A gente já sabia: pesquisa confirma que curso de arquitetura é o que mais exige dos alunos

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Quem estuda Arquitetura sabe muito bem que esse é um curso para quem realmente ama a área. Afinal, além do tempo dedicado para assistir às aulas, os alunos precisam estudar, entregar projetos e estar com a leitura em dia nas demais horas do dia.
Se para quem está na faculdade é óbvio que o tema consome bastante tempo, uma pesquisa da Universidade de Indiana confirma: o curso de Arquitetura não apenas demanda muita dedicação, como é o que mais exige dos alunos – ao menos nos Estados Unidos.
(Photo: Dezeen)
Segundo o Indiana University’s National 2016 Study of Student Engagementos estudantes de Arquitetura dedicam 22,2 horas por semana ao curso (sem contar o tempo em sala de aula). Essa quantidade de horas se refere a preparar-se para as aulas de cada semana: estudos, leituras, relatórios, lições de casa ou trabalho em estúdio/laboratório.
Para chegar a essa conclusão, a universidade conduziu pesquisas com milhares de estudantes de cursos variados, novatos ou veteranos. Após Arquitetura, Engenharia Química é o curso mais exigente, demandando 19,66 horas por semana, seguido de Engenharia Aeronáutica (19,24 horas), Engenharia Biomédica (18,82 horas) e Biologia Celular e Molecular (18,67 horas).

Existe um tamanho ideal para as cidades? Ou tudo depende de planejamento?

 

Nas palavras de Jane Jacobs, as cidades são a origem da inovação, diversidade, tolerância e prosperidade. A expansão territorial dos grandes centros urbanos parece refletir todo esse complexo movimento que ocorre para acomodar todas as transformações econômicas e sociais. Quanto, porém, elas podem crescer? Qual o tamanho ideal?
Cidade de Seoul. (Foto: Trey Ratcliff/Flickr-CC)
Cidade de Seul. (Foto: Trey Ratcliff/Flickr-CC)
Um recente estudo feito por economistas do National Bureau of Economic Research dos Estados Unidos tenta responder a essas perguntas ao analisar centros norte-americanos. Entre as conclusões, está o fato de que grandes cidades dos Estados Unidos poderiam ter seu tamanho reduzido em até um terço. Mais que isso, o país pode ter atualmente duas vezes mais cidades que o necessário, fazendo com que metade da população americana viva em lugares pequenos demais.
O tamanho das cidades parece ser, na maior parte dos casos, o resultado de processos orgânicos de expansão territorial, produto de decisões individuais. O estudo “A distribuição ideal da população através das cidades” buscou determinar o ordenamento de pessoas entre o sistema urbano e a área rural para explicar o tamanho das cidades americanas. Segundo os pesquisadores, existem três formas. A primeira, chamada “centralização ideal”, é quando as cidades fazem o uso otimizado dos melhores locais, extraindo os maiores benefícios para a maioria das pessoas com o menor custo. A segunda é a “distribuição das políticas locais”, quando o tamanho dos municípios é resultado dos movimentos populacionais, sem coordenação de governos. E a “migração equilibrada”, quando a população se instala conforme regulamentações locais.
Spiro Kostof, arquiteto e historiador, em seu livro “The City Shape”, caracteriza uma cidade orgânica: “Presume-se que se desenvolva sem a influência de desenhistas, não sujeita a um plano diretor, mas à passagem do tempo, à configuração do solo e à vida diária dos cidadãos. O resultado é uma forma irregular, não geométrica, ‘orgânica’, com uma incidência de ruas tortuosas, de curvas e espaços abertos definidos aleatoriamente. Para ressaltar esse processo ao longo do tempo de confecção de tais cidades, fala-se de ‘evolução não planejada’ ou ‘crescimento instintivo’”.
O problema dessa expansão orgânica é justamente o crescimento não-planejado, à mercê da demanda do mercado imobiliário, fato que gera dispersão e maiores distâncias dentro dos municípios. A infraestrutura urbana precisa acompanhar os movimentos da população para levar os serviços básicos até ela. Porém isso exige recursos financeiros que muitas vezes não são suficientes. Para a parcela mais carente dos cidadãos – que, no Brasil, historicamente se desloca para a periferia dos centros urbanos em busca de terrenos mais baratos -, isso fomenta ainda mais a desigualdade social.
Estatuto das Cidades, instituído em 2001, dispõe sobre as condições de ordenamento do desenvolvimento urbano no Brasil, estabelecendo como princípio a função social da propriedade, e como diretrizes o direito a cidades sustentáveis, a oferta de equipamentos, transporte e serviços, a ordenação e o controle do uso do solo nas cidades.
Junto ao Plano Diretor, todos os municípios de mais de 20 mil habitantes são obrigados por lei a elaborar o Plano de Mobilidade Urbana, outra oportunidade para as cidades pensarem no seu crescimento de forma mais sustentável. O Desenvolvimento Urbano Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS) defende um planejamento e desenho urbano orientado pelo transporte coletivo, que constrói bairros compactos e de alta densidade.
Em 1961, Jane Jacobs falava em cidades compactas, em criar redes. O tamanho ideal para as cidades pode ser baseado nessa mesma ideia da urbanista. Uma dimensão que permita que tudo se conecte, que não falte acesso à cidade e que nenhuma pessoa seja deixada de lado.

