Especial: Como a Pampulha se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade

Arquitetos e urbanistas contam os procedimentos adotados junto à Unesco

Croqui do Conjunto da Pampulha, feito por Oscar Niemeyer
Croqui do Conjunto da Pampulha, feito por Oscar Niemeyer

O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, ganhou da Organização das Nações Unidas em 2016 o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Essa conquista só foi possível ao trabalho dedicado e meticuloso de arquitetos e urbanistas de várias instituições brasileira, que planejaram uma série de reformas e a gestão do principal ponto turístico da capital mineira. “Desde a decisão, já sentimos uma incrementação da visita ao Conjunto, tanto de habitantes de Belo Horizonte como de turistas. Despertou o interesse da população de BH para o Conjunto. Mesmo moradores de municípios próximos começaram a visitar. Houve uma redescoberta desse lugar, de sua importância para a cidade no Brasil e do Mundo. A manutenção desse interesse depende de ações do poder público e da sociedade também”, afirma Luciana Féres, arquiteta e urbanista que coordenou o Conjunto da Pampulha, de 2013 a 2016, pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

O Conjunto é formado pelos edifícios e jardins do Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), da Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design), do Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube), da Igreja de S. Francisco de Assis, o espelho d´água e a orla da Lagoa no trecho que os articula. Segundo Luciana, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) já tinha indicado o Conjunto da Pampulha como candidato à Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1996. O espaço já era protegido como patrimônio histórico nacional, estadual e municipal e estava inserido em zonas de proteção especial da capital mineira. Porém, as ações efetivas da Prefeitura de Belo Horizonte nesse sentido só começaram em 2012.

Inicialmente, foram formadas dois grupos de trabalho: a Comissão Executiva do Programa e a Comissão de Gestão e Acompanhamento. ambas com representantes da Prefeitura e de todos os órgãos de preservação do patrimônio. Durante o processo de elaboração da candidatura, algumas obras já foram feitas, como a restauração da Casa do Baile e dos seus jardins. “Em termos urbanísticos, melhoramos a iluminação pública da Orla da Lagoa, instalamos ciclovias e fizemos melhorias urbanas de requalificação da orla”, afirma Luciana.

Casa do Baile, em Belo Horizonte. Projeto de Oscar Niemeyer. Foto de Clarice Muhlbauer/IPHAN
Casa do Baile, em Belo Horizonte. Projeto de Oscar Niemeyer. Foto de Clarice Muhlbauer/IPHAN


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