Blog de arquiteto português traz dicas sobre o uso do BIM

ArchiTruques, mantido pelo professor Miguel Krippahl, faz sucesso ao apresentar tutoriais sobre o uso da plataforma. Confira entrevista

Mauricio Lima


O arquiteto português Miguel Krippahl é responsável pela manutenção do blog ArchiTruques, que apresenta tutoriais sobre o uso do software ArchiCAD, integrado ao BIM (Building Information Modeling) e sobretudo ao uso desta última plataforma.
Desde o início da criação do blog, em 2006, mais de 100 mil pessoas já acessaram a página de Krippahl, que também é professor na Universidade Católica Portuguesa. "A maior parte do meu conhecimento do ArchiCAD veio da oferta graciosa de outros utilizadores, por isso julgo de elementar justiça partilhar esse conhecimento da mesma forma", disse.
Além disso, o   escritório  que leva o nome do arquiteto, também presta consultoria em BIM para os profissionais da área, uma vez que já vem trabalhando com a plataforma há mais de 10 anos. Em entrevista ao portal PINIweb, o arquiteto fala sobre o desenvolvimento do BIM, baseado em sua experiência com o uso da ferramenta. Confira:

Como surgiu a idéia de criar um blog com tutorial sobre o uso do ArchiCAD e BIM?
Como utilizador de longa data do ArchiCAD e professor de cadeiras universitárias dedicadas ao BIM, sempre soube que a melhor maneira de aprofundar o nosso conhecimento é investigá-lo e estruturá-lo de modo a ensiná-lo a outros. Por exemplo, qualquer um de nós é capaz de falar, mas se nos pedirem para explicarmos como o fazemos, obrigam-nos a parar e pensar nas várias decisões e movimentos que efetuamos. Com o ArchiCAD é a mesma coisa. Ao tentar explicar como aplico certa metodologia, acabo tendo que investigar mais a fundo as funcionalidades e potencialidades do programa, sendo que muitas vezes sou surpreendido por ferramentas e métodos que nem conhecia.

Quais as principais dificuldades dos arquitetos com relação ao uso das ferramentas?
Existem diversas razões para alguns arquitetos oferecerem resistência à integração de ferramentas BIM no seu fluxo de trabalho. Se tivesse que apontar para uma predominante, diria que a componente artística dos cursos de arquitetura de Portugal, baseada na tradição beaux artiana, encara a adoção de metodologias de projeto baseadas ou apoiadas na tecnologia como redutoras e inimigas da criatividade. Existe de fato um grande preconceito por parte de muitos arquitetos no uso de ferramentas informáticas no processo criativo.

Que tipo de retorno você obteve com o blog?
Nunca tive nenhum retorno direto do meu blog, nem ao nível financeiro nem ao nível da encomenda de trabalho. No entanto, estou certo que a minha reputação como utilizador de ponta do ArchiCAD em Portugal se deve em grande medida ao ArchiTruques, uma vez que qualquer pessoa pode atestar na prática o meu conhecimento da ferramenta e metodologia associada.

Quais trabalhos o seu escritório já realizou com o BIM?
No campo do projeto, já contamos com mais de 50 obras executadas com base em metodologias BIM, em que os projetos foram desenvolvidos em diferentes graus de profundidade com base em modelos virtuais. Esses projetos variam entre as poucas centenas de metros quadrados e vários milhares, em todas as variedades de edifícios. Nos últimos anos temos desenvolvido trabalhos na área da modelação para o planejamento e gestão de obra, designadamente com a construtora Mota-Engil, onde somos responsáveis pela implementação e treino de metodologias e normas de modelação de equipes multidisciplinares, capazes de construir modelos para qualquer fim.

Como está a disseminação do BIM em Portugal?
A implementação de metodologias e ferramentas BIM em Portugal está no início, com um percentual pequeno, mas crescente de escritórios adotando gradualmente estas novas formas de projetar. No entanto, devido à grande crise que se faz sentir neste momento na indústria da construção portuguesa, na falta de conhecimento e apoio técnico especializado e nos custos em tempo e recursos associados à conversão dos gabinetes, muito do BIM que se vê a ser feito é "Hollywood BIM", ou seja, algo que à superfície aparenta ser BIM, mas que pouco mais são que uns modelos tridimensionais que geram plantas, cortes e alçados e principalmente renderings realistas.

Atualmente é mais fácil projetar em BIM ou em outros sistemas?
Correndo o risco de ser demasiado generalista, atualmente é sem dúvida mais fácil projetar pelo método tradicional do que baseado na metodologia BIM. No entanto, mais fácil não significa mais correto, mais preciso, mais rápido, mais versátil, mais eficaz, mais adequado, mais responsável ou mesmo mais inteligente.

Quais as principais vantagens e problemas do BIM?
A principal vantagem da metodologia BIM é congregar num único conjunto de elementos toda a informação necessária para o planejamento, projeto, construção e gestão do edifício. O maior problema é que essa vantagem faz com que os intervenientes no processo tenham conhecimentos efetivos que lhe permitam contribuir e usufruir do processo. Dito de outra maneira, o BIM torna as decisões transparentes, e a transparência revela a incompetência.

No Brasil, uma das principais reclamações a respeito do BIM é a falta de bibliotecas de componentes adaptadas ao mercado. Esse problema é comum em Portugal também?
Embora esta questão seja mencionada por alguns, não me parece que seja de fato um dos problemas principais. Tendo já mais de 10 anos de uso de ferramentas BIM na produção de projetos, nunca senti que a inexistência desses elementos fosse razão para impedir a realização de um bom trabalho. O esforço adicional que implica criar os nossos próprios componentes e objetos é irrisório quando comparado com outros problemas, como a falta de sistemas universais de classificação, estandardização de sistemas construtivos, sensibilidade por parte das entidades licenciadoras, clientes e construtores, além de conhecimento técnico dos intervenientes.

