Nossa Cidade: como iniciativas tecnológicas podem incluir os cidadãos como parte das decisões?

  


O projeto Nossa Cidade, do TheCityFix Brasil, explora questões importantes para a construção de cidades sustentáveis.
A cada mês um tema diferente.
Com a colaboração e a expertise dos especialistas do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, os posts trazem artigos especiais sobre planejamento urbano, mobilidade sustentável, resiliência, segurança viária, entre outros. A cada mês, uma nova temática explora por ângulos diferentes o desenvolvimento sustentável de nossas cidades.



Como iniciativas tecnológicas podem incluir os cidadãos como parte das decisões? 

A governança pode ser entendida como um mecanismo de empoderamento dos cidadãos na tomada de decisão. No entanto, essa intenção de participação coletiva deve acontecer de maneira orgânica e transparente, pois leva em conta interesses tanto da administração pública quanto da sociedade civil. As inter-relações e diferenças dos variados grupos e atores sociais devem ser analisadas com cuidado. Afinal, a potencialização da consciência civil e da participação coletiva deve ser um objetivo dos governos visando um resultado efetivo: cidades melhores para quem, diariamente, vive nelas.
A disponibilização de informação é etapa essencial de uma boa governança. A geração de benefícios para a sociedade passa pelo modo como a informação sobre os recursos públicos está disposta. A eficácia e a responsabilidade do governo ao reportar o uso do dinheiro público permitem ao cidadão acompanhar o que acontece e atuar, por meio do acesso à informação, nas pautas da sua cidade. Agora, como participar efetivamente do processo de construção e melhoria da cidade dentro da rotina pessoal de cada um? Ninguém quer perder tempo em filas e circulando por diversos órgãos – ou, ainda, ouvindo ao telefone aquela música de espera de aparência interminável.
(Nicolas Nova/Flickr-CC)

Transformar o balcão de atendimento em exceção: a Estratégia de Governança Digital do Brasil

Usamos smartphones, tablets e computadores rotineiramente. Por isso, a criação de uma Política de Governança Digital, no início deste ano, por parte do governo brasileiro mostra uma intenção do uso de ferramentas tecnológicas como importante elemento estratégico para a potencialização da governança urbana. Afinal,  57,6% da população está conectada, segundo a ONU. Portanto, ao adotar uma cultura digital, o governo assume grande potencial de conexão e sinergia com os cidadãos
O secretário de Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Marcelo Pagotti, afirma que a política de governança digital representa uma mudança de paradigma. “Com a política estabelecida, temos um viés da tecnologia a serviço das políticas públicas. As ações estão focadas na transformação digital dos serviços públicos, no estímulo da participação da sociedade nas políticas públicas e na ampliação do acesso à informação”, afirmou o secretário.
Dois meses após o lançamento da Política de Governança Digital, o governo instituiu a Estratégia de Governança Digital (EGD), que define os objetivos estratégicos, metas e indicadores para a política. O documento tem validade até 2019 e tem a intenção de promover uma mudança cultural, pois trata a tecnologia não mais como uma atividade-meio. “Sua utilização está mudando a forma como o governo se relaciona com o cidadão. A aplicação da tecnologia nas políticas públicas é fator determinante para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, destaca a introdução do documento, disponível aqui.
“A principal inovação da EGD está em atender as necessidades do cidadão. O gestor público deve se enxergar como um prestador de serviços”, destaca Pagotti. “Vamos criar critérios para eleger quais serviços serão transformados digitalmente. Nosso desejo é transformar o balcão de atendimento em exceção.”
A EGD estabelece algumas metas e indicadores estratégicos como: a disponibilização e o uso de dados abertos; o uso de tecnologias na promoção da transparência e da publicidade à aplicação dos recursos públicos; a garantia de segurança da informação e comunicação do Estado e o sigilo das informações do cidadão e a expansão e inovação na prestação de serviços digitais. Sobre a efetivação dessa maior participação dos cidadãos, o secretário de tecnologia da informação ressalta: “a participação social é um dos três eixos da EGD. Experiências internacionais demonstram os benefícios da participação dos cidadãos na construção de políticas públicas. Queremos fazer o mesmo, queremos evoluir rapidamente para uma democracia participativa”.
Para que isso seja efetuado, segundo o secretário, a primeira etapa será trabalhar no aprimoramento do Portal Brasileiro de Dados Abertos. O secretário destaca ainda como, agora, o sigilo é a exceção, pois “no último mês, foi publicada a Política de Dados Abertos do governo federal pelo Decreto nº 8.777”. “Ao abrir os dados, o governo promove a participação e o controle social, incentiva a abertura de novos negócios, amplia a pesquisa científica e a oferta serviços públicos digitais”.

