Arquitetos cobram plano de negócios do Acquario

Arquitetos Anya Ribeiro e Fausto Nilo opinam sobre a intervenção urbanística do Acquario em Fortaleza

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Especialistas em projetos ouvidos pelo O POVOafirmam a necessidade do projeto Acquario Ceará, obra de US$ 150 milhões (cerca de R$ 250 milhões), apresentar um planejamento completo, que inclua um business plan (plano de negócios) que aponte a viabilidade do investimento.

A arquiteta Anya Ribeiro adverte que um plano do gênero apresenta um estudo de viabilidade econômica e uma pesquisa de mercado que indique quais as perspectivas de retorno. “Existe público? Ele está disposto a pagar o valor do ingresso? Será grátis?”. Segundo ela, é o básico para o investimento deste porte. “No setor público, normalmente não se faz, mas nenhum investidor privado faz sem isso”, explica.

Um dos argumentos do Governo é de que o Acquario vai aumentar o fluxo de turistas, mas Anya indaga sobre qual a base de dados utilizada. Em 1995, quando era secretária do Turismo (Governo Tasso Jereissati), ela conta que pesquisas apontavam que as crianças de São Paulo desejavam vir para o Ceará por causa do Beach Park, por exemplo. E ela emenda: “Será que alguém está disposto a vir para uma cidade do Nordeste para ficar dentro da estrutura de um Acquario e ainda pagar caro?”, questiona.

Na lista de aspectos a serem observados, diz Anya, inclui-se considerar se a construção é ambientalmente correta, se trabalha com reutilização de materiais.

Ela critica a localização, com o argumento de que se trata de um sítio urbano com “logística de acesso comprometida”. Segundo Anya, quando há um investimento público, observa-se como poderá reverter beneficios no entorno, gerando uma cadeia de negócios. E na Praia de Iracema, onde será instalado o Acquario, ela não vê espaço físico.

A ex-secretária cobra um desenvolvimento urbanístico e arquitetônico “inteligente e sustentável”. Para ela, “o Acquario, aparentemente, está sendo tratado só como projeto e engenharia e arquitetura”.

Localização correta

A inclusão de um equipamento, seja ele um prédio ou um estacionamento, causa modificação do espaço urbano. Em se tratando de um empreendimento turístico, mais ainda. A partir deste raciocínio, o arquiteto urbanista Fausto Nilo aprova a localização do Acquario, mas comenta ser necessária uma integração com a cidade e com a comunidade do entorno.

“A localização está correta. Precisaria um diálogo urbanístico, social, ambiental e econômico para produzir um projeto contextualizado”, diz Fausto. Para ele, o equipamento precisa ser integrado com o Centro Comercial da Monsenhor Tabosa, Mercado Central, Praça dos Mártires (Passeio Público), Dragão do Mar, Caixa Cultural e Mercado dos Pinhões, por exemplo.

“Com essa constelação de componentes, cria-se uma malha de conectividade de conforto”, ressalta. “Poderia se criar um sistema de transportes locais, por exemplo, bonde elétrico, sistema de vans e até ‘ecotáxi’ (veículo puxado por uma espécie de bicicleta)”, sugere.

Fausto sugere a participação da Prefeitura de Fortaleza no projeto. Para ele, é preciso políticas para estimular oportunidades de uso habitacional, criando uma comunidade residente forte na Praia de Iracema.

O POVO tentou contato com o secretário do Turismo, Bismarck Maia. Até o fechamento desta edição, estava em uma reunião com o governador Cid Gomes e não pôde atender às ligações feitas ao celular.

O quê


ENTENDA A NOTÍCIA

A intervenção urbana não é simples, principalmente, se levar em conta todos os aspectos envolvidos: econômico, social, ambiental. O debate sobre o assunto é uma forma de aperfeiçoar o diálogo com a população.

Andreh Jonathasandreh@opovo.com.br

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2012/03/29/noticiasjornaleconomia,2810820/arquitetos-cobram-plano-de-negocios-do-acquario.shtml

Zaha Hadid e Shigeru Ban no Rio de Janeiro

zaha_hadid_831644                                                                                                   Zaha Hadid

 

Acontece nos dias 29 e 30 de março de 2012, o Arq.Futuro um evento semestral que tem como objetivo discutir os diferentes papéis desempenhados pela arquitetura como elemento de transformação social.

Este ano o evento conta com a presença da vencedora do Pritzker 2004, a arquiteta iraniana radicada na Inglaterra, Zaha Hadid e também o impressionante arquiteto japonês Shigeru Ban, como principais destaques.

O Arq. Futuro contará também com outros nomes importantes como Karen Stein, copresidente do Círculo de Arquitetura e Design do Museu de Arte Moderna de Nova York e jurada do prêmio Pritzker e o diplomata André Corrêa do Lago que participarão como mediadores do Forum de discussões.

O Arq.Futuro é um evento itinerante que reune grandes nomes do cenário arquitetônico mundial, arquitetos brasileiros e especialialistas para compartilhar suas experiências e opiniões durante dois dias de análise dos papéis da arquitetura contemporânea.

Confira a seguir a agenda completa dos dois dias:

Dia 29 de Março de 2012:

LOCAL:

Museu de Arte Moderna – MAM - Avenida Infante Dom Henrique 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro – RJ

HORÁRIO:

12h00 – Fórum com a participação de Edward Glaeser e José Alexandre Scheinkman.

Dia 30 de Marco de 2012:

LOCAL:

Espaço Tom Jobim – Rua Jd. Botânico, 1.008, Jardim Botânico, Rio de Janeiro – RJ

HORÁRIO:

09h00 – Palestra de Shigeru Ban (Japão)

11h00 – Fórum com Shigeru Ban (Japão), Augusto Ivan Freitas Pinheiro (Brasil) e Sérgio Magalhães (Brasil)

18h00 - Palestra de Zaha Hadid (Inglaterra)

PARA INSCREVER-SE ENTRE NA PÁGINA OFICIAL DO EVENTO AQUI

Sobre os palestrantes:

Zaha Hadid (Inglaterra) - Arquiteta de origem iraquiana radicada na Inglaterra, projetou as piscinas para os Jogos Olímpicos de Londres. É a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker (2004); Também recebeu o Riba Stirling Prize 2010 pelo Projeto Maxxi, em Roma. Veja alguns dos projetos de Zaha Hadid que já publicamos em ArchDaily Brasil: Centro Aquático dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 / Zaha Hadid Architects , ROCA London Gallery / Zaha Hadid Architects , Em construção: Broad Art Museum / Zaha Hadid , Cadeira Z / Zaha Hadid .

Shigeru Ban ( Japao) - O arquiteto japonês é conhecido por suas pesquisas com madeira, têxteis e papéis, combinando a tradição construtiva oriental com as necessidades contemporâneas. Agraciado com alguns dos mais importantes prêmios internacionais, trabalha com conceitos de transitoriedade e permanência, buscando soluções para situações emergenciais. É professor da Universidade de Kioto.

Augusto Ivan Freitas Pinheiro (Brasil) – Arquiteto e Urbanista, ocupou diferentes cargos na Prefeitura do Rio de Janeiro, trabalhando na preservação do Patrimônio Histórico e em planejamento urbano. Integra a equipe responsável pelo planejamento de ações relacionadas às Olimpíadas no Rio de Janeiro. Autor de vários livros e artigos, é professor de urbanismo na PUC-Rio.

Sérgio Magalhães (Brasil) - Arquiteto e professor da FAU-UFRJ, é autor de vários livros. Ocupou cargos na administração pública no Rio de Janeiro, atuando em programas de política habitacional. É consultor de urbanismo do BID e presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil-RJ

Edward Glaeser (EUA) - Professor de Economia na Universidade de Harvard, Edward Glaeser é diretor do Taubman Center e do Rappaport Institute. Pesquisador das relações entre Economia e Desenvolvimento Urbano, é autor de vários estudos sobre o assunto. Em seu livro Os centros urbanos – A maior invenção da humanidade, publicado em 2011, defende o papel das cidades como centros geradores de riqueza e de transmissão de ideias.

José Alexandre Scheinkman (Brasil) - Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e PhD pela Universidade de Rochester, o economista carioca é professor da Universidade de Princeton desde 1999. Paralelamente a seu trabalho acadêmico, dá palestras sobre Economia Brasileira e publica artigos sobre o tema.