E quanto ao uso de ambiente colaborativo para o trabalho de um mesmo modelo por mais de um colaborador? No Brasil, esse processo ainda é considerado deficiente.
Na área do projeto, o trabalho colaborativo é essencial para tirar o melhor proveito da metodologia BIM. Nesse aspecto, alguns softwares têm feito progressos notáveis, apresentando hoje em dia soluções com elevado grau de flexibilidade e maturidade. O futuro irá passar sem dúvida por um acréscimo de métodos e plataformas que permitam vários intervenientes e especialidades partilharem um mesmo modelo, com flexibilidade suficiente de modo a permitir um elevado grau de adaptação a diferentes cenários de partilha de responsabilidades.

Você acredita que é possível a criação de uma linguagem comum compatível a todos os softwares BIM?
Não só acredito, com base no trabalho que temos desenvolvido em redor do IFC, como julgo ser inevitável. Se por um lado existem alguns fabricantes de software que sonham em ter ou manter monopólios, por outro temos de fato uma pressão por parte dos utilizadores no sentido de serem desenvolvidas ferramentas BIM que satisfaçam necessidades muito específicas. Ao contrário do paradigma CAD, onde apenas uma ferramenta satisfaz (muitas vezes com grande ineficiência) as necessidades de desenho dos diferentes especialistas em diferentes lugares do globo, no caso do BIM torna-se necessário desenvolver sistemas complexos que respondam a todas as diferentes solicitações. Um modelador para um arquiteto na Finlândia não será certamente adequado para outro na Tailândia, e uma ferramenta de projeto não irá responder às necessidades de uma empresa de pré-fabricação. A enorme variedade de necessidades nunca poderá ser respondida eficazmente por uma plataforma única, dentro da lógica de que um canivete suíço não tem nem uma boa tesoura, nem uma boa faca, nem uma boa lupa, nem uma boa pinça.
Tendo esse princípio em conta, o desenvolvimento de uma linguagem comum é inevitável, e irá prevalecer por exigência dos consumidores de softwares, mesmo que isso seja contrário aos desejos e estratégias de alguns dos seus fabricantes.



Fonte: Site PINIweb

Colóquio - Metrópoles das Américas: Desigualdades, Conflitos e Governança

EIXOS TEMÁTICOS

Conflitos urbanos, movimentos sociais e participação

ST1a. Conflitos urbanos, movimentos sociais e participação social no planejamento
O conflito urbano como chave de leitura da cidade. Conflitos urbanos e estudos comparados. Conflitos urbanos, movimentos sociais urbanos e políticas urbanas. Conflito, negociação, participação. As novas formas da violência de Estado nas Américas. Impactos sobre a governança dos movimentos da sociedade civil em luta contra a impunidade para as violações de direitos humanos.

 Metrópoles, gestão pública e desigualdade.

ST2a. Dinâmica metropolitana
Mundialização e dinâmica demográfica e econômica das metrópoles nas Américas do Norte e do Sul. Tendências dominantes da urbanização nas Américas.Novos papéis para as metrópoles nas escalas nacional e internacional.
ST2b. Grandes projetos urbanos
Os grandes projetos urbanos como novo modelo de estruturação urbana. Os planos diretores e o planejamento por projeto. Dimensões econômicas, políticas, urbanísticas e simbólicas. Grandes projetos e aburgesamento urbano. Estado, mercado e parcerias público-privadas.
ST2c. Cidade, projetos e patrimônio
Que patrimônio deve ser protegido? A patrimoniallização das cidades e o projeto arquitetônico e urbanístico. Os centros urbanos. O patrimônio e a democratização das cidades. O mercado cultural nacional e global.

Habitação, uso do solo e meio ambiente

ST3a. Riscos, desigualdades e adapatação ao meio ambiente
Os conceitos de risco e de risco urbano. A cidade como recurso e como meio ambiente construído. Desigualdades no acesso aos recursos e na distribuição dos riscos.
ST3b. Espaços públicos
Os espaços públicos estão ameaçados de desaparecimento ? Cidade espetáculo e cidade espaço da convivialidade. Inseguranças. Espaços projetados e espaços inventados. Urbanidade. O modelo da “tolerância zero” como disciplinarização dos espaços públicos.
ST3c. Apropriação, segregação e moradia nos bairros históricos
Os projetos de requalificação dos bairros antigos ou bairros históricos estão concenados a operar processos de segregação e aburguesamento? Especiência de habitação social nos bairros requalificados. As condições de vida nos bairros antigos.
ST3d. Retórica verde, políticas urbanas e urbanismo
Cidades duráveis são possíveis?  Urbanismo verde? O meio ambiente ter-se-ia transformado em retórica multiuso para a implementação de projetos de renovação urbana? Justiça urbana e justiça ambiental.