O formato das cidades ajuda a determinar o clima e a poluição do ar

 

Os modelos de previsão do tempo são insuficientes para medir o clima das cidades. É o que pontua um estudo da Escola Politécnica Federal de Lausana, publicado no Journal of Boundary Layer Meteorology. Os trabalhos industriais, domésticos, as atividades relacionadas ao transporte, assim como o formato dos edifícios e das ruas, segundo a pesquisa, liberam calor constantemente – que fica retido nas superfícies de concreto e continua a ser emitido pelas mesmas. Ou seja: para compreender e prever o clima, precisamos olhar para as idiossincrasias das cidades.
Beijing, China. (Foto: Asian Development Bank)
Beijing, China. (Foto: Asian Development Bank)
O papel dos edifícios
Alguns elementos substanciais do meio urbano, como a disposição e o tamanho dos prédios, alteram a maneira como as massas de vento agem sobre determinado local, dizem os pesquisadores. E não são levados em conta nas previsões do tempo atualmente. A transferência de energia e o calor na atmosfera no nível da calçada podem ser determinantes para que diferentes partes de uma cidade tenham microclimas diferentes.
Segundo o estudo, os elementos dispersivos devem ser calculados por meio de projeções matemáticas para que se entenda corretamente o clima urbano. A falta de projeções e cálculos computacionais melhor desenvolvidos resultam nas inconsistências dos modelos de previsão atuais.
A energia acumulada ou desviada pelos edifícios tem impacto, sim. Em Londres o reflexo do sol em um prédio derreteu a lataria de um carro. O clima diferenciado nas cidades, no entanto, vai além dos efeitos das ilhas de calor urbanas que conhecemos. As cidades podem também impactar na velocidade e direção dos ventos, pois as construções interagem com a massa de ar em movimento, gerando turbulência. Essa turbulência se espalha na atmosfera e atinge o nível do solo para, então, transportar a umidade e os poluentes para cima, na atmosfera. Ou seja, as características únicas do local tornam seu clima também único.
“A maioria das representações da cidade utilizadas em modelos de previsão do tempo são baseadas em dados obtidos a partir de medições feitas por uma torre localizada em um ponto específico da cidade. O transporte de calor, umidade e poluentes é calculado por meio de relações matemáticas. No entanto, os cálculos feitos assumem implicitamente que a cidade é geometricamente regular, o que é uma suposição errada”, afirmou Marco Giometti, um dos autores do estudo.

A estratégia para cidades do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima brasileiro

 

Na medida em que os impactos das mudanças climáticas se intensificam, as cidades podem aprender boas práticas para se tornarem mais resilientes. (Foto: Fede Cabrera/Flickr)
As mudanças climáticas são parte de nossa realidade. Não bastasse isso, as projeções dos efeitos do aquecimento global para o planeta também são alarmantes – apesar do número recorde de países signatários da Convenção do Clima no final do ano passado e do crescente número de governos interessados nas políticas e metas do desenvolvimento sustentável. O panorama torna indispensável que os países elaborem estratégias de adaptação que analisem a exposição aos impactos climáticos e à vulnerabilidade. Sabendo disso, o governo brasileiro lançou, em maio, o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA).
O Plano objetiva reduzir o risco climático no país, com o intuito de evitar perdas e danos e construir instrumentos que permitam a adaptação de sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura. Na elaboração do PNA foram considerados 11 setores, representados devidamente pelos órgãos e ministérios competentes: agricultura, recursos hídricos, segurança alimentar e nutricional, biodiversidade, cidades, gestão de risco aos desastres, indústria e mineração, infraestrutura, povos e populações vulneráveis, saúde e zonas costeiras.
Todos esses setores apresentam transversalidades, sinergias, diretrizes e soluções para potenciais vulnerabilidades das cidades brasileiras. As estratégias presentes no texto do PNA foram formuladas de forma colaborativa com a sociedade civil, setor privado e governos estaduais. Neste post, vamos elaborar um recorte setorial para o capítulo dedicado a estratégia de cidades.

Estratégia de cidades

Os desafios que a mudança climática impõe às cidades brasileiras são nítidos. Entre situações emergenciais, o PNA cita algumas características do Brasil que potencializam o impacto do aquecimento global e a necessidade de existir uma estratégia de adaptação. O Plano destaca como, no Brasil, existem “bairros abastados que coexistem com imensos bairros periféricos e favelas marcadas pela precariedade ou total ausência de infraestrutura, irregularidade fundiária, riscos de inundações e escorregamentos de encostas, vulnerabilidade das edificações e degradação de áreas de interesse”.
Essa coexistência entre diferentes realidades assevera a importância de promover a adaptação nas cidades brasileiras. No entanto, é necessário ter o conhecimento específico dos principais fatores determinantes para definir medidas de adaptação em nível municipal. O Plano enfatiza uma abordagem nacional ao mesmo tempo que ressalta a necessidade de existir um protagonismo por parte dos gestores municipais e do setor privado para que se estabeleçam diretrizes de adaptação em nível local.

Ciclovias conectadas podem desenhar caminhos sustentáveis nas cidades

 