Fonte: Helm , Joanna . "Zaha Hadid e Shigeru Ban no Rio de Janeiro" 28 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 29 Mar 2012. http://www.archdaily.com.br/35929/zaha-hadid-e-shigeru-ban-no-rio-de-janeiro/

Professores e alunos propõem Plano Diretor Participativo para prédio da FAUUSP

Documento desenvolvido pela comunidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo define diretrizes para uso e ocupação dos espaços


Lucas Rodrigues

FAU

Comunidade da FAU estabeleceu diretrizes para uso dos epsaços e manutenção do prédio da FAU, projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas

 

O Plano foi elaborado entre 2010 e 2011 por uma equipe de trabalho de um Conselho Curador, composto por professores, alunos e funcionários com representação paritária (sete membros de cada categoria). O planejamento envolve medidas não apenas para o edifício principal, mas também para o prédio Vila Penteado, o Canteiro Experimental, o Ateliê Fraccaroli e o Edifício Anexo da Faculdade.
Desenvolvimento do projeto
Todo o processo teve início em 2009, ano em que o edifício da FAU passava por reformas devido à sua precária situação. As intervenções sem consulta, entretanto, geraram revolta nos usuários do prédio, que organizaram uma congregação aberta. A partir dessa reunião, foram propostas a criação de um plano diretor e a mudança no regimento do Conselho Curador da Faculdade.
Desde então, foram formadas equipes de trabalho, leituras participativas, leituras técnicas, cronologia da evolução do uso dos espaços do prédio, estudos das implicações de tombamento e até um fórum, que concentrou as discussões sobre o texto do plano e sistematizou a proposição de medidas.
Para a professora Raquel Rolnik, que participou de todas essas etapas, o desenvolvimento do Plano Diretor representa "a integração das intervenções nos edifícios da escola dentro de um processo de ensino de arquitetura e design".
Além disso, acredita que mais do que unir o procedimento pedagógico às medidas de manutenção do edifício, o projeto foi importante para instaurar uma nova dinâmica de discussões dentro da FAU. "O que aconteceu foi a estruturação de um processo decisório com criação de consensos", disse.
A igualdade nas decisões também foi motivo de comemoração para Fernando Tulio Salva Rocha Franco, aluno que compôs o Conselho Curador. "A participação dos alunos foi fundamental", afirmou.
Durante o evento, ficou clara a preocupação de estudantes e professores quanto a questões mais pontuais e urgentes, como a situação dos estúdios e dos equipamentos de ensino, e que, de certa forma, não estão contempladas no Plano Diretor.
Segundo a aluna Laura de Souza Nakel, porém, esses problemas se devem justamente à falta de uma cultura de planejamento.   A solução, para ela, é "continuar com esse processo de planejar a prática de projeto, desde as questões maiores até as menores".
Entre os próximos passos do projeto, estão o lançamento de um Plano de Massas, que vai coordenar os projetos de manutenção e as demandas elencadas no Plano Diretor, e a criação de um Escritório-Oficina Acadêmico, para aproximar as atividades de manutenção e restauro a toda a comunidade da Faculdade.

 
Clique aqui para acessar o Plano Diretor Participativo 2011-2018.

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/fauusp-apresenta-proposta-de-plano-diretor-participativo-255072-1.asp

Arquitetura digital

Programas de modulação tridimensional permitem novas experiências de integração com ambiente BIM e possibilitam ir além da questão estilísitica

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O icônico projeto do Yas Viceroy Hotel, em Abu Dabi, tem cobertura em grelha que funciona como grande luminária
Foto: YAS VICEROY HOTEL

Arquitetos trocam desenho pela nuvem

Há tempos que a disputa Macintosh x PC saiu do foco do desenho de arquitetura. Na última década, disseminaram-se aplicativos para ambos os sistemas operacionais, que possibilitam a modelagem tridimensional do projeto arquitetônico e a sua associação ao ambiente BIM - sigla em inglês para Modelo de Informação do Edifício, que é a conectividade em tempo real de todos os elementos da arquitetura e desta com os sistemas, engenharia e fabricação. Mais do que uma questão estilística, trata-se do papel da arquitetura digital no perfil do arquiteto deste século.

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A torre tem textura intrincada, decorrente da combinação de três tipos de painéis - Foto: DAVID SUNDBERG/ESTO

O primeiro escalão da arquitetura mundial está de olho no Brasil. Dia a dia vão se confirmando, no Rio de Janeiro, em São Paulo e outras capitais brasileiras, projetos de Herzog & De Meuron, Norman Foster, Santiago Calatrava, Diller Scofidio + Renfro, sem contar as investidas ainda em curso de outros arquitetos estrangeiros no país.

Para Phillip Bernstein, vice-presidente de assuntos estratégicos da Autodesk - empresa que roda o mundo estudando a mecânica de trabalho desses profissionais -, o sinal é de tensão no ar. Ele visualiza o iminente choque da cultura arquitetônica brasileira com a dos Estados Unidos e da Europa.

Bernstein se refere ao íntimo envolvimento dos arquitetos estrangeiros com a construção de suas propostas, enquanto no Brasil, ele analisa, é um erro que o papel desse profissional se restrinja habitualmente aos projetos arquitetônico e executivo. “Como é que se garante a construção dos seus projetos?”, questiona.

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Skyline do Lower Manhattan, junto ao rio Hudson, com a presença da Beekman Tower no centro - Foto: DBOX

Fonte e reportagem completa: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/frank-gehry-asymptote-arquitetura-digital-28-03-2012.html

Livro - Projetos Urbanos em SP: Oportunidades, Experiências e Instrumentos‏

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Lançamento da nova edição do livro:

Projetos Urbanos em SP: Oportunidades,Experiências e Instrumentos

29 de março de 2012 – às 18 horas

Terraço do Edifício Martinelli

Rua Líbero Badaró, 504 – 26º andar

São Paulo/SP

Clássicos da Arquitetura: Casa Farnsworth / Mies van der Rohe

Casa Farnsworth_flickr_tim_brown_architecture_0-530x258© flickr Tim Brown Architecture

A Casa Farnsworth é um gentil ordenamento da espontaneidade da natureza. O volume envidraçado toma partido da integração com a paisagem, indo ao encontro do conceito miesiano de uma dorte relação entre a casa e a natureza.

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A casa de um pavimento consiste em oito pilares de aço de perfil I que suportam as estruturas da coberta e do piso; é simultaneamente estrutural e expressivo. Entre os pilares aparecem grande panos de vidros de piso a teto, rodeando toda a casa, abrindo os ambientes à paisagem circundante. São eles que trazem a beleza da natureza para dentro da casa.

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Mies explica essa ideia: “A natureza, também, deve viver sua própria vida. Nós devemos estar conscientes em não rompê-la com a cor das nossas casas ou equipamentos internos. Ao contrário, nós deveríamos atentar a trazer natureza, casas e seres humanos a uma maior unidade.”

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Fonte e reportagem completa: http://www.archdaily.com.br/40344/classicos-da-arquitetura-casa-farnsworth-mies-van-der-rohe/

Citar: Fracalossi , Igor . "Clássicos da Arquitetura: Casa Farnsworth / Mies van der Rohe" 27 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 28 Mar 2012. <http://www.archdaily.com.br/40344>

Fotografia: Obra de Wang Shu, por Clement Guillaume

campus_hangzou_wang_shu_1331586111_campushangzhou_12-530x439                                                                                                      Campus Hangzhou / © Clement Guillaume

Através das lentes do fotógrafo Clement Guillaume, vemos nesse post os projetos do vencedor do prêmio Pritzker de 2012, Wang Shu, arquiteto chinês, fundador do Amateur Architecture Studio.

campus_hangzou_wang_shu_1331586017_campushangzhou_04-453x450                                                                                                     Campus Hangzhou / © Clement Guillaume

Os projetos apresentados a seguir incluem Campus Hangzhou, CIPA Nanjing, Cinco Casas Quadradas, Ningbo, Zhongshan Lu e Casas Verticais. Os projetos de Shu demonstram uma abordagem contemporânea e progressiva que reconhecem a rica tradição da arquitetura chinesa.

Veja no link abaixo:
http://www.archdaily.com.br/40242/fotografia-obra-de-wang-shu-por-clement-guillaume/

Fonte: Fernandes , Giovana . "Fotografia: Obra de Wang Shu, por Clement Guillaume" 27 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 28 Mar 2012. <http://www.archdaily.com.br/40242>

Antonio Garcia Moya, um arquiteto da Semana de 22

ou

pro Mario, o Moya era moderno…

Parte 1

Sylvia Ficher

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Já um crítico de senso-comum afirmou que tudo quanto fez o movimento modernista far-se-ia da mesma forma sem o movimento. Não conheço lapalissada mais graciosa. Porque tudo isso que se faria, mesmo sem o movimento modernista, seria pura e simplesmente… o movimento modernista.

Mario de Andrade, O movimento modernista 1942.[1]

Arquiteto, artista, renovador, [Antonio Garcia Moya] inscreveu, no setor da arquitetura, seu nome na galeria da Renovação da Arte Brasileira, participando da Semana de Arte Moderna de 1922, como representante único da arte que deveria, depois, dar ao Brasil os nomes gloriosos de Warchavchik, Niemeyer, Artigas e outros consagrados modernistas.

… Ao seu espírito vanguardista se deve o primeiro grito de renovação da arquitetura brasileira….

De tal forma sua arte renovadora e variada se impõe à admiração de sua geração, feira de iluminados libertadores da Arte Brasileira, que foi denominado pelo maior crítico do seu tempo, Mario de Andrade, o Poeta da Pedra.

