POR JANINA ESTER FOTOS FÁBIO CANÇADO
A Arquiteta e Urbanista Cláudia Teresa Pereira Pires é Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento de Minas Gerais. Ferrenha defensora da profissão como instrumento de educação e melhoria das cidades, Cláudia fala também, todas as manhãs, na Rádio CBN.
Qual a importância do IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil?
O IAB é uma entidade federativa de 90 anos, presente em 27 estados, com representação na América Latina e no mundo. O Departamento de MG tem 68 anos, 1800 associados, seis núcleos regionais, representantes locais em todo o Estado e assento nos mais diversos órgãos de discussão e deliberação. Já foi protagonista de diversas campanhas pela Cultura, Cidadania e pela difusão da idéia de Arquitetura como importante e necessária para a qualidade de vida dos seres humanos.
Como você avalia a Arquitetura mineira?
Temos uma Arquitetura de qualidade, com espaço no cenário nacional, entretanto as políticas públicas estaduais e municipais ainda não atinaram para isso. Neste momento, por exemplo, iniciamos um debate com a Secretaria Estadual de Cultura para fomentar a importância da Arquitetura como fato cultural e agente promotor de desenvolvimento de Turismo.
Qual o papel social do arquiteto na construção da cidade, já que muitas vezes ele fica preso ao setor imobiliário?
Muitas vezes o que atrapalha a cidade são leis mal feitas. A questão do Planejamento, e da regulação decorrente, me parece fundamental de ser defendida pelos especialistas, mas também pelo cidadão. Foi por omissão do Poder Público, e por investir pouco na redução das desigualdades sociais e minimização do impacto da pobreza na cidade, que chegamos a ter periferias tão desassistidas e tão carentes de políticas públicas estruturantes.
Vivemos um momento de expectativa com a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Como a Arquitetura e o Urbanismo podem se apropriar desse momento?
Se nossos governantes deixarem, a Arquitetura tem muito a contribuir. O legado urbano que pode resultar dos investimentos para esses eventos pode ser comparável aos existentes no primeiro mundo. Mas, para isso, o Poder Público deveria realizar concursos, envolver a sociedade em um amplo e transformador debate.
Fonte: http://www.revistahabitat.com.br/minas/revista/entrevista.html
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