Ciclovia na Marginal Pinheiros, em São Paulo. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Ciclovia na Marginal Pinheiros, em São Paulo. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Aos olhos dos motoristas de carros particulares, transporte responsável por grande parte das emissões de CO2 nas áreas urbanas, pode parecer que as novas ciclovias das cidades brasileiras ocupam muito espaço. Porém, o cenário verdadeiro e o que os ciclistas percebem todos os dias é completamente diferente. Um levantamento realizado pelo UOL no ano passado mostrou que, em São Paulo – um dos municípios que mais instalou ciclovias nos últimos anos -, dos 181 trechos, 92 não tinham nenhuma ou faziam no máximo uma conexão com outros trechos da malha cicloviária.
Atualmente, a capital paulista conta com 416,2 quilômetros entre ciclovias e ciclorrotas. O centro da cidade e a zona oeste são as regiões onde elas mais se encontram, favorecendo as viagens dos ciclistas. Porém, nas zonas norte, sul e leste, muitos trechos ficam distantes uns dos outros. Ainda assim, a pesquisa “Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo”, divulgada no último mês de setembro, revela que 40% dos ciclistas começaram a pedalar há menos de um ano nas áreas central e intermediária da cidade. Questionados sobre quando a bicicleta começou a ser usada como meio de transporte, 29% dos entrevistados disseram utilizá-la há mais de 5 anos, enquanto 19% pedalam há menos de 6 meses.
Cidades que pretendem transformar seus sistemas de transporte precisam que seus espaços dedicados aos ciclistas garantam segurança e, também, fluidez. Quilômetros muitas vezes não significam nada em termos de mobilidade, já que sem conexões não existem caminhos. “A bicicleta é movida à propulsão humana, ou seja, os ciclistas utilizam os caminhos mais curtos e menos cansativos. Uma das grandes vantagens do ciclismo é justamente a possibilidade de pegar atalhos por onde os veículos maiores não podem passar. As conexões entre trechos de ciclovias devem ser pensadas para facilitar o deslocamento de bicicleta”, explica a Coordenadora de Mobilidade Urbana e Acessibilidade do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, Paula Rocha.
Conexões com outros modais de transporte são vitais para incentivar o uso. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Conexões com outros modais de transporte são vitais para incentivar o uso. (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil Cidades Sustentáveis)
Nos últimos anos, o número de sistemas de bicicletas compartilhadas cresceu de forma extraordinária. Segundo projeção do Citylab, em 2015, foi alcançado o número de 1 milhão de sistemas ao redor do mundo. Porém, o problema de muitas deles é justamente a falta de ligações. Dos principais requisitos básicos das ciclovias, obstruções, falta de prioridade ao ciclista e pistas estreitas são os mais sérios. “Avenidas com grande fluxo de veículos motorizados provavelmente terão ciclovias, mas as conexões entre elas muitas vezes passam por ruas mais calmas, que podem ter ciclofaixas ou até mesmo uma sinalização de ciclorrota”, afirma Paula.

Concurso para estudantes discute habitação popular no sul global

O prazo de registro se encerra no dia 5 de agosto.



O Colégio de Arquitetos do Equador convida a comunidade acadêmica mundial a participar do “Concurso Internacional Universitário – Desafios da habitação popular no Sul Global. ” A competição é aberta a alunos matriculados nos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design, Planejamento Urbano e Territorial, Geografia e profissões afins. Para participar, exige-se ainda que o estudante esteja nos dois últimos anos do curso. Informações estão disponíveis no site www.rumboahabitat3.ec/ciuhabitat. O prazo de registro se encerra no dia 5 de agosto.

O concurso é parte integrante da programação da Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável – HABITAT III, que será realizado em Quito (Equador), em outubro de 2016.

A competição será desenvolvida em uma única etapa e possui três categorias: arquitetura e urbanismo para assentamentos em ecossistemas de manguezal do Golfo de Guayaquil; arquitetura e urbanismo para assentamentos em zonas de risco de erupções vulcânicas nas proximidades do Vulcão Tungurahua; e arquitetura e urbanismo com soluções de habitação em assentamentos urbanos marginais de Guayaquil.

A comissão julgadora do concurso elegerá, para cada uma das três categorias, três equipes finalistas. O professor orientador do projeto vencedor de cada categoria, terá a oportunidade de ir a Quito como convidado para apresentar seu projeto. O professor poderá levar também um membro da equipe. As propostas finalistas serão divulgadas na página oficial do concurso com o respectivo reconhecimento e serão expostas no HABITAT III junto com os projetos do Concurso da XX Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito – XX BAQ 2016.

A Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (HABITAT III) será realizado em Quito, de 17 a 20 de outubro de 2016. O evento, que ocorre a cada 20 anos, tem como objetivo discutir e estabelecer compromissos para uma agenda urbana sustentável a nível global. O Habitat III será, além da Cúpula sobre Mudança Climática COP21, a primeira Cúpula Mundial das Nações Unidas após a adoção da agenda de desenvolvimento

Via : IAB

A escalada da energia solar

 Impulsionado pela geração distribuída, mercado começa a crescer de forma significativa, mas ainda precisa enfrentar desafios como financiamento e pouca oferta de equipamentos nacionais



O setor fotovoltaico brasileiro deixará de ser modesto para se tornar um dos maiores do mundo nos próximos anos, crescendo dos atuais 22 MW para 11.500 MW em 2024. Contrariando as expectativas iniciais, os grandes projetos de geração não serão necessariamente os protagonistas. Pelo menos por enquanto.

É possível dividir o mercado de energia solar em dois: o das pequenas usinas distribuídas (com até 5 MW de capacidade cada) e o das grandes centrais, contratadas normalmente em leilões.

Da capacidade total solar prevista para 2024, 7.000 MW serão de usinas de grande porte e outros 4.500 MW serão de sistemas instalados pelos consumidores. As projeções são, respectivamente, da EPE e da Aneel.

Apesar da estimativa de maior crescimento da energia centralizada, a modalidade ainda desperta dúvidas. O mercado ficou otimista com a contratação de 2.650 MW de usinas fotovoltaicas em leilões. No entanto, a crise econômica levou parte das empresas a pedir o adiamento de projetos. Além disso, os fabricantes estão demorando a produzir equipamentos nacionais, necessários para abrir acesso às condições especiais de financiamento do BNDES.

