Especial interiores corporativos

Por: Juliana Nakamura
Edição 246 - Setembro/2014


 SLIDE SHOW http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=6910

Tendências apontam para soluções flexíveis e versáteis e para a busca de ambientes humanizados, que evoquem o prazer de trabalhar
Cada vez mais complexos e tecnológicos, os interiores corporativos procuram acompanhar as transformações pelas quais as organizações vêm passando nos últimos anos. O principal desafio é oferecer ambientes funcionais que respondam às demandas por fluidez nos processos e alta produtividade. Em todo o mundo, as corporações têm privilegiado o trabalho colaborativo, e isso se reflete diretamente na distribuição dos espaços.
Em uma época marcada pela comunicação dinâmica e veloz, consolidou-se o layout aberto, que proporciona liberdade e estimula o trabalho em grupo. Da mesma forma, tornaram-se imprescindíveis a flexibilidade para uma eventual expansão, redução ou remanejamento de equipes, e a versatilidade para possibilitar a realização de diferentes atividades e modos de trabalho.
Para agradar aos funcionários nascidos após a década de 1980, que compõem a exigente Geração Y, as empresas perceberam que é preciso ir além da especificação de mesas ou cadeiras ergonômicas. "Áreas de descompressão, espaços de convívio, ambientes coloridos e estimulantes tornaram-se mais recorrentes. Além disso, cada vez mais se procura agregar aos escritórios um pouco do conforto que há nas residências", conta a arquiteta Pierina Piemonte, sócia do escritório Leonetti Piemonte Arquitetura.
"Nos materiais, a tendência aponta para o uso de pedras, madeiras, fibras e outros materiais naturais, além de produtos feitos de matérias-primas recicladas e com tecnologia de produção que consome menos energia", analisa a arquiteta Heloisa Dabus. "Formas que se ressaltam pelas linhas retas, ângulos destacados e traços firmes definem o design em alta no momento, assim como o uso de materiais metálicos, em contraste com o brilho da marcenaria e dos vidros", acrescenta a arquiteta Bianca da Hora, reforçando que o design de espaços corporativos precisa estar em sintonia com a imagem e com os valores da organização.
Todas as soluções precisam, ainda, estar associadas ao desejo das empresas de reduzir custos de implantação e de manutenção. "Atualmente quase tudo esbarra no custo, então temos que ser criativos para atender à necessidade do cliente sem estourar o orçamento", diz Heloisa.
Nesse sentido, um dos desafios é fazer o contratante entender a importância de respeitar os limites de adensamento, seja por uma questão de legislação, seja por segurança ou conforto, complementa Pierina.
Forros
Interesse pelo layout aberto e a necessidade de adensar um número cada vez maior de funcionários por metro quadrado fizeram com que o conforto acústico se tornasse um dos aspectos mais críticos em interiores corporativos. "Os forros, que já tinham funções estéticas e funcionais importantes, passaram a ser mais exigidos, assumindo um papel relevante também na absorção de ruídos", explica a arquiteta Pierina Piemonte, sócia do escritório Leonetti Piemonte Arquitetura.
Muitas soluções surgiram para atender à demanda dos projetos de escritórios, como as nuvens acústicas, compostas por placas de fibra de vidro suspensas por cabos de aço no teto. "Esses produtos potencializam a absorção sonora, pois absorvem o som nos dois lados da chapa", explica o engenheiro e consultor de acústica Olavo Fonseca Filho, diretor do Grupo Sonar. Segundo ele, outro desenvolvimento relevante para os escritórios foram os forros que propiciam a neutralização de odores, melhorando a qualidade do ar nos ambientes. Seja para garantir privacidade a salas de reuniões, seja para assegurar conforto e produtividade às áreas de trabalho, a especificação de forros para escritórios requer a análise de uma série de fatores: propriedades termoacústicas, resistência ao fogo, sistema de fixação e compatibilização com coberturas, pé-direito e iluminação, entre outros. De modo geral, recomenda-se a especificação de forros com coeficiente de absorção sonora (NRC) entre 0,75 e 0,80 e valores de Classe de Articulação (AC) de 150 a 170 para plantas open space. Mas isso não quer dizer conforto garantido, já que o desempenho acústico em um escritório também depende, por exemplo, dos revestimentos de piso e paredes.
"Os forros em projetos corporativos vêm continuamente evoluindo de um material estritamente técnico para um revestimento sofisticado que, além de suas inerentes características de fechamento e isolamento acústico, agregam beleza à solução dos projetos"
Marco André Benjamin, diretor do MB Arquitetura

