento e cura das graves doenças que afetam os tecidos sociais. A prática da arquitetura e do urbanismo é instrumento adequado e necessário para a circunstância de gravidade que as cidades manifestam. Planejamento racional e projetos elaborados com emoção e plena consciência de compromisso social merecem consideração, se o objetivo é o a acesso do país a patamares de efetivo desenvolvimento baseado na civilidade e na urbanidade de suas cidades.

Roberto Ghione é arquiteto e Diretor do IAB/PE

Mostra Paralela - 2º Debate

archdaily

A Mostra Paralela tem como principal objetivo ampliar o campo de discussão sobre o que nos dá a condição de vida pública. Nesta edição, especificamente, convidamos os participantes a refletir sobre a Rua e sua relação com vida dos espaços públicos. Como parte do evento, haverá uma série de debates com diferentes pessoas, enriquecendo a discussão.

Os debatedores presentes neste encontro serão Alexandre Vianna, skatista, fotógrafo e fundador da revista Cemporcento Skate, Celso ‘Pôla’ Pazzanese, arquiteto, urbanista, um dos idealizadores da Escola da Cidade e Presidente do Instituto Botucatu e Marcio Sattin, filósofo, roteirista e professor de Estética na Escola da cidade.

Onde: Praça Roosevelt, São Paulo – SP

Quando: 27 de junho, às 19h30

Você pode saber mais sobre o evento aqui

Fonte: "Mostra Paralela - 2º Debate" 26 Jun 2013. ArchDaily, 26 Jun 2013. <http://www.archdaily.com.br/br/01-122844/mostra-paralela-2-debate>

O meu debate é o da ética

Cláudia Pires: secretária de Habitação e Desenvolvimento de Nova Lima (MG)

Luciana Morais - redacao@revistaecologico.com.br

ClaudiaPires_JulianaRocha

CLÁUDIA PIRES: “Se sentir que alguma ação ou conduta de governo fere meus princípios e valores éticos, eu me exonerarei” - Foto: Juliana Rocha

Detentor das últimas e essenciais áreas de Mata Atlântica ainda preservadas na Região Metropolitana, o município de Nova Lima também é estratégico para Belo Horizonte, pois abriga nascentes responsáveis por 65% da água potável que abastece a capital. Vítima da inércia de administrações passadas, que favoreceram a especulação imobiliária – e seus consequentes impactos sobre o trânsito e os sistemas de esgotamento sanitário –, a cidade tem nas mãos, com o seu atual governo, a chance de mudar para melhor o seu futuro, aprimorando leis e regulando de forma efetiva e ordenada o seu crescimento.

E para isso conta com uma colaboradora de peso: a nova secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano, a arquiteta e urbanista Cláudia Pires. Com ampla experiência em sua área de atuação, Cláudia é reconhecida – por colegas de profissão, ambientalistas e representantes de associações comunitárias – como uma das mais ferrenhas defensoras da expansão urbana verdadeiramente responsável e sustentável.

Firme em suas colocações, ela já ‘calou’ muitos interlocutores em audiências públicas e reuniões onde eram tratados assuntos polêmicos e caros a BH, como a verticalização do entorno da Lagoa da Pampulha e do sopé da Serra do Curral, na divisa com a sua Nova Lima natal.

Determinada, ela promete total coerência com seus valores e princípios. “Não estou aqui para avalizar qualquer ação decorrente de uma política de governo que não esteja alinhada ou não respeite aquilo em que, eticamente, acredito. Não faço um debate por estar deste ou daquele lado: o meu debate é sempre um debate ético. Se sentir que alguma ação ou conduta de governo fere meus princípios e valores éticos, eu deixarei o cargo.” Confira:

Como e quando surgiu o convite para assumir este cargo?

O prefeito Cássio Magnani Júnior (PMDB) e a vice-prefeita Fátima Aguiar (PT) têm como um dos carros-chefes de seu governo o atendimento da questão habitacional no município. Sempre atuei profissionalmente na área de planejamento urbano e habitação e conheço o Cássio desde 1990. Naquela época, ainda como estudante de arquitetura, participei da aprovação da Lei Orgânica de Nova Lima e, ao longo de todos esses anos, mantive um contato histórico com a cidade, tanto como presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG), quanto como empresária e consultora do setor. Em 2006, tive a oportunidade de trabalhar com a Fátima em vários projetos, quando fui assessora da então secretária de Habitação de Nova Lima, Ana Schmidt. Portanto, quando me convidaram para assumir o cargo, fiquei muito honrada, porque sei que fui um nome de consenso entre os dois.

Fonte e entrevista completa: http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=65&secao=956&mat=1044

É preciso avaliar o ciclo de vida

A avaliação de materiais e sistemas para a construção sustentável deve ser baseada na metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)

Redação AECweb / e-Construmarket

ciclo-de-vida$$5891

"Metodologia de Avaliação de Sistemas Construtivos a partir da Avaliação de Ciclo de Vida de uma Edificação". Este foi o tema que a arquiteta Danielly Borges Garcia, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unileste (MG), defendeu em sua tese em 2011. “Eu estava em busca de alguma novidade na área da sustentabilidade, além disso, queria entender melhor os impactos gerados pelo uso de determinados materiais na Construção Civil", diz. A docente comenta que durante a pesquisa percebeu que as novidades nesse campo ainda eram escassas, se restringindo ao uso de energias alternativas e ao reaproveitamento de água ou, ainda, à aplicação de componentes isolados em determinada edificação.

Segundo ela, o ciclo de vida de um produto acarreta uma série de impactos ao meio ambiente, que vão desde a extração da matéria-prima à finalização do processo produtivo, bem como sua utilização em uma obra. “Em primeiro lugar, é necessário um esforço coletivo para se produzir bons produtos, a fim de garantir desempenho satisfatório para a função à qual foram destinados. Daí a necessidade de se projetar, considerando a qualidade dos espaços habitados. Mas, antes de tudo, é preciso entender o conceito”, destaca.

Verdadeiro conceito

Na opinião de Danielly Borges Garcia, a arquitetura sustentável é aquela correta, herdeira da arquitetura vernacular, que utiliza os recursos naturais com respeito, além de aliar tecnologia às técnicas tradicionais. O projeto é o que define se o edifício será sustentável ou não, antes mesmo da escolha dos materiais. Neste contexto, a construção deve ser vista como um organismo que vive em harmonia com o meio e que garanta um ambiente saudável.

Contudo, é notória a banalização do conceito, explorado em alguns casos como mero argumento de marketing. Para Danielly, em primeiro lugar, deve-se identificar a qual aspecto da sustentabilidade está se referindo, pois, além das questões relacionadas ao meio ambiente, igualmente importantes são as dimensões sociais, econômicas e culturais. “Entre os exemplos, podemos citar quesitos mais abrangentes, tais como implantação com o mínimo de impacto para o entorno, seleção de materiais de menor impacto ao meio, formas alternativas de energia, entre muitos outros”, afirma.
A professora lembra que a utilização de soluções, como aproveitamento de energia solar, por meio do uso de equipamentos adequados, ou ainda o uso de sistemas de captação de água de chuva são soluções benéficas, mas insuficientes para caracterizar um empreendimento como sustentável.

A avaliaÇÃo

A avaliação de materiais e sistemas para a construção sustentável deve ser baseada na metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). Por meio da ACV são verificados os impactos gerados desde a fabricação de um produto, passando por sua instalação, operação no edifício e descarte no fim da vida útil. De posse da ACV de materiais, que possuem uma mesma função, são definidos quais provocam menor impacto ambiental.

Logo, a avaliação só será possível se houver informações fundamentadas no processo de produção e funcionamento desses materiais. “Atualmente fabricantes não apresentam laudos de desempenho dos produtos, como também não informam processos e impactos gerados na produção ou descarte dos materiais”, destaca a profissional.

Isso ocorre devido à falta de demanda por essas informações. Mas, a boa notícia é que o cenário tende a mudar. Com a norma de desempenho ABNT NBR 15575 em vigor, os projetistas terão de especificar materiais considerando desempenhos estrutural, acústico, térmico, lumínico, de estanqueidade e de durabilidade. De maneira que essas informações serão gradualmente incorporadas pelas empresas.

