A luz natural é um meio altamente eficaz para redução dos custos de energia utilizada na iluminação elétrica e no resfriamento dos edifícios. Mas o pensamento arquitetônica muitas vezes reduz a expressão da luz solar a fim de criar efeitos atraentes nas fachadas e dificilmente discute seus potenciais - não apenas no custo, mas na saúde, bem-estar e energia.
Esse artigo do Light Matters analisará os aspectos muitas vezes inexplorados da luz solar e apresentará estratégias-chave para que você possa incorporá-la melhor no projeto: desde a otimização na hora de definir a orientação do edifício até a escolha das superfícies do interior para que possam atingir a reflectância certa. Estes passos podem reduzir significativamente o investimento, bem como os custos operacionais. E quando essas estratégias atraírem o interesse dos clientes, você descobrirá que a luz solar pode fazer muito mais.
Mais Light Matters sobre a luz solar, a seguir.
1. Otimizar o desenho urbano e a orientação do edifício
O projeto para incorporar a luz natural começa com o planejamento urbano. Criar bairros e edifícios de modo que as pessoas possam receber a luz do dia como fonte de luz e calor, e com isso possam também ter vistas de todos os lugares. Essa estratégia depende, naturalmente, do clima e do local específico. Um projeto cuidadoso em relação as alturas do edifício é a base para evitar o sombreamento excessivo dos edifícios próximos e até mesmo das diferentes alas da edificação. O próximo fator é a orientação do projeto a fim de maximizar a exposição, por exemplo direcionado ao sul ou ao norte. Além disso, a exposição ao norte deve ser otimizada através de uma iluminação difusa e indireta. Finalmente, aumentar tanto quanto for possível o tamanho da fachada, de modo a maximizar o recebimento da luz nos espaços interiores. Para o aproveitamento da luz solar, formas arquitetônicas longas e estreitas funcionam melhor e átrios oferecem possibilidades adicionais.
2. O tamanho, a forma e o tratamento dos vidros perfeito para janelas
Analisar o seu clima em relação às quatro formas de luz solar para cada fachada - incluindo a cobertura: 1. Sol direto, 2. Sol indireto devido o reflexo dos outros edifícios, 3. Céu nublado direto e 4. Céu nublado indireto, que se reflete no chão. No hemisfério norte, as janelas ao sul não devem possuir grandes dimensões e precisam de uma proteção contra a luz solar direta para evitar o brilho e o calor. Por outro lado, as frias fachadas norte devem receber, principalmente, a luz difusa e exigem tratamento nas janelas que possibilitem baixas perdas de calor.
Quando se trata da abertura propriamente dita, diferenciar a luz o dia e a vista para o exterior otimizando assim as funções individualmente: Escolha uma janela transparente na parte superior para aumentar a penetração da luz solar e utilize um vidro matizado para reduzir o brilho ao nível dos olhos. Não subestime o potencial da luz difusa em um dia de céu nublado vinda através das janelas posicionadas no alto da parede ou da cobertura.
Quando você começar a escolher os tipos de vidro, consulte um técnico especializado para encontrar o melhor tratamento em relação ao coeficiente de ganho de calor para evitar a perda de calor e a transmissão de luz por uma boa visibilidade. Finalmente, certifique-se de que o isolamento térmico da moldura das janelas é eficaz.
3. Sombreamento para o conforto visual e resfriamento
Os raios solares intensos não são bons para o conforto visual e térmico. Portanto, aconselha-se a bloquear a luz direta do sol nos locais de trabalho e colocar telas em grandes aberturas direcionadas para as fachadas de vidro vizinhas, que refletem a luz do sol. No verão a luz solar poderia facilmente levar ao superaquecimento os edifícios com grandes fachadas de vidro. Isso resulta em um maior consumo de energia para resfriar os ambientes. Por essa razão, o sombreamento é essencial para controlar o conforto térmico. Escolha uma árvore para reduzir o brilho e o calor no verão e deixar os raios solares aquecerem seu edifício no inverno, quando suas folhas caírem. Para as soluções técnicas, prefira elementos de sombreamento exterior, que são muito mais eficazes do que os do interior, porque eles mantêm o calor diretamente fora do prédio. Além disso, planeje elementos móveis de sombreamento para as mudanças diárias e sazonais e deixe os sensores e sistemas de controle ajudá-lo a otimizar o sombreamento para o conforto visual e o resfriamento.
4. Trabalhar com superfícies interiores brilhantes
Projete as suas superfícies interiores com uma alta reflectância para aumentar o nível de luz natural dentro do espaço. Tenha cuidado com superfícies muito brilhantes, elas podem causar ofuscamento. Portanto, use cores claras e foscas para melhorar o conforto visual. Para dar a impressão de uma sala bem iluminada, mantenha as superfícies escuras afastadas, especialmente na parede dos fundos.
5. Mova as áreas de trabalho para perto da janela
Detectar as funções que poderão beneficiar-se da luz natural em relação ao tempo de ocupação que elas requerem em cada espaço. Possibilite que a luz solar entre nos locais de trabalho e mantenha as áreas de serviço no núcleo do edifício. Certifique-se de que o mobiliário não bloqueia a luz. Você pode até mesmo fazer com a luz solar atinga os corredores utilizando divisórias translúcidas.
6. Considere sistemas que reflitam a luz natural
A luz solar direta pode ser refletida facilmente no teto possibilitando a iluminação indireta. Use cores leves para refletir na superfície e no teto. Aumentar a refletância em frente a janela, pode torná-lo mais eficaz. Se você posicionar o sistema refletor acima do nível dos olhos, evita-se o ofuscamento.
7. Energize seu edifício com a radiação solar
Além de melhorar a condição da luz no interior do edifício, você também pode usar o sol para o aquecimento da água e instalação de sistemas fotovoltaicos para os dispositivos elétricos. O sol é um meio sem custo para reduzir as emissões de carbono.
Luz natural além da energia
Apesar do foco dessa lista nas soluções de energia, usar a luz natural é, definitivamente, muito mais do que uma estratégia para otimizar a economia de energia nos edifícios. O sol fornece informações básicas como o tempo e o clima e ajuda tanto no desempenho visual como no conforto. A luz solar aciona o nosso ritmo circadiano e contribui, assim, para a nossa saúde e bem-estar.
Claro que não se deve esquecer que uma solução de engenharia otimizada não é necessariamente uma solução estética. Muitas vezes, equipamentos como dispositivos de sombreamento não criam um visual interessante, aponta William Lam, pioneiro no campo de iluminação arquitetônica e ex-professor do MIT, Harvard e Yale: "os projetistas devem ser capazes de usar as estratégias da luz solar sem criar um óbvio 'edifício solar'." O projeto da luz natural necessita de planejamento na fase conceitual, como parte de uma abordagem do projeto integrado. Consequentemente, vale a pena investir mais tempo no trabalho da luz natural no pensamento arquitetônico e no processo de projeto em geral.
Light matters, uma coluna mensal sobre luz e espaço, é escrita por Thomas Schielke. Morando na Alemanha, o autor é fascinado por iluminação na arquitetura, trabalha na empresa de iluminação ERCO, publicou numerosos artigos e é co-autor do livro "Light Perspectives". Para mais informações acesse o site www.arclighting.de ou siga-o em @arcspaces.
0 comentários:
Postar um comentário