Piso elevado
Capacidade de acomodar a infraestrutura de cabeamento, facilidade de acesso em casos de manutenção, liberdade para eventuais mudanças de layout e possibilidade de incorporar saídas de ar-condicionado. Esses são alguns motivos que explicam por que os pisos elevados se tornaram elementos quase obrigatórios em grandes conjuntos corporativos. Esses sistemas podem utilizar placas removíveis (mais indicado pelos projetistas) ou ser monolítico, e utilizar revestimentos com acabamentos dos mais diversos. A estrutura de sustentação, fundamental para a estabilidade do sistema, pode ser metálica ou de polietileno reforçado. "A evolução nos pisos elevados tem sido progressiva, com aperfeiçoamentos em sistemas de encaixe e regulagem de altura que permitem uma instalação limpa", conta a arquiteta Pierina Piemonte.
A especificação do sistema deve levar em conta uma série de fatores, desde o vão necessário para abrigar toda a infraestrutura de cabos, a altura do pé-direito, as cargas previstas para o piso e a organização dos cabos de voz e de dados em eletrocalhas.
"Embora os sistemas disponíveis pareçam semelhantes, eles apresentam diferenciações em relação à qualidade, conceito, materiais e desempenho. Eles ainda se diferem no tipo de modulação, na resistência e na capacidade de regulagem de altura", alerta a arquiteta Heloisa Dabus.
"Espaços corporativos estão sempre em expansão ou contração, daí recorrermos a soluções como piso elevado e forro modular, que agilizam manutenções e permitem mudanças rápidas de layout"
Cesar Laudanna, sócio-diretor do Rethink Space | RTKSP

Arquivos deslizantes
O sistema de arquivos deslizantes é composto por um conjunto de estantes modulares estruturadas em aço, que se deslocam sobre trilhos também metálicos fixados em plataformas de madeira ou diretamente no piso. Com isso, em vez de vários corredores entre as estantes, há apenas um corredor móvel que troca de lugar conforme o usuário movimenta os módulos. "Em uma época em que o metro quadrado corporativo está cada vez mais caro, os arquivos deslizantes tornaram-se aliados para racionalizar o armazenamento de documentos e propiciar uma economia de espaço de até 70%", comenta a arquiteta Heloisa Dabus. "Com acionamento mecânico ou eletrônico, os arquivos podem vir com acabamentos variados e acessórios como luminárias internas, prateleiras e pastas suspensas", explica o arquiteto Olivo Gomes.
A especificação do sistema de armazenamento deve se pautar em aspectos como a quantidade e volume dos itens a serem guardados, as condições da área disponível (dimensões, ventilação, desníveis etc.) e o manuseio, sobretudo o número de pessoas que terão acesso ao arquivo. Dependendo da quantidade de usuários que consulta simultaneamente um arquivo, pode ser necessário utilizar mais de um corredor operacional, o que acaba por reduzir a economia de espaço.
"Os arquivos deslizantes tornaram- -se importantes para racionalizar o armazenamento de documentos em uma época em que o metro quadrado é cada vez mais valioso"
Heloisa Dabus, arquiteta

PÁGINAS :: 1 | 2 | Próxima  

Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/246/bem-estar-e-funcionalidade-em-alta-326836-1.aspx

0 comentários:

 
IAB Tocantins Copyright © 2009 Blogger Template Designed by Bie Blogger Template
Edited by Allan