Pé-direito duplo pede cuidados com conforto térmico e acústico

Resgatada das mansões do passado, a solução traz imponência ao ambiente e pode ser usada em construções residenciais, comerciais ou industriais

Redação AECweb / e-Construmarket
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Na Casa ao Cubo, projeto da arquiteta Denise Barreto, o pé-direito de 6m confere amplitude ao local (Foto: Tuca Reinés)
pé-direito duplo é uma solução arquitetônica que confere imponência e sofisticação ao ambiente. Amplamente empregado nas décadas de 40 e 50, com a função de ostentar o hall social das mansões e separar o restante da casa, ele está de volta transformado e integrado ao todo. “É a sala de estar de residências e o lobby de edifícios comerciais ou corporativos. Na indústria, tem a função de visualização da área produtiva do pavimento térreo, mas, com a chegada das câmeras de monitoramento, vem sendo pouco usado nesse setor”, diz a arquiteta Sueli Nonaka Kobayashi.

MEDIDAS

A altura do pé-direito duplo é duas vezes a altura de um pavimento, considerando a medida do piso ao teto, independentemente de a cobertura ser laje ou forro do telhado. A medida padrão para residência é de 2,70 m. Acrescentando o forro de gesso para embutir as luminárias no pavimento térreo, e a espessura da laje – que é variável de acordo com o vão e o peso concentrado no pavimento superior –, a altura ficará próxima de 3 m, resultando em um pé-direito de 6 m.
De acordo com a arquiteta, as medidas para prédios comerciais, corporativos e indústrias variam muito, pois são projetadas de acordo com as exigências de cada setor. E, normalmente, são maiores que o pé-direito duplo do ambiente residencial. Para o comércio, pode-se adotar outro sistema de visualização. “O mezanino que conta com esta solução é utilizado por lojas para estoque, que precisam ficar longe do olhar do público. Nesse conceito, não existe a integração de ambientes, e a loja ganha um grande espaço para comunicação visual na parede do pavimento superior, que faz o fechamento do mezanino, permitindo a publicidade na parede que se formou”, explica.
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A Praça Vila Nova, edifício projetado por Pablo Slemenson,
conta com espaços em pé-direito duplo (Foto: divulgação).

VANTAGENS

A solução torna a fachada imponente, especialmente quando recebe grandescaixilhos. Além disso, traz mais luminosidade, maior circulação de ar à área interna e melhor comunicação visual com a paisagem do lado externo. Ela também define o ambiente com a integração do pavimento superior, por meio de mezanino. Uma tendência atual é proteger essa área por guarda-corpos em vidro temperado e aço inox tubular.
“A utilização de luminárias pendentes valoriza a altura do pé-direito duplo e a decoração”, acrescenta Kobayashi, ressaltando que o impacto visual que a grande altura cria é forte e agradável, deixando o ambiente com uma sensação de leveza e o clima mais arejado e fresco, pois o ar quente tende a subir e ficar próximo ao teto.

DESVANTAGENS

Manutenção e limpeza dos caixilhos grandes e altos, e deficiência acústica – uma vez que o barulho da área social pode interferir no setor íntimo da residência –, são desvantagens que a solução pode apresentar. Caso a fachada da construção esteja voltada para face norte – que recebe insolação durante o dia todo, principalmente no verão – a solução também pode representar calor excessivo ao ambiente. No inverno, o teto mais alto não favorece a sensação de aconchego, deixando o ambiente mais frio.
Contudo, segundo Kobayashi, existem soluções para amenizar tanto o frio, quanto o calor. Para controlar o calor são instaladas cortinas ou persianas automatizadas nos grandes vãos de janelas. Já para aquecer o ambiente e torná-lo mais aconchegante, pode-se adotar o uso de tapetes, sofás e poltronas revestidas em tecidos, cortinas, forro de gesso e móveis de madeira – elementos que também minimizam o desconforto acústico, pois absorvem e abafam uma parte dos sons emitidos na área social, evitando a reverberação”, aconselha.

ESTRUTURA E CUSTOS

A estrutura de um ambiente construído com pé-direito duplo exige reforço, mesmo não existindo parte do pavimento superior. Tanto as colunas quanto os vigamentos em concreto armado devem ser bem dimensionados para suportar a altura. “O investimento financeiro é maior se comparado a um pavimento térreo, equivalendo à execução de uma construção de dois pavimentos, excluindo-se somente a laje do espaço referente ao vão que será o pé-direito duplo”, conclui a arquiteta.

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

Sueli-Nonaka
Sueli Nonaka Kobayashi – Formada em Arquitetura e Urbanismo, em 1991, pela Universidade Braz Cubas. Elabora projetos em diversos segmentos, seguindo as tendências atuais e os conceitos de funcionalidade e estética. Atua no acompanhamento e gerenciamento de obras.





Fonte: http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/pe-direito-duplo-pede-cuidados-com-conforto-termico-e-acustico_12141_0_1

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