Desenvolvimento das cidades é baseado no desperdício


Em artigo publicado no jornal El País, no dia 27 de junho, o catedrático de Urbanismo e Ordenamento do Território na Universidade Politécnica de Madri José Fariña Tojo diz que o futuro da humanidade passa pela correção da expansão sem rumo das grandes concentrações urbanas.

Clique aqui para ler o artigo “Uma cidade mais próxima”, publicado pelo El País

Segundo José Tojo, na tentativa de reduzir as desigualdades da Revolução Industrial e melhorar a saúde pública, as cidades aumentaram o consumo do planeta e adotaram um modelo baseado na ineficiência e no desperdício, incompatíveis com os limites planetários.

“Até meados dos anos cinquenta, as cidades cresciam de forma mais ou menos radioconcêntrica, apoiadas nas vias de comunicação e com adensamento razoavelmente alto. A partir desse momento, e por causa da popularização dos carros, a cidade começou a crescer de outra maneira: colocando pedaços urbanizados, em geral de baixa densidade, à maior ou menor distância da cidade contínua, com estradas de ligação entre todas as partes. Foi assim que se mudou o conceito de distância em quilômetros pelo de distância em minutos. Com a vantagem para o urbanizador de que o terreno era muito mais barato”, explica Tojo no artigo..

Para o presidente do IAB, Sérgio Magalhães, a expansão das cidades e a perda resultante de densidade dos centros urbanos são consequências da especulação imobiliária e da falta de uma política urbana consistente. “O resultado disso é a degradação ambiental e dos serviços públicos. Isso torna as metas de universalização dos serviços cada vez mais remotas”, afirma Magalhães.

“A cidade do futuro nunca será como a do passado. A razão principal é que a população mundial em 1800 era de 1 bilhão de pessoas e atualmente é preciso alojar 7 bilhões. (...) Depois da tremenda diástole urbana produzida no século passado, vê-se a chegada de uma sístole, uma contração, um recolhimento urbano necessário para que o coração do planeta continue funcionando”, defende José Tojo.

Imagem: Panorâmica de Paris realizada pelo astronauta Alexander Gerst. / GETTY

Concurso FAU 70 anos


A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU-UFRJ comemora 70 anos de sua existência em 2015. Sua criação se deu através do Decreto Federal n° 7.918, de 31 de agosto de 1945. O curso de arquitetura teve origem com a criação da Real Academia de Ciências Artes e Ofícios, através do Decreto Imperial de 12 de agosto de 1816. Desde então, até 1945, foi apenas um daqueles ministrados pela instituição nacional voltada para a formação das Belas Artes. Em 1945, o curso adquiriu o status institucional de unidade acadêmica, com a denominação de Faculdade Nacional de Arquitetura.
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O presente concurso é uma das atividades previstas para festejar os 70 anos da FAU-UFRJ. O tema-provocação do concurso é seu edifício-sede – de fato, sua primeira sede permanente.
Se, por um lado, tanto o Edifício da FAU, como todas as demais edificações do campus e seu próprio urbanismo tiveram suas linhas originais relativamente preservadas, por outro, todo este conjunto vem sendo sucessivamente ressignificado. Surge daí uma forte tensão entre um passado não tão remoto e novas demandas funcionais e simbólicas, em permanente transformação.
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O mote deste concurso não se restringe simplesmente a repensar o edifício em si. Espera-se dos concorrentes que, acima de tudo, entendam que o edifício é uma “situação complexa” ou uma parte dela. Espera-se que os concorrentes apresentem trabalhos que interpretem esta situação e se manifestem sobre ela. Eventualmente, tais manifestações podem se configurar como propostas físicas estritamente arquitetônicas, mas não apenas e exclusivamente as que tenham este caráter.
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Nota: estão disponibilizadas para consulta e download diversas imagens (pranchas e fotografias) que podem ser de utilidade para os concorrentes, em página do facebook .
Email para informações: concursofau70anos@fau.ufrj.br


Escola da Cidade promove curso livre sobre arranha-céus de São Paulo

Cortesia de Escola da Cidade                                                                                    Cortesia de Escola da Cidade

A Escola da Cidade promove durante o mês de julho o curso livre “Arranha-céus de São Paulo”, organizado pelos arquitetos Bruna Canepa e Ciro Miguel, do estúdio Miniatura.
O curso tem a intenção de explorar, desconstruir e reconstruir os arranha-céus de São Paulo – dos mais icônicos aos mais obscuros, dos mais tímidos aos mais massivos –, em um formato máscara-escultura-objeto de vestir. A construção manual deste arsenal de prédios-personagens resultará em outras atividades complementares. O curso promoverá um mergulho nos arranha-céus de São Paulo e, consequentemente, um mergulho na história da cidade.
Os organizadores são os arquitetos Bruna Canepa e Ciro Miguel que, em 2011, fundaram o estúdio Miniatura. Bruna Canepa é arquiteta formada pela Escola da Cidade e participa de exposições desde 2008. Ciro Miguel é arquiteto formado pela FAUUSP e pela Universidade Columbia, em Nova York. Colaborou com o escritório SPBR por quase 10 anos e trabalhou com Bernard Tschumi, de 2008 a 2010. Atualmente é professor assistente no ETH Zurique.
As inscrições devem ser feitas pelo site da Escola da Cidade, onde também é possível obter mais informações sobre o curso.
Curso Livre “Arranha-céus de São Paulo”
  • Data: de 07 a 30 de Julho de 2015 (às terças e quintas)
  • Horário: das 18h às 20h
  • Local: Escola da Cidade
  • Endereço: Rua General Jardim, 65, São Paulo - SP
  • Informações: www.escoladacidade.edu.br
  • Título: Curso livre sobre arranha-céus de São Paulo
  • Website: http://www.escoladacidade.org/
  • Organizadores: Escola da Cidade
  • De: 07 de Julho de 2015, 18:00
  • Até: 30 de Julho de 2015, 20:00
  • Onde: Escola da Cidade
  • Endereço: Rua General Jardim, 65 - Vila Buarque, São Paulo - SP, 01223-011, Brasil
Fonte: "Escola da Cidade promove curso livre sobre arranha-céus de São Paulo" 29 Jun 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Jun 2015. http://www.archdaily.com.br/br/769269/escola-da-cidade-promove-curso-livre-sobre-arranha-ceus-de-sao-paulo