Calendário
1o de abril de 2011:                              Data limite para submeter resumo de proposta de comunicação (500 a 1 000 palavras)
30 de maio de 2011:                              Divulgação das respostas às propostas de comunicação submetidas
14 de agosto de 2011:                          Data limite para envio do texto final da comunicação (cerca de 6 000 palavras)
1o de setembro de 2011:                       Data limite para inscrições com taxas reduzidas
3 e 4 de outrubro de 2011:           Colóquio Metrópoles das Américas: desigualdades, conflitos e governança

MAIORES INFORMAÇÕES

Fonte: Site Ministério das Cidades

Relatora da ONU questiona déficit habitacional brasileiro

O número de imóveis desocupados atualmente no País pode abrigar a maioria da população sem teto, disse ontem a relatora especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o direito à moradia adequada e urbanista da FAU-USP (Faculdade e Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) Raquel Rolnik.
Segundo ela, há cerca de 5 milhões de unidades vazias, quase o número estimado do déficit habitacional, de 6 milhões de moradias. "Será que a construção de casas é o nosso problema?", perguntou Raquel, ao participar da 3ª Jornada da Moradia Digna - O Impacto dos Megaprojetos e as Violações do Direito à Cidade, que prosseguirá até amanhã na PUC (Pontifícia Universidade Católica), em São Paulo.
O encontro reuniu durante todo o dia representantes das comunidades de baixa renda, líderes de movimentos sociais e de ONGs (organizações não governamentais) e da Defensoria Pública. O objetivo é discutir a situação das famílias ameaçadas de despejo ou remoção por causa da preparação do País para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
De acordo com Raquel, as obras para os dois eventos resultaram em "uma intervenção urbanística nas cidades com projetos que afetam comunidades, provocando remoções e despejos, que é violação dos direitos humanos."
Raquel defende a criação de espaços para essa população nas áreas mais desenvolvidas das regiões metropolitanas, onde há melhor infraestrutura, como escolas, hospitais, entretenimento e trabalho. "Tirar as as pessoas de onde elas vivem e colocá-las a 50 quilômetros de distância é alimentar a máquina de exclusão territorial e as ocupações em áreas de risco".

Fonte: Da Agência Brasil

XIV SAL - Seminário de Arquitetura Latino-americana


                                                                                                                                                                 CHAMADA DE TRABALHOS

TEMA
Contribuições à Crítica em Arquitetura e Urbanismo na América Latina: reflexões sobre os 25 anos de SAL e projetos para o século XXI.

APRESENTAÇÃO
A realização do Seminário de Arquitetura Latino-americana (SAL) iniciou-se em 1985 com o Encontro de Arquitetos Latino-americanos, no marco da I Bienal de Arquitetura de Buenos Aires, apoiado pelo Centro de Arte y Comunicación e a revista de arquitetura Summa. O grupo de arquitetos fundadores do SAL buscou promover coletivamente uma reflexão crítica sobre a arquitetura latino-americana a partir do eixo identidade e modernidade, neste período marcado pela redemocratização de alguns países do continente e pela permeabilidade crescente de ideais neoliberais nas políticas culturais vigentes.
Essa reflexão crítica resultou em linhas de pensamento e formas de projetar a arquitetura que refletiram uma posição crítica perante a história, a cidade, a paisagem, os sistemas e materiais construtivos.
Ao longo de suas edições, o SAL ampliou-se consideravelmente quanto ao número de participantes e abrangência temática em resposta às principais questões urbanas que atingem as cidades latino-americanas.
Agora, em 2011, a programação das palestras propõe refletir o percurso dos 25 anos do SAL e indagar sobre as contribuições dos seminários para a construção de um pensamento crítico em arquitetura e urbanismo na América Latina, tanto no campo disciplinar, quanto na ampliação de sua função social. Busca-se, também, incentivar as novas gerações de arquitetos e urbanistas a contribuírem no evento.
A programação das palestras e comunicações orais organiza-se em três eixos temáticos, nas quais serão apresentadas e debatidas pautas e linhas de pensamento crítico sobre a arquitetura e o urbanismo na (da) América Latina, bem como para o milênio.

PARTICIPAÇÃO
O XIV SAL está direcionado a arquitetos e urbanistas, acadêmicos e/ou profissionais, historiadores, sociólogos, antropólogos, engenheiros, geógrafos e outras disciplinas com interfaces nos eixos propostos. Serão aceitas comunicações de trabalhos acadêmicos, assim como análises críticas de projetos ou obras de arquitetura e urbanismo executados.
Os resumos enviados serão submetidos à Comissão Científica que os classificará segundo quatro situações:

(1) aprovado para publicação de resumo e texto integral;
(2) aprovado para publicação de resumo, texto integral e comunicação oral;
(3) eventualmente, alguns trabalhos poderão ser aprovados e propostos pela
Comissão Científica para apresentação na forma de painéis ou apresentação
Digital, e,
(4) não aprovado.

EIXOS TEMÁTICOS

Espaço Público e Cidadania
Estudos crítico - propositivos sobre projetos de espaços públicos voltados à inclusão social. Históricos de espaços públicos na América Latina. Usos e abusos dos espaços públicos na vida pública contemporânea. Projetos de praças, parques, centros cívicos e esportivos e sustentabilidade. Recuperação de espaços públicos degradados com soluções inovadoras. Transformação dos espaços intersticiais ou vazios urbanos pelo uso comunitário. Resignificação dos espaços públicos.

Patrimônio e Cultura
Novos instrumentos de conservação e restauro do patrimônio cultural no século XXI.
Intervenções em Centros Históricos e teoria do restauro no século XXI.
Projetos de reabilitação e programas de gestão de centros históricos, novos parâmetros para valorização do patrimônio cultural. Arquitetura contemporânea em áreas históricas culturais da América Latina. Patrimônio cultural e identidade contemporânea. Patrimônio imaterial e memória. Novas categorias de proteção e conservação patrimonial.

Infraestrutura, Ambiente e Moradia
Projetos contemporâneos de infra-estrutura (em áreas portuárias, ferroviárias, entre outras) que contemplem novas proposições no tratamento de áreas urbanas deterioradas e ambientalmente degradadas. Projetos urbanos de recuperação de áreas degradadas e inclusão social. Soluções inovadoras de habitação de interesse social. Habitações emergenciais.