Menotti del Picchia, homenagem póstuma em 1949.[2]

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Prelúdio

Como se percebe, o subtítulo deste artigo pretende-se uma provocação. Provocação ao sentido corrente de qual seja a “arquitetura do movimento moderno”. Igualmente provocação ao sentido corrente de qual seja a “arquitetura moderna brasileira” ou, como prefere Lucio Costa (1902-1998), a “arquitetura contemporânea brasileira”, esta sutil porém intencionalmente modificada por Yves Bruand para “arquitetura contemporânea no Brasil.”[3]

Já o seu desenvolvimento e corpo são mais comedidos. Nele pretende a autora expor algumas das suas perplexidades no intuito de contribuir para uma reflexão sobre tais entendimentos, reflexão esta que talvez possa sugerir outras possibilidades interpretativas.

Aqui e agora, gostaria de falar de um arquiteto pouco lembrado, menos ainda estudado, Antonio Garcia Moya, nascido em Atarfe, na Andaluzia, Espanha, a 21 de maio de 1891, e falecido em São Paulo, a 19 de junho de 1949. No mais das vezes, é evocado tão somente por ter sido um dos dois arquitetos que participaram da Semana de Arte Moderna em 1922. E dessas evocações, fica-se com o vago sentimento que a sua participação em tão icônico evento se deu sem maior procedência, como que ao acaso, ele por lá se imiscuindo…

Fonte e artigo completo: http://mdc.arq.br/2012/03/20/antonio-garcia-moya-um-arquiteto-da-semana-de-22/

Mies van der Rohe: entre o espaço e a tecnologia.

Considero que escrever de um dos ícones mais importantes da arquitetura moderna, entrega nas nossas mentes um ato peculiar, e para todos os teorizamos sobre a arquitetura procuramos algum assunto que de alcances infinitos sobre as condutas que derem através do espaço-tempo nas realidades do espaço criado ou projetado, e evidente que o arquiteto Alemão, naturalizado Norteamericano Ludwig Mies van Rohe (1886-1969), nos da essa peculiaridade.

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Ludwig Mies van Rohe (1886-1969)

O titulo deste artigo: “entre o espaço e a tecnologia”, é fonte de inspiração fruto de seu trabalho, penso que essa unidade (forma, função, estruturas ou tecnologias) vivida por ele, da um tom especial nos aspetos técnicos do fato de construir, {refiro-me ao ato da maneira da construir edificações}. Assunto, que pareceria que nestas três ultimas décadas o arquiteto tem deixado de lado, e só tem dado ao fato do ato projetual. O que temos lido nas suas narrativas, ou que tem escrito sobre Mies, sua forma de ver a arquitetura esta nos detalhes como a expressa Christian Norberg-Schultz quando escreve sobre Mies van der Rohe e donde Mies diz:” Deus esta nos detalhes”, e com esta frase que da a ideia de síntese do pensamento de Mies, inclusive ao analisar algumas de suas obras, e que vamos poder vislumbrar algumas de suas ideais que se transformam em ideais do que é a arquitetura.

Penso que Mies era favorável a uma arquitetura neoclássica e com um certo formalismo, mais seu emblemático projeto do Seagram (1954-1958), resolve a idéia antifuncional, achou que mais levado ao lado lecorbusiano da planta livre, que era uma forma de expressão de entrega de liberdade nos seus aspectos projetais, alem claro de seu inícios na Alemanha por volta de 1920, do processo da industrialização, “o exemplo de continuidade do método internacional” (Montaner, 1993:22), considerado Mies van der Rohe, como um dos grandes mestres de arquitetura moderna, como Walter Grophius do mesmo pensamento da importante Escola da Bauhaus, e de também Le Corbusier, a eliminação dos elementos alegóricos e decorativos em suas fachadas, e mais preocupados pelo “purismo das formas” (sólidos platônicos), a racionalidade estava presente em suas obras.
Penso que Mies van der Rohe se faz conhecido, penso que na Exposição de Barcelona de 1929, do Pavilhão Alemão, e interessante o dito aquela época onde no pavilhão se diz que: “provocou a saída ate chistosa e pertinente do arquiteto Hans Poelzig – a nossa construção tem que ser simples, custe o que custar” (Deluis, 2008:59). Outras obras também inspirarem a Mies que também são emblemáticas (assim penso) como da obra de Behrens da Embaixada de Alemanha em São Petersburgo (1911-1912), e da obra de Mies da Casa de Tugendhalt (1945-1950) em Checoslováquia, o da obra de Lake Shore Drive (1948-1951) em Chicago.

Lake Shore Drive Apartaments Chicago imagem

Imagem 01 – Lake Shore Drive, Chicago (1948-1951) – Edifício de Apartamentos.

Fonte e  artigo completo:

http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2010/08/mies-van-der-rohe-magnetismo-da-sua.html#comment-form

Jorge                                                                                                                                                             Ensaio: Arq. Jorge Villavisencio

Arquitetos e urbanistas discutem o projeto Porto Novo

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

O projeto Porto Novo, que propõe intervenções nos armazéns do Porto do Recife, será discutido nesta terça-feira por arquitetos e urbanistas. A reunião acontece a partir das 19 h, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco (CFCH-UFPE), na Cidade Universitária.

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Autor da proposta do encontro, o Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (LA2) da UFPE, defende o debate sobre possibilidades de ocupação de edificações e áreas urbanas degradadas, um fenômeno mundial, encontrado em cidades da Europa e Estados Unidos.

O Projeto Porto Novo propõe revitalizar e dar nova funcionalidade aos armazéns do Porto do Recife. Um dos empreendimentos mais comentados é a construção de um hotel de alto padrão. As obras devem começar em julho deste ano.

O projeto começou a ganhar corpo desde que as áreas não-operacionais do Porto do Recife foram arrendadas, em fevereiro, pela a Gerencial Brasitec Serviços Técnicos, uma subsidiária da Companhia Excelsior de Seguros. Por até 50 anos, ela ficará a cargo da exploração dos armazéns 9 e do 12 ao 17, além da área ocupada pelo Edifício da Conab. Eles darão lugar ao hotel, centro de convenções, cinemas, escritórios, lojas, bares e restaurantes.

A Brasitec está criando a empresa Porto Novo Recife para ficar à frente das obras, que serão tocadas pelas construtoras Conic Souza Filho e Triunfo Engenharia. Nos próximos dias, o contrato entre a empresa e o Porto do Recife deverá ser assinado e o projeto definitivo enviado para análise dos órgãos competentes.

Fonte: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20120327105651&assunto=234&onde=VidaUrbana

Veja mais informações sobre o projeto Porto Novo:

http://www.portodorecife.pe.gov.br/saladeimprensa/2012-02-03-1.htm

Palestra Hilde Heynen na FAU‏ / UnB

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Local : Auditório da FAU / UnB

Data : 28 de março de 2012

Horário : 18h00

Video: Luce/Light, quatro edifícios contemporâneos no Vêneto / Studio-due

Luce

Uma forma delicada e harmônica de nos mostrar, através de imagens impressionantes, um vínculo entre a arquitetura e a iluminação. Este é o vídeo Luce/Light criado pelo Studio-due, que explora através de um tour visual, quatro edifícios contemporâneos de concreto, ferro, água e vidro que compartilham de uma relação única e indissolúvel com a luz.

Veja o vídeo:

http://vimeo.com/17407734

Luce/Light from Studio-due on Vimeo.

O movimento vibrante da luz enriquece a obra e compreende a transformação de seu estado: luz direta, indireta, difusa, entre outras, para assim alcançar uma arquitetura emocional.

Os edifícios italianos destacados são: Fabrica por Tadao Ando, Il Cubo Nero (El Cubo Negro) por Silvia Dainase Studio + dns dsn, Nardini Grappa Distillery por Massimiliano Fiksas y Memoria e Luce (Memorial sobre 9/11) por Daniel Libeskind.
Direção e Edição: Francesco Mansutti
Fotografia: Daniele Gobbin
Música: Paolo Agostini
Produção executiva: Studio-due
Direção de arte: Universidad Internacional de Venecia
Supervisão: Anna Guolo y Giulio Bodon
Produção: Región de Véneto – Dirección de Patrimonio Cultural

 

Fonte: Helm , Joanna . "Video: Luce/Light, quatro edifícios contemporâneos no Vêneto / Studio-due" 25 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 27 Mar 2012. <http://www.archdaily.com.br/38987>

 

Fotografia e Arquitetura: Nelson Kon

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Praça do Patriarca / Paulo Mendes Rocha © Nelson Kon

Nesta semana em nosso Especial Fotografia e Arquitetura, queremos apresentar o trabalho do brasileiro Nelson Kon, que trabalha como fotógrafo desde 1985. Nelson se dedica a fotografar o melhor da atual arquitetura brasileira, encomendado pelos mesmos arquitetos e em várias ocasiões por grandes editoras. Sua paixão pela arquitetura e urbanismo pode ser apreciada através de suas imagens de obras, do patrimônio e cenas urbanas do Brasil. A continuação, a entrevista e uma seleção de suas melhores imagens, você pode conferir no link abaixo:

http://www.archdaily.com.br/40036/fotografia-e-arquitetura-nelson-kon/

Fonte: Helm , Joanna . "Fotografia e Arquitetura: Nelson Kon" 26 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 27 Mar 2012. <http://www.archdaily.com.br/40036>

Editora PINI lança o livro Exercício Profissional da Arquitetura

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A editora PINI acaba de lançar o livro Exercício Profissional da Arquitetura - Roteiro para profissionais e estudantes. Em 266 páginas, a publicação reúne os textos publicados entre janeiro de 2009 e outubro de 2011 na seção Exercício profissional, da revista Arquitetura e Urbanismo (AU).
Os textos formam um panorama das principais questões que envolvem o cotidiano e desafios vividos por profissionais na gestão de escritórios, tais como gerenciamento de escritório, cálculo de impostos, elaboração de contratos, como lidar com prazos, como migrar para o BIM, direitos autorais sobre a criação arquitetônica, entre outros.