O que torna uma cidade sustentável?

por Deutsche Welle — publicado 29/06/2015 03h36

Essen, na Alemanha, foi escolhida a "capital verde" da Europa. Mas, para obter esse título, é preciso muito mais do que parques

Essen
Essen, na Alemanha: infraestrutura verde como "uma solução de base natural"

Por Sonya Angelica Diehn

A cidade de Essen, no oeste da Alemanha, foi escolhida a "capital verde" da Europa para o ano de 2017 – um prêmio dado anualmente pela Comissão Europeia para exemplos deações ambientalmente importantes, incluindo esforços locais para melhorar o meio ambienteno perímetro urbano e promover o crescimento sustentável.
Desde 2010, o título é concedido a cidades europeias com população superior a 100 mil habitantes. A premiação é dada sempre dois anos antes do período proposto. Para 2016, a vencedora foi Liubliana, na Eslovênia. A inglesa Bristol ganhou o título para 2015, e a capital dinamarquesa Copenhague, no ano passado.
Antigo centro de mineração de carvão, no coração do Vale do Ruhr, Essen foi reconhecida por superar o desafio da sua história industrial e reinventar-se de maneira ambientalmente sustentável. Depois, tornou-se exemplo para outras cidades.
Mas o que, afinal, faz uma cidade ser considerada "verde"?
Para o concurso, um grupo independente de especialistas analisou as cidades com base em fatores como qualidade do ar, transporte, áreas verdes urbanas e medidas para lidar com as mudanças climáticas.
George Ferguson, prefeito de Bristol, na Inglaterra, descreve as mudanças climáticas como "o maior desafio" que as cidades europeias precisam encarar. Segundo ele, enfrentar isso depende de inovação – e muitas vezes com bom humor. Exemplo disso é o que ficou popularmente conhecido como "poo bus", ônibus movido a fezes.
"É o ônibus número dois, e funciona por meio de dejetos humanos. Mas não cheira mal", brinca Ferguson.
O "poo bus" faz parte da campanha de Bristol para reduzir a emissão de carbono em 40% até 2020. Outras medidas rumo a esse objetivo são apoiadas por projetos que incentivam o aumento da energia renovável e a redução no consumo de energia.
Antecessora de Bristol como "capital verde" da Europa, Copenhague tem ambições ainda maiores quando o assunto é mudança climática. A mais ousada é extinguir a emissão de carbono até 2025. Na última década, a cidade já conseguiu reduzir o índice em 40%.
Há ainda mais esforços dos dinamarqueses para aumentar as estruturas construídas com energia renovável e fomentar o uso adequado das bicicletas, com programas como o "bike-butler" ("mordomo de bicicleta").
Quando as pessoas estacionam as bicicletas em locais inconvenientes, os "mordomos" as removem. Mas quando os ciclistas chegam para pegá-las de volta, eles não são punidos com multa, mas sim cumprimentados de forma amigável. Pode soar quase inacreditável, mas, além disso, a bicicleta ainda recebe um banho de óleo nas correias e tem os pneus cheios.
"Criando soluções aprazíveis e elegantes para quem pedala, tornamos a atividade ainda mais atrativa", diz Lykke Leonardsen, chefe da agência municipal que tenta "livrar" Copenhague do carbono.
Aparentemente, funciona. Hoje, em Copenhague, 45% de todos os deslocamentos para o trabalho e para a escola são feitos de bicicleta.
Além de reduzir a emissão de carbono, uma "cidade verde" deve ser também literalmente verde. Isso, porém, não significa apenas ter parques. A expressão da moda em termos de planejamento urbano é "infraestrutura verde", definida como áreas naturais projetadas para desempenhar uma série de funções.
Ronan Uhel, da agência europeia de meio ambiente, conceitua a infraestrutura verde como "uma solução de base natural" que também pode contribuir para a preservação da biodiversidade.
"Pode estar relacionado à eficiência energética de prédios, pode suavizar as divisões das nossas paisagens, pode ser útil para regenerar a acessibilidade aos rios", diz Uhel.
Um grande projeto em Copenhague envolveu a criação de uma rede de áreas verdes que pode absorver a água das chuvas – resultado de um replanejamento devido a uma tempestade, em 2011, que causou grandes danos à infraestrutura da cidade e ameaçou risco de vida a várias pessoas.
Agora, essas áreas desviam a água da chuva, ajudam a limpar o ar e atuam como espaços conjuntos para a comunidade.
"Isso está esverdeando a cidade, deixando-a mais saudável e atrativa", afirma Leonardsen.
Martin Powell, chefe de desenvolvimento urbano da empresa alemã Siemens no Reino Unido, salienta o quão isso é importante:
"Uma cidade verde é absolutamente essencial para atrair o capital humano que você quer ver trabalhando e vivendo no local", diz.
Powell afirma que os municípios e a iniciativa privada podem "pegar carona" e colocar a infraestrutura verde para investimentos. Ele sugere que, quando grandes edifícios passam por uma renovação energética, podem incluir algumas características.
"Por que não integrar com um telhado verde um lugar permeável, no lado de fora, para ajudar no escoamento da água vinda da superfície, uma drenagem sustentável e outras infraestruturas verdes?", sugere Powell.
Ferguson, prefeito de Bristol, finaliza dizendo que as cidades são, ao mesmo tempo, fontes de muitos problemas, mas também de muitas soluções.
"Se as cidades podem se tornar um laboratório de mudanças, os benefícios podem ser espalhados por toda a Europa. Uma cidade, sozinha, não vai mudar o mundo. Mas se compartilharmos ideias, e também os problemas, vamos compartilhar as respostas, e aí poderemos mudar o mundo", conclui.

