O urbanismo perde um de seus maiores ícones

Bernardo Secchi faleceu na última segunda-feira aos 80 anos

Um dos urbanistas mais influentes do mundo, o italiano Bernardo Secchi, faleceu na última segunda-feira (15), aos 80 anos de idade. Conhecido internacionalmente por sua colaboração nas discussões sobre projetos de cidades contemporâneas, Secchi se destacou por ter redigido numerosos planos reguladores e territoriais, como os de Jesi, Siena e Civitanova Marche, além de ter integrado a equipe de profissionais que ajudaram a pensar a cidade de Paris para 2030. O urbanista atuou como professor no Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza, na Ecole d’Architecture de Genebra, na Universidade de Milão e na Universidade de Leuve.

Admirador de Brasília e de sua utopia, Secchi sempre teve uma veia ligada ao Brasil, tanto é que foi o primeiro palestrante do ciclo de seminários de Política Urbana Quitandinha+50 (Q+50), realizado pelo IAB ao longo de todo o ano de 2013. O evento discutiu o novo contexto urbano das cidades brasileiras, com foco na mobilidade urbana, habitação, sustentabilidade urbana,esvaziamento dos centros, gestão das cidades e Amazônia urbana.

Na edição Rio de Janeiro do Q+50, Secchi apresentou a sua ideia revolucionária para Bruxelas: uma cidade sem carros. Em matéria publicada no site do IAB durante o evento do Q+50, ele contou sobre esse projeto:

“Perguntei: ‘e se abolíssemos os carros de Bruxelas?’ Disseram que eu tinha enlouquecido. Mais tarde, a agência de transportes públicos argumentou que não era uma ideia tão louca. Poderíamos começar com ilhas de pedestres, expandiríamos e depois uniríamos essas ilhas em algo maior. Se pudéssemos fazer isso, quantas áreas públicas iríamos recuperar?”, disse.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em 2010, Secchi falou sobre a cidade de Brasília no futuro e sua relevância:  “É um dos projetos mais importantes do século 20. A utopia é típica da cultura ocidental. É a capacidade de imaginar o futuro. (…) Uma cidade precisa de muitos anos para se tornar real. Siena, Roma, Milão têm séculos. Brasília pode ser tornar isso um dia. No futuro, será uma cidade diferente. As pessoas usam os espaços e os modificam”, analisou Secchi.

A causa da morte de Secchi ainda não revelada pela família.

Clique nos links e leia as reportagens mencionadas no texto abaixo:

IAB – Secchi e a nova questão urbana
O Globo – Rio deve combater desigualdade social, diz especialista
Folha de São Paulo – Entrevista Bernardo Secchi: “Ideia de acabar com as favelas foi uma ilusão modernista”
Vídeo Q+50: Secchi e a nova questão urbana

Publicado em 18/09/2014

Via IAB e PINIWEB

Fonte: http://www.caubr.gov.br/?p=31543

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