Serviço:
Exercício Profissional da Arquitetura - Roteiro para profissionais e estudantes
Editora PINI
266 páginas
Disponível na Loja PINI

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/editora-pini-lanca-o-livro-exercicio-profissional-da-arquitetura-254880-1.asp

Arquitetura: As casas do futuro nasceram na FAUP

Por Daniela Neto - up090719032@letras.up.pt

O projeto "Casas em Movimento", de Manuel Vieira Lopes, criou um protótipo de casa-girassol onde o objetivo é aliar o aproveitamento energético ao design. Em setembro, a "casa do futuro" vai ganhar vida.

O "Casas em Movimento" começou no seio do projeto LIDERA, da Universidade do Porto (UP), em 2008, por iniciativa de Manuel Vieira Lopes e é agora uma spin off da UP UP. O estudante de arquitetura, de 40 anos, explica que a intenção era "entender os painéis fotovoltaicos como parte integrante da peça [casa]", baseado "em sistemas devidamente comprovados".

A maior produção de energia elétrica e o seu aproveitamento é o objetivo número um do projeto "Casas em Movimento". Manuel explica que houve uma preocupação em "dar algum sentido estético" à aplicação dos painéis na casa.

O que há de especial neste projeto? O facto de a casa ter dois tipos de "movimentos combinados". A casa exerce um movimento de rotação sobre ela própria e possui, ainda, uma pala que roda em função da procura da luz solar. Assim, é possível sentir a "reação morfológica ao longo do dia através da reação com o sol".

O projeto foi concebido para um maior aproveitamento térmico, energético e mesmo ao nível da iluminação. "Em função do movimento da pala" há um maior aproveitamento térmico, uma vez que a pala deve ter uma inclinação "igual à latitude onde é implantada", o que faz com que se ajuste a qualquer lugar do mundo, explica Manuel.

Casas que se adaptam ao quotidiano

Num protótipo que reage com o sol, foi também objetivo "explorar a relação da casa com o sol", refere Manuel. Tendo em conta as rotinas de uma família, é possível mudar o tamanho das divisões "em função de um elemento fixo". Com explica o estudante, "a casa adapta-se à pessoa e dá respostas em função do quotidiano".

Assim, numa política de "fazer mais com o mesmo", o aproveitamento de espaços e a grande capacidade de moldagem da casa permitem que a mesma possa "crescer em função das possibilidades do proprietário".

Manuel afirma que o projeto tem capacidade para crescer e que a intenção é "comercializar este tipo de construções e dar a conhecer o tipo de tecnologias que se desenvolvem em Portugal". Resultante de um "cruzamento de vários saberes que convergiram para uma resposta otimizada", o "Casas em Movimento" vai dar a conhecer-se ao público em setembro próximo.

A apresentação será no âmbito da Solar Decathlon,"um evento de habitações unifamiliares" que aconteceu pela primeira vez na Europa em 2010, mas que existe nos Estados Unidos da América desde 2002. O projeto de Manuel Vieira Lopes será "construído à escala real", pela primeira vez, em Madrid.

Fonte: http://jpn.icicom.up.pt/2012/03/26/arquitetura_as_casas_do_futuro_nasceram_na_faup.html

Video: Little Big Berlin

little_big_berlin_1-530x255© Pilpop

Explore Berlim, uma cidade incrivelmente bonita e vibrante, através dos olhos do produtor de cinema (e morador da capital alemã) Pilpop. Ele acredita que são os habitantes de Berlim que a fazem uma cidade única. Ainda, afirma que observar e tentar compreender a maneira pela qual as pessoas usam a cidade é, possivelmente, a última forma de educação, pois há sempre algo novo a se descobrir a cada esquina:

http://vimeo.com/14014317 

Video: Pilpop
Musica: “Hungarian Rhapsody No. 2” by Franz Liszt

Fonte: Alves , Jorge . "Video: Little Big Berlin" 25 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 26 Mar 2012. http://www.archdaily.com.br/39730/video-little-big-berlin/

Resultado Concurso Nacional de Ideias – Requalificação de Largos no Pelourinho

Pelourinho                                                                         1° Lugar - Artur de Matos Casas - Via IAB/BA

  • Ano Projeto: 2012
  • Localização: Salvador, BA, Brasil
  • Esta semana foi divulgado o resultado do Concurso Nacional de Ideias – Requalificação de Largos no Pelourinho. Confira os vencedores no link abaixo :

    http://www.archdaily.com.br/39589/resultado-concurso-nacional-de-ideias-requalificacao-de-largos-no-pelourinho/

    Fonte: Helm , Joanna . "Resultado Concurso Nacional de Ideias – Requalificação de Largos no Pelourinho" 22 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 26 Mar 2012. <http://www.archdaily.com.br/39589>

    Enaop 2012 - Encontro técnico nacional de auditoria de obras públicas

     

    " Padronização no Controle Externo das Obras Públicas – um Desafio Nacional "
    20 a 22 de junho de 2012
    Palmas - TO

    Evento que trata de temas específicos, com o intuito de traçar diretrizes ou firmar conhecimentos mais aprofundados sobre estes assuntos.
    Os encontros técnicos - ENAOP's, também servem como instrumento de aproximação dos profissionais que atuam no controle e fiscalização de obras públicas, sendo eventos de um porte mais restrito que os SINAOP's e que destinam-se, de forma complementar, à realização de atividades preparatórias a estes simpósios.
    O IBRAOP (Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas) participa na organização, na seleção conjunta de trabalhos a serem apresentados e no apoio técnico.
    O encontro técnico a ser realizado neste ano, em parceria com o - TCE/TO, no período de 20 a 22 de junho de 2012, destina-se a discutir e consolidar conceitos de interesse comum entre os Tribunais de Contas e o Sistema Profissional, tendo com tema central a "Padronização no Controle Externo das Obras Públicas – um Desafio Nacional " .

    Público-alvo:

    Servidores e dirigentes de órgãos de controle e fiscalização de obras públicas, e profissionais que exerçam atividades em sua gestão ou execução.

    Fonte, maiores informações  e inscrições: http://www.ibraop.org.br/enaop2012/enaop.html

    O paradigma do asfalto

    É importante perceber que a questão das enchentes urbanas passa tanto pelo poder público, pelas diretrizes de urbanização e gestão das águas, quanto por cada um de nós

    Por Fernando Luiz Lara

     

    No português coloquial brasileiro, a palavra asfalto significa o contrário de favela. A favela começa onde termina o asfalto e vice-versa. Asfalto é, assim, sinônimo de cidade formal, cidade legal, sendo a favela, informal e ilegal, o seu oposto. Esta questão vai muito além da semântica e tem implicações profundas no modelo de desenvolvimento que estamos seguindo há séculos, sem maiores correções de rumo, apenas pisadas eventuais no freio ou no acelerador da economia. Usado pela primeira vez no Brasil pelo prefeito do Rio de Janeiro Francisco Pereira Passos na reforma do centro da cidade, que demoliu 1.200 casebres e construiu 300, o asfalto entrou no imaginário brasileiro da forma mais autoritária e excludente possível. De lá para cá, superamos o autoritarismo e lutamos bravamente contra a exclusão, mas o asfalto continua. É absolutamente angustiante perceber que, apesar de todos os avanços democráticos da última década e do sucesso das políticas públicas de inclusão social, o modelo de construção (literalmente) de um país é o mesmo desde o governo JK: todo problema se resolve com mais cimento e mais asfalto.

    Asfalto, cabe lembrar, é um subproduto do refino do petróleo. A borra do óleo cru (alcatrão) é misturada com um agregado miúdo (brita fina) para produzir uma massa flexível enquanto aquecida e razoavelmente resistente quando resfriada. E esta massa de borra de petróleo com brita cobre uma porção significativa das nossas cidades, chegando quase a 20% da superfície total. Junto com seu inseparável companheiro, o cimento, na forma de concreto (que, como o asfalto, também tem pedra na sua fórmula) ou de pisos em geral, 80% das áreas públicas das cidades brasileiras estão impermeabilizadas. Escrevendo sobre Roberto Burle Marx, o crítico de arte carioca Paulo Venâncio Filho cunhou uma frase que, no meu entender, resume tudo: o brasileiro só sabe se relacionar com a natureza tendo o cimento como mediador.