Bons projetos, planejamento e novas tecnologias

Brasil – Em entrevista à Revista Infra, presidente da Abrava afirma que bons projetos podem impactar positivamente no desempenho climático e energético das edificações

Brasil – A Revista Infra traz, em sua edição número 174, uma entrevista com o presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Wadi Tadeu Neaime. Na conversa, ele explica que é comum, no setor de construção, observar falhas consistentes de projetos que na maioria dos casos acarreta em aumento de custos e atrasos na conclusão das obras. Wadi Tadeu esclarece que o planejamento muitas vezes é ignorado por uma questão comportamental, já que o ser humano tem como hábito pular várias etapas do planejamento.
O presidente da Abrava recomenda que os projetos de climatização sofrem do mesmo problema, o que num momento em que o custo da energia impacta diretamente nos custos da operação predial, pode representar um aumento considerável dos gastos.
Wadi afirma que a indústria da climatização está sempre evoluindo em busca de oferecer equipamentos cada vez mais eficientes. Ele revela que nos últimos 15 anos, o desenvolvimento da tecnologia voltada para os sistemas de ar-condicionado reduziram pela metade o consumo energético de cada aparelho.
“A refrigeração e o ar condicionado representam sistemas vitais na fabricação e conservação de remédios e de alimentos, nos procedimentos hospitalares e Data Centers, entre outros; além do conforto humano indispensável dentro dos modernos prédios comerciais, assegurando salubridade e produtividade”, explica Wadi Tadeu.

Clique no link abaixo e leia a reportagem na íntegra

Revista Infra Abril_2015.pdf

Fonte: http://www.procelinfo.com.br/main.asp?ViewID=%7B8D1AC2E8-F790-4B7E-8DDD-CAF4CDD2BC34%7D&params=itemID=%7B32DBA604-E96A-4020-A823-C2C4048267BB%7D;&UIPartUID=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898%7D

Terceiro lugar no concurso Operação Urbana Consorciada Água Branca / AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

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Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa       Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

  • Arquitetos: AUM Arquitetos, 23 SUL Arquitetura, Rossi Barbosa Arquitetos Associados
  • Localização: Água Branca - Água Branca, São Paulo - SP, Brazil
  • Autores (Aum): Renato Dalla Marta, André Dantas, Bruno Vitorino e Victor Vernaglia
  • Autores (23 Sul Arquitetura): André Sant’Anna da Silva, Gabriel Manzi, Ivo Magaldi, Lucas Girard, Luiz Florence, Moreno Zaidan Garcia, Tiago Oakley, Mario do Val e Anelise Guarnieri
  • Autores (Rossi Barbosa): Marcia Rossi, Paulo Barbosa
  • Colaboradores (23 Sul Arquitetura): João Miguel Silva, Alexandre Guerreiro, Carmem Aires, Lucas Menezes de Souza e Pedro Giunti
  • Colaboradora (Rossi Barbosa): Joana Mello
  • Geotécnica: Eduardo do Val
  • Mobilidade Urbana: Arlindo Fernandes
  • Paisagismo: Oscar Bressane
  • Infraestrutura Urbana: Valburg de Sousa Santos
  • Fotografias: Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

Apresentamos a seguir o projeto premiado com o terceiro lugar no concurso para a Operação Urbana Consorciada Água Branca, de autoria dos escritórios AUM Arquitetos, 23 SUL Arquitetura e Rossi Barbosa Arquitetos Associados. O concurso teve abrangência nacional e foi promovido pelo São Paulo Urbanismo – SP Urbanismo e o Departamento deSão Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB-SP.

Dos arquitetos: A gleba objeto do projeto se insere em um contexto urbano em processo de transformação, rica em testemunhos históricos do período inicial de industrialização deSão Paulo. O relevo desta região foi profundamente modificado por ocasião da retificação do Rio Tietê, implantação de ferrovias e plantas industriais com resultados variados, demandando, na readequação aos usos propostos pelo programa deste concurso, uma visão ampliada de patrimônio que possa contemplar o protagonismo da água como elemento de definição deste território.

Nossa proposta parte, portanto, da reconfiguração da paisagem tendo como horizonte a memória da várzea do Tietê atendendo às demandas de drenagem superficial e de captação e reaproveitamento destas águas e, ao utilizar a memória visual como elemento paisagístico predominante, o novo curso proposto ordena a ocupação da gleba, criando um parque que atende à demanda por áreas verdes e funciona como uma camada de mitigação dos efeitos nocivos causados pelas vias de alto fluxo que circundam a área. Seguem, o parque e suas águas, mediando a relação entre as quadras residenciais, equipamentos públicos e edifícios institucionais do programa. Deste desenho decorre uma configuração mais orgânica dos elementos do parque em contraposição à ordenação de caráter mais ortogonal das áreas residenciais.