A partir deste novo procedimento, a criação de inventários de ciclo de vida de materiais será um caminho natural. Sem essas informações, os consumidores ficam a mercê de dados pontuais sobre produtos que, apresentados isoladamente, não agregam qualidade ao funcionamento de um edifício. Um exemplo é o uso de insumos reciclados na fabricação de alguns componentes. Danielly enfatiza que é necessário saber, por exemplo, se a existência desse item proveniente de reciclagem fará diferença na durabilidade do sistema. Ou ainda, que desempenhos estruturais, térmicos ou acústicos o sistema terá.

Compatibilidade

Vale lembrar que os materiais por si só não garantem uma obra sustentável, mas sua utilização bem concebida em um projeto pode assegurar desempenhos de segurança, bem como condições de habitabilidade e adequação ambiental. “Por isso, é imprescindível a compatibilização entre os materiais e processos construtivos”, explica. Além disso, ações como essa evitam desperdícios significativos.

Quanto aos materiais, devem passar pela conformidade normativa e atender ao desempenho estabelecido ao integrar um sistema construtivo. “A garantia da qualidade deve vir antes mesmo da discussão sobre sustentabilidade, considerando que o simples atendimento às normalizações já representa um grande passo em direção à sustentabilidade”.

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

danielly-garcia-135x135$$5892

Danielly Borges Garcia – Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Engenharia de Estruturas e Acústica de Edificações pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutora em Engenharia de Estruturas pela UFMG, sob o tema Avaliação de Ciclo de Vida de Sistemas Construtivos. No Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste MG atua como professora em regime integral do Curso de Arquitetura e Urbanismo.

Fonte: http://www.aecweb.com.br/comunidade/Materia_Leitura.asp?idMateria=6953

CAU–Parcelamento de anuidades em débito pode ser feito de 1º até 31 de julho

Adesão ao parcelamento das dívidas de 2012 e 2013 poderá ser feita por meio do SICCAU a partir do dia 1º de julho/2013

Arquitetos e urbanistas que ainda não efetuaram o pagamento das anuidades de 2012 e/ou 2013 poderão quitar seus débitos em três parcelas. Para solicitar o parcelamento, o profissional deve acessar o SICCAU entre os dias 1º e 31 de julho. No sistema, ele terá acesso ao valor total do débito e aos boletos. Os valores das anuidades em atraso, de 2012 e 2013, serão consolidados separadamente, considerando-se a data-base no último dia de junho de 2013. O valor do débito será acrescido de juros (calculados pela variação da taxa SELIC) e multas (aplicadas de acordo com o art. 4°, inciso II da Resolução CAU/BR n° 4, de 2011).

A quitação dos valores poderá ser feita em três parcelas, com vencimentos nos dias 31 de julho, 31 de agosto e 30 de setembro. Cada parcela será acrescida de juros equivalentes à SELIC até o mês anterior ao do vencimento e de 1% no mês do pagamento. Os cálculos serão feitos automaticamente pelo SICCAU.

Todo o procedimento de adesão ao parcelamento e o pagamento do primeiro boleto devem ser feitos obrigatoriamente entre os dias 1º e 31 de julho.

As regras para o parcelamento de anuidades foram definidas pela Portaria Normativa nº 14, de 2013. Leia aqui a Portaria na íntegra.

Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=11914

Urbanismo I - Os problemas nos BRICS

Alexei Lazarev, Agência Rússia

Recentemente estive no BRICS Policy Center, onde assisti uma palestra única. Pois falando das atividades deste grupo internacional, normalmente, analisamos temas políticos e econômicos, mas desta vez surgiu um tema social da extrema importância, o urbanismo.

Todos nós queremos viver bem e confortável. Para isso, antes de tudo, precisamos que as nossas cidades sejam bem planejadas, que sirvam para o bem de todos. Então, foram mesmo estes padrões que foram analisados na palestra no BRICS Policy Center.

Abrindo o evento Adriana Abdenur, Coordenadora Geral do BRICS Policy Center, disse:

"É o primeiro de uma série de colóquios que vai começar a se montar aqui, no BRICS Policy Center, sobre a questão urbana. A gente tem lidado aqui, no Center, sobretudo com as questões da política externa e de multilateralismo, mais especificamente, e está entrando agora em uma nova fase a partir desse ano de análise comparada de diversos temas.

"Então, o nosso propósito é fomentar a pesquisa comparada e multidisciplinar para fornecer, inclusive, insumos para formulação de políticas públicas inovadoras. Então, nós temos um trabalho que não tem sido muito fácil, inclusive para mim, de fazer uma ponte entre o meio acadêmico e o meio de políticas públicas, inclusive, em termos de políticas municipais."

A Dra. Cristina Patriota de Moura, pós-graduação em Ciências Sociais em Antropologia pela UnB, mestrado em Atropologia Social pelo Museu Nacional e doutorado também pelo Museu Nacional, atuou como pesquisadora-visitante em Berkeley, no Instituto de Ciências Sociais na Universidade de Lisboa.

Atualmente é professora do Departamento da Antropologia da UnB, onde coordena um grupo de pesquisa "Urbanidade e Estilo de Vida" e participa também do observatório estudantil com uma equipe dessa Universidade junto ao Globo Public Search.

Tem experiencia na área da antropologia social, com ênfase na antropologia urbana. Tem linha antropológica e antropologia do Estado, obras publicadas acerca da cadeira Diplomata no Brasil."

E aqui tomou a palavra Dra. Cristina Patriota de Moura:

"Obrigada pela presença de todos. Bom! Na verdade, esse de que que vou falar hoje tem a ver com o livro que saiu o ano passado. Não é um livro pensado em BRICS, ou problemática BRICS."

O livro da Dra. Crisitina trata de um tema muito importante. É verdade que não fala diretamente dos países do BRICS, mas sobre a vida das pessoas. Sendo especialista em antropologia ela examinou urbanismo deste ponto de vista.

Como é que deveriam ser as cidades para fazer mais confortável a vida nossa. Os exemplos que a Doutora examinou foram Brasília, capital do Brasil, cidade construída nos anos 50 do século passado, e Goiânia, capital do estado Goiás.

A enciclopédia Itaú Cultural diz que Goiânia combina as funções administrativas e as de mercado distribuidor, de modo a contribuir para o desenvolvimento econômico do estado. O projeto original da cidade foi encomendado ao urbanista Attílio Corrêa Lima em 1933.

Ele previu uma cidade de, inicialmente, 15 mil habitantes que poderia atingir uma população máxima de 50 mil pessoas. A concepção central assentava na divisão do espaço urbano em zonas de atividades, de modo a obter uma melhor organização dos serviços públicos.

Attílio Corrêa Lima se formou nos cursos de artes e arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes - Enba e depois nas aulas de urbanismo na Sorbone, Paris. Ele se notabilizou pela preocupação com a ligação estreita entre cidade e topografia natural, assim como pelo planejamento racional das funções urbanas.

O seu projeto foi elaborado segundo as normas da arquitetura racionalista moderna, aliando simplicidade de concepção à coerência funcional. E, nós acrescentamos, deixam marcos que hoje chamamos de traços de globalização que se verificam no urbanismo mundial.

E disso falou Dra. Cristina Patriota de Moura:

"Quero esses processos que eles chamaram de globalização. E aí é um termo americano da ciência de communities. E daí que eu parti um pouco na pesquisa de doutorado justamente para pensar o que era colocado como um fenômeno global. Acho que tem um pouco essa discussão de globalização: o que é a globalização, é adoção de um modelo, e no caso é um modelo norte-americano para várias partes do mundo, vários lugares, inclusive, Ásia, Europa, África.

"Simultaneamente, nos anos 90 começam, também surgem e disseminam esses novos empreendimentos em muitas outras partes do mundo. Estudos, principalmente, na área de geografia que vão colocar, que existem aí. E junto ao ponto da discussão sobre a globalização que vai se estabelecer como a grande discussão acadêmica, ciências sociais, principalmente, na geografia, a antropologia vai entrar nesses estudos, problematizar a globalização também. Justamente, no final dos anos 90 começa, nessa virada do século."