    Os últimos 20% são áreas de canteiros em praças ou parques públicos, os únicos espaços em que a água que cai torrencialmente de novembro a março tem a chance de voltar à terra sem a intermediação da infraestrutura de escoamento, que é formada pelos acima citados asfalto e cimento. E as áreas privadas da cidade que formam cerca de 75% da superfície total não ficam nem um pouco atrás, cobertas por telhados em cima de edifícios ou pelo cimento que os rodeia. Em resumo, nossas cidades têm um índice de impermeabilidade altíssimo. Cada vez que você passar por uma rua alagada, logo depois de uma tempestade de verão, lembre-se disto, a água não tem para onde ir, pois a cidade está toda impermeabilizada.

    As conversas sobre o tema sempre passam por aquilo que alguém deveria fazer. E esse alguém é sempre definido como o outro: o poder público, as autoridades, os da rua de cima. A expansão urbana desenfreada, a produção agrícola em larga escala: é importante perceber que a questão das enchentes urbanas passa tanto pelo poder público, pelas diretrizes de urbanização e gestão das águas, quanto por cada um de nós, em nossos pedacinhos de terra na cidade.

    O manejo da água da chuva é público, mas a absorção residencial é um problema doméstico, privado. Com todos os quintais impermeabilizados, a municipalidade passa a controlar 100% do volume de água, mas só dispõe de 25% da área da cidade para tanto. Cada vez que chove 100mm (e isso tem ocorrido frequentemente), um quarteirão médio (100m x 100m, ou 1 hectare) recebe 100 mil litros de água. Se fôssemos segurar todo esse volume num piscinão, seria necessário um lote de 12x30 com profundidade de três metros – isso para cada quarteirão.

    Em São Paulo, um volume gigantesco de água corre rapidamente para os vales dos rios Tietê e Pinheiros cada vez que chove forte. Em Belo Horizonte, os fundos de vale são inundados várias vezes ao ano, como aconteceu com a avenida Tereza Cristina no dia 12 de dezembro de 2011, aniversário da cidade. Se parte dessa água tivesse sido absorvida ou pelo menos retardada por canteiros e áreas com pavimento permeável, a enchente poderia ter sido evitada. Cada metro quadrado de solo permeável devolve entre 1,5 mil (São Paulo) a 1,8 mil (Rio de Janeiro) litros por ano ao subsolo. Se cada lote urbano tivesse 10 metros quadrados de canteiros rebaixados, 80% da água da chuva anual seria retida e encharcaria devagar na terra, recarregando os lençóis freáticos e ajudando a manter a cidade mais fresca no dia seguinte, com o processo de evaporação. Mas, ao invés disto, cada vez que chove temos mais e mais água correndo mais e mais rápido sobre o asfalto liso.

    Para resolvermos parte do problema das enchentes urbanas, temos que entender que a questão da permeabilidade do solo é problema de todos; que precisamos promover uma mudança cultural: 1) na forma como o poder público trata o problema; 2) na forma como as pessoas se sentem envolvidas com ele.

    E é aqui que entra a responsabilidade do poder público. No caso, da presidenta Dilma Rousseff, que ocupa o mais alto cargo no Estado Brasileiro, dos governadores, dos prefeitos e de todos que, de uma forma ou de outra, participam do processo de projeto e execução das obras de infraestrutura. Mas vamos nos ater ao Executivo Federal e à presidenta Dilma, que, quando ministra, elaborou e executou o maior programa de infraestrutura urbana jamais feito na história deste país (dá para ouvir a voz do presidente Lula na frase anterior, não?).

    De acordo com os números do PAC disponíveis na página do governo federal, foram investidos R$ 600 bilhões em obras de infraestrutura entre 2005 e 2010. Outros R$ 500 bilhões ainda serão investidos até 2014. Não vou nem entrar aqui no debate sobre as obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 porque são, via geral, um tremendo retrocesso em termos de processos de participação e de investimentos na função social dos equipamentos urbanos. Vou me ater aos dois vetores principais de intervenção do PAC I: as obras de saneamento e acessibilidade nas favelas e o programa Minha Casa Minha Vida.

    As obras de saneamento e acessibilidade nas favelas financiadas pelo PAC se diferenciam do modelo dos governos do século XX por manter a população no lugar e levar infraestrutura e equipamentos onde antes não havia. Antes dos anos 1990, a receita padrão para resolver o “problema” das favelas era demolir tudo e realocar as famílias em algum conjunto de casinhas mínimas construídas sempre muito longe dos centros das cidades, em um local onde o preço da terra fosse ainda muito barato. Ora, preço da terra é uma função, entre outras coisas, das amenidades e dos equipamentos aí disponíveis. Deslocar milhares de pessoas para áreas longínquas significa privá-las de oportunidades de trabalho e afastá-las de toda uma rede de oportunidades existente no centro das cidades. O caso mais emblemático é o da Cidade de Deus na zona Oeste do Rio, destrinchado pela narrativa de Paulo Lins e jogado ao mundo pelo filme de Fernando Meirelles. Como bem mostram as cenas iniciais do filme, Cidade de Deus foi um conjunto de pequenas casas construído pela administração Carlos Lacerda em 1967, cujo isolamento (físico, social e econômico) serviu de combustível para a violência em todos os níveis. Demoramos quase um século para aprender que favela não é um problema, mas sim uma solução precária e incompleta.

    Mas a maior ironia (para não dizer tragédia) é perceber que o modelo persiste, agora rebatizado de Minha Casa Minha Vida. São R$ 12 bilhões por ano para construir habitação preferencialmente para famílias cuja renda esteja abaixo de R$ 1.600. Mas basta uma análise preliminar das diretrizes de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) para perceber o atraso conceitual do programa. Para começar, a CEF dita um valor máximo de financiamento de R$ 58 mil por unidade no caso de SP e DF (os mais caros). Descontado o custo da construção (aproximadamente R$ 1 mil por m² ou cerca de R$ 45 mil por apartamento) sobram R$ 13 mil para pagar o terreno e todas as obras de infraestrutura interna, incluindo escadas e caixas d'água, por exemplo, que são, há de se convir, absolutamente fundamentais. No caso da infraestrutura externa ao edifício, cabe à prefeitura (quase sempre) ou às construtoras (absolutamente nunca) pagar por tudo. É como se calçadas, pontos de ônibus, áreas de lazer, parquinhos, campos de futebol ou mesmo a simples arborização fossem luxos e não componentes essenciais de qualidade de vida. Como no velho BNH, a CEF financia as construtoras e repassa a dívida na forma de hipotecas para os moradores qualificados. Como no velho BNH, as construtoras não têm nenhum risco. Elaboram projetos simplistas, muitas vezes cópias de desenhos que a própria CEF fornece. Compram terrenos baratos na periferia longínqua, aprovam um arruamento básico a ser executado com o uso de apenas uma máquina motoniveladora, convencem a prefeitura a estender as redes de água, luz e esgoto e constroem as casas ou apartamentos da forma mais barata e mais rápida possível. Terminada a obra e recebido o dinheiro, o lucro é simples, o risco é mínimo.

    A conta de verdade cai no colo da prefeitura, que no futuro próximo vai ser pressionada a fornecer toda a infraestrutura que devia ter sido feita junto com as unidades habitacionais. Praças, quadras de esporte, calçadas, linhas de ônibus, sinais de trânsito, escolas, creches, clínicas e parques. Tudo isso vai demorar anos, talvez décadas para ser construído, com efeitos negativos na qualidade de vida, na saúde e na produtividade de quem mora aí. E o primeiro a chegar vai ser o asfalto. Antes da creche ou do posto de saúde, antes do parque e infelizmente antes das árvores, chega o asfalto. O que não é de se estranhar, dado que os moradores das periferias das grandes cidades passam em média três horas por dia em ônibus e vans, um custo altíssimo que não é nunca computado nesta equação. Enquanto os centros das grandes cidades se esvaziam a olhos vistos, continuamos com esta expansão irracional. Importante lembrar que a densidade das cidades brasileiras tem caído desde os anos 1980, na contramão de qualquer conceito de sustentabilidade.

    Os centros de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, têm milhões de metros quadrados de construção subutilizados. São edifícios de escritórios com 15% de ocupação ou prédios de apartamentos antigos cujo valor imobiliário é baixo (sem garagem e um só banheiro), mas com alto custo de manutenção. Transformar estes espaços em moradia barata é viável e muito mais eficiente a longo prazo, mas não existe linha de financiamento ou de incentivo para construtoras menores ou mesmo mestres de obra fazerem as reformas necessárias. O resultado é uma concentração gigantesca de recursos em obras fáceis, onde não há invenção nem risco. E o pior, não há futuro. Expandir as cidades ad infinitum em um momento em que a taxa de natalidade está abaixo do nível de reposição implica cair na armadilha norte-americana de abandonar o centro. Isto só faz sentido na lógica do capital imobiliário que precisa continuar comprando terra barata e vendendo caro. E se for para fazer apartamentos de R$ 50 mil, que seja sem risco.

