Em debate, os instrumentos que ajudam a reinventar e a revalorizar o ofício da arquitetura



Durante dez horas, uma atenta platéia de 200 profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e setores correlatos, apesar de alguma preocupação com as manifestações populares marcadas para a avenida Paulista no fim da tarde, acompanhou com extraordinária atenção as palestras de especialistas brasileiros no II Seminário Internacional sobre Arquitetura Digital: BIM- evolução, promovido pela AsBEA quinta-feira dia 20 de junho em São Paulo.

Com apresentações que mesclaram explicações sobre a utilização das ferramentas digitais na arquitetura em diversas etapas de um projeto, com a exibição de trabalhos já realizados - e muitos premiados - . O evento foi definido como "extraordinário" pelo arquiteto americano Chien Chung Pei, um dos convidados internacionais do Seminário, por permitir o confronto de ideias e experiências.

Pei apresentou, da Pei Partnership Architets LLP, com a colaboração do arquiteto brasileiro Renato Silva, da Faria Lima Properties, um projeto de um complexo que começará a ser construído na avenida Faria Lima, em São Paulo, de autoria de seu escritório nos Estados Unidos, e como ele está sendo desenvolvido em plataforma BIM.

Pei, na abertura de sua apresentação, observando as apresentações das criações de projetos e obras de outros palestrantes realizados com o apoio de instrumentos de arquitetura digital, analisou que um dos grandes desafios da profissão, agora e sempre, é equilibrar-se entre o idealismo e o pragmatismo. O que gerou um bom debate entre os participantes da primeira mesa redonda do dia, comandada pelo presidente da AsBEA, Eduardo Sampaio Nardelli.

Na segunda mesa redonda, coordenada pelo arquiteto Henrique Cambiaghi, presidente do Conselho Deliberativo da AsBEA, o tema a despertar polêmica foi sobre a oportunidade do uso do BIM e de outras ferramentas digitais ainda em aplicação nos escritórios brasileiros.

O arquiteto americano, responsável entre outras obras de alcance mundial, como o prédio do Banco da China, considera que o BIM traz de fato uma revolução para o modo de fazer arquitetura. Desde que esta arte e ofício surgiram, era feita de uma única forma. Só começou a mudar, segundo ele, de uns 50 anos para cá, com a chegada da informática e da introdução de ferramentas como o BIM.

É a mesma opinião da arquiteta Miriam Addor, da Addor e Associados Projetos e Consultoria e vice-presidente da AsBEA responsável pelos Grupos de Trabalho da entidade (e coordenadora do GT BIM), para quem não é mais possível fazer arquitetura, com qualidade em todas as suas etapas, sem o amparo desses instrumentos digitais.

Em sua fala na abertura do evento, o presidente da AsBEA ressaltou que assim como "as redes sociais não apenas facilitam a comunicação entre as pessoas, mas reinventam todo o processo já conhecido, as novas ferramentas digitais de trabalho na produção da arquitetura contemporânea não estão apenas facilitando a realização de tarefas e rotinas tradicionais, mas reinventando o processo de concepção de desenvolvimento dos projetos de arquitetura. (...) desse modo, reposicionando o papel do arquiteto, resgatando atributos do passado e revalorizando a sua importância como o grande maestro da obra arquitetônica".

E concluiu: "Neste sentido, é preciso reconhecer que somos privilegiados em poder vivenciar esta profunda transição que introduz este revolucionário paradigma em nossa profissão: a reinvenção do nosso próprio ofício, tendo como base os novos recursos disponibilizados pelo estado da arte da tecnologia da informação."



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