VEJA A CONTINUAÇÃO NA MATÉRIA ABAIXO: http://www.asbea.org.br/escritorios-arquitetura/noticias/urbanismo-ii-o-brasil-e-um-caso-limite-291613-1.asp

Fonte:http://www.asbea.org.br/escritorios-arquitetura/noticias/urbanismo-i-os-problemas-nos-brics-291614-1.asp

SESC/TO : Vaga para analista de obras‏

O período de inscrição para concorrer à vaga de analista de obras no Sesc foi prorrogado para o dia 1º de julho.

Os interessados devem enviar currículo para o e-mail selecao@sescto.com.br identificando qual a vaga que pretende concorrer.

Para mais informações, acesse o edital :

http://www.sescto.com.br/inc/uploads/EDITAL_11_2013.pdf ou ligue para 63 3219-9106.

Documentos de Niemeyer entram em coleção da Unesco

Esboços e álbuns são documentos originais, em que se distinguem não só as curvas e a poesia características da obra de Niemeyer, mas também o método de trabalho do arquiteto

Documentos_Niemeyer

A Ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou na semana passada que, conforme solicitação do Brasil à Organização das Nações Unidas para Educação Ciências e Cultura (Unesco), a coleção de Oscar Niemeyer foi inscrita no Registro Memória do Mundo da Unesco 2013. A decisão foi dada pelo Comitê Consultivo Internacional do Programa Memória do Mundo, que estava reunido em Gwangju, República da Coreia, entre 18 a 21 de junho.

De acordo com o Ministério da Cultura, os esboços e álbuns são documentos originais, em que se distinguem não só as curvas e a poesia características da obra de Niemeyer, mas também o método de trabalho do arquiteto. "Muitos destes documentos, além de constituir fontes primárias, são considerados verdadeiras obras de arte", disseram.

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/documentos-de-niemeyer-entram-em-colecao-da-unesco-291641-1.asp

Seminário de Ética e Disciplina consolida contribuições de todo o Brasil

Novos princípios e regras de conduta para arquitetos e urbanistas serão votadas em sessão plenária do CAU/BR em julho

Seminário_ética

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) está próximo de aprovar seu primeiro Código de Ética e Disciplina. Nos dias 21 e 22 de junho, cerca de 80 conselheiros do CAU/BR e dos CAU/UF reuniram-se em Brasília para debater uma minuta das novas regras de conduta para a profissão, que serão definidas na próxima sessão plenária do Conselho, prevista para 11 e 12 de julho. A definição de um Código de Ética para a profissão é uma das obrigações do CAU/BR previstas na Lei 12.378/2010.

Os debates aprofundaram as discussões sobre ética e sua importância para estabelecer uma consciência profissional. “Entendemos que essa consciência é uma construção coletiva, definida pela comunidade”, disse o coordenador da Comissão de Ética do CAU/BR, Napoleão Ferreira da Silva Neto.
A minuta discutida no Seminário estabelece uma série de obrigações éticas gerais que deverão ser observadas pelos arquitetos e urbanistas nas relações com os contratantes, com o público em geral, com os colegas, com a profissão e com o próprio Conselho. O Código de Ética abrangerá tanto os princípios, que são normas de aplicação genérica, teórica ou abstrata, como também as regras, que serão de aplicação específica, mais voltadas a casos concretos.

Seminário_ética.jpg01

As infrações éticas que podem ser objeto de processos e as sanções previstas serão descritas em resolução anexa ao Código. O Código de Ética e Disciplina será complementado por um manual de aplicação para ser usado pelas Comissões de Ética estaduais na avaliação das denúncias.

Na visão do psicanalista Valton de Miranda Leitão, que fez uma palestra sobre a história da ética, é através dos conselhos de ética que a sociedade consegue um mínimo de convivência interna razoável. “No caso da psicologia e dos médicos, por exemplo, é fundamental a confidencialidade”, explicou. Segundo Valton, há uma regra de ouro para discussões sobre ética: “não faças aos outros o que não queres que te façam”.

O presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, lembrou que a ética é um princípio fundamental de toda profissão regulamentada e um dos principais objetivos da formação de um conselho profissional. “Que divulguemos amplamente e passemos a aplicar com rigor esse documento, para redefinir a profissão e retomar a respeitabilidade que ela merece e que possui no mundo inteiro”, disse Haroldo. “É uma responsabilidade formidável que nos honra profundamente. Estamos num bom momento para discutir isso, no mesmo instante em que o país se envolve em uma discussão profunda que envolve a ética na gestão pública”.

Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=11860

Lei de Licitações: CAU/BR acompanha audiência pública no Senado

Conselho quer introduzir obrigatoriedade de concurso de ideias e de projetos executivos para realização de obras públicas

O Congresso Nacional começa nesta segunda (24) uma série de audiências públicas para modernizar a Lei 8.666/1993, que rege as licitações públicas no Brasil. O CAU/BR está participando dessas discussões com o objetivo de inserir alguns temas importantes para a prática da Arquitetura e do Urbanismo no Brasil. Os principais temas que o CAU/BR pretende introduzir na Lei 8.666/1993 são os seguintes:

- Obrigatoriedade de concursos de ideias para edificações e urbanizações públicas

- Obrigatoriedade de projetos executivos antes do início das obras

- Obrigatoriedade de contratação dos projetistas autores para supervisão técnica das obra

Para o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, esses pontos ajudam a desenvolver uma política de Estado para a Arquitetura e Urbanismo no Brasil, estabelecendo critérios de qualidade na construção das grandes obras urbanas. “Na França, um país de menor população e bem mais construído, o governo realiza de 1.500 a 2.000 concursos públicos de Arquitetura e Urbanismo por ano, objetivando a melhoria dos espaços públicos pela soma de obras com projetos escolhidos por critério de qualidade, enquanto que no Brasil esse número varia entre 16 e 20 por ano”, disse recentemente em debate no jornal Folha de S. Paulo.

As audiências são promovidas pela Comissão Temporária de Modernização da Lei de Licitações e Contratos, presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A Lei de Licitações já tem mais de 700 propostas de alterações, sendo 518 projetos de iniciativa da Câmara dos Deputados, 157 do Senado e 50 medidas provisórias do governo. A relatora da Comissão é a senadora Kátia Abreu (PSD-TO).

Até o dia 8 de outubro, a senadora pretende realizar a última fase de trabalho da comissão, que será a discussão da minuta e deliberação da versão final do projeto.

Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=11792

Raquel Rolnik: a conquista do direito à cidade

Para urbanista, insatisfação com transportes expõe graves distorções nas políticas públicas