Baixe 9 livros em PDF sobre obras de Oscar Niemeyer

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Victor Soares/ABr



Quem ama arquitetura tem Oscar Niemeyer como referência do trabalho brasileiro.
Famoso por projetos para o Congresso Nacional do Brasil, o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral de Brasília, o trabalho de Niemeyer é reconhecido e admirado mundialmente.
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Seja para a faculdade, profissão ou para curiosos, esses livros vão acrescentar muito conteúdo na sua vida, afinal a gente nunca sabe tudo sobre arquitetura, o que faz a gente sempre buscar conhecimento.
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Plantando ar saudável: uma solução natural para solucionar a poluição e o calor nas cidades

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                                                                                                                                                                 Este post foi originalmente escrito por  e publicado no TheCityFix.
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A natureza é capaz de ajudar as cidades a enfrentar problemas como o ar muito sujo ou muito quente? Com base em um novo relatório divulgado pela The Nature Conservancy – em colaboração com C40 Cities Climate Leadership Group – a resposta parece ser um qualificado “sim”.
O relatório “Planting Healthy Air” (Plantando Ar Saudável, em tradução livre) identifica o potencial retorno do investimento do plantio de árvores em 245 cidades globais, que atualmente abrigam cerca de um quarto da população urbana do mundo. Através da coleta e análise de informações geoespaciais sobre a cobertura florestal, de material particulado e densidade populacional, e alavancando os estudos existentes, o estudo estima o escopo de árvores de rua atuais e futuras para tornar o ar urbano mais saudável. Os benefícios que as árvores poderiam dar às cidades serão ainda mais cruciais no futuro, conclui o estudo, já que um quarto de milhão de pessoas pode morrer a cada ano devido ao aquecimento urbano até 2050, a menos que as cidades tomem medidas proativas para se adaptarem ao aquecimento global
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(Árvores urbanas, cidades resfriadas: O cimento e o concreto das cidades absorve a energia do sol e a irradia de volta para o ambiente, esquentando o ar nas cidades. As árvores fornecem sombras e previnem que o concreto esquente, além de resfriar o ar pela transpiração de água. As árvores podem resfriar bairros em cerca de 4º Fahrenheit)
Enquanto as árvores já existentes da cidade limpam e resfriam o ar para mais de 50 milhões de pessoas, um investimento global de U$ 100 milhões por ano em plantio de árvores e manutenção poderia favorecer até 77 milhões de pessoas com cidades mais frias e oferecer para 68 milhões de pessoas reduções consideráveis de partículas de poluição do ar. Novas árvores nas cidades oferecem impacto potencial grande,  mas manter árvores existentes da cidade é muito importante, pois muitas cidades globais estão perdendo suas árvores, devido ao desenvolvimento, às pragas, agentes infecciosos, e a falta de orçamento para manutenção.
O relatório “plantando ar saudável” e o website com um mapa interativo fornecem, por meio dos estudos de caso das cidades que o relatório utiliza, recursos para aqueles interessados em utilizar a natureza para melhorar o ar. Esses estudos podem auxiliar líderes urbanos e oficiais de saúde pública a endereçar tópicos importantes sobre arborização e qualidade do ar, tais como quais cidades e quais bairros podem ser mais auxiliados, a fração do problema de qualidade do ar que pode ser resolvida pelas árvores, quanto investimento é necessário, e onde as árvores equivalem ao custo-benefício. Em muitas cidades, um bairro individual pode oferecer um retorno muito maior sobre o investimento do que a média da cidade, e os mapas do relatório são uma ferramenta útil para os líderes da cidade decidirem onde fazer um investimento em árvores na cidade.