NORMAS TÉCNICAS para o envio do RESUMO das comunicações
Deverão ser enviados Resumos Expandidos com 5000 caracteres sem espaços, formato World, letra Arial 11. Não incluir imagens. Serão aceitos resumos em português e espanhol.
Os resumos deverão ter a seguinte estrutura: tema, objetivos, metodologia e informações utilizadas, parte dos resultados, conclusões ou reflexões sobre os resultados, propostas ao debate, principais referências bibliográficas (cinco, no máximo).
Deverá ser indicado o eixo temático no qual o trabalho insere-se. Demais procedimentos estarão disponíveis em: www.iar.unicamp.br/xivsal a partir de abril de 2011.
Enviar os Resumos Expandidos para o e-mail: xivsal.arqal@iar.unicamp.br

NORMAS TÉCNICAS para o envio das comunicações aceitas
Os participantes deverão enviar o texto integral das comunicações orais aceitas para o email: xivsal.arqal@iar.unicamp.br

PRAZOS
Envio dos resumos: até 30 de abril de 2011.
Notificação das comunicações aceitas: 30 de junho de 2011.
Envio do texto integral das comunicações aceitas: 30 de agosto de 2011.

REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL de CAMPINAS - UNICAMP
Instituto de Artes, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo

APOIO INSTITUCIONAL
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias
Programa de Pós - Graduação em Urbanismo
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Pós – Graduação em Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa de Pós - Graduação em Arquitetura e Urbanismo
COMISSÃO ORGANIZADORA
Maria José A. Marcondes - IA/UNICAMP- (Coordenação Geral)
Maria Stella Bresciani - IFCH/UNICAMP
Leandro Medrano – FEC ARQ.URB./UNICAMP
Maria Cristina Schicchi – POSURB/PUC Campinas
Manoel Lemes da Silva Neto – POSURB/ PUC Campinas
Angélica T. Benatti Alvim - FAU/MACKENZIE
Abílio Guerra - FAU/MACKENZIE
Luis Antonio Jorge - FAU/USP
COMISSÃO CIENTÍFICA
Humberto Eliash – FAU / UCHILE - Chile
William Rey- FARQ/UY - Uruguai
Jorge Ramos – FADU/UBA - Argentina
Rodolfo Santamaria FAU/UAM - México
Melin Nava – FAU/UCV - Venezuela
Roberto Segre - FAU/UFRJ - Brasil
Fernando Diniz –DAU /UFPE - Brasil
Leonardo Castriota -EA/UFMG - Brasil
Jorge Ramirez – IIE/UNAL - Colômbia
Érika Schnitter- Escuela Arq. Diseño / ISTHMUS - Panamá
Alfonso Ortiz – Colégio ARQ./USFQ - Equador
Enrique Bonilla Di Tolla- Carrera ARQ. Gestión Proyectos / ULIMA - Peru
Gustavo Moré – Moré Arq. S.R.L.- República Dominicana

APOIO CULTURAL
VITRUVIUS

Grupo de estudantes projeta prédio que purifica água de rio poluído

O arranha-céu projetado por Víctor Alegría Corona, Enzo Córdova Rivano, Alejandro Cortés Abrigo, Thomas Fell Rubio, e Javier Moya Ortiz, pretende filtrar as águas poluídas do Rio Mapocho no Chile. A intenção é colocar o arranha-céu diretamente no rio, que flui através de Santiago.
Os cinco estudantes de arquitetura da Universidade do Chile projetaram uma estrutura moderna, parecida com um favo de mel que, não apenas fornece espaço para empreendimentos habitacionais e comerciais, mas filtra a água que flui através de seus níveis mais baixos. 
O projeto foi inscrito no concurso internacional Skycraper Competition 2010, realizado pela revista Evolo. Apesar de não terem ganho a competição, os estudantes compartilharam-na com a “Plataforma Arquitetura” que quis valorizar o trabalho realizado por eles, através do desenho ousado, inovador e a ideia de purificar as águas do rio. 
Mapocho é um elemento geográfico estruturador da cidade, presente na memória dos habitantes como o rio mais importante de Santiago, desenvolvendo lugares emblemáticos ao longo de suas margens. No entanto, em suas épocas de cheias, no inverno, ocorrem problemas de alagamento e inundações das quais vêm diminuindo ao longo dos anos em um processo contínuo de habitação de seus bancos e obras de mitigação. 

A poluição do rio sujo manifesta problemas em toda a capital, conforme analisado pelos estudantes. Assim, quando o tenebroso rio atinge o arranha-céu, redes de filamentos microscópicos captam, retêm e limpam a água por capilaridade, e a estrutura continua horizontalmente criando um gigante "L", com formas poligonais para manter a vegetação; então a área funciona como uma lagoa. Esta zona úmida artificial completa o processo de decantação e fitorremediação, fazendo a limpeza do rio e da cidade simultaneamente.
 Os arquitetos pretendem construir um parque para comemorar o ambiente restaurado, com as águas do rio purificadas. Isto permitiria revitalizá-lo como elemento fundamental da geografia e paisagem da cidade, proporcionando novos espaços de lazer aos habitantes. O local também será usado para atividades educacionais como agricultura urbana, reciclagem e compostagem.
O edifício inteiro é  uma soma de células individuais, o que permite uma melhor ventilação e cria um espaço para admirar o rio limpo e os arredores de Santiago em uma espécie de mirante. A posição do prédio em um rio com novas zonas úmidas adjacentes oferece o benefício adicional de um clima agradável para os moradores. A estrutura permite a passagem de água pela  construção, proporcionando novas perspectivas de espaço e cria uma simbiose entre o rio e o edifício, trazendo o verde para o vertical e definindo novos paradigmas entre o natural e o construído.
A água cria lagoas horizontais e verticais que permitem refrescar a atmosfera e gerar microclimas em todo o edifício, permitindo também o crescimento da flora nativa e o desenvolvimento de pequenos animais.
De acordo com os estudantes, isso trarátoda uma nova dinâmica para os arranha-céus do centro da cidade. Por limpar continuamente o recurso mais precioso da cidade, esta estrutura servirá à comunidade ao longo de sua vida.