Por Pedro Sprejer

raquel_rolnik

Relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Raquel Rolnik acredita que a política urbana brasileira é historicamente dominada por uma coalizão entre interesses empresariais e políticos. Ela falou ao Prosa sobre o que vê como a exigência de um novo modelo de cidade no Brasil.
O que os protestos das ruas estão expressando?
Esse movimento, ou uma parte importante dele, é pelo direito à cidade. Na hora em que a pauta e a agenda dos protestos viram não apenas o valor da tarifa e a qualidade dos transportes, mas também saúde, educação e Copa do Mundo, o que temos é uma discussão sobre o modelo de cidade em que vivemos e o modelo de cidade que queremos. A questão das políticas de transporte e mobilidade são um componente muito importante, mas não exclusivo. Nós estamos falando de uma possibilidade para enfrentar esse modelo de cidade e transformá-lo completamente.
A corrupção emperra as políticas urbanas?
A ideia de que tudo não passa de um problema moral dos políticos corruptos, na verdade, esconde quem ganha e quem perde com o atual estado das coisas no Brasil. Esconde o que é verdadeiramente uma coalizão dominante na política urbana desse país, na qual políticos ganham a reprodução de seus mandatos, podendo ou não ganhar dinheiro para seus bolsos. Em contrapartida, os interesses empresariais ganham rios de dinheiro, taxas de lucratividade enorme, com a prestação de serviços muito ruins. Falam apenas dos políticos como se o mundo privado, as empresas corruptas, não fizessem parte.
Por que o transporte público no Brasil é tão ineficiente?
Há uma hegemonia do automóvel e do transporte sobre pneus na organização da cidade, baseada na ideia de transporte individual para poucos. Transporte público sempre foi coisa de pobre. Por isso nunca teve investimentos para ter qualidade. Além disso, o lobby e o cartel que as empresas concessionárias de ônibus têm historicamente na maior parte das cidades do Brasil é altamente lucrativo. Conheço prefeitos que tentaram e não conseguiram romper esse cartel porque ele tem uma força enorme nas câmaras municipais, elege vereadores, tem um poder enorme de conseguir fazer valer os seus interesses. As concessionárias de ônibus não são o único elemento: as empreiteiras de obras públicas que fazem pontes e viadutos viários também contam com uma enorme força política nessa coalizão que financia campanhas. Aí nós não estamos falando de campanhas de vereador, estamos falando de campanhas de prefeito, governador e presidente. Há uma relação forte entre o sistema político e os interesses empresariais que giram em torno dos serviços de obras públicas.
É possível que grandes protestos nas ruas deem margem a mudanças?
Desde a Constituinte, o direito à cidade para todos já era uma das pautas. A população cobrou isso nas ruas, mas essa ruptura não aconteceu. Agora é possível que ela aconteça. O Fernando Haddad (prefeito de São Paulo), por exemplo, está rediscutindo o contrato com as concessionárias de transporte coletivo agora. Com mais de 100 mil pessoas na rua dizendo “eu quero um transporte público de qualidade”, surge uma grande oportunidade para a prefeitura efetuar uma ruptura que não pode, não quis ou não conseguiu efetuar até hoje.
Há um questionamento maior em relação a forma de fazer política no Brasil?
Quando as decisões não são dialogadas, discutidas, trabalhadas, com os atingidos e com a sociedade brasileira, acabam gerando conflito ou acabam sendo judicializadas, que é o que aconteceu com Belo Monte. Entre as promessas da Constituinte, estava a ideia de uma democracia direta. Isso chegou a ser ensaiado em algumas cidades brasileiras ao longo dos anos 80 e início dos anos 90. Mas, na hora que apareceu muito dinheiro na jogada, proveniente do desenvolvimento econômico, essa pauta foi totalmente abandonada. E os partidos que estavam na oposição naquele momento, como PT e PCdoB, e carregaram essa bandeira, uma vez no poder, abandonaram essa agenda, que também nunca foi a agenda dos partidos de centro e de direita.
Quais consequências isso trouxe?
Claramente se viu o fortalecimento da hegemonia dos interesses corporativos na condução da política urbana no Brasil e isso foi acontecendo progressivamente. Nós derrubamos a ditadura, mas não derrubamos essa coalizão entre governo e empresários. E ela impediu que uma pauta pelo direito à cidade avançasse. Agora é uma oportunidade de fazer avançar essa agenda, porque, pela minha leitura, é isso que o povo que está na rua quer. Quando se fala de mobilidade para todos ou estádio para quem, estamos falando que não queremos que uma cidade seja construída apenas para negócios imobiliários, negócios em geral. Que a cidade é nossa, que coisas não lucrativas têm que acontecer. Então, é sobre a função social da cidade que falamos.
Como as manifestações em relação à organização da Copa dialogam com esses protestos?
Quem discutiu o projeto de Copa no Brasil e como ele seria feito, com quem ia ser feito, o que ia acontecer com os atingidos? É o que as manifestações na rua estão questionando. Como relatora do direito a moradia, recebi muitas denúncias de violações nas remoções na preparação para a Copa e Olimpíadas. Tudo isso tem a ver com um modelo de cidade absolutamente excludente.

Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/06/22/raquel-rolnik-conquista-do-direito-cidade-500794.asp

São Paulo: a voz das ruas e a oportunidade de mudanças / Raquel Rolnik


                                    Largo da Batata, © Folha Online, Miguel Schincariol, AFP


Ontem estive na manifestação contra o aumento das passagens em São Paulo. Há muitos anos eu não via nada parecido. Aliás, é muito estranho a imprensa falar em 65 mil pessoas na manifestação. Eu diria que tinha muito mais que 100 mil… Pensando sobre o que aconteceu ontem, me lembrei de quando, lááá atrás, nós estávamos derrubando a ditadura, lutando por eleições diretas, reconstruindo as representações políticas do país. Naquela época nós íamos pra rua com nossas próprias faixas, bandeiras e cartazes, feitos em casa por nós mesmos, muito antes dessa era em que candidatos a representantes são vendidos que nem sabonete ou outro produto qualquer, com campanhas de marketing milionárias.
Aliás, essa é uma das razões por que o direito à cidade – promessa que fazíamos pra nós e pro Brasil naquela época – não avança. Porque campanhas milionárias dependem de doações de interesses corporativos que as financiam e que depois cobram a fatura, impondo suas pautas e agendas na construção das políticas públicas. Essa é, portanto, uma primeira questão entre tudo o que vi ontem: uma espécie de renascimento de práticas já esquecidas, de retomada de reivindicações importantes, de luta por direitos sociais básicos, além de muitas práticas e métodos novos. Isso estava expresso em cartazes que falavam de “saúde, educação e transporte pra todos”, por exemplo. Sinal de que a sociedade brasileira está muito feliz de ter mais dinheiro para comprar mais coisas, mas que isso não é suficiente.
Também me pareceu muito visível o desejo de participação. As pessoas querem ser consultadas, querem que suas opiniões sejam levadas em conta. A democracia representativa no Brasil está claramente vivendo uma crise. Por outro lado, o projeto de democracia direta, também anunciado décadas atrás e já experimentado, claramente retrocedeu… Os conselhos, as consultas públicas, no geral, foram esvaziados de conteúdo e, sobretudo, de poder decisório. É importante reconhecer que não conseguimos avançar na direção da construção do controle social sobre as políticas e o espaço público. Especialmente a política urbana – completamente capturada por esses interesses corporativos, entre eles, o das empresas de ônibus – viveu até agora um grande retrocesso.
Obviamente, essa não é uma questão exclusiva de São Paulo. As grandes manifestações que ontem tomaram conta de cidades em todo o país – Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre etc – comprovam. Outras pautas presentes no ato que me parece importante mencionar foram a defesa da não violência e do direito à livre manifestação – muito bem expressa no bordão “que coincidência, não tem polícia, não tem violência” –, e também o contexto pré-Copa do Mundo e Jogos Olímpicos que estamos vivendo e que tem ensejado inúmeras violações de direitos.
Depois do turbilhão de ontem, hoje de manhã participei da reunião do Conselho da Cidade, que contou com a participação de representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que colocaram suas questões com muita clareza. O prefeito Fernando Haddad, por sua vez, assumiu postura bem mais aberta e flexível ao diálogo. Aliás, ele anunciou que a consulta pública da nova licitação pra contratação dos serviços do transporte coletivo, que se encerrava ontem, terá o prazo adiado. O mais interessante da reunião foi que os conselheiros foram praticamente unânimes com relação à proposta de imediata redução da tarifa, com revisão dos custos do transporte, dos contratos, e abertura dessas contas.
A opinião majoritária entre os conselheiros é que o prefeito tem diante de si uma grande oportunidade de finalmente enfrentar, com o apoio das ruas, os interesses que têm nos impedido de construir uma cidade inclusiva, para todos. Evidentemente a resposta da prefeitura não pode ser simplesmente a anulação do aumento, precisa ir muito além dessa questão (afinal, não são 20 centavos!), em direção da construção de uma real ruptura com o modelo rodoviarista, de uma política de mobilidade pactuada, absolutamente includente, baseada no transporte coletivo, e na decisão desses processos de forma participativa e com absoluta transparência na contratação de serviços pela prefeitura.
A cidade de São Paulo está vivendo um momento histórico. Estamos diante de uma oportunidade única de começar a reverter o atraso da nossa política urbana. Se conseguirmos de fato avançar, isso será importante não apenas para os paulistanos, mas para todo o país e também para o mundo, já que nossas reivindicações se relacionam fortemente com o que vem acontecendo em outros países, como a Turquia e a Espanha, por exemplo. Assim, esperamos que o prefeito Haddad compreenda a enorme chance que tem diante de si.