Enquanto isso, a geração distribuída se beneficiou do aumento de mais de 60% nas tarifas de energia, que tornam o investimento em sistemas fotovoltaicos mais vantajoso. Também recebeu importantes incentivos, como isenções de ICMS e um marco regulatório mais moderno, em vigor desde março, que incentiva empreendedores a expandir sua atuação e a investir em qualificação de mão-de-obra.
Clique no link abaixo e leia a reportagem na íntegra
Revista Brasil Energia_Maio 2016.pdf

Programa Palmas Solar – Incentivo fiscal de até 80% para geração energia solar

 palmas solar
Foto: iStock, Getty Images  

Palmas Solar é um programa inovador de incentivos à energia solar. Prevê benefícios para quem instalar energia solar em seus imóveis e obrigatoriedade para construções públicas na cidade. Criado através da Lei Complementar Nº 327, de 24 de novembro de 2015, o programa é um dos mais ousados nesta área no País e tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável através da adoção de mecanismos de energia solar na capital de Tocantins. 

Incentivos do Programa Palmas Solar :

- Desconto de até 80% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), proporcional ao índice de aproveitamento de energia solar. O prazo do incentivo descrito no caput fica limitado em até cinco anos. 

- Desconto de 80% do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), incidente sobre: I – os projetos, as obras e instalações destinadas à fabricação, comercialização e distribuição de componentes para os sistemas de energia solar; II – os serviços de instalação, operação e manutenção dos sistemas de energia solar, pelo prazo de até 10 anos.  

- Desconto de até 80% do Imposto de Transferência de Bens Imóveis (ITBI), proporcional ao índice de aproveitamento de energia solar. Toda edificação preexistente que se adequar à geração fotovoltaica de acordo com o estabelecido nas resoluções da ANEEL e/ou for equipada com sistema de aquecimento de água por energia solar e comprovar seu índice de aproveitamento de energia solar terá direito aos benefícios citados anteriormente. 

Fonte e artigo completo: http://sustentarqui.com.br/energia-equipamentos/programa-palmas-solar/

Projetos urbanos e gestão de cidades: uma reflexão contemporânea

 



Gestão urbana: cidades do futuro dependem do planejamento integrado (Foto: Jeronimo Sanz/Flickr)
Os espaços urbanos acolhem 3,9 bilhões de indivíduos e, segundo as Nações Unidas, até 2050 a previsão é de que 6,4 bilhões de pessoas vivam em cidades. Diante dessa expectativa de crescimento, a ocupação do território requer o planejamento urbano integrado e o compartilhamento de esforços para garantir que as cidades do futuro sejam mais conectadas e sustentáveis. Nesse aspecto, tanto o setor público quanto o setor privado contribuem para o planejamento integrado da infraestrutura, das novas tecnologias e das novas lógicas sociais e trazem a sustentabilidade como elemento motor das iniciativas públicas (através de sistemas flexíveis, adaptáveis e inovadores) na transformação e evolução de cidades mais eficientes.
Os programas urbanos envolvem governos, empresas e incorporadoras, universidades e representantes da sociedade civil. Devido à natureza dinâmica das cidades, a escala das intervenções – sejam elas portfólios, programas e/ou projetos – e a condução desses processos envolvem patrocinadores, gestores e líderes de projeto, como agentes que têm a visão sistêmica da cidade e das organizações.
O Ministério das Cidades, instituído em 1º de Janeiro de 2003, estabeleceu um processo inovador nas políticas urbanas, implantando um dos mais importantes instrumentos de desenvolvimento urbano no Brasil: o Estatuto das Cidades, que regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal do Brasil (1988). Trata-se de um marco regulatório das políticas de desenvolvimento urbano no país, uma vez que estabelece diretrizes de política urbana nos níveis federal, estadual e municipal, define a função social da terra e apresenta os instrumentos urbanísticos para implementação de cidades participativas, integradas e socialmente inclusivas.
Esse marco legal estruturou leis que regulamentam as diretrizes para cada ente das esferas de governo, prevendo atividades que devem ser realizadas pelos municípios e estados brasileiros. No entanto, muitas vezes a estrutura do quadro técnico dos municípios acaba por realizar este trabalho de forma precária. O desafio dos municípios e estados, portanto – por questões de falta de gestão, tempo e disponibilidade dos técnicos -, é envolver as equipes técnicas das diferentes secretarias na elaboração de documentos e projetos dessa natureza. O acesso aos recursos federais para a implantação de projetos urbanos sustentáveis depende da integração de planos e projetos de forma específica para cada grande área de planejamento, quais sejam: Habitação, Saneamento, Programas Urbanos, e Transporte e Mobilidade.

E-book vai auxiliar no uso das Tabelas de Honorários de Arquitetura e Urbanismo

E-book vai auxiliar no uso das Tabelas de Honorários

Para auxiliar no dia a dia dos arquitetos e urbanistas, além de contribuir para a valorização profissional, a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) lançou o e-book Tabelas de Honorários de Serviços de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. A apresentação do projeto ocorreu nesta terça-feira (21/6) à noite, em Fortaleza, na sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE). Por meio de linguagem interativa, o e-book busca simplificar o uso das tabelas de honorários desenvolvidas pelo Colegiado Permanente das Entidades Nacionais de Arquitetura e Urbanismo (CEAU). O acesso é aberto e gratuito.



"Era o instrumento que faltava para que a compreensão das tabelas fosse facilitada", disse o presidente do CAU/CE, Odilo Almeida Filho, coordenador e relator das Tabelas de Honorários e Serviços de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. O arquiteto e urbanista destacou, ainda, que o e-book vai complementar a ação de qualificação dos multiplicadores das tabelas, trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo CAU/BR.