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Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa       Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

A inserção da área na malha da cidade, sua costura no tecido urbano, se faz ao longo eixo de fruição pública que ordena a ligação entre os eixos de mobilidade constituídos pelo Apoio Urbano Norte e Apoio Urbano Sul por meio da passarela proposta , conectando a porção Norte da gleba objeto do concurso, conflui na região central da área com o eixo secundário que conecta com os outros conjuntos habitacionais existentes na região e atinge ao Sul a Avenida Marques de São Vicente . A opção pelo favorecimento ao transporte público e não motorizado, aliado à redução do volume de tráfego de veículos no interior da área ampara a decisão de alterar a malha viária proposta de forma a atender o programa desenhando um grande parque envoltório, e uma testada visualmente permeável ao eixo de mobilidade do Apoio Urbano Sul.

O PARQUE

A partir da confluência da ponte Júlio de Mesquita Neto e Avenida Marquês de São Vicente se organiza o parque compondo barreiras acústicas em painéis de concreto aliados à vegetação de grande porte abrigando o edifício do CEU e seu conjunto esportivo. Toda a margem do parque lindeira às vias de alto tráfego de veículos será tratada com maciços arbóreos de grande porte.

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Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa     Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

É neste contexto que o projeto paisagístico propõe modelar o terreno para abrigar as funções e assegurar as condições favoráveis à drenagem superficial, criando um sistema artificial de retenção temporária das águas da chuva e recuperando (por bombeamento, adução e armazenagem) parte do volume do córrego Agua Preta para viabilizar a manutenção do parque e facilitar a limpeza pública. Recria-se assim uma memória visual da água corrente, por meio de um córrego artificial alimentado pelas águas do Agua Preta e este se torna o elo de ligação entre as múltiplas funções do parque. A presença da água na gleba se dará tanto no córrego como na praça d’água, em depressões para retenção temporária das águas de chuva, canteiros drenantes, canaletas, e cisternas de água de cobertura. No ponto extremo do parque, junto à via marginal do Tietê, o projeto do parque refunda a experiência da fruição da margem do rio criando um balneário acessível pela passarela.

DENSIDADE URBANA

A escolha da densidade populacional adequada para a implantação foi determinante considerando-se que quanto maior a densidade de um assentamento urbano, maior é a eficiência no uso da infraestrutura instalada e maior tende a ser o potencial de convívio urbano nos espaços públicos devidamente qualificados. Adotou-se assim, a premissa de explorar o máximo potencial de adensamento possível para a área projetada.

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Implantação. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa         Implantação. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

Entretanto, a relação entre altas densidades e aspectos urbanísticos positivos está sujeita a limites quantitativos, que, quando ultrapassados, tendem a prejudicar tanto a eficiência da infraestrutura, quanto a qualidade do uso dos espaços públicos. Esse ponto de saturação, estimado pelo cálculo de capacidade de suporte, fornecido pelo plano urbanístico da Operação Urbana Consorciada Água Branca prevê para o Setor A uma densidade populacional máxima de 125 hab./ha, o que corresponde a uma população total de 8.451 habitantes.

A densidade máxima possível para o bairro do Subsetor A1 corresponde assim ao diferencial de população necessário para atingir a densidade populacional pretendida para todo o Setor A. Considerando que a área (setor A) possui atualmente 1.696 moradores, o setor A1 teria uma população de 6.755 pessoas. Isso parece bastante pertinente se consideramos que o setor A2 será totalmente composto de áreas públicas livres, previstas por ocasião da devolução das áreas ocupadas hoje pelos clubes de futebol.

Para o perfil da população pretendida para o novo bairro (composto pelas faixas de renda de 0 a 3 e de 3 a 6 salários mínimos) considera-se uma média entre 3,5 e 3,7 moradores por domicílio (fonte: Plano Municipal de Habitação de São Paulo). O que leva a um total de unidades que varia entre 1.930 e 1.831 unidades habitacionais.

Essa proposta contempla um total de 1.869 habitações, o que corresponde a uma densidade bruta de 470 hab./ha para o Subsetor A1. Esse índice, embora consideravelmente alto para os padrões da cidade de São Paulo (cerca de 100 hab./ha) é razoável para o padrão de ocupação pretendido pela Operação Urbana, de acordo com o exposto acima.

Não basta garantir apenas índices quantitativos, mas sim criar condições para que haja relação de boa qualidade entre os espaços edificados e livres, condizentes com a apropriação do espaço público que se pretende.

QUADRA

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Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa     Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

Nas quadras residenciais o projeto propõe edificações de gabarito e arranjos variados que abrigam diversas tipologias residenciais, ordenadas de maneira a criar espaços internos configurando áreas de uso coletivo destinadas a quadras, playgrounds, espaços de ginástica e de convivência. Os espaços coletivos se isolam dos espaços condominiais por diferenças de nível. Toda a área condominial se organiza à um metro do perfil natural do terreno, o que confere privacidade às aberturas das unidades do pavimento térreo e cria uma divisão clara entre espaço público e privado, permitindo que os acessos às unidades habitacionais se deem sempre pelo interior da quadra. Os espaços coletivos internos se abrem à circulação entre-quadras oferecendo diferentes percursos, abrindo novas possibilidades de fruição pública. Às testadas de quadra voltadas aos eixos de circulação mais intensa de veículos foi dado o tratamento de fachada ativa estabelecendo espaços de ocupação comercial e de serviços. Note-se que os volumes de fachada ativa propostos garantem, em sua descontinuidade, a permeabilidade visual aos espaços coletivos das quadras residenciais, possibilitando diversos usos na área coberta como: extensão dos bares e restaurantes e locais para feiras cobertas.