Cita:"São Paulo: a voz das ruas e a oportunidade de mudanças / Raquel Rolnik" 18 Jun 2013. ArchDaily, 19 Jun 2013. <http://www.archdaily.com.br/br/01-121275/sao-paulo-a-voz-das-ruas-e-a-oportunidade-de-mudancas-raquel-rolnik>
           

Grupo de pesquisa de Arquitetura lança livro sobre a presença holandesa no Nordeste



Os holandeses marcaram presença em várias partes do Brasil no século XVII, mas o local em que eles mais se mantiveram foi a Capitania de Pernambuco, da qual Alagoas fazia parte. Nesta época, eles fizeram imagens de mapeamento por onde passavam. O estudo dessas gravuras, que hoje permitem a compreensão de algumas cidades no ponto de vista urbanístico, é o foco do livro “O olhar holandês e o novo mundo”. A obra do grupo de pesquisa Estudos da Paisagem, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Alagoas, foi lançada nesta segunda-feira, 17, no pátio da unidade acadêmica.

O livro foi resultado de sete anos de estudos e viagens pela Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, incluindo Fernando de Noronha, Paraíba, Holanda e Portugal. Foi escrito por vários autores, inclusive holandeses, e organizado pela professora e arquiteta Maria Angélica da Silva, com a colaboração de outros professores e estudantes que compõem o grupo de pesquisa. As principais cidades alagoanas retratadas na obra são Porto Calvo, Penedo e Marechal Deodoro. O 'novo mundo' mencionado no título é a representação das cidades nos dias de hoje, que são comparadas às pinturas holandesas feitas na época.
Durante o lançamento, a professora Maria Angélica agradeceu a presença de todos, a colaboração do grupo e destacou a importância da obra para o Estado. “Nós sabíamos da importância que os holandeses tiveram na colonização do Brasil, mas ainda não havia estudos sobre isso no ponto de vista da imagem. Para nós, arquitetos, isso é muito importante, porque eles desenharam os arruamentos de modo muito fiel e fizeram pinturas de cidades do nordeste no século XVII. Esses desenhos nos ajudam hoje a estudar o passado de Alagoas principalmente quanto à arquitetura e o urbanismo”, ressaltou.
Algumas obras do artista plástico holandês Albert Eckhout tiveram destaque no evento de lançamento. A 'Tupinambá com Criança' e a 'Mameluca' foram reproduzidas em forma de display. Já as pinturas 'Abacaxi, melancias e outras frutas' e 'Bananas e goiabas' ganharam vida com frutas que foram degustadas depois. Eckhout costumava retratar as pessoas que aqui encontrava, mas tinha predileção pela flora e a fauna brasileiras. Ainda houve exposição de fotos dos lugares visitados e experiências vividas pelos componentes do grupo de pesquisa.

por Ascom - UFAL

Manual de Escopo: Projetos e Serviços de Estrutura


Nome:   Manual de Escopo de Projetos e Serviços de Estrutura
     
Descrição:  
     
Autor:   ABECE
     
Criado em:   28/11/2012
     
Responsável:   Publicador
     
Atualizado em:   28/11/2012
     
Site:   www.abece.org.br/
     
Monte sua proposta:   Saiba mais

Fonte: http://www.manuaisdeescopo.com.br/Manuais/2012/11/14/Projetos-e-Servicos-de-Estrutura

Como contemplar a biodiversidade na era digital?

ju563_pagina11_-300x222

Uma sociedade sustentável pressupõe o acesso à informação qualificada não apenas dos envolvidos na sua produção, mas também dos vários segmentos responsáveis pela formulação de políticas públicas.

Este constitui o principal escopo da tese desenvolvida pela pesquisadora Dora Ann Lange Canhos, ao analisar os “Sistemas de informação em biodiversidade e a formulação de políticas públicas na era digital”, em estudo centrado no Brasil, considerado um país biodiverso. O trabalho adota como tema a influência das tecnologias da informação e comunicação na circulação do conhecimento técnico-científico e o seu efeito na elaboração de políticas públicas em biodiversidade. Considera que o avanço dessas tecnologias afeta a forma como o conhecimento é produzido e como os resultados são difundidos. Constata que são elas que possibilitam o envolvimento de mais atores na gênese do conhecimento, oriundos de diferentes disciplinas, especialidades, instituições, localidades, países, culturas e realidades sociais.

O estudo rompe com o paradigma tradicional de compartilhamento de dados e resultados científicos por meio apenas de publicações em livros e revistas especializados, não mais suficientes para atender à demanda contemporânea, que necessita não só de dados, não raro de forma instantânea, mas de conhecimentos de processos e análises que permitam maior transparência e reprodutividade dos resultados.

O trabalho leva em conta ainda que não basta a disponibilização dos dados on-line, mas que estes precisam estar organizados de forma padronizada em formatos úteis e utilizáveis, acessíveis, tanto por interfaces humanas como também via serviços web.

Além do papel da tecnologia e da necessidade científica de compartilhar dados, métodos e análises em diferentes escalas e disciplinas, a autora considera a importância do acesso e uso dos dados e aplicativos para os processos de tomada de decisão em escalas local e global.

Entende que isto é particularmente verdadeiro quando o tema é meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Na tese, a pesquisadora defende que a política para dados sobre diversidade deve promover o seu acesso livre e aberto, sem geração de custos para o usuário, e que as exceções sejam, essas sim, objeto de tratamento diferencial.

A autora destaca a importância de implantação de políticas públicas de longo prazo em relação ao desenvolvimento e manutenção contínua de infraestruturas de dados para armazenar, organizar, preservar, recuperar e disseminar on-line dados e informações sobre biodiversidade. Enfatiza a necessidade das agências e do poder público se capacitarem para se apropriarem desses dados e informações disponibilizadas nas e-infraestruturas, assim chamados os ambientes que também provêm ferramentas e serviços para colaboração e compartilhamento de recursos em pesquisas científicas.

A pesquisa assume características particulares, dado que Dora Canhos trabalha há 12 anos no Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), associação civil, sem fins lucrativos, que tem por objetivo disseminar o conhecimento científico e tecnológico, visando a conservação e a utilização sustentável de recursos naturais. A meta e estratégia do Centro são a disseminação de informação eletrônica como ferramenta na organização da comunidade científica e técnica do Brasil, especificamente na área biológica, com vistas à utilização racional da biodiversidade.

A pesquisadora considera que a sua inserção na vida acadêmica, mais especificamente no Programa de Pós-Graduação do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), do Instituto de Geociência (IG) da Unicamp, contribuiu sobremaneira para a sua compreensão do que seja política científica e tecnológica, ampliando sua capacidade de atuação profissional. “Além disso, participei de um grupo que goza de grande respeito e influência no Brasil e que formou muita gente que atualmente milita na vida pública”, destaca ela.

Em relação à sua orientanda, a professora Maria Beatriz Machado Bonacelli destaca a feliz associação dos conhecimentos sobre o tema trazidos por Dora Canhos com o olhar e o rigor acadêmicos. A docente lembra que o Programa de Pós-graduação em Política Científica e Tecnológica, classificado com conceito seis pela Capes, está completando 25 anos, tempo em que formou 300 mestres e doutores, e que experiências como a da pesquisadora têm um profundo impacto na incorporação de novos conhecimentos na pós-graduação.

Na tese, a autora procura mostrar a oportunidade, a viabilidade e a importância de usar infraestruturas eletrônicas ou digitais (as e-infraestruturas) em biodiversidade para ampliar o acesso e a usabilidade dos dados no desenvolvimento científico e também para a elaboração e avaliação de políticas públicas, contribuindo inclusive para melhorar a qualidade, confiabilidade e completude dos dados e informações.

Ela defende uma política de sistemas livres e abertos, de longo prazo, enfatiza a necessidade da valorização de todos os segmentos que participam na base do trabalho de construção de infraestruturas de dados, porque considera que nos meios acadêmicos e nos institutos se valorizam as pesquisas e se ignoram as importantes contribuições de taxonomistas e outros especialistas envolvidos, os quais garantem a qualidade, organização e disseminação de dados e mesmo a implantação do sistema.