Cada árvore importa: cidades passam a priorizar a arborização urbana

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Joinville. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Joinville. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Além de contar pessoas, automóveis e quilômetros de infraestrutura, as cidades hoje começam a contar árvores. As florestas urbanas, se inseridas no planejamento dos municípios, significam mais uma ferramenta de combate às mudanças climáticas. Além disso, a artificialidade e a falta de conexão com a natureza que muitas cidades apresentam estão relacionadas diretamente a diversos problemas de saúde da população.
As árvores nas cidades sempre foram queridas pela população por embelezar os espaços públicos. No entanto, elas contribuem de maneira muito mais ampla, com impacto na sustentabilidade econômica, social e ambiental das cidades. Através de pesquisas imobiliárias, é possível perceber que as pessoas são atraídas por ruas ou bairros mais verdes, onde elas preferem viver e trabalhar. Além dos atributos visuais, um espaço arborizado pode diminuir o estresse ao criar ambientes mais calmos e propícios ao exercício físico e o transporte ativo.
Em relação ao clima, as árvores auxiliam no conforto térmico associado à umidade do ar e, claro, à sombra – podem contribuir com a economia de até 10% na energia gasta para regular a temperatura de um prédio -, ajudam na melhoria da qualidade do ar e na redução da poluição. Elas também absorvem água, melhorando, assim, a infiltração da água no solo, diminuindo o risco de enchentes e erosões. É por todas essas razões que hoje priorizar a arborização urbana é também priorizar a qualidade de vida da população.
Com a colaboração do Fórum Econômico Mundial, um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu o Green View Index (GVI) ou Treepedia, uma métrica que avalia e compara as copas das árvores das cidades. O GVI foi calculado com o auxílio do Google Street View, que mediu o quão densa é a cobertura das copas das árvores ao analisar imagens das ruas. Até agora são 12 cidades ao redor do mundo já estudadas: Boston, Geneva, Londres, Los Angeles, Paris, Nova York, Sacramento, Seattle, Tel-Aviv, Toronto, Turin e Vancouver.
Carlo Ratti, diretor do laboratório Senseable City, do MIT, afirma que, ainda que as cidades sempre precisarão de grandes projetos de infraestrutura, pequenas mudanças como plantar árvores também podem causar um grande impacto nas áreas urbanas: “À medida que muitas cidades experienciam altas temperaturas, maior frequência de tempestades e contínua poluição do ar, o bem-estar das nossas árvores urbanas nunca foi tão importante”. O Treepedia também tem o objetivo de permitir que a população conheça a localização e tamanho das árvores de suas comunidades e possa ajudar a classificar, rastrear e ainda advogar por mais delas.
Ainda que Vancouver seja a cidade do Treepedia com maior percentual de cobertura (25.9%), a cidade de Nova York, com 13.5%, ganha destaque. Há mais de um ano a metrópole desenvolve um programa que visa mapear cada árvore, uma por uma. O Departamento de Parques da cidade, com a ajuda de 2,3 mil voluntários, registrou mais de 685 mil árvores de rua de cinco bairros, com estatísticas sobre as espécies, saúde, largura do tronco, latitude e longitude e as coordenadas GPS de cada uma. O Tree Map, uma mapa interativo, possibilita que o usuário descubra todas as informações de cada árvore localizada nas ruas da cidade.