    A raiz desta ideia é a mesma em Belo Monte, no PAC ou no Minha Casa Minha Vida: tudo se resolve com mais asfalto e mais cimento. Afinal de contas, o asfalto é o antônimo da favela e do subdesenvolvimento. Há algumas semanas, uma foto da presidenta Dilma Rousseff circulou na internet e aquela imagem, sim, diz mais que mil palavras. Uma jovem Dilma segura de suas convicções e ciente de sua condição de prisioneira encara o terror da tortura e olha de cabeça erguida para os militares que a rodeiam, enquanto estes escondem o rosto claramente com medo do que a história lhes reserva.

    Dá calafrios imaginar que o modelo de incentivo à construção do governo Lula e do governo Dilma é parecido com o modelo do governo Medici. É até compreensível que nossas lideranças de esquerda, formadas nos anos 1970, sejam tão desenvolvimentistas. Mas o conceito mesmo de desenvolvimento já vai se deslocando aos poucos da ideia de mais asfalto e mais cimento e é hora de a esquerda repensar sua política de construção de infraestrutura. Insistir neste tipo de política urbana significa que, quando começar a jorrar pra valer o óleo grosso do pré-sal, vamos multiplicar por 3 ou 4 a produção de asfalto, que é a borra do refino, e vamos consequentemente impermeabilizar 3 ou 4 vezes mais área, gerando inevitavelmente mais enchentes. A outra consequência de insistir neste modelo de asfalto e cimento como solução para tudo é ainda mais perigosa. Como já anunciado nas eleições presidenciais de 2010, um discurso conservador disfarçado de ambientalista tem uma aceitação significativa na classe média (antiga ou recém-chegada, tanto faz) e pode causar um retrocesso de décadas no caminho de superação das desigualdades que estamos com muito custo trilhando.

    Custamos muito a aprender que a favela não é problema. Agora urge aprender que o asfalto não é solução.

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    *Fernando Luiz Lara é belorizontino, arquiteto e professor na Universidade do Texas em Austin, EUA.

    Fonte: http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_materia.php?codMateria=9393%2FO+paradigma+do+asfalto

    Simpósio - “O desenho da casa brasileira”

    IAB
    “As Casas como Cidades. As Cidades como Casas” Vilanova Artigas
    *texto publicado originalmente no catálogo da IX Bienal de São Paulo, reproduzido na revista Acrópole, no. 368, São Paulo, dezembro de 1969 e republicado no livro Caminhos da Arquitetura – Vilanova Artigas - 1981)
    A Reunião do 139º. Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil aprovou a realização de Simpósio Nacional com o Tema – “O Desenho da Casa Brasileira”.
    O objetivo da série de eventos, a serem realizados em todo o território nacional através da rede formada pelos 27 departamentos do Instituto, visa à consolidação de uma contribuição crítica ao programa “Minha Casa Minha Vida” em implantação pelo governo federal.
    A preocupação dos arquitetos brasileiros diante do volume de recursos ora investidos é a do resultado urbano que está se alcançando. O IAB entende que o programa, além de gerar empregos, aquecer a economia e produzir unidades habitacionais que destensionam o gigantesco déficit habitacional, também produz CIDADES. Esta é então a questão: qual o modelo de cidade que está sendo gerado a partir da aplicação deste volume de investimentos?
    Em rede nacional, os diversos departamentos do IAB deverão preparar encontros, nos quais serão debatidas experiências, propostas e exemplos que qualifiquem e quantifiquem contribuições efetivas ao programa em cada estado brasileiro. Cada departamento selecionará delegados que se encontrarão em Brasília para o “Simpósio Nacional”, no qual as contribuições serão sistematizadas e consolidadas, para serem entregues oficialmente ao Governo Federal.
    Para nortear o início das discussões, foram determinados quatro eixos temáticos, que abordam questões mais específicas:
    1. Inserção urbana
    • infraestrutura urbana disponível no entorno
    • integração com o tecido urbano existente
    • desenho urbano do conjunto
    • disponibilidade de terra urbanizada e aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade
    • regularização fundiária
    • sustentabilidade socioeconômica e ambiental
    2. Aspectos produtivos
    • tipologia habitacional
    • especificidades regionais (culturais, ambientais, climáticas)
    • técnicas construtivas
    • relação projeto / obra
    3. Atores
    • público atendido / beneficiários (faixas de renda e características da composição familiar)
    • o papel dos arquitetos, escritórios e assessorias técnicas
    • o papel do poder público em suas diversas instâncias
    • o papel dos movimentos sociais
    • o papel das empresas de construção civil
    • diálogo, cooperação, pacto entre os diversos segmentos e acesso ao financiamento
    4. Pós-ocupação
    • efeitos no entorno do empreendimento (novos equipamentos públicos, serviços, valorização imobiliária)
    • modificações e readequações nas unidades habitacionais
    • gestão e manutenção do conjunto (organização comunitária para tal)
    Ao se estabelecerem estes eixos, o IAB propõe que os debates sejam realizados a partir de uma abordagem interdisciplinar, envolvendo também engenheiros, geógrafos, ambientalistas, sociólogos, assistentes sociais, economistas, entre outros profissionais. Desta maneira, pretende promover o debate a partir de um olhar abrangente, identificando caminhos críticos e alternativas práticas.
    Ao final desta jornada, pretende-se elaborar um decálogo do programa MCMV. Este será a síntese de um amplo processo democrático, com a finalidade de contribuir com o aprimoramento do programa e enfrentar de modo eficaz o problema do déficit habitacional no Brasil, construindo moradias e cidades com qualidade, de modo socialmente justo, aplicando recursos públicos com responsabilidade, para a parcela da população que mais precisa.
    O desenho da casa brasileira é também o desenho da cidade que queremos para hoje e para o futuro. O exercício do projeto, do diálogo e da construção, é o que nos une na responsabilidade de colocar em prática esta vontade.
    Fonte: http://iab-sc.org.br/blog/2012/03/simposio-o-desenho-da-casa-brasileira/

    Cinema e Arquitetura: Estreia: Documentário – Os Irmãos Roberto

    Irmãos RobertoCortesia Tríplice Produções

    Estreia neste final de semana no Rio de Janeiro o documentário – Os Irmãos Roberto com direção de Ivana Mendes e Tiago Arakilian.

    Irmãos Roberto01Cortesia Tríplice Produções

    O desafio do longa foi resgatar um legado que inclui não só edifícios residenciais, mas uma vasta produção como o prédio da Associação Brasileira de Imprensa-ABI e o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, é uma homenagem a estes três irmãos que se tornaram um referencial na historiografia arquitetônica mundial.

    Irmãos Roberto_ABICortesia Tríplice Produções

    A partir dos depoimentos de diversos arquitetos contemporâneos, reavalia-se a sua contribuição, especialmente na formulação de projetos de moradia da classe média que embora voltados para o mercado, nunca perderam de vista a beleza e o bem estar dos ocupantes, valores negligenciados pela visível padronização de estilos e materiais nas últimas décadas.

    Irmãos Roberto02Cortesia Tríplice Produções

    O filme foi produzido por Tríplice Produções e está concorrendo a melhor documentário do ano no Festival “ É tudo verdade”.

    Onde ver:

    Dias 24 e 25 de Março de 2012 no Espaço Itaú de Cinema – Rua Botafogo, 316 – Botafogo - Rio de Janeiro .

    Dias 26 e 27 de Março de 2012 no Cinesesc – em São Paulo – Rua Augusta , 2075 – Jardim Paulista – São Paulo.

    Irmãos Roberto03Cortesia Tríplice Produções

    Realização: Tríplice Produções
    Co-produção: Titânio Produções
    Direção:Ivana Mendes e Tiago Arakilian
    Produção Executiva: Ivana Mendes
    Assistente de Direção: Daniel de França
    Roteiro: Kika Serra
    Direção de Produção: André Pereira
    Produtora Associada: Malu Miranda
    Coordenador de Produção: Moisés Soares
    Produtora de Base: Débora Gusmão
    Direção de Fotografia: Tiago Arakilian
    Montagem: Daniel de França
    Assistente de Produção: Carolina Jessula
    Direção Musical: Yan França
    Trilha Sonora Original: Yan França
    Edição de Som e mixagem: Bruno Maia
    Técnico de Som: Maicon Barcellos
    Designer: Carolina Jessula
    Contato: tríplice@tripliceproducoes.com.br

    Fonte: Helm , Joanna . "Cinema e Arquitetura: Estreia: Documentário – Os Irmãos Roberto" 23 Mar 2012. ArchDaily. Accessed 24 Mar 2012. http://www.archdaily.com.br/39687/cinema-e-arquitetura-estreia-documentario-os-irmaos-roberto/

    Plano Diretor de arborização urbana –Manaus/AM

    Manaus_plano de arborização

    Postagem publicada originalmente no Portal da Prefeitura de Manaus.