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Planta do térreo. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa     Planta do térreo. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

OS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

Para a construção das unidades habitacionais, buscou-se uma solução simples e pouco dispendiosa, com técnicas industrializadas de construção com grande disseminação no mercado de construção civil, para garantir diversas opções de empreiteiras no mercado aptas para a construção dos conjuntos no programa “Minha Casa, Minha Vida”, além otimizar prazos globais de obra. Por conta das características geológicas da região .Todo o embasamento será erguido do solo natural através de lajes e o porão resultante desse embasamento poderá ser utilizado para as dependências dos edifícios tais como: barrilete, registros, esgoto, alimentação, reuso e cisternas de coleta de água de chuva – e espaço para a infraestrutura das áreas públicas nos interstícios das quadras – cisternas para água de rega, poços de visita, e quadros públicos de fibra ótica, telefonia e elétrica.

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Diagrama construtivo. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa      Diagrama construtivo. Image Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

Nos edifícios baixos – térreo + 4 pavimentos – as fundações previstas serão em estacas pré-moldadas de concreto e a estrutura em alvenaria estrutural de blocos de concreto, suportando vigas e lajes pré-moldadas. Os fechamentos sob as janelas serão feitos por placas pré-fabricadas em concreto leve com 2.55m de largura e duas variações de altura. As diferentes alturas marcam as janelas de dormitório, com 1,1m de peitoril; e as aberturas nos ambientes de estar, com 0,8m de altura, complementados até 1,1m por módulos de vidro fixo, garantindo a visibilidade externa para crianças e cadeirantes. As empenas de arremate dos edifícios lâmina serão construídas em peças pré-moldadas de concreto armado, complementadas por elementos vazados em artefatos de concreto leve para áreas de ventilação.

As torres altas- térreo +17 pavimentos- com fundação executada em estacas de hélice contínua, terão sua estrutura composta por um quadro de lajes, vigas e pilares (nas fachadas norte e sul) e nas caixas de elevador e escada –em estrutura pré-fabricada - com complementação em alvenaria estrutural na área das unidades.

A materialidade dos componentes será explorada ao máximo, compondo com peças industrializadas de concreto leve e cerâmica, nas cores amarela e ocre a paleta de cores que se complementará com a pintura em cores escuras das escadas enquanto as esquadrias contribuem com a cor cinza chumbo do alumínio.

OS EDIFÍCIOS INSTITUCIONAIS

Optamos pela implantação do edifício destinado ao CEU paralelo ao sistema viário, justaposto ao seu conjunto esportivo inserido no espaço do parque. Segue-se a implantação do edifício destinado ao CGMI na confluência entre as vias de tráfego intenso, Avenida Marquês de São Vicente e ponte Júlio de Mesquita Neto. A implantação do edifício destinado ao CGMI parte de um nível de subsolo na cota -1,50 e o pavimento térreo na cota +1,00 conforme o padrão adotado nas tipologias residenciais.

O edifício da UBS foi implantado também dentro da área do parque mas em posição diferenciada, relacionando –se diretamente com a via de retorno à via marginal do Tietê.

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Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa      Cortesia de AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa

PASSARELA

Na passarela optamos por uma solução estrutural que viabiliza a mudança mínima de altura em relação aos níveis de acesso e à elevação necessária para vencer os 128mts. do vão central estabelecendo ao mesmo tempo um marco visual importante na paisagem da cidade. A passarela é composta por pilares de concreto que suportam estrutura metálica que absorve as tensões impostas pelos cabos que margeiam o tabuleiro misto de metálica e concreto. O piso da passarela será dividido em dois níveis, um para os ciclistas com 2,5 m. de largura junto à ponte Júlio de Mesquita Neto e outro para os pedestres com 4,0 m. de largura, voltado à paisagem do Rio com equipamentos propícios à fruição da paisagem. A diferença entre estes níveis será um duto para condução de cabeamento e infraestruturas diversas.

A passarela parte ao Norte sobrepondo-se ao leito da Rua Domingos Marchetti permitindo o acesso seguro dos moradores do conjunto Lidiane e arredores à porção Norte da área objeto do concurso. Neste terreno se encontram implantados área para bicicletário e um edifício para serviços de apoio ao usuário transpondo o leito do Rio e as duas pistas da via marginal do Tietê onde deriva seguindo no sentido Sul em direção ao eixo que conduz à avenida Marques de São Vicente e, no sentido Oeste, dando acesso aos equipamentos do parque e à UBS e sobrepondo-se a seguir ao leito da via de acesso à Marginal Tietê para terminar na rampa de acesso ao balneário e a ciclovia que faz a ligação com o parque linear.

Fonte: Romullo Baratto. "Terceiro lugar no concurso Operação Urbana Consorciada Água Branca / AUM + 23 SUL + Rossi Barbosa " 29 Jun 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Jun 2015. http://www.archdaily.com.br/br/769262/terceiro-lugar-no-concurso-operacao-urbana-consorciada-agua-branca-aum-plus-23-sul-plus-rossi-barbosa