Redação CicloVivo
Fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2041/grupo_de_arquitetos_projeta_predio_que_purifica_agua_de_rio_poluido/

Coordenadoria de Arquitetura discute processo de transição

  O assunto discutido na Câmara de Arquitetura foi essencialmente os procedimentos necessários para organização do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, criado com a aprovação da Lei nº 12.378, em dezembro de 2010. Durante a reunião foram apresentadas propostas de criação de grupos de trabalhos formados pelos coordenadores das Câmaras de Arquitetura estaduais, responsáveis pela coordenação dos trabalhos nesse período de transição do Sistema Confea/Crea para o CAU, para tratar de temas específicos como normas e procedimentos, processo eleitoral, eleições e estrutura administrativa, entre outros.                                                                                                                                                                        O art. 56 da Lei n 12.378/10 dispõe que as Coordenadorias das Câmaras de Arquitetura dos Creas e a Coordenadoria Nacional das Câmaras de Arquitetura do Confea gerenciarão o processo de transição e organizarão o primeiro processo eleitoral dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, dos Estados e do Distrito Federal (CAU).

Sendo assim, na primeira reunião ordinária de 2011, ocorrida ontem e hoje, durante o 6º Encontro de Lideranças do Sistema Confea/Crea, os membros da Coordenadoria Nacional de Arquitetura discutiram e aprovaram a divisão dos trabalhos por grupos para melhor desenvolver as ações previstas para o exercício de 2011.

Foram constituídos cinco grupos que irão estudar, discutir e coordenar assuntos específicos do processo de transição. São eles:
Grupo de Trabalho
Membros (Creas)
Coordenação do Grupo (Crea)
Coordenação Adjunta (Crea)
GT 1 Regimento do Processo Eleitoral
ES, SP, PB, DF, BA
DF
SP
GT 2 Controle dos Recursos Financeiros e Estruturação Institucional para o Processo Eleitoral e Transição
MS, MT, GO, RJ
GO
-
GT 3 Regulamentação, Normatização e Estrutura Administrativa para o Processo Eleitoral e Transição
RS, SE, TO, AP, MA, CE
RS
CE
GT 4 Divulgação e Comunicação do Processo Eleitoral e Transição
PE, RO, PA, AM, PI
PE
-
GT 5 Sistema de Tecnologia da Informação para o Processo Eleitoral e Transição
MG, RR, PR, AC, AL
MG
RR
Coordenador eleito e seu respectivo adjunto:
Arquitetura:
Jorge Pias Raineski (Crea-SC) e Néio Lucio Archanjo (Crea-RN)

Tania Carolina Machado
Assessoria de Comunicação do Confea

Fonte: Site do Confea

Censo 2010: as metrópoles ainda crescem

                                                                                                                                                                     O Brasil chegou ao ano de 2010 com mais de 190 milhões de pessoas. Essa foi uma das notícias mais veiculadas no final do ano passado e que trouxe diversos questionamentos sobre a distribuição ou redistribuição populacional no espaço brasileiro. Apesar de muitos olhares apontarem tendências de desconcentração populacional a partir das áreas metropolitanas, pode-se notar que, no geral, as metrópoles seguem abarcando significativa parcela da população brasileira.
Em artigo elaborado pela pesquisadora do Observatório das Metrópoles, Érica Tavares, percebe-se que, apesar dos menores ritmos de crescimento, a participação da população metropolitana permanece constante, teve um aumento de 1991 para 2000 e praticamente permanece com a mesma participação de 2000 para 2010, em torno de 36%. São quase 70 milhões de brasileiros residindo nas metrópoles – em pouco menos de 300 municípios, em um universo de mais de 5.600.
No texto, Érica chama a atenção para o fato de que, quando falamos em redistribuição, crescimento e perdas populacionais nos “diferentes espaços urbanos brasileiros”, é preciso ter mais cautela do que se tem visto atualmente. O fato das áreas metropolitanas apresentarem menores ritmos de crescimento – que vimos ser para alguns municípios, enquanto outros, principalmente das periferias metropolitanas, ainda apresentam ritmos elevados –, não pode ser diretamente relacionado a uma saída expressiva de pessoas das metrópoles nem a perdas populacionais, uma vez que em termos de incremento, as metrópoles ainda crescem consideravelmente em relação a outros espaços.
 Clique aqui e leia o artigo Censo 2010: As Metrópoles na Dinâmica Demográfica.
Clique aqui e acesse o relatório elaborado pelo Observatório sobre os primeiros resultado do Censo 2010


Novo curso de Mestrado na Universidade Federal do ABC




O programa de Pós-Graduação da UFABC abre um novo curso de mestrado em Planejamento e Gestão do Território que tem por objetivos, entre outros, contribuir para a produção de novos conhecimentos na área de concentração do programa e formar profissionais capazes de atuar no planejamento e na gestão do território em suas múltiplas escalas.