Na avaliação do arquiteto e urbanista Rodrigo Jaroseski, analista do CAU/RS, que também contribuiu com o desenvolvimento do e-book, o projeto ficou bastante didático, de fácil compreensão. "Com certeza auxiliará muito na difusão das tabelas de honorários", disse.

O presidente da FNA, Jeferson Salazar, acredita que "o e-book poderá se tornar um importante difusor da tabela de honorários nas suas diversas formas de aplicação e em qualquer nível de complexidade técnica do trabalho dos arquitetos e urbanistas". O dirigente destaca que o projeto não tem a pretensão de reinventar a tabela de honorários, "mas pretende ser um instrumento auxiliar de orientação e facilitação do seu uso".

Inovação para aproximar profissionais da ferramenta

A ideia do e-book surgiu após a FNA perceber que muitos arquitetos e urbanistas consideravam a tabela de honorários complexa. "Mas o fato é que a tabela reflete a própria complexidade da nossa profissão em suas inúmeras atividades e nos próprios elementos que constituem o custo do nosso trabalho na formação de valor dos honorários", acrescenta Salazar.

O projeto é inovador e funciona como um Guia do Usuário. Para navegar, basta utilizar as setas direcionais conforme a indicação. A qualquer momento, o profissional pode retornar a um conteúdo que lhe interessou ou adiantar as páginas e antecipar a leitura. O e-book pode ser acessado utilizando computadores desktop ou notebook. A ferramenta ainda pode ser utilizada por meio de tablets e celulares com sistema operacional Android e Apple, em aparelhos como iPhone. Também será disponibilizada uma versão em PDF.

Para execução do e-book, o desafio foi mergulhar no uso da ferramenta por meio de simulações. Após descobertas todas as funcionalidades, o próximo passo foi criar uma linguagem interativa e de fácil comprensão que possibilitasse o acesso de todos os públicos, não só de arquitetos e urbanistas. Isto porque o Guia do Usuário poderá ser utilizado por todos os agentes envolvidos na elaboração de um orçamento. 

O projeto também será apresentado nesta quinta-feira (23/6) pelo vice-presidente da FNA, Cicero Alvarez, em reunião do CEAU em Brasília; e pelo presidente da FNA, Jeferson Salazar, no município de Sobral (CE), em evento do IAB-CE. Na ocasião, o dirigente ministra a palestra Arquitetura Brasileira em Tempos de Crise. Será às 19h, na Faculdades Inta.

Ajude a construir a cidade dos sonhos

  

Sonhos também podem ser classificados como desejos. Todos temos questões que queremos resolvidas ou objetivos que gostaríamos de alcançar, mas que parecem distantes. E nossas cidades também têm pontos que parecem inatingíveis, considerados sonhos para os seus moradores. Ainda mais em ano de eleições, quando os candidatos devem fazer as suas listas de intenções.
Foto: @Paulo Pereira
É assim que surge o projeto Cidade dos Sonhos. A partir desta quarta-feira (22), o eleitor brasileiro terá à disposição uma ferramenta que permitirá indicar aos candidatos à prefeitura de seu município quais medidas acha prioritárias para que sua cidade seja aquela que sempre sonhou. Em uma plataforma interativa online no site cidadedossonhos.org, estão disponíveis quatro grandes temas fundamentais para qualquer cidade brasileira: mobilidade, resíduos sólidos, áreas verdes e energia. Ali, estão propostas de soluções para questões urbanas relacionadas às mudanças climáticas, e informações para que os eleitores aprendam mais sobre estas alternativas e selecionem aquelas que compõem o seu ideal de cidade.
Mas a intenção não é ficar só no âmbito do desejo: com o objetivo de serem integrados às propostas de governo dos candidatos, os modelos de Cidades dos Sonhos serão reunidos e entregues aos partidos a partir do dia 15 de agosto, um dia antes do início das propagandas eleitorais.
O projeto foi criado a partir de uma articulação de organizações, movimentos sociais e coletivos da sociedade civil, e desenvolvido pela Here Now. “Muitos documentos e cartas compromisso são produzidos em todas as eleições, a partir do trabalho da sociedade civil. No entanto, essa estratégia geralmente enfrenta um grande desafio: a enorme distância entre os desejos da população, as propostas apresentadas pelas organizações e o que efetivamente é acolhido e implementado pelos candidatos”, comenta Gabriela Vuolo, responsável pelo desenvolvimento e implementação das campanhas da Here Now no Brasil. “A ideia central do Cidade dos Sonhos é responder a esse desafio. Ao mesmo tempo em que sensibilizamos e engajamos eleitores ao redor desses temas, oferecemos um canal de comunicação direto entre seus anseios, as organizações da sociedade civil e os candidatos e candidatas”, explica.