A arquitetura precisa de consciência social

Nos últimos anos, o mundo da arquitetura viu um aumento significativo no interesse por projetos com consciência social; da sustentabilidade à habitação social, de espaços públicos a projetos para áreas afetadas por desastres, a arquitetura está começando a enfrentar alguns dos maiores desafios humanitários de nosso tempo. Mas, apesar de sua popularidade, o projeto de interesse público é ainda apenas uma atividade marginal na arquitetura, presa a projetos existentes ou praticada por um seleto grupo de pessoas. Neste breve ensaio originalmente publicado na Metropolis Magazine, a editora-chefe da Metropolis, Susan Szenasy, argumenta que, em vez de trabalhar na periferia, "o impulso para melhorar as condições de vida de todos deveria estar no centro da arquitetura e do design contemporâneos."
Em um ensolarado final de semana de abril, um grupo de designers comprometidos, apaixonados e realizados e seus colaboradores das Américas e de outras partes se reuniram no centro de Detroit para falar sobre projetos socialmente responsáveis. Era a 15ª conferência Structures for Inclusion. O organizador, Bryan Bell, é o arquiteto por trás da organização sem fins lucrativos Design Corps, e o espírito por trás do programa SEED (Social Economic Environmental Design).
Que lugar melhor para se conectar às questões de responsabilidade social que nessa outrora próspera e bela cidade de pessoas criativas - lar da indústria automobilística americana. Mas o apogeu daquelas épocas era um tempo em que investimentos nas cidades, pessoas e comunidades eram ainda parte de nossa ethos. Então veio a terceirização, a falta de investimentos, o abandono e a decadência. Aqui, nesse lugar que revive lentamente e colocou a "agricultura urbana" em nossa consciência - centenas de edifícios abandonados foram demolidos para dar lugar à agricultura de subsistência - há sinais de vida nova. Mas há muito a ser feito, como apontou um dos participantes do evento. Se você "for a Martin Luther King e a Third", ele disse,  você vai encontrar "um lugar do quarto mundo".
Durante o final de semana ouvimos estórias inspiradoras de muitos projetos reais - do Rio a Oklahima, México e Ruanda. Ouvimos a respeito de um novo diploma de mestrado em projeto de interesse público e programas de projeto/construção em escolas de arquitetura que abordam as necessidades de comunidades locais e pesquisam materiais e processos construtivos.
Uma ideia potencialmente abrangente, anunciada no Greenbuild do ano passado, é o U.S. Green Building Council’s (USGBC), que garante maior consciência social ao sistema LEEDatravés do SEED, colocando, assim, um pouco de humanidade no projeto sustentável. Isso é bom. Mas devemos continuar nos perguntando: Por que precisamos segregar a consciência social como uma prática marginal na arquitetura? Por que a arquitetura, em toda parte, não pode colocar os seres humanos (em condições de pobreza e riqueza) e o ambiente que envolve suas vidas, no centro de qualquer projeto?
Fonte: Szenasy, Susan . "A arquitetura precisa de consciência social" [Design Needs a Social Conscience] 29 Jun 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Romullo Baratto) Acessado 30 Jun 2015http://www.archdaily.com.br/br/769261/a-arquitetura-precisa-de-consciencia-social

Inscrições abertas para o 1º Congresso Internacional Espaços Públicos

A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-RS e o Núcleo de Estudos da Cidade promovem, entre 19 e 22 de outubro, o 1º Congresso Internacional Espaços Públicos, que tem como objetivo promover a discussão, a informação e a transformação do espaço público, de forma consistente, no meio acadêmico e na sociedade.
O tema “espaços públicos” na cidade é um dos assuntos de maior relevância no campo do Urbanismo e da Arquitetura atual. Com a expansão urbana de grande porte nas últimas décadas na maior parte das grandes cidades, os espaços públicos ganham papel de protagonistas dentre os elementos urbanos integradores. A relevância do assunto é tamanha que ‘Public Spaces’ é um dos principais temas de atuação da UN-Habitat neste ano. A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS tem a tradição de produzir eventos de alta qualidade sobre assuntos extremamente relevantes na área, e objetiva fomentar a pesquisa e desenvolvimento científico sobre o tema entre alunos, professores e todos os demais envolvidos. Ademais, o evento vai propor a discussão pública e o realce da temática, envolvendo gestores públicos, técnicos do setor público e privado, bem como interessados em geral.
O congresso visa alinhar aos conceitos de sustentabilidade as políticas públicas na produção do espaço público e a necessária relação entre essas iniciativas para a produção de conhecimento. Além disso, o evento também busca proporcionar o avanço do trabalho conjunto entre a universidade e os gestores públicos e o avanço científico nos cenários nacional e internacional.
As inscrições podem ser realizadas através da página oficial do evento, onde também estão disponíveis mais informações sobre como enviar trabalhos e a programação completa do congresso.
  • Título: 1º Congresso Internacional Espaços Públicos - 2015
  • Website: http://www.pucrs.br/eventos/espacospublicos/
  • Organizadores: FAUPUCRS
  • De: 19 de Outubro de 2015, 00:00
  • Até: 22 de Outubro de 2015, 00:00
  • Onde: FAUPUCRS
  • Endereço: Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Avenida Ipiranga, 6681 - Partenon, Porto Alegre - RS, Brasil
Fonte: "Inscrições abertas para o 1º Congresso Internacional Espaços Públicos" 29 Jun 2015. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Jun 2015http://www.archdaily.com.br/br/769272/inscricoes-abertas-para-o-1o-congresso-internacional-espacos-publicos?ad_medium=widget&ad_name=most-visited-index

Ministério da Educação lança edital com 73 vagas para arquitetos e urbanistas.

XIV Congresso Habitar

Logo XII Congresso Habitar

A AURESIDE vai realizar nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2015 a XIV edição do Congresso Habitar. O evento acontecerá simultaneamente à sexta edição da ExpoPredialtec e deve reunir um número expressivo de profissionais congressistas e do mercado para apresentações e debates de caráter técnico e conceitual abrangendo as principais vertentes da Automação Residencial e Predial no momento.

Congresso Habitar

Fonte e mais informações: http://www.congressohabitar.com.br/

Diébédo Francis Kéré e a energia da arquitetura em Burkina Faso



"Arquitetura é muito mais que arte. E é, de longe, mais que apenas construir edifícios", disse o premiado arquiteto Diébédo Francis Kéré. No mais recente vídeo publicado peloLouisiana Channel, o arquiteto que divide seu tempo entre Berlim a África comenta sobre o propósito da arquitetura em uma sociedade em mudança e a influência exercida por sua terra natal, Burkina Faso, em sua prática profissional. Para Kéré, contexto e meio são as essenciais: "Tentei usar materiais locais, sobretudo argila e madeira, para criar edifícios que sejam modernos", disse ele. O modernismo de argila de Kéré representa uma novaBurkina Faso que emprega materiais naturais e renováveis, como se vê na Biblioteca Escolar em Gando. "Se construirmos com argila, teremos um futuro melhor, pois usaremos os recursos que temos", acrescentou o arquiteto.

