ARTIGO
- por Ricardo J. Botelho
- @rjbotelho
- 11/3/2015
Profissionais que atuam nos segmentos de Arquitetura e Design de Interiores convivem com uma série de problemas inerentes ao processo caótico característico da interação com a obra, reforma ou decoração. Quem projeta e gerencia a sua execução e as pessoas que compõe as equipes de fornecedores e prestadores de serviço, está sujeito às oscilações de humor e, consequentemente, de desempenho. Consideramos que cabe ao Arquiteto ou Designer de Interiores, liderar as pessoas, sejam elas funcionários próprios ou de terceiros, e ajudar a melhorar o humor que reflete no comportamento e compromete a qualidade do serviço para o cliente. O mesmo vale para nossos leitores que gerenciam essas equipes em fornecedores.
Cai e sobe rápido: o "V"
Com a mesma intensidade com que perdem a motivação e o entusiasmo, as pessoas com comportamento "V" recuperam a energia e voltam rapidamente à situação anterior. Portanto, essas pessoas são afetadas por muito pouco tempo. Seu desempenho não chega a ser abalado. Uma discussão em casa ou com um Cliente e mesmo com um fornecedor não é razão suficiente para derrubar o ânimo. Interfere, sem dúvida. Mas logo se recuperam. No mesmo dia podem estar de novo com seu comportamento normal. Com estas pessoas a intervenção do líder é mínima. Deve ser mais de acompanhamento.
Cai e permanece, só depois sobe: o "U"
Estas pessoas sofrem mais com os conflitos. Levam mais tempo para assimilar as dores ou engolir os sapos. Precisam de tempo para trabalhar melhor dentro de si o problema. As mudanças no ambiente podem provocar estragos no desempenho dessas pessoas. O tempo de "digestão" do problema é que vai determinar a intensidade com que serão afetadas suas atividades normais. Aqui o líder precisa agir. Ele deve avaliar a origem do problema e contribuir efetivamente para a busca de uma solução. As coisas não vão se encaixar naturalmente. A base do "U" poderá ser muito longa sem essa ajuda. Não adianta o tratamento típico: "olha você precisa melhorar senão.....". O melhor é tentar compreender as dificuldades da pessoa. Colocar-se ao seu lado. Oferecer ajuda.
Cai e fica, a recuperação nem sempre acontece: o "L"
Em algumas situações observamos pessoas vencidas. Sem entusiasmo. Entregues. Alguma coisa aconteceu que provocou essa condição.
Se o problema tem origem no âmbito particular, às vezes o melhor é permitir a pessoa que se concentre na sua solução. Uma licença pode ser ideal. Se o caso não é esse, o apoio do grupo é decisivo. O calor humano de todos em torno da pessoa transmite uma energia vital. Compartilhar o problema passa a ser uma condição para que esse clima exista. Cabe ao líder provocar esse ambiente de solidariedade. Quando a questão decorre da inserção do indivíduo no grupo, a solução é mais complexa. A falta de harmonia dentro de uma equipe traz diferentes emoções para cada um de seus integrantes. Não é raro que a queda de desempenho seja resultado de "pressões" por parte do grupo. Sem saber lidar com o problema esse profissional acaba afetado pelo ambiente do grupo. Às vezes a solução é mudar de equipe. Um novo ambiente pode ser a chave para uma nova motivação.
Cai e sobe, depois cai de novo, sobe e cai de novo: o "W"
A oscilação exagerada nos altos e baixos é uma condição grave. Essas pessoas dificilmente são recuperáveis com as intervenções da liderança ou do grupo. Alguma coisa mais grave está provocando esse comportamento.
A ajuda talvez deva vir de uma outra área: a psicológica. Se a empresa tem essa alternativa é importante encaminhar a pessoa para essa conduta. É razoável que tenhamos em mente que a nossa capacidade de ajudar as pessoas é limitada. Se a pessoa não estiver em condições de receber ajuda, fica tudo muito difícil.
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