MAQUETE, POR THIERRY PETRIS
Maquetes têm sua importância em estudos volumétricos e espaciais ao longo do desenvolver de um projeto, e ao se fazer a representação final deste.
As maquetes eletrônicas oferecem de maneira prática representações muito realistas. As maquetes físicas, contudo, têm seu mérito por sua maior proximidade arquiteto x projeto, principalmente na etapa de estudo, porque ao se testar possibilidades com as próprias mãos, caracteriza um processo mais intuitivo.
Para as maquetes de estudo, em geral não há necessidade de se usar materiais específicos. Dá-se preferência aos que já foram utilizados antes, restos de isopor, papelão, papéis em geral, palitos, arames e alfinetes para sustentá-los. Já um material muito interessante para escalas bem pequenas, para uma praça, por exemplo, é massinha de modelar.
Lembrando que muitas vezes a própria maquete de estudos acompanha desenhos e perspectivas finais de um projeto, suprimindo a necessidade de uma maquete específica para representação.
Para as maquetes representativas, dependendo do grau de realismo e detalhamento que se busca, temos uma gama de materiais à disposição e a criatividade vale muito. Segue um guia do que costuma ser utilizado em minha graduação em Arquitetura e Urbanismo na UFSC:
Paredes e estruturas em geral
Papel paraná é o mais utilizado. É um papelão bastante homogêneo, e que não esfarela ao se cortar com estilete. Existem diferentes espessuras: 2mm, 4mm… A espessura a se escolher depende da escala em que se trabalha. E papel chumbo é na verdade um paraná ainda mais rígido.
As paredes da seguinte maquete são feitas com papel paraná, pintadas em parte por canetinhas hidrocor (marcadores) e o telhado é feito com papel ondulado.
Outros materiais que costumam ser utilizados são o papel triplex (brilhante frente e verso), papel pluma, isopor emadeira.
O papel pluma é na verdade uma placa de isopor laminado, revestido com papel nas duas faces. É mais fácil de cortar que o papel paraná e não esfarela como o isopor comum. Por outro lado, é um material mais caro. No caso do papel pluma e do isopor, usa-se colas para isopor e nunca adesivo instantâneo, porque este derrete tais materiais. Palitos de dente e alfinetes são ótimos para firmar.
A madeira (em geral usa-se madeira balsa) tem um aspecto muito interessante a meu ver, e é tranquilo cortar a madeira balsa com estilete. Usa-se cola de madeira e adesivo instantâneo, sendo a madeira também mais cara que o papel paraná.
Estrutura
Para maquetes específicas de estruturas, é comum usar ripas de sobras de madeira, palitos de churrasco ou mesmo espaguete (cola-se vários uns aos outros). É interessante que se pode construir estruturas em de espaguete que suportam até mais de 100kg. Fios em geral podem ser usados para representar cabos. Para unir costuma-se usar cola de madeira, adesivo universal, cola quente ou fita adesiva.
Representação de tesouras para telhado em palito de churrasco, fonte: igorcastrocavalcante.blogspot.com.
Vegetação
As árvores podem ser representadas de maneira mais abstrata, afinal o objetivo maior geralmente é evidenciar o elemento construído. Para o tronco pode-se usar galhinhos naturais secos, palitos de sorvete, de churrasco. Para as copas têm-se várias opções, que podem ser tingidas com tinta acrílica para tecido. Galhinhos com ou sem folhas também podem representar toda a árvore.
Papel
Algodão
Espuma (bloco de espuma esculpido)
Firbra de Lã
Tecido – Aqueles com trama como étamine, entretela e mesmo linho, são mais fáceis de desfiar com estilete para dar o efeito de folhas.
Confira o tutorial do Portal Arquitetônico específico sobre palmeiras: http://portalarquitetonico.com.br/como-fazer-uma-palmeira-para-maquete-tutorial/
Esponja e cobre – É a opção mais realista e mais trabalhosa. Temos um tutorial também no Portal Arquitetônico:http://portalarquitetonico.com.br/como-fazer-arvores-para-sua-maquete-tutorial/
Para o gramado costuma-se usar serragem ou areia coloridas, erva mate. A própria base da maquete também pode simplesmente ser pintada de verde. Para representar água, a areia também é uma boa opção, assim como gel, sabão em pó ou papel azul. Uma lâmina de acetato por cima do papel dá um efeito espelhado.
Areia colorida representando água e gramados, acervo pessoal.
- O acetato geralmente é vendido em folhas de transparência para retroprojetor, e além do uso para representar água, é ótimo para representar vidros. Plásticos em geral como os de pastas transparentes também podem ser usados. O cuidado maior que se deve ter é não usar adesivo instantâneo para colar os vidros porque mancha. O melhor é se usar um pouco de cola quente ou posicionar os vidros de modo que as partes manchadas por cola não apareçam.
Fonte: papelariajussara.com.
Terreno
Quando há a necessidade de representar o terreno no qual o projeto está inserido, este quase sempre não é totalmente plano, e logo, é necessário representar suas curvas de nível (diferentes alturas). Costuma-se usar isopor ou E.V.A. por serem mais fáceis de recortar, ou então papel paraná, madeira. A escala utilizada é importante para que a espessura de uma camada do material utilizado represente uma altura real compatível.
Aqui no Portal Arquitetônico também temos um post sobre o que NÃO fazer em sua maquete, vale a pena conferir:http://portalarquitetonico.com.br/tutorial-o-nao-fazer-ao-construir-sua-maquete/
Enfim, este post é apenas um pouco sobre o universo das maquetes. Acredito que a partir daqui cada um tenha muito a acrescentar. Inclusive, quem tiver alguma dica interessante por favor comentar!
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