Veja o vídeo: https://vimeo.com/106480504

"Meu povo é orgulhoso, e isso pode gerar muita energia", diz Kéré, otimista em relação ao futuro da arquitetura em Burkina Faso. Assista ao vídeo acima para saber mais sobre a abordagem profissional do escritório Kéré Architecture e veja, a seguir, a entrevista realizada pelo ArchDaily com Kéré em julho do ano passado.


AD Brasil Entrevista: Diébédo Francis Kéré / Kéré Architecture

O arquiteto africano Diébédo Francis Kéré, vencedor de diversos prêmios internacionais, é conhecido por sua abordagem multicultural da arquitetura. Embora seu escritório, Kéré Architecture, esteja instalado em Berlim, muitos de seus projetos são desenvolvidos em seu país natal, Burkina Faso, na África Ocidental, onde é conhecido por incorporar materiais vernaculares e mão de obra local em seus projetos.

Veja o artigo: http://www.archdaily.com.br/br/626119/ad-brasil-entrevista-diebedo-francis-kere-kere-architecture

Fonte: MacLeod, Finn. "Diébédo Francis Kéré e a energia da arquitetura em Burkina Faso " [Diébédo Francis Kéré and Architectural Energy in Burkina Faso ] 28 Jun 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Romullo Baratto) Acessado 29 Jun 2015. http://www.archdaily.com.br/br/769182/diebedo-francis-kere-e-a-energia-da-arquitetura-em-burkina-faso

Nossa Cidade: os olhos da rua

By Priscila Kichler Pacheco 27 de Maio de 2015

O projeto Nossa Cidade, do TheCityFix Brasil, explora questões importantes para a construção de cidades sustentáveis.
A cada mês um tema diferente.
Com a colaboração e a expertise dos especialistas da EMBARQ Brasil, as séries trazem artigos especiais sobre planejamento urbano, mobilidade sustentável, gênero, resiliência, entre outros temas essenciais para um desenvolvimento mais sustentável de nossas cidades.
Nossa Cidade: os olhos da rua 
As cidades não são apenas conjuntos de dados demográficos: são lugares ocupados pelas pessoas, sobre os quais elas desenvolvem percepções, nos quais vivem suas experiências cotidianas. Os espaços públicos são fundamentais para a dinâmica da vida nas cidades: são espaços de encontro, e as percepções que essas áreas despertam nas pessoas estão diretamente relacionadas com o papel que vão desempenhar dentro da cidade.
É a qualidade dos espaços públicos que vai determinar o uso que as pessoas farão deles, bem como as condições do ambiente em seu entorno: se acessíveis, atrativos e seguros, estimulam diversos usos, atraem as pessoas e se tornam locais que inspiram segurança. Em contrapartida, quando abandonados e descuidados, passam inevitavelmente por um processo de degradação, tornando-se ambientes em que as pessoas passam a ter medo de estar.
Essa relação foi estudada e explicada por Jane Jacobs, escritora e jornalista que desenvolveu o conceito de olhos da rua. Para Jacobs, o principal atributo de um centro urbano próspero é as pessoas se sentirem seguras e protegidas na rua, mesmo em meio a tantos desconhecidos.
A lógica é simples: quanto mais pessoas nas ruas, mais seguras elas se tornam. Os “olhos da rua” são as pessoas – a vigilância informal que exercem, voluntária ou involuntariamente, quando ocupam o ambiente urbano. Para que as pessoas transitem nas ruas e ocupem os espaços públicos, porém, a cidade precisa oferecer condições para que isso aconteça.
  • Espaço para caminhar

Calçadas amplas permitem que mais pessoas estejam na rua (Foto: Mariana Gil/WRI Brasil | EMBARQ Brasil)


Ruas com alto fluxo de pedestres tendem a ser mais seguras (Foto: Robin Jaffray/Flickr)
  • Contato entre as edificações e a rua

Muros altos impedem a visão da rua, contribuindo para a falta de segurança (Foto: Daniel Lobo/Flickr)


O contato visual entre o interior das edificações e a rua aumenta a sensação se segurança e a circulação de pedestres (Foto: Max Bashirov/Flickr)
  • Espaços atrativos

Espaços públicos de qualidade são atrativos para as pessoas (Foto: Alejandro Castro/Flickr)


E quanto mais pessoas ocuparem esses espaços, mais seguros eles se tornam (Foto: Bee Collins/Flickr)
  • Iluminação

Iluminação eficiente e voltada para as pessoas facilita a ocupação dos espaços públicos também durante a noite, aumentando a segurança (Foto: Pete/Flickr)

Os olhos da rua abrem-se a partir de cada um desses elementos.
A segurança nas cidades, assim, não é somente uma questão de policiamento: está diretamente relacionada com a qualidade dos espaços públicos e de sua capacidade de atrair as pessoas para a rua, promovendo a ocupação e a utilização das áreas comuns da cidade.
Espaços públicos, como pessoas, não podem ser ilhas – isolados do ambiente ao redor. Espaços públicos têm a ver com gente, têm a ver com vida, têm a ver com trocas e encontros. A vitalidade das cidades está nas pessoas: para muito além das paredes que nos cercam, é na rua que a vida acontece – nos espaços públicos, que são a essência da vida urbana.

