Eficiência energética traz aumento de competitividade, ganhos ambientais e sociais para a indústria brasileira

Rio de Janeiro - A economia de energia em ações de eficiência energética no setor industrial gera benefícios para toda a sociedade

Lara Martinho, para o Procel Info

Rio de Janeiro - Uma parte notável dos custos de produção em uma indústria são advindos do consumo de energia elétrica. O uso adequado e eficiente dessa energia deve se fazer presente no planejamento das indústrias. Além da redução dos custos de operação, um programa de conservação de energia possibilita que a indústria tenha uma atitude responsável e econômica no processo de produção.
Em meados de 2001, com a crise do abastecimento de energia elétrica, começou a se estruturar um Plano Estratégico Emergencial de Energia Elétrica. Este plano tinha por objetivo aumentar a oferta de energia elétrica; garantir o pleno atendimento da demanda, com reduzidos riscos de contingenciamento, evitando prejuízos à população e restrições ao crescimento econômico; e promover diretrizes estratégicas para a implantação de ações de médio e longo prazo.
Com a elaboração do Plano Estratégico usado como base, surgiu em 2003, o Procel Indústria, subprograma da Eletrobras/Procel, referente à conservação de energia elétrica na Indústria, que teve seu foco inicial na otimização energética de sistemas motrizes, considerando que esse é o uso final com maior consumo e potencial para redução de perdas elétricas na indústria, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia e estudos da própria Eletrobras com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O mercado de Eficiência Energética, no setor industrial e de grandes consumidores, apresenta-se como uma alternativa de redução de custos aos empresários.
Segundo o gerente da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado, engenheiro Marco Aurélio Ribeiro Gonçalves Moreira, as ações de eficiência energética implementadas desde o projeto nas indústrias são fundamentais, mas não impede que algumas ações sejam executadas com a planta em operação. Em muitos casos, implementar ações de forma que a planta volte a trabalhar no ponto de operação que ela foi projetada, já é suficiente. Ações referentes à manutenção, normalmente, também apresentam grande potencial técnico-econômico. Em alguns casos, não é necessário investimento.
Uma das metodologias de trabalho do Procel Indústria com médias e grandes indústrias são convênios da Eletrobras com as federações estaduais de indústria. Nestes trabalhos, os empresários manifestam seu interesse em participar do Procel Indústria, assinando um termo de compromisso no qual se comprometem a implementar as medidas economicamente atrativas indicadas nos diagnósticos energéticos.
Atualmente, há um convênio em andamento com a FIERGS - Federações das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Ações da Eletrobras em outros 11 estados já foram encerradas. Ao todo, aproximadamente 3 mil profissionais, de 690 indústrias, foram capacitados em sistemas motrizes industriais, 74 diagnósticos energéticos foram aprovados por engenheiros da Eletrobras, com uma economia estimada de 37 GWh, com tempo de retorno de investimento médio de 14 meses, bastante atrativo comparado a ações focadas meramente na troca de equipamentos.
Com relação ao convênio ainda em vigor, com a FIERGS, recentemente, foi aprovado por engenheiros da Eletrobras, o primeiro relatório com as medições posteriores às implementações das medidas indicadas no diagnóstico energético, comprovando os ganhos estimados. Devido à atratividade econômica das medidas propostas, a maioria das ações de eficiência energética são implementadas. Este fato comprova que a metodologia utilizada desde o início do subprograma conduz a resultados tangíveis, com implementação de medidas que geram benefício econômico em segmento competitivo como é o industrial.
A primeira federação de indústria a trabalhar com o Procel Indústria foi a do estado do Ceará, a FIEC, informou o gerente da divisão responsável pelo Procel Indústria.

A implantação de ações de eficiência energética desde o início do projeto é fundamental.

Outras ações com as médias e grandes indústrias estão sendo articuladas com associações de classe. O programa oferece, ainda, uma rede composta de 14 Lamotrizes (Laboratórios de Otimização de Sistemas Motrizes Industriais) em universidades, para fornecer suporte a essas indústrias.
No que se refere às micro e pequenas empresas, o Procel vem desenvolvendo, desde a década de 90, trabalhos junto ao Sebrae-RJ, por meio do qual já foram desenvolvidos guias, softwares, diagnósticos, dentre outros para suporte a esse setor.
Segundo Doris Ziegler, analista técnica da Unidade de Inovação e Acesso à Tecnologia do Sebrae/RJ, em uma das ferramentas lançadas em parceria com a Eletrobras está um software denominado Auto Avaliação por meio do qual o empresário poderá entender mais detalhadamente a questão da energia elétrica na indústria. Após responder uma série de perguntas, o empresário poderá imprimir um relatório com dicas. Ele também poderá atualizar as informações quando tiver implementado ações de eficiência energética em sua empresa.
Além de ações no projeto, operação e manutenção, alguns investimentos podem ser feitos em equipamentos, como substituir motores elétricos convencionais por motores de alto rendimento, especialmente nos casos em que esse equipamento opera continuamente. A substituição do controle de vazão feito por válvulas pelo controle por meio conversores de freqüência, também pode apresentar grande redução das perdas. Com essas modificações é possível ter uma redução considerável nos gastos com energia elétrica.
Algumas indústrias têm um potencial mais significativo para a economia de energia elétrica, dependendo do setor, das tecnologias e de sua operação e manutenção, da capacitação dos seus profissionais, além da existência ou não de um programa para gerenciamento de energia. De acordo com dados do BEU (Balanço de Energia Útil) de 2005, 62% do consumo de energia elétrica nas indústrias é referente a sistemas motrizes industriais. Além disso, estudos realizados pela Eletrobras com a CNI, mostraram que, além da representatividade no consumo, sistemas motrizes também apresentam o maior potencial técnico para conservação de energia, analisando-se a eletricidade. A experiência dos técnicos da Eletrobras aponta, dentre os sistemas motrizes, grande potencial de eficiência energética em sistemas de bombeamento e de ar comprimido.

Fonte: http://www.procelinfo.com.br/data/Pages/LUMIS8D1AC2E8ITEMIDDBE9EA5033B240F3AF5BE18BC0FA750CPTBRIE.htm

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