ETAPAS
A revolução das tecnologias de informação e comunicação é considerada hoje como um acontecimento histórico da mesma dimensão da Revolução Industrial (século XVIII). Esse é o lugar também ocupado pela internet e da chamada big data e mesmo da eScience. Ao procurar compreender a influência e o impacto das tecnologias da informação na circulação do conhecimento científico e avaliar o seu efeito na elaboração de políticas públicas em biodiversidade, a autora da tese distingue alguns elementos e privilegia o estudo de três casos.

Primeiramente, apresenta uma breve análise da evolução da comunicação científica, detendo-se nas civilizações antigas, na cultura clássica (600 AC a 500 DC), na Idade Média (500 a 1450), na Revolução Científica (1450 a 1700), nos séculos XVIII a XXI. Essa abordagem procura mostrar a importância da informação eletrônica hoje em relação às comunicações em épocas que a precederam e fatores que determinaram suas evoluções.

Em seguida, ao relacionar comunicação científica e meio ambiente, a abordagem apresenta os fundamentos teóricos da dinâmica da ciência e da tecnologia na atualidade. Conceitua o que deve ser entendido como dados, informação, conhecimento, sabedoria, gênese do conhecimento e comunicação científica, ciência aberta, bancos de informações, infraestrutura de dados e questão ambiental. Na terceira parte do trabalho, ao tratar de e-infraestruturas sobre a biodiversidade, a autora analisa três delas: a rede global “GBIF” (Global Biodiversity Information Facility), a rede mexicana “Conabio” (Comisión Nacional para el Conoscimiento y Uso de la Biodiversidad) e a rede brasileira “speciesLink”. Discute suas principais características e aponta seus aspectos positivos e fragilidades. Nessa abordagem, procurou delinear o que seria mais indicado para a formulação de uma política de informação brasileira voltada à biodiversidade. Por fim, ao relacionar e-infraestruturas e políticas públicas, a pesquisadora discute, a partir da rede brasileira “speciesLink” , a possibilidade de definir estratégias públicas brasileiras em biodiversidade, objetivo central da tese.

CONTEXTO
Os dados sobre a biodiversidade referem-se à ocorrência, na natureza, de plantas, animais, microrganismos e provêm de pesquisas realizadas em universidades e institutos de pesquisa. As amostras recolhidas são depositadas em coleções científicas e os dados divulgados por meio de redes digitais. A rede “speciesLink”, desenvolvida pelo Cria, sistema com o qual a pesquisadora trabalha, integra on-line os dados dos acervos de cerca de 300 coleções biológicas. Para garantir a universalidade do acesso, a informação precisa ser estruturada segundo padrões e protocolos internacionais. O processo demanda a captação, classificação das informações e sua organização para posterior disponibilização.

A tese se propõe a mostrar o que o Brasil vem fazendo nessa área. A organização eletrônica das coleções de informações dá origem às e-infraestruturas. As coleções de todo o mundo podem estar disponíveis de maneira mais ampla em um ambiente de e-science. A professora M. Beatriz Bonacelli lembra que a disponibilidade dessas informações para uso na ciência e na orientação das políticas públicas constitui um fato relativamente novo no Brasil e no mundo, e que demanda avanços.

Esse trabalho revela-se enorme. Há inicialmente necessidade de documentação e manutenção das coleções, com a participação de especialistas, taxonomistas e curadores. Não basta a disponibilização isolada dos dados on-line. Eles necessariamente precisam ser integrados e para tanto há necessidade de montagem de infraestrutura técnica especializada que garanta o recebimento dos dados sem que os responsáveis por estes percam o controle e o domínio sobre eles. No Brasil, o Cria realiza esse trabalho colocando os dados textuais e imagens das cerca de 300 coleções em um banco de dados único, como uma espécie de biblioteca, gerando a partir deles mapas, gráficos e análises disponibilizadas on-line, com vistas a facilitar o trabalho de pesquisadores e formuladores de políticas públicas.

Dora Canhos acrescenta que o sistema on-line possibilitou o trabalho com equipes multidisciplinares, multiculturais de diferentes instituições e países, o que muda a forma, a gênese do conhecimento, fundamental para a questão do meio ambiente. Hoje, além do trabalho do taxonomista na determinação da espécie há necessidade do ecólogo que determina a sua função e de como ela afeta os serviços ambientais; de pessoas que atuem em comunidades locais de forma a integrá-las na preservação dos espaços etc.. A complexidade da tarefa se reduz com a utilização da informação eletrônica, que alimenta o sistema de informação e lhe serve de apoio.

Ela diz que o desenvolvimento das e-infraestruturas é recente e os serviços científicos prestados por curadores e taxonomistas, ao disponibilizarem dados de qualidade on-line, precisam ser valorizados pelo poder público, assim como são valorizados as publicações, livros, aulas etc. E conclui: “Estamos vivenciando um momento de inflexão da comunicação científica, no qual a disseminação de dados on-line ganha importância, com consequências importantes para o desenvolvimento de estratégias e políticas públicas para Ciência, Tecnologia e Inovação”.
Publicação

Tese: “Sistemas de informação em biodiversidade e a formulação de políticas públicas na era digital”
Autora: Dora Ann Lange Canhos
Orientadora: Maria Beatriz Machado Bonacelli
Unidade: Instituto de Geociências (IG)

Publicado originalmente em: http://www.unicamp.br/unicamp/ju/563/como-contemplar-biodiversidade-na-era-digital

Foto: Antoninho Perri

Fonte: http://www.ciis.com.br/noticias/como-contemplar-a-biodiversidade-na-era-digital/

Tempo e lugar

Tempo e lugar são coordenadas que determinam e qualificam a atuação na arquitetura e na cidade e promovem seu significado cultural. Fazer arquitetura representativa do espírito do tempo e do espírito do lugar de atuação é um desafio universal e atemporal, que destaca o valor das marcas traçadas pelos edifícios e intervenções nas paisagens natural ou urbana. A arquitetura tem a capacidade e oportunidade de materializar em construções esses valores, e o arquiteto de atuar como agente de cultura.

Ser contemporaneamente local - ou localmente contemporâneo - é uma marca de autenticidade e diferenciação especialmente importante na estrutura globalizada atual. A circunstância oferece grandes oportunidades de marcar a identidade dos diferentes locais de produção, com criações adaptadas às possibilidades e limitações do contexto, de acordo com as exigências e expectativas das sociedades locais, e de serem distinguidas mediante as possibilidades que oferece a difusão de amplo e imediato alcance.

Por outro lado, representa o grande perigo de submeter uma determinada produção à homologação cultural promovida pela mídia internacionalizada, tendência consagrada pela mentalidade periférica das sociedades latino-americanas que, historicamente, submeteram o desenvolvimento urbano e social a imagens provenientes do chamado “mundo civilizado”, sem a necessária análise crítica e verificação da adaptação de outras realidades conceituais aos requerimentos próprios.

O conceito “tempo” possui uma conotação dinâmica, variável, atrelada aos processos de evolução cultural, científica e tecnológica. A mutabilidade do tempo, representada na arquitetura, permite materializações diferenciadas, estimulantes da criatividade e possibilidades de novas técnicas e produtos.

O conceito “lugar”, pelo contrário, tende a ser estático, baseado nas características derivadas da própria tradição histórica e cultural e em variáveis de permanência, como a geografia, o clima e determinadas práticas e comportamentos sociais.

O diálogo mediante estratégias de integração ou contraste, entre a dinâmica e mutabilidade do tempo e o sentido de permanência do lugar, estimula inúmeras possibilidades de atuação e concepção da arquitetura como fato cultural, ligado às coordenadas em questão.

Estes conceitos, válidos para a elaboração de qualquer intervenção arquitetônica e urbanística, adquirem significado especial quando se trata de integração entre nova arquitetura e obras de valor patrimonial. A conciliação de tempos diferentes em um mesmo objeto exige uma análise criteriosa das características derivadas do processo histórico - tanto físicas quanto teóricas e ideológicas - para confrontá-las com as realidades do tempo presente. A concepção do patrimônio como entidade viva implica considerar a carga de significado da estrutura histórica de um objeto e a integração com as possibilidades de mutação e adaptação aos requerimentos de novos tempos, em um contínuo de autenticidade que reúne presente e historia.

Neste ponto, merecem debate os conceitos de originalidade e de autenticidade como determinantes das estratégias de intervenção em bens de interesse patrimonial (1).