Fonte: http://thecityfixbrasil.com/2015/05/27/nossa-cidade-os-olhos-da-rua/

Arquigrafia - Seu universo de imagens de arquitetura

O Projeto

O ARQUIGRAFIA é um ambiente colaborativo digital público, sem fins lucrativos, dedicado à difusão de imagens de arquitetura, com especial atenção à arquitetura brasileira. Este projeto é desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), em parceria com o Instituto de Matemática e Estatística (IMEUSP) e a Escola de Comunicação e Artes (ECAUSP). Abrigado desde 2012 no Núcleo de Apoio à Pesquisa em Ambientes Colaborativos na Web (NaWEB), o ARQUIGRAFIA recebeu ao longo de sua história apoio da RNP, da FAPESP, do CNPq e das Pró-Reitorias de Pesquisa e de Cultura e Extensão da USP. O objetivo principal deste projeto é contribuir para o estudo, a docência, a pesquisa e a difusão da cultura arquitetônica e urbanística, ao promover interações colaborativas entre pessoas e instituições na Internet.
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Desde 2011 a equipe do projeto ARQUIGRAFIA realiza também um trabalho de conservação e digitalização do acervo original de imagens fotográficas do Setor Audiovisual da Biblioteca da FAU e solicita aos autores de imagens uma autorização específica para difusão de tais fotografias na Internet para fins acadêmicos e de difusão, voltados ao ensino e à pesquisa.
O ARQUIGRAFIA recebeu o primeiro prêmio da Agência de Inovação USP na categoria de Tecnologias Sociais Aplicadas e Humanas em 2011. Em 2012 o projeto recebeu chancela do Ministério da Cultura por sua relevante contribuição à cultura brasileira. Em 2014 o ARQUIGRAFIA foi o projeto selecionado pelo Ministério da Cultura para representar o país na área de Arquitetura no Edital Cultura na Copa.
A equipe do projeto trabalha neste momento para deixar disponível para download um aplicativo Android para acesso ao sistema via smartphones e tablets. Espera-se, assim, estimular os usuários – estudantes de arquitetura, professores, arquitetos, fotógrafos e demais interessados no assunto –, a navegar no acervo georeferenciado do ARQUIGRAFIA enquanto circulam pelas cidades, visualizando as imagens disponíveis, interagindo com outros usuários, e também colaborando para o crescimento contínuo do acervo sempre que enviarem suas próprias imagens para o sistema, com os direitos autorais preservados por licenças Creative Commons.
Fonte e mais informações: http://arquigrafia.org.br/

Dimensão cultural da arquitetura precisa ser valorizada

A atividade "arquitetura e urbanismo" passou a ser considerada "cultura" pelo governo federal a partir de 2010, quando aconteceu a 2ª Conferência Nacional de Cultura do Ministério da Cultura (MinC). Apesar de considerarem um avanço, arquitetos acreditam que há um caminho a ser construído, de forma coletiva, para a recolocação da profissão na cena cultural brasileira. O representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) no MinC e presidente do IAB-SP, José Armênio de Brito Cruz, tem se empenhado nesse sentido. Um dos objetivos do arquiteto é que a profissão possa também ser beneficiada com recursos da Lei Rouanet.

Um importante passo para o reconhecimento efetivo da dimensão cultural da arquitetura foi dado na reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura de junho. José Armênio defendeu o direito de a "arquitetura e urbanismo" receber incentivos da Lei Rouanet, e a proposta foi aprovada por unanimidade. O próximo passo é o detalhamento de como isso vai acontecer. Existem ainda questões institucionais e jurídicas que precisam ser resolvidas.

“Um país que construiu Brasília, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, englobar a arquitetura como cultura apenas em 2010 é quase que uma ironia. O que foi feito antes não é cultura?”, questiona José Armênio.

Com um orçamento de R$ 1,3 bilhão para 2015, a Lei Rouanet é responsável por 80% do total de incentivo às artes investidos pelo MinC – dado informado pelo ministro Juca Ferreira em janeiro deste ano. Os arquitetos acreditam que um percentual dessa verba - uma vez destinada ao debate sobre a arquitetura e à cidade, bem como a projetos além dos que abrigam programas culturais - pode promover a valorização da paisagem urbana brasileira.

“Infelizmente, a arquitetura é vista apenas como patrimônio passado. A arquitetura deve ter incentivo à cultura porque os projetos construídos agora são patrimônio do futuro. Esse reconhecimento vai qualificar a intervenção na cidade. Pela lei, o que é reconhecido como cultura é apenas patrimônio. A nossa visão é que qualquer projeto – casa, edifício de apartamentos, mercado, fábrica ou escola – é cultura”, defendeu José Armênio.

O arquiteto Pedro Rivera, em artigo publicado segunda-feira, 22 de junho, no jornal O Globo, também cobra maior valorização da dimensão cultural da "arquitetura e urbanismo". Segundo Rivera, pode-se especular vários motivos para o não reconhecimento cultural da arquitetura. Ela cita, por exemplo, uma ressaca do movimento Moderno à influência de empreiteiras e incorporadoras junto à gestão pública, ou mesmo um corporativismo conservador da classe. Para o arquiteto, a situação só é diferente quando se trata de patrimônio histórico.

“O resultado dessa pouca atenção está materializado na pobreza e no descuido na construção de nossas cidades e na deterioração da qualidade da vida e da paisagem urbana. Isto não significa que o Ministério da Cultura deveria ser responsável por planejar nosso desenvolvimento urbano, mas ele tem o dever — e a oportunidade — de fomentar o debate sobre as cidades e, principalmente, sobre como queremos viver nelas. Os espaços que habitamos são o campo da nossa experiência cotidiana. Qualificar esse campo não é só uma questão de infraestrutura ou funcionalidade, mas uma questão cultural urgente”, diz Rivera em artigo. 

Clique aqui para ler a íntegra do artigo de Pedro Rivera

 
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