Fazer da arborização um plano diretor

Curitiba. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Curitiba. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)

O Desenho – artigo do arquiteto e urbanista Campelo Costa

“O desenho investe, estrutura o projeto. Há nessa atitude o sentido de atirar-se para frente. Nunca é arbitrário”


                                              Praia de Iracema,  Fevereiro de 2017.
 Caros colegas,
As vezes pode parecer inútil a ideia de procurar uma autonomia para nós, para a nossa América, nesse começo de século de incertezas e tanta inquietude. A morte da literatura, da pintura, da Arquitetura  … A morte anunciada da arte, proclamada pelos coveiros dos tempos sem história, simbolicamente trai a morte do homem.

Conversar com vocês sobre o desenho é negar essa perspectiva medonha. É estabelecer formas de interlocução com a história, com o prazer cotidiano das pessoas, com a memória e a imaginação de vocês, com este lugar e com os lugares de todos os tempos. É palmilhar um caminho contando com os ingredientes indispensáveis do conhecimento e das possibilidades, de transmiti-los com emoção, para acentuar a dimensão estética e o caráter transformador do saber e da cultura arquitetônica. E fixar num plano – demarcado pela voracidade da história moderna e pelo capitalismo – um sutil apelo em favor do compromisso com as possibilidades e capacidades da invenção humana como alternativa à falta de certezas e contra  a contaminação cultural destruidora de valores culturais, signos populares e formas de convivência social.

Pois bem, eu cá com meus botões, direi com todo zelo, feito um poeta e me restarem como dons, apenas o amor e a arte, em cima deles conceberei um mundo.

Os desenhos dessa página são do livro “Os Caminhos da Praia de Iracema”, do arquiteto Campelo

Eis aí, exposto de maneira singela, os caminhos da minha utopia. Disso trataremos aqui. Para tanto, escoro-me na sabedoria de dois ilustres professores que nesta terra brasileira construíram suas vidas, irradiaram seus conhecimentos e a quem devo muito do que sou, como artista e arquiteto. Falo dos mestres Vilanova Artigas e Flávio Motta.

Com eles aprendi a crer na razão, nas possibilidades da cultura e da técnica. Na democracia e na liberdade como pressupostos fundamentais para existência do homem sobre a erra. Na liberdade que não sobrevive sem o oxigênio do debate que os pulmões do homem político aspiram. Quero dizer com isso que a liberdade precisa exercitar-se – como certamente faremos aqui – e para que esse exercício faça-se exequível, é necessário fincar os pés com vontade naquilo que nos interessa, faz livre os homens e fortalece as instituições. Obviamente, se quisermos, com efeito, regenerar o que possuímos e emergir da desordem, do tumulto, da mediocridade acabrunhada e da decadência que acorrentam o nosso futuro.

O desenho, única linguagem entre nós que não carece de interpretes, nasceu com o grafismo paleolítico. Origem das primeiras manifestações ardentes do instinto mágico do homem. Ali já se mostrava carregado de um intrínseco desejo, de uma vontade de possuir e dominar.

Não conseguindo dizer melhor, valho-me do que disse o Artigas, em sua memorável aula para os novos alunos da FAU-USP em 1967.

“O desenho no Renascimento ganha cidadania. Se de um lado é risco, traçado, mediação para a expressão de um plano a realizar, linguagem de uma técnica construtiva, de outro é desígnio, intenção, propósito, projeto humano no sentido de proposta do espírito.