    A cidade de Manaus já tem um plano diretor de arborização urbana. O documento foi lançado oficialmente nesta terça-feira (20), às 15h, no Parque do Mindu, abrindo a programação de atividades da Prefeitura de Manaus comemorativas ao Dia da Arvore na Amazônia e ao Dia Mundial das Florestas, 21 de março. O plano é um conjunto de normativas e diretrizes relativas à arborização da cidade, que deverão ser incluídas no Plano Diretor de Manaus e passarão a vigorar como regras. A minuta do plano, elaborada por um grupo de trabalho formado por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) juntamente com diversas instituições, foi aprovada por unanimidade, pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Comdema), na última reunião de 2011 do órgão colegiado, realizada no dia 14 de dezembro. O plano, que contém 75 artigos que tratam de diversos temas relevantes e coloca em prática dispositivos de proteção da arborização inéditos, a exemplo da criação de corredores arbóreos imunes ao corte na cidade. A Semmas, inclusive, já se prepara para realizar o primeiro estudo de avaliação de conjuntos arbóreos que possam ser declarados imunes, a partir da publicação do Plano Diretor de Arborização Urbana.

    A resolução que deu origem ao plano foi aprovada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Comdema), órgão colegiado responsável pela aprovação de resoluções administrativas ligadas às questões ambientais do município.

    Entre as regras estabelecidas pelo plano, estão as técnicas de transplante de árvores, o cálculo de medidas compensatórias para o corte de espécies exóticas nativas e protegidas, a regularidade da irrigação em períodos de estiagem e chuvosos e as espécies recomendadas para arborização urbana, dependendo do porte e da localização. Outra novidade é o capítulo dedicado à educação ambiental, tendo em vista a importância do engajamento da população para a transformação do quadro em que se encontrava a cidade. A resolução proíbe, por exemplo, a realização de corte e poda sem autorização da Semmas, e define os critérios para a concessão dessas licenças.

    A resolução estabelece também um instrumento inovador que é o plano de manejo de arborização urbana por regiões georeferenciadas da cidade que permitirá um panorama da atual situação por meio de um inventário e a definição das linhas pelas quais se dará o processo de planejamento, plantio e manutenção da arborização.

    De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Marcelo Dutra, logo após a publicação da resolução do Plano Diretor de Arborização, a Semmas pretende contratar o primeiro plano de manejo de arborização que deverá se concentrar na Zona Centro-Sul, uma vez que esta concentra os conjuntos arbóreos mais tradicionais da cidade, localizados no centro histórico e constantemente ameaçados pela deterioração e o vandalismo. As outras áreas da cidade também serão contempladas num cronograma a ser definido futuramente.

    Marcelo Dutra destaca também que o plano privilegia as espécies nativas amazônicas e dá diretrizes quanto à harmonização da arborização urbana com os equipamentos públicos. “As espécies nativas já são adaptadas ao nosso clima, apesar do ambiente urbano ser mais hostil, além de ajudar a manter a identidade amazônica”, explica Marcelo. Também está entre as metas para 2012 a elaboração de uma cartilha trazendo o conteúdo da resolução e os pontos principais a serem esclarecidos junto à população. secretário destaca que o plano nasceu de um processo de contribuição aberto e participativo, do qual fizeram parte uma audiência pública na Semana Municipal de Meio Ambiente, as audiências públicas para revisão do Plano Diretor da Cidade, a realização do Encontro Regional de Arborização Urbana, consulta pública para a coleta de sugestões por meio do Portal da Prefeitura de Manaus e diversas reuniões de câmara técnicas.

    Marcelo Dutra destaca o pioneirismo da Prefeitura de Manaus ao pôr em prática as regras da arborização. “É a primeira vez que a cidade de Manaus conta com um instrumento legal voltado à arborização da cidade que vai adquirir robustez e passará a ser parte do Plano Diretor da Cidade”, comenta ele, ressaltando que a resolução é um passo importante na direção de uma cidade definitivamente arborizada.

    VINCULADA

    Um dos diferenciais do Plano Diretor de Arborização Urbana será o desenvolvimento de programas e campanhas de educação ambiental com vistas à arborização urbana. A finalidade será informar e sensibilizar a comunidade sobre a importância da preservação e manutenção da arborização urbana.

    Hoje, um dos maiores problemas enfrentados pela Semmas é o vandalismo e a falta de cuidado por parte da população em relação às arvores plantadas nos canteiros centrais e vias públicas. Muitos canteiros acabam sendo utilizados como lixeiras e têm as plantas danificadas.

    “Queremos que as campanhas sejam um instrumento que ajude a reduzir a depredação relacionada a danos à vegetação”, explicou Marcelo Dutra. Os programas terão como objetivos também incentivar as parcerias público-privadas para viabilizar a implantação de projetos de educação ambiental na promoção da arborização urbana.

    Eles permitirão ainda estabelecer convênios ou intercâmbios com universidades e instituições de pesquisa, com intuito de promover a troca de experiências e ação integrada no desenvolvimento de projetos educativos sobre o tema.

    Atualmente, a Semmas realiza programas relacionados à distribuição e plantio de mudas. O Plano Diretor estabelece que a partir de agora, as ações de plantio deverão ser desenvolvidas associadas a ações educativas antes, durante e após as ações, sensibilizando dessa forma a comunidade.

    Espécies recomendadas para a arborização urbana:

    Grande Porte (20 a 30 metros de altura)

    Sumaúma (Ceiba Pentandra Gaertn)

    Cedro (Cedrela fissilis Vell)

    Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth)

    Tamarindo (Phoenix dactylifera L.)

    Oitizeiro (Licania Tomentosa)

    Munguba( Pachira aquática Aubl.)

    Médio Porte (8 a 15 m de altura)

    Pau Pretinho (Cenostigma tocantinum Ducke)

    Jutairana (Cynometra bauihnilfolia)

    Azeitona (Syzygium jambolana)

    Ipê (Tabebuia SP.)

    Açaí do Pará (Euterpe oleracea Mart)

    Açaí Juçara (Euterpe precatória Mart)

    Pequeno Porte (3 a 7 m de altura)

    Palmeira (Merrile Veitchia merrile)

    Papoula (Hibiscus rosa sinensis)

    Ipê de Jardim (Tecoma stans)

    Flamboyant mirim (Caesalpinia SP)

    Fonte: http://blogdoclaudemirandrade.blogspot.com.br/2012/03/plano-diretor-de-arborizacao-urbana.html

    Diálogos Brasil França 2012

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    Construir a metrópole contemporânea

    28/03 quarta-feira

    14h Credenciamento

    16:30h Mesa de Abertura (Auditório da Escola Americana)
    Benedito Aguiar (Reitor UP Mackenzie), Silvain Itté (Consul da França em São Paulo), Didier Paris (APERAU), Ester Limonad (ANPUR), Jocelyne Dubois-Maury (Diretora IUP), Nadia Somekh (FAU Mack), Jean-Pierre Frey (IUP), Ana Fernandes (FAUFBa)
    Coordenação: Valter Caldana (Diretor FAU Mack)

    19h Conferência Metrópole Contemporânea e Grandes Projetos Urbanos (Auditório da Escola Americana)
    Ariella Masboungi (IFUR e Ministério de Urbanismo e Desenvolvimento Sustentável da França)
    Coordenação: Nadia Somekh (FAU Mack)
    Debatedores: Miguel Bucalem (SMDU) e Ana Fernandes (FAUFBa)
    Relatora: Angélica Benatti Alvim (PPGAU Mack)

    29/03 quinta-feira

    9 às 13h Comunicações (ST1 e ST5 simultâneas):

    Sessão Temática 1 (Auditório do Centro Histórico Mackenzie)
    Mobilidades: um novo direito às cidades/metrópoles
    Coordenação: Jean-Pierre Frey (IUP)
    Debatedora: Cristina Leme (Vice Diretora FAU USP)
    Relatora: Lúcia Bogus (PUC SP e Observatório das Metrópoles)

    Les mobilités résidentielles et personnelles, un nouveau Droit aux villes/métropoles ?
    Autoria e apresentação: Guillaume Six (Université Toulouse 2) e Marilena Nakano (Centro Universitário Fundação Santo André)

    Mobilités quotidiennes et espaces métropolitains
    Autoria: Julie Dumas (Université Lille 1) e Tiago Esteves Gonçalves da Costa (Universidade Federal de Minas Gerais)
    Apresentação: Julie Dumas

    Redes de transporte e produção do espaço urbano: Tours e Salvador sobre novos trilhos
    Autoria e apresentação: Marcos Rodrigues (Universidade Federal da Bahia) e Serge Thibault (Université de Tours)

    L’immobilité à Rio de Janeiro, au-delà de la pauvreté
    Autoria: Benjamin Motte-Baumvol (Université de Bourgogne) e Carlos D. Nassi (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
    Apresentação: Benjamin Motte-Baumvol

