O arquiteto quer assumir a defesa dos projetos urbanísticos; e o historiador quer analisar com isenção as conjunturas passadas. O livro tenta equilibrar esses dilemas
Da Redação
A história do urbanismo em Curitiba é contada com requintes literários e belas fotografias no livro “Nenhum Dia sem uma Linha – Uma História do Urbanismo em Curitiba”.
A cidade se descortina quando o poeta, copo de uísque à mão, aspergiu a bebida na parede e declarou aberto o teatro “Paiol de Pólvora”. O poeta era ninguém menos do que Vinícius de Moraes, que liderou o show de inauguração do Teatro Paiol, em 1971, ao lado de Toquinho, Marília Medalha e o Trio Mocotó.
A introdução do livro de Dudeque, denominada “Da Lama ao Uísque”, revela o sabor da história contada por este arquiteto e historiador que não pende para nenhum lado. “Os profissionais da arquitetura costumam ser eufóricos, pois acreditam que podem mudar o mundo com o poder das ideias, dos projetos e do planejamento. Os historiadores, ao contrário, costumam ser melancólicos, pois convivem com os testemunhos dos fracassos humanos. A tendência do arquiteto é assumir a defesa dos projetos urbanísticos; a obrigação do historiador é analisar com isenção as conjunturas passadas. O livro tenta se equilibrar em meio a esses dilemas”, diz Dudeque, professor nos cursos de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR e da Universidade Positivo.
Destinado a um público amplo e, em particular, a urbanistas, arquitetos e críticos de arquitetura de todo o Brasil, além de engenheiros, críticos de arte, historiadores, pesquisadores, estudantes, professores, o livro foi escrito a partir da tese de doutorado defendida pelo autor em 2005 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).
A publicação é dividida em três momentos da cronologia urbana: começa com a epidemia de febre tifóide em 1917, quando o projeto urbanístico teve de interagir com programas de caráter sanitário, já que a doença se alastrou por causa das deficiências da infra-estrutura urbana; passa pelo Plano Agache na década de 40, que surge como uma estratégia de governo do presidente Getúlio Vargas que se revelaria desproporcional à realidade curitibana; prossegue com o estabelecimento de um novo plano urbanístico aplicado, em 1971, pelo então prefeito Jaime Lerner, até hoje em vigência com várias alterações; e termina com a inauguração do Museu Oscar Niemeyer, em 2002 .
SERVIÇO
O QUE: livro
TÍTULO: Nenhum Dia sem uma Linha
AUTOR: Irã Taborda Duduque
EDITORA: Studio Nobel
O autor, IRÃ TABORDA DUDEQUE (1968), é historiador e arquiteto, mestre e doutorando pela FAUUSP, professor do curso de arquitetura e urbanismo da PUCPR e do UNICENP. Autor de Cidades sem Véus: Doenças, Poder & Desenhos Urbanos (Curitiba, Champagnat, 1995). Sua monografia “Rua da Liberdade-Barão do Rio Branco: 180/1916 - Fragmentos de Urbanística Moderna e a Afirmação de uma Cidade” foi premiada no seminário nacional O Estudo da História na Formação do Arquiteto promovido pela FAUUSP, 1994.
Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=390697
Para adquirir o livro : http://www.editoranobel.com.br/detalhepro.asp?produto=115343
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