O conceito de originalidade implica ir às origens, a manutenção das características iniciais de um objeto que se considera relíquia por possuir determinados valores históricos e culturais, representativos de uma circunstância que merece ser conservada – ou até reconstruída (2) – para análise e reflexão em tempos presente e futuro.

O conceito de autenticidade se refere à manutenção das características que fazem de um objeto uma entidade viva, adaptável às circunstâncias que as demandas de novos tempos solicitam, para continuar integrado à estrutura e à vivência social e urbana. Autenticidade e originalidade podem estar juntas em edifícios que preservam sua vitalidade no transcurso dos tempos.

A integração do presente ao passado de um edifício de valor patrimonial é um processo lógico, porém ainda não suficientemente debatido e assumido, em determinadas instâncias por falta de adequados critérios de avaliação e concepção das relações entre novas intervenções em estruturas existentes de valor histórico. Alguns resultados, que tendem a cair na reprodução de técnicas, soluções e aparências ultrapassadas em tempo presente, não faz outra coisa que falsificar e confundir a própria história e valores do objeto a preservar. Nestes casos, o objeto de intervenção perde autenticidade em nome de uma falsa originalidade.

A análise crítica do objeto e a definição dos correspondentes critérios de intervenção constituem os processos válidos para a efetiva preservação do patrimônio arquitetônico e urbano, em atuações que evidenciam as realidades do tempo e lugar contemporâneos, confrontadas e determinantes da valorização mútua do passado e do presente.

Notas:

1- Os conceitos de autenticidade e originalidade foram tratados em palestra magistral proferida pelo arquiteto catalã Antoni González Moreno Navarro, no congresso Arquimemória 4, Salvador, maio de 2013.

2- Um exemplo paradigmático de reconstrução é o Pavilhão Barcelona, projetado por Mies Van der Rohe em 1929, desmontado em 1930, e reconstruído sob pesquisa e projeto de Ignaci de Solà-Morales em 1986.

Roberto Ghione, arquiteto.

"Os agentes produtores do espaço urbano e as Políticas Públicas habitacionais em Palmas - Tocantins."

Na tarde de hoje aconteceu a defesa de dissertação de Andréia Cristina Guimarães Cantuaria, no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Tocantins. O trabalho intitulou-se "Os agentes produtores do espaço urbano e as Políticas Públicas habitacionais em Palmas - Tocantins." A defesa contou com a banca compostar pelos seguintes membros Dra. Patrícia Orfila (Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFT), Dra. Mônica Aparecida da Rocha Silva e pelo orientador Dr. Antônio José Pedroso.

O trabalho buscou estabelecer uma relação entre o desenvolvimento da política habitacional do Governo Federal, o crescimento ou a expansão das construtoras, vistas como agentes sociais deste mercado, atuantes ou não na habitação de interesse social e o campo econômico formado por estes agentes.

Exposição “Arquitetura brasileira vista por grandes fotógrafos” no Instituto Tomie Ohtake

arquitetura-brasileira-vista-por-grandes-fot-grafos-no-instituto-tomie-ohtake_untitled-1

Courtesy of Instituto Tomie Ohtake

Arquitetura Brasileira Vista por Grandes Fotógrafos, com curadoria de André Correa do Lago dá continuidade a uma série de mostras sobre arquitetura brasileira organizada pelo Instituto Tomie Ohtake desde 2010. A primeira foi Viver na Floresta, com curadoria de Abílio Guerra, depois Julio Katinsky concebeu O Coração da Cidade – A Invenção do Espaço de Convivência e agora, o embaixador e profundo estudioso do tema, autor do livro Oscar Niemeyer – Uma Arquitetura da Sedução, apresenta obras referencias do país através das lentes de grandes nomes da fotografia.

Segundo Correa do Lago, o fotógrafo de talento é um importante crítico de arquitetura, pois tem que conhecer a obra e analisá-la para procurar explicá-la através de imagens. “É nesse sentido que o fotógrafo, como diz Lucien Hervé, tem que destilar as ideias do arquiteto”, completa o curador.

Com 28 fotógrafos, onze dos quais brasileiros, a exposição conta com franceses e norte-americanos, além de um canadense, um argentino, dois alemães, dois italianos, um suíço, um espanhol e um ucraniano: Angelo Serravalle, Bob Wolfenson, Cristiano Mascaro, Dmitri Kessel, Fernando Stankuns, Francisco Albuquerque, Ge Kidder Smith, Hans Gunter Flieg, Iñigo Bujedo, Jean Manzon, Jorge Machado Moreira, Leonardo Finotti, Lucien Clergue, Marcel Gautherot, Massimo Listri, Michel Moch, Nelson Kon, Paolo Gasparini, Patrícia Cardoso, Peter Scheier, René Burri, Rob Crandall, Robert Polidori, Romulo Fialdini, Thomas Farkas, Todd Eberle, Virgile Simon Bertrand.

Dividida em duas partes, na primeira, a exposição reúne 18 edificações que tiveram grande influência no país e no mundo. A ideia é mostrar obras que foram registradas por grandes fotógrafos, brasileiros e estrangeiros. Já na segunda parte, o curador procurou apresentar somente escadas e rampas, não só porque é um dos maiores desafios para os arquitetos (e os fotógrafos!), mas também porque algumas das mais belas escadas e rampas do século XX foram realizadas no Brasil.

Onde: Instituto Tomie Ohtake

Endereço: Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros, São Paulo

Quando: de 12 de junho a 21 de julho de 2013

Fonte: Baratto , Romullo . "Exposição “Arquitetura brasileira vista por grandes fotógrafos” no Instituto Tomie Ohtake" 15 Jun 2013. ArchDaily. Accessed 16 Jun 2013.http://www.archdaily.com.br/120142/exposicao-arquitetura-brasileira-vista-por-grandes-fotografos-no-instituto-tomie-ohtake/

6° Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável

CBCS_2013

No dia 17 de setembro, na capital paulista, acontece o SBCS13 - 6º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável, que terá como tema "Soluções integradas para sustentabilidade em edifícios, bairros e cidades". O evento, organizado pelo CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, terá a presença de especialistas que vão debater sobre as seguintes questões:qual a contribuição do setor da construção para o desenho e desenvolvimento das cidades sustentáveis? Como ferramentas e métricas podem influenciar a gestão das cidades e oferecer qualidade de vida à população? O SBCS13 é voltado para pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, arquitetos, engenheiros, projetistas, construtores, incorporadores e todos os profissionais envolvidos no desenvolvimento sustentável.


SBCS 13 - 6º Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável:
Data: 17 de setembro de 2013
Horário: das 8h às 18h
Local: Fecomércio – Rua Dr. Plínio Barreto, 285.
Inscrições por e-mail: simposio@cbcs.org.br
Vagas limitadas Telefones: 11 4191-0665


Informações pelo site CBCS: http://www.sbcs13.cbcs.org.br/index.php

Sinduscon-TO e Senai promovem curso sobre a Norma de Desempenho de Edificações

O Sinduscon-TO, em parceria com o Senai, está promovendo cursos gratuitos sobre a NBR 15575 (Norma de Desempenho de Edificações), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As turmas são compostas por até 30 pessoas, que recebem um guia comentado sobre a NBR 15575. A Norma passa a valer a partir do dia 19 de julho deste ano para os projetos inscritos na prefeitura posterior a essa data. De acordo com a NBR 15575, a partir do dia 19 de julho o consumidor que adquirir um imóvel terá que seguir algumas regras de uso. Toda residência construída deve possuir uma Manual de Uso, Operação e Manutenção, nele estarão indicados os cuidados e as atividades de manutenção que os usuários devem efetuar para que a vida útil projetada dos sistemas seja atingida plenamente. Os interessados podem acessar, no site da CBIC, o Guia Orientativo para Atendimento da Norma ABNT NBR 15575/2013.

Acesse o Guia CBIC sobre a Norma ABNT NBR 15575/2013:

http://www.cbic.org.br/arquivos/guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho.pdf

Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil

A maioria dos arquitetos e urbanistas no Brasil é composta por mulheres, jovens e com grande interesse por atividades de atualização e formação profissional. Gostam da profissão que exercem e acreditam que o mercado pode crescer mais nos próximos anos.