Um espírito que cria objetos novos e o introduz na vida real.

O desígnio do Renascimento, donde se origina a palavra para todas as línguas ligadas ao latim, como era de se esperar, tem dois conteúdos entrelaçados.

Um significado e uma semântica, dinâmicos, que agitam a palavra pelo conflito que ela carrega consigo ao ser expressão de uma linguagem técnica e de uma linguagem para a arte.”


A noção de desenho, particularmente o desenho industrial, tem assumido entre nós um sentido restrito. Reduzindo-se a forma de determinado produto (o automóvel, o eletrodoméstico, o móvel…), correspondendo no campo da arquitetura ao equívoco de considerá-la como um dos aspectos da produção.

A palavra desenho deve reapropriar-se do seu mais longínquo. Deverá conter o propósito humano de transformar as condições de vida dos indivíduos, de estabelecer novas relações humanas, de construir a história, o próprio homem, a sociedade, um modo de ocupar a terra, de tratar a natureza. Esta ideia de reafirmar, de reapropriação de um conceito,  tem o condão de se antepor às  impertinentes e pouco precisas especulações de caráter filosófico de tendências arquitetônicas ou correntes estéticas que constituem o alimento de pernósticos debates e toma conta de muitas cabeças.

Madri transforma avenida marginal em parque

 

Marginal foi fechada permanentemente e parte da orla do Rio Manzanares foi revitalizada. (Foto: West 8)
O asfalto virou grama em Madri! A prefeitura resolveu devolver às pessoas o espaço antes ocupado apenas por carros, ao transformar uma das maiores marginais da cidade em um parque de 9 km de extensão. A avenida, que antes poluía e separava bairros e pessoas, agora é o ponto de encontro de muitos madrileños que redescobriram uma área quase abandonada do centro e do Rio Manzanares.
Construído em apenas quatro anos, o Parque Madrid Río, como foi batizado, reúne desde pracinhas e fontes para as crianças se divertirem até calçadas, ciclovias e túneis, que facilitam o deslocamento. Além disso, o espaço segue um plano de integração completo já que além de unir fisicamente os bairros, também possui dezenas de estações de metrô e trem, conectando zonas da periferia ao centro.
Já antigas instalações – como os matadouros, por exemplo – estão sendo reformadas e abrigarão futuras exposições e estúdios de arte e dança, fomentando o cenário cultural e criativo de Madri. Todas essas mudanças “verdes” no centro da cidade vêm agradando, especialmente, os moradores da região que foram os maiores beneficiados com a transformação.
Madrileños ganharam espaço, que antes era apenas dos carros.
“É como se tivéssemos novos pulmões. Quando a marginal ainda passava por aqui, eu ficava sentada assistindo à TV o dia todo. Agora eu me sinto saudável novamente, caminho por horas pelo parque com meus amigos.”, afirma Pilar Lopez, 73 anos, supervisora do projeto e moradora das redondezas.
O grupo de arquitetos responsável pelo projeto é liderado por Gines Garrido ao lado do holandês Adriaan Geuze e sua renomada West 8, empresa especializada em paisagismo e urbanismo. No total, foram investidos 5 bilhões de dólares para a construção do Parque Madrid Río, segundo informações o The New York Times.

Terracap reabre concurso para engenheiros civis e arquitetos no Distrito Federal

São oito oportunidades para contratação imediata, além de 50 para cadastro reserva. Salário é de R$ 11,7 mil