Área de Concentração em Planejamento e Gestão do Território

O curso se propõe a abordar temas de pesquisa relativos aos problemas territoriais, como por exemplo:
§   Evolução histórica do padrão de organização sócio-espacial e ambiental das cidades e regiões;
§   Globalização e a reestruturação produtiva nas cidades e regiões;
§   Federalismo e o financiamento das cidades, áreas metropolitanas e regiões;
§   Interdependências entre Estado, sociedade e meio-ambiente no planejamento e gestão de políticas públicas urbanas e regionais;
§   Relações rural-urbano e novas configurações espaciais das regiões interioranas;
§   Desenvolvimento regional e os imperativos éticos e econômicos da sustentabilidade.
Linhas de pesquisa
Dinâmicas territoriais: concentra os estudos dedicados a compreender e analisar processos e dinâmicas por que vêm passando os territórios em suas várias escalas, do intra-urbano e metropolitano ao inter-regional.
Estado, sociedade e território: agrupa os estudos dedicados às interfaces entre Estado, sociedade e território, com ênfase para os processos participativos e as formas de governança democrática envolvendo a elaboração e implementação de políticas públicas.
Políticas e instrumentos de planejamento e gestão do território: reúne os estudos dedicados a compreender e analisar práticas e instrumentos de planejamento e gestão dos territórios em suas várias escalas, no plano urbano ou regional.
Inscrições abertas - 25 vagas
As inscrições para o processo seletivo encontram-se abertas no período de 25 de fevereiro a 25 de março de 2011, e serão efetuadas por meio de envio de Curriculum-Vitae e Intenção de Pesquisa e demais documentos pelo correio para o seguinte endereço:

À Secretaria de Pós-Graduação da UFABC
A/C da Comissão de Seleção do Curso de Pós-Graduação em
Planejamento e Gestão do Território
Rua Santa Adélia, 166, Bloco B, 8º andar
Bairro Bangu, Santo André, SP ? CEP 09210-170

Outras informações sobre o curso e o processo seletivo: http://pospgt.ufabc.edu.br/

Custos da urbanização

Investimentos em obras de infraestrutura urbana e na prestação de serviços públicos continuam sendo bancados quase que exclusivamente por recursos tributários

Edésio Fernandes e Helena Dolabela Pereira - Juristas especializados em direito urbanístico

O Brasil ocupa hoje o terceiro lugar no ranking mundial de valorização imobiliária. O metro quadrado em Belo Horizonte está custando mais do que em Miami (EUA). Por um lado, o aumento exorbitante dos preços das propriedades e aluguéis indica que nunca se ganhou tanto com transações imobiliárias no país. Por outro, os custos econômicos e socioambientais da urbanização se agigantam e agravam antigos problemas urbanos e conflitos fundiários, com o aumento das remoções de favelados e dos processos de segregação socioespacial nas cidades. O mercado imobiliário está mais aquecido do que nunca, mas o modelo de financiamento do desenvolvimento urbano é o mesmo. Os investimentos em obras de infraestrutura urbana e na prestação de serviços públicos continuam sendo feitos quase que exclusivamente com recursos tributários, perpetuando o modelo tradicional de “privatização dos ganhos e socialização dos custos” da urbanização. Além de acentuar a natureza regressiva do sistema tributário, o fato é que recursos tributários tradicionais não bastam. Na maioria dos municípios, não há uma gestão eficiente desses recursos, especialmente os de base local, já que os cadastros imobiliários são defasados, as isenções e anistias regulares atendem a interesses políticos, e os processos de cobrança e execução fiscal não pagam nem os seus próprios custos. Ainda que os recursos tributários fossem bem utilizados, esses não seriam suficientes para dar conta dos custos crescentes da gestão urbana.

Além disso, os recursos tributários não deveriam ser a única fonte de financiamento do desenvolvimento urbano. As cidades são criações coletivas, e a enorme valorização dos bens imóveis de propriedade privada decorre sobretudo das ações do poder público e da sociedade, especialmente por meio de obras e serviços públicos, mas também mediante as alterações feitas nos padrões de ocupação e uso do solo definidos pela legislação urbanística, que geram altos incrementos de valores tradicionalmente outorgados gratuitamente e sem que maiores contrapartidas sejam exigidas dos proprietários beneficiados. O caso de Belo Horizonte é exemplar: a construção do Centro Administrativo do governo provocou uma valorização de 600% das áreas do seu entorno, sendo que, ao desapropriar mais áreas, o governo teve que pagar por essa enorme valorização gerada por ele mesmo. Grandes obras públicas como a Linha Verde e a expansão do metrô também representaram um aumento expressivo no valor das propriedades adjacentes. Onde ficou o princípio tradicional do Código Civil de que não há enriquecimento lícito sem justa causa?

O Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257/01 – estabeleceu, como diretriz central da política urbana, o princípio da justa distribuição dos ônus e benefícios da urbanização, prevendo instrumentos para a gestão social da valorização imobiliária. Além da já existente, ainda que pouquíssimo utilizada, contribuição de melhoria, há novos instrumentos urbanísticos como a outorga onerosa do direito de construir, e as operações urbanas, que permitem a captação das mais-valias imobiliárias decorrentes da ação do poder público. Ao interferir diretamente na estrutura fundiária, financiar o desenvolvimento urbano com recursos do próprio planejamento territorial pode sem dúvida vir a ser uma forma de promover a distribuição justa das vantagens da urbanização e uma possibilidade real de mudança do modelo brasileiro.

A partir do Estatuto da Cidade, essa política não é mais mera faculdade discricionária, mas, sim, uma obrigação do poder público. No entanto, a maioria dos planos diretores municipais, mesmo quando participativos, não tem levado em consideração esses princípios e os instrumentos de gestão social da valorização dos bens imóveis. Dada a tradição de planejamento urbano, que ignora as dinâmicas do mercado imobiliário e, assim, reforça a estrutura fundiária concentrada e a apropriação privada dos benefícios da urbanização, a captação da valorização imobiliária e das mais-valias urbanísticas ainda não foi incorporada de vez às estratégias de planejamento territorial no Brasil.

