Desafios da Construção Civil no Estado do Tocantins

 

O Brasil vive ao longo dos últimos anos uma verdadeira transformação na indústria da construção civil com o advento do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e Programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, este cenário trouxe à tona certas limitações deste mercado. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, no 1º trimestre deste ano, aponta alguns dos principais problemas. A falta de trabalhador qualificado aparece em 1º lugar no ranking da pesquisa, sendo citado como o principal problema por 65,8% dos pesquisados. A elevada carga tributária (42,6%) e condições climáticas (36,4%) aparecem em seguida nos apontamentos da pesquisa.

No Tocantins não foi diferente. A implementação dos programas estruturantes, aliado ao grande índice de crescimento do nosso estado, vem gerando uma série de efeitos positivos e negativos no setor da indústria da construção civil. A verticalização imobiliária, aliada à falta de recursos naturais, industriais e humanos vem se tornando cada vez mais constantes, ocasionando instabilidade no setor motivada por situações evidenciadas na pesquisa da CNI, tais como:


- Escassez de mão de obra qualificada:
é o principal problema da construção civil do país, os empresários do ramo apontam a dificuldade em contratar empregados aptos a trabalhar em obras como um dos três maiores entraves da atividade.

- Falta de indústrias de insumos: acarreta a necessidade de aquisição em outros estados da federação, onde não há prioridade de atendimento e alto custo de logística.

- Falta de serviços técnicos especializados: profissionais ou empresas de elaboração de projetos, armação (estruturas metálicas), revestimento de fachadas, instalação elétrica, serviços de impermeabilização e pintura, dentre outros que necessitam de alta especialização.

- Condições climáticas: as intempéries climáticas devido ao deslocamento e intensificação do período chuvoso dificultam a execução das obras conforme o planejado.

- Alta burocracia: após o término da obra o prazo consumido para a emissão de autorizações e regularização do empreendimento é de aproximadamente 155 dias, conforme levantamento feito pelo Sinduscon/TO, publicado em novembro de 2010.  Estão inclusos neste prazo a liberação de serviços como vistoria e emissão do alvará do Corpo de Bombeiros, emissão de taxas, vistoria de conclusão de obra, emissão de Habite-se e Certificado de Conclusão de Obra - CCO, certidão de averbação no INSS, averbação da construção, instituição de condomínio e escrituração do condomínio.

Além das dificuldades apresentadas, a cadeia produtiva da construção civil, enfrenta alta carga tributária, que em alguns momentos inviabilizam investimentos. As consequências não poderiam ser outras: atraso nos cronogramas de obras, falta de insumos no mercado, aumento do custo construtivo e redução da atratividade do setor no estado do Tocantins em relação a outros estados do país.

A economia do Tocantins apresenta crescimento acelerado e o segmento da construção civil tem participação significativa nestes resultados, representando 13,3% do PIB estadual, segundo dados do IBGE, terceira maior participação à frente de segmentos como o da Agricultura e Pecuária. Com um potencial econômico tão significativo, com tamanhos entraves no processo produtivo, o desenvolvimento do setor da construção civil deve ser considerado um desafio merecedor da atuação conjunta do setor público com a iniciativa privada.

Em suma, a indústria da construção civil não trabalha sozinha, decorre do resultado de toda a cadeia produtiva. Com o esforço conjunto dos setores envolvidos, é possível transformar estratégia em resultados práticos, gerenciáveis e sustentada em bons projetos, a ponto de atingir os resultados esperados.

Marcus Vinícius Lima Ribeiro

Vice-Presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Estado do Tocantins - SINDUSCON/TO

Fonte:http://www.sinduscon-to.com.br/noticia.php?l=0652bfc1f4d521761211166aa8dafc4c

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