Luísa Cortés, do Portal PINIweb
A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) reabriu as inscrições do concurso público que vai selecionar arquitetos e engenheiros civis, com remuneração mensal de R$ 11,7 mil. Agora, os interessados podem se candidatar até 30 de março e as provas ocorrem no dia 7 de maio.
Shutterstock
Anteriormente, as inscrições estavam previstas para irem até o dia 28 de fevereiro, mas o Tribunal de Contas do Distrito Federal decidiu por suspender provisoriamente o concurso. A medida foi tomada a fim de investigar uma denúncia de que o Instituto Quadrix teria sido contratado sem licitação, sem que houvesse justificativa plausível.
São quatro vagas para arquitetos e mais quatro para engenheiros civis, para contratação imediata. Outros 25 candidatos em cada cargo ficarão registrados no cadastro de reserva. Os interessados em participar devem ter diploma de conclusão de curso de nível superior em engenharia civil e arquitetura e urbanismo, e registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF) e no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), respectivamente.
As inscrições podem ser realizadas pelo site da Quadrix, empresa organizadora do concurso, ao custo de R$ 44. Confira o edital completo atualizado clicando aqui



C’est La Vue: porque sobem prédios na histórica Salvador

Por 

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Edifício Mansão Wildberger, foto por Rodrigo Sena.

Pela primeira vez nos últimos tempos, o Ministério da Cultura, o IPHAN e Salvador são pontos centrais de uma discussão nacional. A construção do La Vue, projeto para um edifício de trinta andares ao pé da Ladeira da Barra – cuja cobertura supostamente pertenceria ao ex-ministro Geddel Vieira Lima – teve sua construção embargada após relatório emitido pelo IPHAN. Por trás das cortinas, uma série pressões realizadas por Geddel e, supostamente, pelo atual presidente Michel Temer, buscavam reverter tal situação. O plano seria alterar o resultado do relatório, depois tentando transferir o caso para a Advocacia-Geral da União.
A notícia, feliz para preservacionistas, não é necessariamente comum. Neste momento, outro edifício de 40 andares tem sua construção a pleno vapor no topo da Ladeira da Barra, a menos de 300 metros do La Vue. De maneira similar ao La Vue, o Mansão Wildberger busca atender à classe alta. Quadras de tênis e squash, spas e saunas, apartamentos com em torno de 450m², guarita e parafernália de segurança se organizam ao fundo de uma pequena igreja do século XVI, “um lugar único, onde a tradição está em plena harmonia com novas tendências, ali elas se misturam com uma dualidade incrível” de acordo com seu site de vendas.
La Vue e Wildberger se encontram em uma situação de patrimônio urbano relativamente parecida. Salvador, considerada a primeira cidade brasileira e projetada por portugueses por volta de 1550, tem seu território dividido em duas frentes marítimas. Voltados ao Atlântico e relativamente recentes, estão localizados os bairros Rio Vermelho, Amaralina, Pituba e Itapuã entre outros; à Baía de Todos os Santos estão o Porto da Barra, Pelourinho, Comércio, Liberdade. A cidade se divide no Farol da Barra.
Praticamente todas as restrições relacionadas ao patrimônio e à paisagem urbana estão incluídas nesta segunda frente; nela está o ambiente em que os portugueses decidiram construir sua cidade ideal. O terreno é dividido por uma imensa falha geológica, onde se localiza o elevador Lacerda além de uma diversidade de igrejas e fortes que apresentam relações particulares com o mar e com a paisagem terrestre. Manter a encosta de pedra que divide cidade-alta de cidade-baixa visível a partir do mar é uma das diretrizes de perservação da cidade. Geddel, Ivete Sangalo, Bel Marques e parte da elite baiana valorizam tal paisagem, escolhendo morar principalmente no trecho de edifícios (mais baixos que ambas torres aqui mencionadas) que se estende a partir do Mansão Wildberger até o Campo Grande – Corredor da Vitória.

