População ajuda arquitetos a desenhar Parque do Cerrado

Método colaborativo visa acelerar a busca de recursos para concretizar a execução do projeto

Cerrado

Da redação
Goiânia é a cidade dos parques. São 33 implantados pela Capital, segundo dados da Associação Municipal de Meio Ambiente (Amma). Mas, apesar de ser tão valorizado pela população, o goianiense sempre recebeu o espaço concebido, nunca participou da formatação de um projeto. Esta será a experiência que ele está sendo convidado a vivenciar nos próximos dias, no workshop do Projeto do Parque do Cerrado. O evento, já marcado para os dias 11 e 12 de março, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, reunirá pessoas de todas as idades, profissionais ou leigas, para auxiliar a equipe de arquitetura na concepção do parque, que fica no bairro Lozandes e é o maior da capital. Criado pela Lei nº 9.360/2013, possui 706 mil metros quadrados. Corresponde ao tamanho de oito parques Vaca Brava ou cinco Parque Flamboyant.
Reconhecido por seus projetos em áreas públicas concebidos com a participação da sociedade, o arquiteto Guilherme Takeda irá desenvolver este mesmo método em Goiânia, na elaboração do Parque do Cerrado. Ele participou de um encontro no Paço, aberto à comunidade, para explicar como esta interação colaborativa na prática. Na oportunidade, foi recebido pelo vice-prefeito de Goiânia Agenor Mariano e pelo presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente, Pedro Wilson.
“É importante que as pessoas tomem consciência da importância de se preocupar e de se envolver com a construção de um espaço público”, definiu o propósito da colaboração. Denominado charrette, este método colaborativo vem sendo desenvolvido com mais intensidade nos Estados Unidos para projetar grandes espaços públicos. No Brasil, Takeda tem sido um de seus principais aplicadores.
“Não faz sentido um japonês do Rio Grande do Sul vir aqui dizer o que os goianos querem ver no parque, são vocês que precisam nos dizer”, disse, referindo-se a si mesmo, em tom de descontração, para explicar a proposta de trabalho. “Seremos apenas instrumentos de vocês”, completou ele, que assina projetos similares desenvolvidos em Seropédica, considerada hoje uma cidade sustentável no Rio de Janeiro, na revitalização da cidade gaúcha Gravataí, na revitalização do bairro paulista Tauapé, entre outros.
Leia mais sobre o Projeto Charrete. Durante os dois dias de workshop, dinâmicas serão realizadas para todos refletirem sobre o parque almejado e todos serão convidados a traduzir seu pensamento em desenhos.“Ele não precisa ser um técnico, o que queremos é captar a expressão e o desenho por meio de seus traços”, disse. Mais de 100 pessoas são esperadas, entre representantes de associações de bairro, dirigentes de organizações e entidades ligadas a urbanismo e meio ambiente, estudantes e profissionais que atuam nestas áreas e, ainda, pessoas interessadas em participar.
O evento será também trasmitido ao vivo pelo Youtube. Quem quiser participar virtualmente, poderá enviar as suas ideias na fan page do projeto que já está no ar no Facebook com o nome Workshop de Projeto do Parque do Cerrado.
Próximo passo: obras do Parque do Cerrado A iniciativa do projeto colaborativo é uma parceria entre a Prefeitura de Goiânia, através da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Fórum Goiano de Habitação (integrado pelas instituições do setor imobiliário Ademi, Secovi e Sinduscon), As
sociação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e Euroamérica Incorporações.
Após o workshop, o projeto já tem data para ser entregue à prefeitura: no início de abril de 2015, menos de um mês após o evento. Takeda esclareceu ainda que outro propósito desta metologia é dar agilidade ao processo de implantação. “Os projetos serão entregues orçados, o que facilita a prefeitura buscar recursos tanto na iniciativa privada quanto nos programas de governo”, diz.
Por enquanto, a iniciativa conta com a adesão da Euroamérica Incorporações, que contribuir com parte da implantação do Parque do Cerrado, e a ideia é que mais adiram ao processo para contribuir com a concretização do projeto, como aconteceu nas demais cidades onde o método charrette foi aplicado.

Fonte: http://www.dm.com.br/economia/2015/03/populacao-ajuda-arquitetos-a-desenhar-parque-do-cerrado.html

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