Países como Colômbia, Austrália e cidades como Hong Kong têm utilizado com sucesso diversos instrumentos de captação, para a comunidade, da valorização imobiliária gerada por todos e apropriada por poucos. No Brasil, pelo contrário, o planejamento urbano e as políticas públicas, como o programa de financiamento imobiliário Minha casa, minha vida, têm cada vez mais fomentado a especulação imobiliária, por não interferir na estrutura fundiária. Da mesma forma, as poucas experiências de operações urbanas e as negociações provenientes das outorgas onerosas em curso, como as de São Paulo, longe de promover uma justa redistribuição dos recursos arrecadados, têm aumentado sobremaneira os preços dos imóveis e estimulado a expansão de um modelo global de mercantilização das cidades, reforçando ainda mais os processos tradicionais de segregação socioespacial. Ainda é pouco compreendido que a construção de uma nova “cidade para todos e todas” não passa apenas pela discussão de quem decide, mas também de quem paga – e como – pelos custos da urbanização

Stuttgart é exemplo mundial no combate às ilhas de calor

A cidade alemã de Stuttgart se tornou referência mundial em projetos de combate às ilhas de calor. O investimento feito pela prefeitura desde a década de 80 resultou na maior cobertura vegetal da Alemanha e em uma melhor qualidade do ar para os seus habitantes.
Para que a cidade tivesse 60% de sua área com cobertura vegetal foi preciso um planejamento de cada detalhe. O município conta com telhados verdes, ruas arborizadas, parques e até mesmo os trilhos do trem foram adequados ao perfil de Stuttgart.

Segundo Ulrich Reuter, responsável pelo Departamento de Climatologia Urbana da Prefeitura de Stuttgart, em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, "a lei ambiental protege 39% da área de Stuttgart, onde são proibidas novas construções. Temos cinco mil hectares de florestas, 65 mil árvores em parques e 35 mil nas ruas, 300 mil metros quadrados de telhados verdes e 32 quilômetros de trilhos de bonde onde, a partir de 2007, foi plantada grama".
Reuter explicou que, a partir da década de 70, a cidade intensificou seus estudos, o que resultou na criação de um atlas climático. A medida era necessária para poder melhorar a circulação de ar na cidade, que possui cerca de 600 mil habitantes. Mesmo assim, com toda a estrutura e desenvolvimento alcançado ainda existem áreas sujeitas à formação de ilhas de calor.

As modificações e adequações ecológicas caminharam juntamente com o desenvolvimento urbano de Stuttgart e a própria sociedade teve papel importante nesse processo.
A cidade de Kobe, no Japão, se inspirou no atlas climático alemão para repensar os corredores por onde passam as correntes de ar e a distribuição das áreas verdes em seu território. A realidade das grandes cidades brasileiras ainda não permite um trabalho desse tipo. Conforme explicado pela professora Maria Fernanda Lemos, da Pontifícia Universidade Católica (PUC- Rio), “precisa-se primeiro pensar no micro”, ou seja, existem medidas diretas e menores que devem ser aplicadas antes de pensarmos em grandes estratégias como o exemplo alemão. Com informações do Estadão.


Pós-graduação em Arquitetura Sustentável

Arquitetura Escolar

 Arquitetura Escolar
Doris K. Kowaltowski


Em tempos de crise na educação e de padrões insatisfatórios de desempenho escolar no Brasil, a arquiteta e pesquisadora Doris K. Kowaltowski traz à tona o dissenso sobre a real interferência de diferentes áreas de conhecimento na educação e apresenta nesta obra uma relação fundamental entre aprendizado e arquitetura, defendendo que a qualidade do desempenho escolar é influenciada pelo edifício e suas instalações.
Para a autora elementos como funcionalidade, usabilidade, identidade com a pedagogia e infraestrutura configuram a distinção e o reconhecimento do ambiente escolar em suas múltiplas funções.
A partir de um histórico dos fundamentos da educação e de exemplos mundiais representativos, a pesquisadora apresenta tendências e mostra que a cumplicidade da arquitetura com a vida escolar proporciona um melhor  rendimento intelectual. A ideia central é mostrar que a aplicação de metodologias específicas ajuda o arquiteto a entender seu papel singular na formulação e no detalhamento dos ambientes educacionais.
Primeira publicação sobre o assunto no Brasil, “Arquitetura Escolar” nos indica caminhos seguros para projetos inovadores.

AUTORA

Doris K. Kowaltowski  formou-se com louvor em Arquitetura em 1969 pela Universidade de Melbourne (Austrália) e obteve o Mestrado e Doutorado em Arquitetura pela Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA). Atualmente é Professora Titular da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pela FEC-Unicamp, foi Coordenadora do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Diretora Associada. É também membro da Coordenação da Área de Arquitetura e Urbanismo da Fapesp e líder de grupo de pesquisa (Metodologia de Projeto em Arquitetura) do CNPq e do grupo de trabalho Qualidade do Projeto da Antac.

PÚBLICO A QUE SE DESTINA
 Graduação e pós de arquitetura, profissionais de arquitetura.

MAIS INFORMAÇÕES
    Preço: R$75,00
·        ISBN: 978-85-7975-011-3   
·        Formato: 21 x 28
·        Páginas: 272

IAB-SC lança concurso de projetos para uma ponte e uma passarela em Blumenau

Competição vai premiar vencedor com R$ 50 mil e contrato para o desenvolvimento do projeto executivo


Mauricio Lima


Amanhã (22), durante cerimônia em Blumenau (SC), será realizado o lançamento do Concurso Nacional de Arquitetura para os projetos da Ponte do Centro e da Passarela da Prainha, organizado pelo departamento catarinense do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SC) e pela prefeitura de Blumenau.