4 lições para intensificar o transporte sustentável nos dois países mais emissores de poluentes

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(Foto: Michael Kodransky/ITDP)


(Foto: Michael Kodransky/ITDP)
Os dois maiores emissores do mundo têm muito a aprender um com o outro – especialmente sobre transporte.
Transportes são uma importante fonte de emissão de CO2 na China e nos Estados Unidos, pois correspondem, respectivamente, a 20% e 30% do total de emissões desses países. Nas cidades chinesas, a porcentagem de pessoas se deslocando de carro aumentou de 15% para 34% em Pequim entre 2002 e 2013, causando a poluição do ar e alimentando as mudanças climáticas.
Essa foi a razão de autoridades e especialistas das duas nações terem se reunido recentemente noFórum de Transportes Estados Unidos-China, sediado em Los Angeles, evento anual que reúne setores público e privado com o objetivo de impulsionar o comércio, acelerar o compartilhamento de conhecimentos e inspirar soluções para os desafios comuns.
Os especialistas discutiram maneiras de criar transportes mais sustentáveis em cidades – abordando temas como transporte público, ciclovias e passarelas para pedestres – e reuniram  quatro grandes ideias:
(Foto: Benoit Colin/WRI)

(Foto: Benoit Colin/WRI)

1. Aprenda com os projetos que oferecem soluções inovadoras

Campanhas locais de “ruas completas” estão surgindo em todas as cidades americanas, repensando as funções das ruas para que sejam mais multimodais, multifuncionais e focadas em pessoas ao invés de carros. Por exemplo, Nova York criou zonas de tráfego lento e fechou para carros algumas de suas ruas. Estas soluções de baixo custo produzem enormes benefícios, incluindo o aumento do tráfego a pé e a revitalização de bairros. Em Seattle, o redesenho das ruas com calçadas permeáveis e jardins de chuva ajudou a gerenciar o escoamento de águas pluviais poluídas.
Agora, programas federais estão surgindo para ajudar tais projetos como estes a se espalhar mais rápido. Por exemplo, saiu a primeira lei federal que endossa ruas completas, além do ato de fixação de Transportes de Superfície da América (FAST), que encoraja os municípios a relatar o progresso de suas ruas completas, requere o uso de um Guia de Desenho Urbano e fornece subsídios para projetos pertinentes. Consequentemente, as cidades americanas emitiram mais de 900 políticas de ruas completas locais.
Da forma similar, condicionadas pelo Código Urbano de Desenho de Estradas, as cidades chinesas têm algumas das mais amplas infraestruturas de ciclismo do mundo. Com o apoio do WRI, o governo chinês introduzirá em breve um manual de acesso seguro às estações, que foi projetado para ajudar as cidades a criarem ruas mais seguras para os pedestres.

Planejamento urbano e acesso ao transporte também afetam a saúde mental

 

A cidade pede atenção, os carros pedem passagem, o barulho invade o espaço físico e mental. Nenhum desses pedidos vem com aviso prévio e muitas vezes sequer são percebidos. O cenário urbano infiltra-se na rotina por todos os lados e vieses. Ainda que esses elementos passem despercebidos ou assimilados de forma natural, eles requerem atenção e esforço mental. Isso, somado à perspectiva de que 70% da população esteja morando nas cidades até 2050, faz com que cada vez mais sejam feitos estudos que refletem a relação entre planejamento urbano, arquitetura e saúde mental.
Os estudos somam esforços para entender como a vida urbana afeta o desenvolvimento cognitivo dos habitantes e qual o papel da cidade no desenvolvimento de transtornos mentais. Por outro lado, existem também pesquisas que pontuam os aspectos positivos dos centros urbanos. Elas analisam a inter-relação entre a vida humana e o ambiente que escolhemos para morar, do estresse causado por engarrafamentos até o bem-estar proveniente da arborização urbana.

O cérebro se adaptou às cidades

(Imagem: Rick Moser/Shutterstock.com)
A igual divisão entre o espaço rural e urbano que o povo Himba tomou, na Namíbia, serviu como base de estudo para cientistas da Universidade de Londres. Em um dos experimentos, os pesquisadores empregaram uma tarefa básica de atenção espacial. Todos os participantes precisavam seguir um alvo em uma tela, indicado por setas, e deveriam ignorar as setas que apontavam em outras direções. Os habitantes que habitavam a zona rural ou mais remota apresentaram mais foco durante a tarefa.
A conclusão dos cientistas foi que o cérebro das pessoas que vivem no interior parece pronto a focar imediatamente em uma tarefa apresentada. Em contrapartida, os habitantes da cidade mostram-se preparados para explorar o cenário em constante mudança da vida urbana. Essa distinção, no entanto, demonstra apenas como a cidade condiciona seus moradores a funcionarem de maneira diferente.
Existem, como essa, diversas outras análises sobre o ambiente urbano. Estudos sobre a densidade, o uso do solo, a segurança viária, o desenho urbano e o impacto dos transportes tendem a apresentar bons resultados no ramo da saúde em geral, seja em impactos sociais ou econômicos, mas são poucos os estudos que levam em conta a saúde mental. Existem aprofundamentos que levam em conta a poluição sonora e visual e a falta de acesso a espaços verdes e o impacto que isso causa para o bem-estar das pessoas.
Essa foi a premissa adotada por um grupo de pesquisadores italianos para analisar a relação entre o ambiente urbano e o impacto na saúde mental dos habitantes. Independentemente dos papéis desempenhados pelos bairros e a desvantagem social individual. A análise foi feita a partir das variações na prescrição de antidepressivos em relação às dimensões específicas do ambiente construído em volta – densidade urbana, uso misto do solo, áreas verdes, serviços públicos, acessibilidade por meio de transportes públicos.

