Homenagem ao arquiteto e urbanista Severiano Mario Porto em seu aniversário de 83 anos
Marcelo de Borborema Correia - conselheiro do CAU/BRAqui estou eu com o propósito de escrever uma homenagem a meu mestre na passagem do seu aniversário de 83 anos. Muitos anos se passaram desde que eu trabalhava em seu escritório e também já faz muitos anos que ele fechou o escritório de Manaus e voltou a morar no Rio de Janeiro. Quando eu era estudante, descobri uma grande paixão pela Arquitetura através das suas obras, das suas idéias e dos seus ideais. E isto criou raízes em mim.

Nos últimos anos é notável o esforço acadêmico em retomar o discurso de uma arquitetura amazônica e sustentável. A obra de Severiano tem sido um tema recorrente.

Ele é um grande construtor e um grande homem, logo um grande arquiteto.
Das inúmeras histórias que ouvi dele mesmo, uma me marcou especialmente. Quando ele chegou a Manaus, Severiano detalhava seus projetos como se fazia na época. Digo: da melhor forma que se fazia no Rio de Janeiro. A aplicação destes detalhamentos de marcenaria nos canteiros de obras em Manaus não foi bem sucedido no começo. Havia por parte dos trabalhadores falta de compreensão do projeto e irritação. Severiano foi bastante sensível ao notar que não se tratava de uma incapacidade do trabalhador, mas sim uma falha de projeto. Concluiu que a cultura local de trabalhar a madeira não estava contemplada. Segundo ele, isso afetou diretamente a auto-estima do trabalhador e consequentemente o andamento da obra. Imediatamente ele se aventurou em viagens de estudo pelo interior da Amazônia, coletando todo o tipo de informação sobre a cultura de construção cabocla e a variedade de matérias primas locais.

Manaus, 19 de fevereiro de 2013
Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=6597
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