Com a criação dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, dos estados e do DF, em 2011, foi possível propor um questionário para mais de 99 mil profissionais que se registraram, de forma a promover um recenseamento de enorme abrangência sobre temas fundamentais. Foram mais de 83 mil respostas vindas de todo o Brasil.

O que se depreende das informações obtidas é que o mercado de Arquitetura e Urbanismo no Brasil está passando por uma grande transformação. Não apenas pela necessidade de se replanejar cidades e se construir alternativas para as questões habitacionais, mas pela chegada de uma nova geração de profissionais apaixonados e preparados. O caminho que se seguirá a partir de agora – com a ativa participação do CAU e das entidades nacionais de arquitetos e estudantes de Arquitetura e Urbanismo, IAB, FNA, AsBEA, ABEA, ABAP e FeNEA – depende muito do entendimento do que arquitetos e urbanistas representam para a sociedade brasileira, o que eles são capazes de fazer e em que áreas podem atuar.

O Censo é a contribuição do CAU para melhorar esse entendimento.

Acesse o link e veja o resultado completo do Censo: http://www.caubr.gov.br/censo/

Seminário discute elaboração do Código de Ética para arquitetos e urbanistas

Conselheiros federais do CAU/BR vão aprofundar debate sobre regras que valerão para profissionais de todo o país

 
Nos dias 21 e 22 de junho, o CAU/BR realizará o I Seminário Nacional de Ética de Arquitetura e Urbanismo, quando será debatida a minuta do Código de Ética e Disciplina, quie deverá ser aprovado pelo Plenário do CAU/BR em julho. Essa minuta, elaborada pela Comissão de Ética e Disciplina do CAU/BR, com consultoria do arquiteto e urbanista João Honório de Mello Filho, foi discutida em seminários regionais, em que os CAU/UF apresentaram suas contribuições. Além disso, alguns estados também realizaram seminários próprios, com o objetivo de aprofundar a discussão entre os profissionais.
“A responsabilidade de elaborar e aprovar o Código de Ética e Disciplina é dos conselheiros federais, mas cabe aos CAU/UF fiscalizar a conduta dos arquitetos e urbanistas”, diz Napoleão Ferreira, coordenador da Comissão. “Fomentamos o debate com as comissões estaduais para que esses objetivos ficassem claros”.
O Código de Ética do CAU/BR está previsto na Lei 12.378/2010. Assim, quando for aprovado pelo CAU/BR, terá força de lei. Será um instrumento de fundamental importância para a defesa da profissão e da sociedade. “O arquiteto e urbanista tem suas obrigações para com o contratante, mas também para com a sociedade, de cumprir a legislação urbana, respeitar o interesse público, conhecer os parâmetros urbanísticos e a questão ambiental. Não pode fazer tudo o que o contratante mandar sem observar sua responsabilidade perante a sociedade”.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) editará ainda em 2013 o Código de Ética e Disciplina. Será a primeira vez que os arquitetos e urbanistas terão parâmetros claros de conduta profissional, não só em relação aos contratantes, mas também em relação à sociedade como um todo.
 
“Como a arquitetura e urbanismo é uma profissão regulamentada, é preciso que o arquiteto e urbanista atenda aos interesses da sociedade”, afirma Napoleão Ferreira da Silva Neto, coordenador da Comissão de Ética e Disciplina do CAU/BR. “É uma garantia que sua conduta será compatível com a função social da profissão”.

Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=11352

FAU/UnB realiza Encontro Nacional e Latinoamericano de Conforto no Ambiente Construído

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB) realiza nos dias 25 a 27 de setembro o Encontro Nacional e Latinoamericano de Conforto no Ambiente Construído – ENCAC/ELACAC. no Hotel Nacional de Brasília. Além de palestras, haverá mesas redondas e minicursos.

O ENCAC/ELACAC é um encontro bianual realizado por professores, pesquisadores e demais profissionais que atuam na área de Conforto Ambiental, envolvendo os campos do Conforto Térmico, Iluminação Natural e Artificial, Acústica, Eficiência Energética, Ergonomia e Avaliação Pós-ocupação.

As inscrições podem ser feitas por meio do site: www.encac2013.unb.br.

ENCAC2013

Fonte: CAU/DF

Curso sobre Urbanismo Sustentável em Marília/SP

Convite-Urbanismo-Sustentavel

Cidades sustentáveis, esse é o ideal que cada vez mais os profissionais de todas as áreas, especialmente engenheiros e arquitetos, precisam perseguir. Para apresentar o panorama atual sobre o tema, a Master Ambiental promove o curso sobre “Urbanismo Sustentável”, em parceria com a Associação de Engenheiros e Arquitetos (AEA) da Alta Paulista, em Marília,SP. O curso será ministrado pela arquiteta e analista da Master Ambiental, Carolina Prates Mori, no próximo dia 15 de junho, sábado, das 8h às 17h, na sede da AEA.

Segundo a arquiteta, Urbanismo Sustentável significa adotar novos paradigmas no desenvolvimento das cidades, agregando conceitos de diminuição de impacto ambiental em todos os espaços, tanto nas edificações individuais como também nos espaços públicos – ruas, calçadas, praças e áreas verdes.

De acordo com a ministrante do curso, a agenda sustentável das cidades exige diagnóstico da situação e definição de metas e prazos. Como introdução, serão abordadas questões históricas do urbanismo, pois, segundo ela, “A ideia de “cidade verde” ou “cidade jardim” é um conceito bem antigo”. Posteriormente, serão abordados aspectos ambientais urbanos relacionados ao meio físico, biótico e socioeconômico. Também serão abordadas soluções que envolvem desde planejamento urbano até fontes alternativas de energia e gestão de resíduos sólidos.

O respeito à taxa de permeabilidade nas construções é um exemplo de prática em urbanismo sustentável – uma responsabilidade tanto dos profissionais como do Poder Público. “As áreas permeáveis são a forma para recarga do lençol freático e ajudam na diminuição de enxurradas durante o período crítico de chuva, já que a drenagem urbana subterrânea não dá conta do volume de chuvas”, explica Carolina.

Assim, cresce o papel da responsabilidade técnica em garantir a taxa de permeabilidade nos projetos construtivos. A arquiteta comenta que é muito comum encontrar na legislação de municípios a ausência de taxa mínima de permeabilidade, ou apenas 5%, 10%. “Nas cidades com taxa maior, é de 20%, porém, os Planos Diretores têm diminuído as porcentagens e as prefeituras não têm controle, são muitas construções sem sequer alvará”, critica. Mas, para ela, “as prefeituras não podem jogar a toalha e desistir de fiscalizar”.

Outros fatores de sustentabilidade urbana é a aplicação de conceitos como de calçada e bueiro ecológicos. A calçada significa o uso de faixa gramada e o bueiro, ao contrário das grandes bocas de lobo, implicam em instalar uma grade que evita grandes objetos na galeria pluvial, com um fundo de decantação que funciona coo filtro para a água da chuva chegar ate os rios urbanos.

A arquiteta lembra que o urbanismo sustentável lida com conflitos de uso ambiental nas cidades. No próprio exemplo das calçadas, é preciso conciliar a faixa gramada e boa arborização à acessibilidade, que inclui o uso de rampa de acesso para deficientes físicos e piso tátil para deficientes visuais. Os crescentes problemas de trânsito e dos sistemas viários, o uso do transporte individual em detrimento da qualidade do transporte coletivo, são aspectos tratados no curo de Urbanismo Sustentável. As inscrições para palestra são feitas na Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos da Alta Paulista.

SERVIÇO:

Curso: Urbanismo Sustentável

Data: 15 de junho, das 8h às 17h

Endereço: Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos da Alta Paulista, na Rua Mecenas Pinto Bueno, 1207 – Jardim Tangará. Marília/SP.

Inscrições pelos telefones (14) 3433.6024 / (14) 3454.7682

E-mail: aea@aeamarilia.com.br

Investimento: R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) para estudantes e associados. R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para profissionais não associados.

Fonte: CAU/SP

 
IAB Tocantins Copyright © 2009 Blogger Template Designed by Bie Blogger Template
Edited by Allan