CETAC incorpora novas câmaras de metrologia acústica

Apesar de estar ligado às tecnologias do ambiente construído, o CETAC ensaia e fornece medições para outros setores como o automotivo e a indústria de eletrodomésticos. Mas as novas câmaras chegaram para atender às demandas do setor de construção civil e podem até fazer análises de fugas de ruído pelo sistema de holografia acústica por meio de uma antena com 36 microfones.
CETAC incorpora novas câmaras de metrologia acústica
O físico e pesquisador do laboratório de conforto ambiental do CETAC - Centro Tecnológico do Ambiente Construído, do IPT, Marcelo de Mello Aquilino, é conhecido entre os acústicos. Além de participar da comissão técnica da Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora, Aquilino desenvolve uma tese de doutorado na Faculdade de Saúde Pública da USP para definir descritores acústicos em estudos epidemiológicos. Como pesquisador do CETAC, Aquilino tem motivos para comemorar a entrada em funcionamento de três novas câmaras de medição no laboratório do campus do IPT.
Apesar de estar ligado às tecnologias do ambiente construído, o laboratório ensaia e fornece metrologia para outros setores como o automotivo. Mas as três novas câmaras agora em atividade chegaram para atender às demandas do setor de construção civil. Uma dessas unidades de medição será usada para aferir o impacto de ruído em pisos e deve atrair a crescente indústria de pisos flutuantes que tem lançado produtos que podem minimizar um gigantesco conflito em condomínios de vizinhos que reclamam da bolinha, da pata do cachorro e do salto alto feminino no andar de cima. Aquilino explica que esta câmara ainda se encontra em fase de testes e, quando entrar em operação, vai medir a rigidez dinâmica, com martelo de impacto, de pisos que não utilizam mantas resilientes nos contrapisos.

Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2016 já tem finalistas

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2016 homenageia o Samba de Roda do Recôncavo Baiano.

A diversidade cultural brasileira está representada nas ações habilitadas a concorrer à etapa final da 29ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Entre os 220 projetos inscritos neste ano, 60 propostas de 22 estados brasileiros e Distrito Federal serão analisadas pela Comissão Nacional de Avaliação. O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é a maior premiação com vistas à promoção e preservação do Patrimônio Cultural de todo o País.
A etapa final acontecerá nos dias 27 e 28 de julho, quando a Comissão Nacional se reunirá na sede do Iphan, em Brasília (DF), para definir os oito vencedores que serão contemplados com 30 mil reais, como estímulo e forma de reconhecimento às iniciativas de preservação, salvaguarda e gestão compartilhada do Patrimônio Cultural.

Questão urbana e envelhecimento populacional

Questão urbana e envelhecimento populacional

Crédito: InfoHabitar

Neste artigo da Revista Cadernos Metrópole, Maura Bicudo Véras e Jorge Felix discutem a questão urbana em sua relação com o envelhecimento populacional. E mostram o efeito do capital financeiro, nos séculos XX e XXI, sobre o espaço urbano, o trabalho e a seguridade social. Os autores defendem que a perda do direito à cidade é o último estágio do desmonte do Estado de Bem-Estar Social, sendo que com o avanço do capital imobiliário, amplia-se a segregação dos moradores e os mais pobres se alojam em condições precárias nas cidades, onde vivem 84% dos idoso brasileiros.
O artigo “Questão urbana e envelhecimento populacional: breves conexões entre o direito à cidade e o idoso no mercado de trabalho”, de autoria de Maura Pardini Bicudo Véras e Jorge Felix, é um dos destaques do dossiê “A Saúde na Cidade”, presente na edição nº 36 da Revista Cadernos Metrópole.

Cinco fatos sobre a natureza no espaço urbano

 

As árvores e os espaços verdes das cidades proporcionam aquela sombrinha gostosa, refrescam o ar e deixam a rua mais bonita e agradável. São também objetos de estudo frequentes de pesquisadores de todas as partes do mundo que tentam descobrir cada vez mais benefícios do verde. As conclusões apontam para a mesma direção: a natureza tem impactos diretos sobre nosso humor, nossa saúde e nossa qualidade de vida.
Por isso, nós separamos cinco fatos sobre as áreas verdes que vão te fazer querer ficar cada vez mais próximo das áreas verdes. Aí vão eles:

1. Quem vive perto de áreas verdes é mais feliz e saudável

(Foto: Otávio Nogueira)
A Universidade de Exter, no Reino Unido, descobriu que pessoas que vivem perto de locais verdes são mais feliz do que as que não têm esse privilégio. A pesquisa, realizada com 10 mil pessoas, levou em conta o lugar onde elas moravam e o nível de satisfação pessoal e saúde mental. Leia aqui.

2. Bairros verdes têm os bebês mais saudáveis

(Foto: David Salafla/Flickr)
As cidades e os bairros mais saudáveis melhoram a qualidade de vida. Mas outro estudo, publicado pela Environmental Health Perspectives, adiciona uma nova variável a essa equação: de acordo com a pesquisa, mães que vivem em áreas mais verdes e saudáveis dão à luz bebês igualmente mais saudáveis. Entenda.

A importância da arborização urbana e o que (não) sabemos sobre o verde

  

As sombras dos edifícios se alongam pelas calçadas. Os prédios se apresentam em diversas cores, quase nenhuma verde. As árvores, conhecidas por sua patente desta cor, são poucas nos centros urbanos. Por isso nos servimos das sombras das construções verticais, frutos concretos de nossa urbanização, para aliviar o calor potencializado pelo asfalto. No entanto, a arborização urbana ultrapassa o papel estético de suprir a carência de nossas retinas (já um tanto acostumadas) pelo verde e o papel de resfriamento ao sombrear nossas acaloradas avenidas e calçadas. As árvores são plurais em suas funções urbanas, mas já não sabemos tanto sobre elas.
Sabemos que as áreas verdes das cidades ficam restritas aos parques, jardins botânicos e algumas ruas distintas – em Porto Alegre, uma dessas ruas até recebeu a honraria de “mais bonita do mundo” (foto). Visitas aos espaços verdes das cidades, como praças e parques, são imediatamente associadas ao relaxamento, à fuga da rotina da qual precisamos para manter nossa espiritualidade em nível razoável. Hoje mais da metade da população mundial mora nas cidades. Até 2050 estima-se que este total chegará aos 70% da população mundial.
(Foto: Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho/WikiCommons)
Em publicação sobre a importância de manter as árvores em centros urbanos, a zootecnista Maria Luiza Nicodemo e o engenheiro agrônomo Odo Primavesi destacam que entre os papéis desempenhados pela arborização urbana estão: “a redução da poluição do ar, interceptação da água de chuva, sombreamento e estabilização da temperatura, redução do ruído e promoção de melhorias no bem-estar psicológico e físico”.

