Prédios públicos mais verdes

Rio de Janeiro - Prédios públicos do país devem dar o exemplo para a população aderindo à etiquetagem de eficiência energética para melhorar a qualidade da construção

 Lara Martinho, para o Procel Info

 


Rio de Janeiro –Sustentabilidade e eficiência energética em edifícios vêm recentemente sendo temas recorrentes de debates e cada vez mais demandados pela sociedade. Eficiência energética, entretanto, já é um assunto consolidado na Eletrobras, que há mais de 25 anos é responsável pelo Programa Nacional de Conservação de Energia, a Eletrobras Procel, contando com subprogramas voltados diretamente para edificações: o Procel EPP, que trata de eficiência energética em prédios públicos e o Procel Edifica, cuja temática é eficiência energética em edificações.

O Procel EPP promove ações de conservação de energia junto às instalações prediais públicas visando à redução da demanda e do consumo de seus sistemas elétricos, bem como a disseminação de técnicas e metodologias para replicação de projetos nos sistemas de iluminação, de climatização, inovação tecnológica em instalações prediais e Laboratórios destinados a estudos de conservação de energia em instalações prediais e outros sistemas, que promovam redução do consumo de energia elétrica. Estima-se que no Brasil existam cerca de 20 mil edificações públicas administradas pelo governo federal e 500 mil pelas três esferas do poder (federal, estadual e municipal).

O Procel EPP foi estruturado em 1997 e desenvolveu ações por etapas visando: identificar o real potencial de redução do consumo e da demanda neste segmento, mediante a realização de diversos diagnósticos energéticos; oferecer exemplos e possibilidades, por meio da implementação de projetos-piloto com potencial de replicação em larga escala; sensibilizar e capacitar administradores de prédios públicos e divulgar o programa, através de ações específicas e parcerias com outros setores, além da capacitação de laboratórios das universidades públicas.


 Atualmente o subprograma trabalha no desenvolvimento dos softwares: Módulo Cadastro de Prédios Públicos e de seus administradores; Módulo Projetos de Eficiência Energética; Módulo Análise de Projetos e Banco de Preços (Retaguarda), que objetivam implementar o monitoramento, a manutenção e a atualização do cadastro dos prédios públicos. Estas informações são importantes para definir metas de economia de curto e médio prazos, notificar compulsoriamente alterações por acréscimo ou supressão de equipamentos no sistema elétrico da edificação e promover a obrigatoriedade de compras de equipamentos eficientes, salvo equipamentos de uso específico. Além disso, os softwares permitem o acompanhamento, verificação e registro das economias obtidas e apoio técnico aos administradores de prédios públicos na implementação e acompanhamento dos projetos.

"O Procel EPP propicia, indiretamente, outros benefícios, tais como a redução das despesas com o consumo de energia elétrica, geração de novos empregos e desenvolvimento tecnológico".

Prédios verdes podem receber etiqueta

Uma questão importante atualmente defendida pelo Procel EPP, em consonância com o Procel Edifica, é a implementação da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Etiqueta PBE Edifica) nos prédios públicos como mecanismo de avaliação e classificação dos impactos causados pelas ações de conservação de energia empregadas. Para a emissão da etiqueta, um Organismo de Inspeção Acreditado pelo Inmetro (OIA) avalia o projeto da edificação e posteriormente o edifício construído, a partir de regulamentos (RTQ e RAC) desenvolvidos por especialistas, membros de universidades brasileiras em convênio com a Eletrobras.

Segundo arquiteto da Eletrobras João Queiroz Krause “A etiquetagem de edificações é voluntária, de modo que a adesão ao processo ainda é restrita a uma minoria consciente do ganho em eficiência energética e sustentabilidade, e que constrói ou reforma edificações com projetos adequados desde o início, tendo a Etiqueta como um diferencial de mercado.” Cita ainda que “Na União Europeia, o processo já começou compulsório, o que promoveu uma adesão de proporções muito maiores, mas sem melhoria efetiva na eficiência energética em um primeiro momento, já que a obrigatoriedade diz respeito à obtenção da Etiqueta e não à obtenção de índices mínimos. Estamos trabalhando para que a regulamentação deixe de ser voluntária, mas queremos que o mercado se adapte e continue considerando a etiqueta um benefício, não só mais uma obrigatoriedade. No momento atual, é preciso divulgar mais o programa para conseguir uma maior adesão”, completou.

"Estamos trabalhando para que a regulamentação deixe de ser voluntária, mas queremos que o mercado se adapte e continue considerando a etiqueta um benefício, não só mais uma obrigatoriedade".

Krause alerta que “O custo de um edifício etiquetado com uma classificação alta varia de acordo com a fase do projeto que se decide aplicar o regulamento. Se for aplicado no início, e o projeto já for desenvolvido adotando as orientações do regulamento, o custo final da edificação/reforma não é muito alterado em relação a uma construção que não adote estes preceitos. Entretanto, quanto mais tarde for tomada esta decisão, mais complicado fica para obter uma boa classificação, gerando muito retrabalho na fase de projeto, alterações contratuais, troca de fornecedores etc.”

O custo para a obtenção da Etiqueta PBE Edifica junto a um OIA varia de acordo com o projeto, afinal os edifícios não são iguais entre si, variando em tamanho e complexidade, que alteram a quantidade de trabalho necessário para realizar uma inspeção. De uma maneira geral, para projetos que se enquadrem numa configuração costumaz, o custo da Etiqueta, em cada etapa (projeto e edifício construído), fica em torno de 0,1% do valor do Custo Unitário Básico de Construção (CUB).

O sucesso da iniciativa irá contribuir tanto para a economia dos cofres públicos, quanto para a preservação do meio ambiente, além de melhorias no sistema de iluminação, climatização, força motriz das edificações, promovendo a redução no consumo de energia elétrica, sem perda de conforto.

Fonte:  http://www.procelinfo.com.br/data/Pages/LUMIS8D1AC2E8ITEMIDADD7B7C8AD4F49538329E6A48CA91222PTBRIE.htm

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