Substituir as vagas nas ruas por ciclovias e calçadas mais largas é proposta do Instituto Urbem para melhorar a mobilidade de São Paulo

Edifícios-garagem receberiam a demanda dos carros por estacionamento. Proposta foi apresentada no Seminário Internacional AsBEA: o Novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo e seus impactos nos novos empreendimentos, que aconteceu na última terça-feira, 26 de novembro

Camila Berto Tescarollo

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Para resolver o problema do trânsito e da mobilidade urbana, uma solução possível seria suprimir todas as vagas de estacionamento de rua e realocá-las em edifícios-garagem. Essa é a proposta do "Projeto Novo", do Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole (Urbem), que sugere a substituição das vagas por ciclovias e calçadas alargadas. Para Philip Yang, diretor do Urbem, a medida revolucionaria a paisagem urbana.

Yang acredita que a viabilização do projeto seria possível com Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Criaríamos um mercado com a demanda induzida de vagas, subsidiando a construção dos prédios", diz. A primeira fase do projeto deveria abarcar as regiões de zona azul de São Paulo. A prefeitura ficaria responsável pela alteração das regras de trânsito e pela normatização das calçadas e prédios. Já as empresas deveriam que arcar com o pagamento dos terrenos, com a construção e operação dos estacionamentos e as melhorias urbanas.

O diretor ainda rebate as críticas sobre a cobrança pelas vagas nos estacionamentos, que diminuiria o atrativo do comércio da região. "Seria um ganho extraordinário para o comércio, já que aumenta a circulação de pessoas. Tendo a crer que é mais legítimo cobrarmos pelo direito de parar do que pelo direito de circular", explica.

Projeto novo

Reestruturação das cidades

A atual configuração urbana de São Paulo tem características particulares. Uma delas é a desindustrialização incompleta do centro. As indústrias foram embora, mas ainda há resquícios delas. Segundo Yang, "entre as cidades-globais, São Paulo é a que tem maior estoque de áreas ociosas ou subutilizadas nas regiões centrais. A tendência agora é trazer a economia para o centro".

O diretor do Urbem também destaca a assimetria entre o trabalho e a moradia, fruto do paradoxo das políticas habitacionais. "Os subsídios são suficientes para construir, mas não para pagar um terreno em outra região", explica. Os conjuntos habitacionais são levados, portanto, para a periferia, resultando num grande "desinvestimento em mobilidade social".

A proposta foi apresentada no Seminário Internacional AsBEA: o Novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo e seus impactos nos novos empreendimentos, na última terça-feira, 26 de novembro, que reuniu arquitetos e especialistas em torno de debates sobre a revisão do Plano Diretor, intervenções urbanas e mobilidade.

Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/urbanismo/substituir-as-vagas-nas-ruas-por-ciclovias-e-calcadas-mais-301957-1.aspx

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