A Ponte do Centro será mais uma ligação entre a área central da cidade e a região do Bairro Ponta Aguda. Com o projeto da Passarela da Prainha, será feito um circuito de caminhada entre a área comercial e histórica do Centro e a Prainha.
A premiação será, segundo a prefeitura, de R$ 50 mil para o primeiro colocado, R$ 15 mil para o segundo e R$ 5 mil para o terceiro. O vencedor será selecionado para desenvolver os projetos executivos das respectivas obras.
As inscrições são gratuitas e poderão ser realizadas de 22 de fevereiro até 18 de março pelo site do concurso. A entrega dos trabalhos deve ocorrer até 8 de abril. Podem participar arquitetos com atribuição em projeto de arquitetura e estrutural de ponte que estejam em situação regular com o respectivo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). O resultado deve ser divulgado em 4 de maio.
A construção das pontes faz parte do Programa BID Blumenau, que conta com financiamento de R$ 212,4 milhões aprovado no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para obras de mobilidade urbana e infraestrutura.




Fonte: PINIweb
http://www.piniweb.com.br/construcao/arquitetura/iab-sc-lanca-concurso-de-projetos-para-uma-ponte-e-uma-209827-1.asp

"Arquitetura com qualidade"

Luiz Fernando Janot
Arquiteto Urbanista
Professor da FAU-UFRJ
lfjanot@superig.com.br

O crescimento populacional e a valorização imobiliária nas cidades contemporâneas têm contribuído significativamente para a expansão urbana e a formação de núcleos habitacionais espalhados pelas periferias. Esse fenômeno se observa, inclusive, em algumas grandes cidades européias onde as regiões   periféricas formam densos aglomerados  urbanos. Do ponto de vista arquitetônico é visivelmente acentuado o contraste existente  entre as edificações no núcleo central e nas periferias.
Se tomarmos como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, esse contraste adquire maior proporção na medida em que entram em cena as favelas e os loteamentos irregulares. A maioria das habitações construídas nesses locais carece de requisitos mínimos de habitabilidade em decorrência da falta de recursos financeiros das camadas mais pobres da população. E o que dizer, então, da qualidade arquitetônica dessas moradias? Essa é uma questão relevante que precisa ser enfrentada com determinação. Um programa de melhorias habitacionais torna-se, neste momento, indispensável não apenas para elevar a qualidade de vida e a auto-estima dos moradores, mas, sobretudo, para propiciar um “upgrade” na ambiência local e na imagem da própria cidade.
Esse esforço comunitário e governamental para melhorar o padrão de qualidade das habitações não pode ficar restrito, unicamente, aos assentamentos populares. É necessário, também, que o empresariado da construção civil se empenhe na melhoria da qualidade das construções, evitando que elas interfiram negativamente na paisagem do Rio de Janeiro.
Difícil não generalizar esse pensamento em relação aos empreendimentos imobiliários na Barra da Tijuca, onde consumidores e incorporadores se mostram mais preocupados com a segurança e o status social do que propriamente com a produção de uma arquitetura verdadeiramente de qualidade. Os condomínios residenciais e empresariais lá construidos, em sua grande maioria, são formados por edificações de gosto duvidoso identificadas com o “mainstream” internacional. A concepção formal desses edifícios, quase sempre, incorpora elementos cenográficos descartáveis que encontram no simulacro a sua mais perfeita tradução.
Poderíamos relacionar uma quantidade expressiva de edificações que se enquadram nessas condições. Entretanto, preferimos deixar para os leitores o exercício de identificá-las em seus trajetos cotidianos. Deve-se adotar como enfoque a arquitetura que sobressai às demais apenas pela sua extravagância e espetaculosidade. Para que se possa traçar um paralelo comparativo com prédios de expressivo valor arquitetônico, relacionamos alguns exemplos paradigmáticos de edifícios que marcaram a arquitetura carioca do início do século XX até a década de 80, quando essa fonte de referência, lamentavelmente, começou a ser desprezada.
São eles, os edifícios “Art Déco” nos bairros de Copacabana e Flamengo, destacando-se o Biarritz. Os prédios da Mesbla e do Hotel Serrador nas imediações do Passeio Público. Os edifícios-sede do Banco Boavista (hoje Bradesco) de Oscar Niemeyer e do Banco Aliança (hoje Itaú) de Lúcio Costa, ambos, na Praça Pio X. Os criativos edifícios residenciais projetados pelos irmãos Roberto no Parque Guinle, na Rua Farani e na Rua República do Peru. A sede da Fininvest na Rua da Passagem e o edifício empresarial Leonel Miranda na Rua do Ouvidor, projetados pelo arquiteto Paulo Casé. E, obviamente, o Palácio Capanema (antigo MEC), a ABI, o MAM, o Monumento dos Pracinhas, o Aeroporto Santos Dumont, a Maison de France, o Consulado Americano e o Conjunto Habitacional Pedregulho projetado por Reydi.
A verdade é que os interesses que envolvem atualmente a produção arquitetônica carioca diferem substancialmente daqueles que condicionaram os projetos citados. O modelo consumista, que vem condenando à obsolescência diversos prédios e bairros importantes do Rio, precisa ser revisto para evitar que a cidade continue sendo tratada como um bem descartável qualquer. Para reverter esse processo é imprescindível evitar a vulgarização da arquitetura que vem sobressaindo nos últimos anos.
Neste momento histórico em que se vislumbra a retomada do desenvolvimento econômico do Rio, não se pode mais submeter a cidade a certos modismos
arquitetônicos  caricatos que comprometem irremediavelmente a sua paisagem urbana e natural. Para se contrapor a essa tendência é necessário investir na formação acadêmica e profissional dos arquitetos e promover uma reflexão crítica sobre o amplo repertório arquitetônico e urbanístico divulgado no Brasil e no exterior. Somente a partir de uma base conceitual sólida é que poderemos convencer o empresariado e o poder público da necessidade de realizar concursos de projetos para se extrair, como resultado, uma arquitetura efetivamente de qualidade.

 Publicado no “O GLOBO” em 19.02.2011




 
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