Organizações de Arquitetura e Urbanismo defendem planejamento democrático das cidades

Leia documentos divulgados em solidariedade aos protestos que acontecem pelo Brasil

Nos últimos 30 dias, multidões de brasileiros tomaram as ruas para reivindicar melhores serviços e equipamentos públicos. O que começou como um movimento contra o aumento da tarifa de ônibus transformou-se em uma manifestação nacional por cidades mais eficientes, com serviços públicos de qualidade. Temas como reforma urbana, espaço público e regras para planejamento das cidades estão na pauta das organizações de Arquitetura e Urbanismo há bastante tempo. Com os protestos, as organizações divulgaram documentos abertos que elogiam as manifestações e expõem a compreensão dos arquitetos e urbanistas sobre esses temas.
 
Os presidentes estaduais do CAU, reunidos em Mato Grosso do Sul, apresentaram a “Carta de Campo Grande: por um projeto de cidade democrática do século XXI”. O texto identifica a falta de planejamento das cidades como causa do empobrecimento da paisagem urbana, perda de qualidade de vida e da autoestima cidadã. Defende que os projetos para as cidades sejam debatidos amplamente com a sociedade, observando o interesse geral. “Não é a cidade que está em crise, mas a forma de pensar e intervir nos espaços com procedimentos ditos de planejamento que não mais respondem a realidade democrática e participativa”, diz a carta. Veja aqui.
 
O Instituto dos Arquitetos do Brasil apresentou suas propostas em forma de uma Agenda Pública, com três pontos principais: (i) a Mobilidade e o Planejamento, (ii) a Mobilidade e a Habitação e (iii) a Transparência e o Projeto. Defende soluções como prioridade ao transporte coletivo, programas de crédito imobiliário com direito à assitência técnica e exigência do projeto completo em licitações de obras. O IAB considera que “a universalização dos serviços públicos é uma exigência democrática – bem como importante expressão do Direito à Cidade”. Leia aqui.
 
Em nota, a Federação Nacional dos Arquitetos celebra a conquista da sociedade civil na redução das tarifas de ônibus e repudia a violência praticada por vândalos e também pela polícia. A FNA afirma esperar que este momento possa “traduzir-se em transporte público de qualidade e que tenha reflexos nas políticas públicas em geral”. Leia aqui a nota da FNA.
 
A Federação dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA) lançou um comunicado denunciando retrocessos na política urbana, como remoções de família para lugares distantes dos centros, grandes investimentos em equipamentos com pouco interesse social e repressão policial nas manifestações ocorridas em espaços públicos. Afirma que a luta pela Reforma Urbana “não deve ser feita apenas no plano teórico e acadêmico, mas também nas ruas, ao lado dos movimentos sociais e da sociedade civil em geral”. Veja aqui a nota.
 
No Congresso Nacional, o CAU/BR está atuando para mostrar a deputados e senadores a importância de se usar critérios técnicos e transparentes na contratação das grandes obras públicas. Os dois principais pontos defendidos para uma política de construção das cidades são a obrigatoriedade do projeto executivo antes do início das obras e a de concurso público para escolha dos projetos. Saiba mais aqui.
 

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