A “função social da cidade” no ENEM: um caso de desinformação urbanística

Por 



Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Foto por rillke @ Flickr

A prova do Exame Nacional do Ensino Médio de 2016 contou com uma questão sobre política urbana. Poderia ter sido uma oportunidade de sensibilização da juventude para o urbanismo, tema pouco conhecido, apesar de fundamental para a qualidade de vida de milhões de pessoas. O que se verificou, no entanto, foi uma questão mal formulada, cujo gabarito indica como correta uma frase que em nada contribui para a compreensão do fenômeno urbano.
Passemos à mencionada questão, que recebeu a numeração “15” na prova branca:
enem
Deve-se observar que a questão se encontra na prova relativa à área do conhecimento de “Ciências Humanas e suas Tecnologias” e não “Linguagem, Códigos e suas Tecnologias”. O que se pretende com essa questão não é, portanto, avaliar o candidato quanto à interpretação do texto, mas quanto ao conhecimento da realidade brasileira e às políticas públicas adequadas a esse contexto[i].
A Constituição e o Estatuto da Cidade
A expressão “funções sociais da cidade” consta do art. 182 da Constituição Federal, ao lado da expressão “função social da propriedade”:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
função social da propriedade é um conceito bem estabelecido no meio jurídico. Basicamente, significa que os bens privados devem ser utilizados não segundo a vontade de seus detentores, mas segundo um plano ditado pelo Estado. No caso da Constituição brasileira, tal conceito é atenuado pela consagração do direito de propriedade como direito fundamental e da livre iniciativa como princípio da ordem econômica. De todo modo, no âmbito da política urbana, a Constituição deixa claro que os imóveis urbanos devem respeitar o disposto no plano diretor, que é um documento de urbanismo aprovado pela Câmara Municipal.

As cidades e o crescimento do nosso cérebro coletivo

Por 

Potrero Hill, em San Francisco. É considerada a segunda cidade mais densa dos EUA. Foto: anotherangle @ Flickr.

Potrero Hill, em San Francisco. É considerada a segunda cidade mais densa dos EUA. Foto: anotherangle @ Flickr.

Na sua famosa palestra no Ted Talk em 2010, Matt Ridley aponta que uma população humana em crescimento facilitou o aumento dos padrões de vida dado que mais pessoas implica em um maior crescimento na taxa de inovação. Ele explica que a propensão humana para trocas indica que, como sociedade, todos nos beneficiamos das ideias um do outro. Ninguém sabe sozinho como criar um lápis do zero, mas todos nos beneficiamos dos lápis (e ferramentas muito mais complexas) pois coletivamente temos o conhecimento para produzi-los.
Ridley descreve o progresso tecnológico como um produto do cérebro coletivo – o espaço onde nossas “ideias fazem sexo”. Ideias “se encontram e acasalam” talvez mais obviamente na internet, onde a melhor enciclopédia da história da humanidade é alimentada de modo colaborativo. Este processo é constante no mundo analógico também. A história da Microplane – uma empresa que, da produção de partes de impressora foi para ferramentas de madeira, para utensílios de cozinha e então para ferramentas de cirurgia ortopédicas – ilustra que inovações que vêm de ideias se encontrando e acasalando perpassam indústrias completamente diferentes.
As cidades fornecem o espaço ideal para esses encontros pois juntam pessoas de diferentes indústrias, contextos e prioridades. Em “Morte e Vida de Grandes Cidades”, Jane Jacobs identifica quatro qualidades necessárias para a diversidade dos bairros: pelo menos dois usos de solo primários; quadras pequenas; edifícios de épocas e estilos variados; alta densidade construtiva e demográfica.
Essas características fomentam um ambiente urbano no qual pessoas de diferentes profissões, interesses e níveis de renda entram em contato entre si na medida em que interagem no cotidiano. Por sua vez, este contato humano coloca as pessoas em uma posição ideal para inovação e empreendedorismo. Sandy Ikeda descreve o ambiente empreendedor como o “espaço de ação”. Hoje, um espaço de ação poderia ser numa casa suburbana para um empreendedor que cria um produto digital vendido online. Enquanto o espaço de ação não necessariamente implica num local de altas densidades, o contato face-a-face se mantém como um elemento-chave dos espaços de ação mais produtivos do mundo.

 
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