Além do ar puro: os benefícios econômicos da arborização urbana

 


Se você só puder plantar uma árvore, plante-a em uma cidade.
A frase de David Nowak, PhD em Arborização Urbana pela Universidade da Califórnia, é categórica. Pesquisador-líder do US Forest Service, Nowak tem trabalhado em pesquisas que buscam avaliar os benefícios econômicos da arborização nas cidades. Ele criou o iTree, software que oferece às cidades as ferramentas necessárias para produzir inventários detalhados das árvores urbanas e calcular seu valor em dinheiro. O trabalho comprovou o que antes era apenas uma hipótese: as árvores não sópurificam o ar que respiramos e amenizam as temperaturas, mas podem gerar uma economia financeira significativa aos centros urbanos.
Uma pesquisa conduzida em Austin, capital do Texas, utilizando o iTree, estimou que as árvores geram uma economia anual de quase US$ 19 milhões somente a partir da redução dos custos decorrentes do uso de energia. As 33,8 milhões de árvores que cobrem em torno de 31% do território da cidade armazenam em torno de 7 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), quantidade equivalente a um custo de US$ 242 milhões. Além da armazenagem, as árvores também são responsáveis pela remoção de 336 mil toneladas de CO2 por ano da atmosfera, o equivalente a US$ 11 milhões anuais, e reduzem a poluição do ar, em um valor estimado em US$ 3 milhões. Consideradas todas as variáveis, o valor compensatório das árvores de Austin é estimado em US$ 16 bilhões.


Austin, Texas: o valor compensatório das árvores na cidade é estimado em 16 bilhões de dólares (Foto: Sergey Galyonkin/Flickr)
Os números impressionam. Para calculá-los, o iTree usa algoritmos que medem o impacto financeiro da arborização e, ao mesmo tempo, permitem avaliar futuras estratégias de plantio. Desde o lançamento, o programa desenvolvido por Nowak passou por modificações a fim de abranger novas possibilidades de cálculos e, consequentemente, diferentes maneiras de mensurar os benefícios das árvores. Atualmente, o pesquisador trabalha para calcular o valor econômico de outros três impactos da arborização urbana: a redução na temperatura, a absorção dos raios ultravioletas e – talvez o mais desafiador – a redução do estresse.

Três cidades que usaram o urbanismo para se reinventar

Conheça três cidades diferentes que planejaram muito bem o uso do espaço urbano


por Eloá Cruz
Foto: BigstockFoto: Bigstock
Bruxelas
Foi na capital da Bélgica que o novo pensamento urbanístico nasceu. A pós-doutorada em geografia urbana e plano espacial pela Universidade Saint-Louis de Bruxelas, Sofie Vermeulen, explica que a cidade adotou, no início dos anos 2000, um planejamento urbano capaz de a transformar em metrópole internacional. Desde então, além das políticas bem-sucedidas de mobilidade urbana e descentralização de serviços públicos, Bruxelas trabalha na revitalização de áreas centrais. O status de cidade cosmopolita atrai cada vez mais turistas de negócios, além de variados congressos mundiais.
Foto: Bigstock
Foto: Bigstock
Cidades têm de acompanhar o ritmo da sociedade. Por isso, se reinventam. Ou deveriam. Pois, quando o pensamento urbanístico é deixado de lado, os problemas aparecem. A falta de acessibilidade, a centralização de serviços públicos, o pouco estímulo ao uso do espaço urbano e até a violência são alguns dos pontos que acometem as cidades mal planejadas.
Pensando nisso é que arquitetos e urbanistas europeus e norte-americanos se reuniram em 2003 para discutir e estabelecer o novo urbanismo, com base em casos que deram certo e antes que se instaurasse o caos.Afinal, o pensamento vigente de organização não atende mais às necessidades das metrópoles contemporâneas.
Após essa primeira reunião, o Conselho Europeu de Urbanismo foi criado. Os arquitetos belgas Christian Lasserre e Joana Alimanestianu, e Lucien Steil, de Luxemburgo, passaram a liderar o novo movimento de urbanismo, que se inspira em alguns bons exemplos, como Tapiola, na Finlândia, Bruxelas, na Bélgica, e Bogotá, na Colômbia, cidades que criaram soluções simples, mas impactantes para a vida contemporânea.
E na base do novo urbanismo, estão aspectos como minimizar os efeitos da urbanização dispersa; estimular o uso misto do espaço urbano; valorizar a circulação de pedestres; incentivar o uso da bicicleta; dar máxima atenção às demandas da comunidade organizada em pequenos núcleos ou distritos; e preservar os bens de interesse histórico, por meio da atribuição de usos atuais para os espaços incorporados ao projeto urbano.











 
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