TRABALHO Nº 41 - PREMIADO
Estudante: Felipe Cemin Finger
Professor: José Ripper Kós e Américo Ishida
Escola: Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Florianópolis/SC.
Título do Trabalho: Habitação em Caxias do Sul: uma estratégia de intervenção nas áreas de risco.
Resumo (texto fornecido pelo autor)
O trabalho propõe uma reflexão sobre a atuação nas áreas de risco na cidade de Caxias do Sul. Localizada na Serra Gaúcha, a cidade de colonização predominantemente européia conta com inúmeras indústrias conhecidas nacional e internacionalmente, porém apresenta problemas similares ao de qualquer grande cidade brasileira, relacionados a ocupação do solo e desigualdades sociais. A ocupação do seu território urbano sofreu grande influência da localização espacial das indústrias, que com o passar do tempo foram migrando das áreas centrais para periféricas em busca de facilidades de escoamento de produção e territórios. Esse deslocamento foi acompanhado pela parcela da população que compunha a mão de obra, porém parte dessa população menos provida de recursos passou a ocupar áreas que não foram absorvidas pelo mercado imobiliário e na maior parte das vezes áreas íngremes. Essa ocupação, aliada a atuação antrópica, configuraram áreas de risco. A atuação do poder público para resolução da questão na maior parte das vezes é local, onde retiram-se as famílias e as realocam para áreas longínquas, não relacionadas com a cidade e os locais de trabalho. O presente trabalho propõe a intervenção nestas áreas, mantendo a população próxima a sua área de origem e evitando quebrar os laços existentes entre os usuários e o lugar. Desenvolveu-se uma estratégia de intervenção que garanta essa permanência através de habitações provisórias instaladas em um terreno público ou privado existente. Essa edificação temporária, além de servir no processo de socialização das famílias, permite manter as famílias. Enquanto as famílias da área de risco provisoriamente ocupam a edificação temporária, a intervenção é realizada com o intuito de transformá-la em um espaço público para uso da comunidade e bairro, e interligado a novas habitações seguras. A partir do reconhecimento da área de risco como área legível e pública da comunidade, temos a possibilidade de requalificação das áreas frágeis em diversos pontos da cidade. A habitação permanente passa a ter um papel fundamental na inserção desta população à cidade, servindo como costura entre o existente e o espaço público proposto, garantindo assim uma potencialização no seu uso múltiplo e permanente.
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