    As desigualdades no acesso aos recursos da cidade: mobilidade cotidiana ao trabalho e a educação, estudo de caso em São Paulo e perspectivas de abordagem metodológica
    Autoria: Florent Demoraes (Université de Rennes), Silvana Zioni (Universidade Federal do ABC), Marie Piron (Institut de Recherche pour le Développement) e Sylvain Souchaud (Université Paris Diderot)
    Apresentação: Silvana Zioni

    Sessão Temática 5 (Auditório Benedito Garces – Prédio 9 FAU Mackenzie)
    Arquitetura contemporânea e Patrimônio
    Coordenação: Ana Fernandes (FAUFBa)
    Debatedor: Walter Pires (DPH SM Cultura)
    Relatora: Cecília Rodrigues dos Santos (FAU Mack)

    Patrimoine contemporain: la Métropole à l’Humanité
    Autoria: Laurent Coudroy de Lille (Université Paris est Créteil) e Margareth Pereira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
    Apresentação: Laurent Coudroy de Lille

    Shaping the historic centres of today between architectural heritage and sustainable development planning
    Autoria e apresentação: Laura Verdelli (Université de Tours) e Márcia Genésia de Sant Anna (Universidade Federal da Bahia)

    Architecture et modernité: la ville actuelle au défit de sa dilution
    Autoria: Brice Gruet (Université Paris est Créteil) e Paulo César da Costa Gomes (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
    Apresentação: Brice Gruet

    Les centres historiques et la conservation du patrimoine: les cas de João Pessoa (Brésil) et Lyon (France)
    Autoria e apresentação: Rita de Cássia Gregório de Andrade (Pontificia Universidad Católica del Peru) e Octavie Paris (Ecole Normale Supérieure de Lyon)

    Habitat ouvrier et préservation durable: perspectives d’analyse, développement et gestion
    Autoria: Vanessa Figueredo (Universidade de São Paulo) e Gracia Dorel Ferré
    Apresentação: VanessaFigueredo

    Culture, patrimoine et développement métropolitain. Question minière Pas de Calais/Minas Gerais
    Autoria: Flavio Carsalade (Universidade Federal de Minas Gerais) e Pauline Bosredon (Université Lille de Nord-de-France)
    Apresentação: Flavio Carsalade

    14 às 18h Comunicações (ST2 e ST3 simultâneas):

    Sessão Temática 2 - Novas metrópoles e grandes projetos urbanos: recortes territoriais e poder político (1/2)
    (Auditório Benedito Garces – Prédio 9 FAU Mackenzie)
    Coordenação: Nadia Somekh (FAU Mack)
    Debatedora: Jocelyne Dubois-Maury (Diretora IUP)
    Relator: Luiz Guilherme Rivera de Castro (FAU Mack)

    Regard croisé France-Brésil sur les processus et enjeux de la métropolisation au Brésil
    Autoria e apresentação: Jean-Paul Carrière (Université de Tours) e Luis de la Mora (Universidade Federal de Pernambuco)

    Metrópoles de Paris e Rio: Práticas pedagógicas do projeto a escala urbana para a construção da metrópole de hoje e de amanhã
    Autoria e apresentação: Elenilde Cardoso (Ecole Nationale Supérieure d’Architecture Paris – Val de Seine), Christian Nidriche (Ecole Nationale Supérieure d’Architecture Paris – Val de Seine), Alain Ellebode (Ecole Nationale Supérieure d’Architecture Paris – Val de Seine), Marlice Nazareth Soares de Azevedo (Univesidade Federal Fluminense), Maria Laís Pereira da Silva (Univesidade Federal Fluminense), Julio Cesar Rodrigues (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

    Enjeux et difficultés de l’aménagement et de la gouvernance des aires métropolitaines: Lille (France) et Belo Horizonte (Brésil)
    Autoria e apresentação: Didier Paris (APERAU) e Roberto Monte-Mor (Universidade Federal de Minas Gerais)

    Sessão Temática 3 (Auditório do Centro Histórico Mackenzie)
    Controle social e gestão setorial/participativa ou metamorfoses do espaço público
    Coordenação: Jean Pierre Frey (IUP)
    Debatedora: Regina Sílvia Pacheco (FGV)
    Relator: Laurent Coudroy de Lille (IUP)

    Contrôle social et gestion sectorisée ou concertée ou les métamorphoses de l’espace public
    Autoria e apresentação: Cécile Blatrix (AgroParisTech) e Ana Lucia Britto (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

    A sedução da comunicacão francesa através do espaço público urbano
    Autoria: Ricardo Azambuja (École Supérieure de Sciences Économiques et Commerciales de Paris), Diana Freitas (École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris La Villette) e Anahita Grisoni (École Nationale Supérieure d’Architecture de Paris La Villette)
    Apresentação: Ricardo Azambuja e Diana Freitas

    Privatisation de la ville et résistances de l’espace public
    Autoria: Maíra Machado-Martins (Université Paris-Est) e Sandra Mallet (Université de Reims Champagne-Ardenne)
    Apresentação: Maíra Machado-Martins

    Lyon/São Paulo: a transformação de bairros operários, similitudes e diferenças
    Autoria: Ana Lucia Duarte Lanna (Universidade de São Paulo) e Laurette Wittner (Université de Lyon)
    Apresentação: Ana Lucia Duarte Lanna

    30/03 sexta-feira

    9 às 13h Comunicações (ST2 e ST4 simultâneas):

    Sessão Temática 2 – Novas metrópoles e grandes projetos urbanos: recortes territoriais e poder político (2/2)
    (Auditório Benedito Garces – Prédio 9 FAU Mackenzie)
    Coordenação: Nadia Somekh (FAU Mack)
    Debatedora: Ester Limonad (ANPUR)
    Relator: Jean-Paul Carrière (Université de Tours)

    Pas de gouvernance pour l’Île de France/Novas metrópoles e grandes projetos urbanos: recortes territoriais e poder político/Projetos urbanos em metrópoles sul-americanas: aproximaçãoes e temas contemporâneos
    Autoria e apresentação: Jean-Louis Zentelin (Univesité EVRY), Eunice Helena Sguizzardi Abascal (Universidade Presbiteriana Mackenzie) e Candido Malta Campos (Universidade Presbiteriana Mackenzie)

    De agenciamentos programáticos outros na metrópole: uma abordagem maquínica dos processos de reterritorialização urbana
    Autoria e apresentação: Igor Guatelli (Universidade Presbiteriana Mackenzie)

    L’opération urbaine “Porto Maravilha” à Rio de Janeiro, précurseur de la métamorphose métropolitaine brésilienne ou vaste opération de mystification politico financière ?
    Autoria: Milton Botler ( Instituto da Cidade, Recife-PE), Clarissa Da Costa Moreira (Universidade Federal Fluminense), David Albrecht (Ecole Nationale Supérieure d’Architecture de Paris-Belleville) e Yves Jean (PHI Architecture, France)
    Apresentação: Milton Botler, Clarissa Da Costa Moreira e David Albrecht

    Sessão Temática 4 (Auditório do Centro Histórico Mackenzie)
    Coabitar: relações de vizinhança e vida de bairro
    Coordenação: Ana Fernandes (FAUFBa)
    Debatedora: Sarah Feldman (USP)
    Relatora: Maria Lucia Refinetti (PPGAU USP)

    La cohabitation des groupes sociaux au prisme d’opérations de relogement
    Autoria e apresentação: Marie Lanzaro (IUP) e Maria Fernanda Becker

    Direito à cidade e desafios da gestão urbana: das normas à prática
    Autoria e apresentação: Jean-Yves Coulon e Helena Menna Barreto Silva (Universidade de São Paulo)

    Além das estruturas. Representações sociais e simbólicas dos bairros populares brasileiros
    Autoria e apresentação: Julien Zeppetella (Université Paris 3/Sorbonne Nouvelle) e Geísa Mattos (Universidade Federal do Ceará)

    14 às 18h Relatos e Perspectivas
    (Auditório Benedito Garces – Prédio 9 FAU Mackenzie)

    Relato das Discussões
    Cecília Rodrigues dos Santos (FAU Mack), Jean-Paul Carrière (Université de Tours ), Lúcia Bogus (PUC SP e Observatório das Metrópoles), Luiz Guilherme Rivera de Castro (FAU Mack), Maria Lucia Refinetti (PPGAU USP) e Laurent Coudroy de Lille (IUP)
    Coordenação: Jocelyne Dubois-Maury (Diretora IUP)

    Perspectivas do Seminário e Programa Attilio
    Didier Paris (APERAU), Ester Limonad (ANPUR), Jocelyne Dubois-Maury (Diretora IUP), Nadia Somekh (FAU Mack), Jean Pierre Frey (IUP), Ana Fernandes (FAUFBa)
    Coordenação: Jocelyne Dubois-Maury (Diretora IUP)

    28, 29 e 30 de março de 2012
    Universidade Presbiteriana Mackenzie
    Rua da Consolação, 930
    Consolação - São Paulo, SP – Brasil

    Fonte e inscrições: http://dialogosbrasilfranca.wordpress.com/programacao/

     
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    Edited by Allan