No Brasil, especialmente nas grandes cidades, é muito comum encontrar edifícios com todas as fachadas envidraçadas, sem qualquer elemento de proteção solar, e sem ser dada a devida importância para a orientação delas em relação às trajetórias do sol.
Em algumas soluções o vidro faz o papel de fechamento lateral sozinho, ocupando toda a extensão do pé direito, e portanto a incidência da radiação é maior.
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Noutras é utilizada a famosa pele de vidro, então ali por trás estão presentes alvenaria ou painéis pré-fabricados, com aberturas maiores ou menores conforme a necessidade de iluminação e de controle térmico, que amenizam a insolação excessiva.
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É verdade que a montagem dessas estruturas com fechamento em vidro é rápida, limpa, seca e produz aquele super efeito corporativo, imponente, e que é um material reciclável e interessante esteticamente. Ainda, os vidros duplos e com câmara de ar no meio podem melhorar o conforto térmico e acústico.
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Mas a solução do edifício totalmente envidraçado foi desenvolvida e muito bem recebida por países com clima predominantemente frio e invernos muito rigorosos, com dias muito curtos e pouca insolação, visando permitir ao máximo a entrada da radiação solar para ajudar no aquecimento e iluminação dos ambientes, diminuindo a necessidade de calefação e iluminação artificial… E nós, que estamos num país tropical!?
Temos temperaturas altas na maior parte do ano e muita insolação, com cidades populosas que têm uma demanda energética altíssima (com a conta de energia elétrica que fica cada vez mais onerosa).
É intrigante ver que vários dessesedifícios carregam selos verdes de sustentabilidade, apesar de desconsiderarem algumas premissas básicas de implantação sustentável. É claro que para serem sustentáveis existem tantos outros requisitos a serem atendidos, mas com a opção de fechamento todo em vidro, o título acaba sendo garantido pelo sistema de ar condicionado e pelo vidro com tratamento especial, principais responsáveis pelo conforto térmico.
Portanto o uso das “caixas de vidro” na arquitetura brasileira é bastante contraditório, pois gera novas demandas que não existiriam em fachadas bem estudadas, com sombreamento realizado por elementos de proteção solar. Isso sem falar de outros inconvenientes, como o reflexo dos vidros, que devolve boa parte do calor para o ambiente (colaborando para o efeito “ilha de calor”), e a quantidade de aves que morrem quando se chocam contra uma nova construção espelhada, pois pensam que é uma continuidade do céu.
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Temos à disposição diversos tipos elementos de proteção solar e elementos vazados (alguns deles tão ligados à história da arquitetura brasileira), fachadas ventiladas, trabalho comvolumes recuados ou destacados, dentre outras soluções, que além de auxiliarem no conforto térmico possibilitam composições das mais variadas e interessantes, tornando as fachadas uma referência ou um diferencial daquela edificação. Além disso, e principalmente, temos profissionais criativos e competentes, capazes de aproveitar ao máximo essas “ferramentas” para contribuir não somente para o conforto ambiental e bem estar dos usuários dos edifícios projetados, mas também para aqueles que o vêem do lado de fora.
Para encerrar essa rápida reflexão de hoje, seguem abaixo alguns exemplos de elementos de proteção solar. No Pinterest e Instagram, com essas palavras-chave, vocês encontrarão uma infinidade de soluções e inspirações! =)
COBOGÓS: blocos furados, fabricados em cimento, argila, vidro ou cerâmica. São elementos vazados que possibilitam maior ventilação e luminosidade no interior. Grande variedade de formas e cores.
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BRISE-SOLEIL: peças verticais ou horizontais, fixas ou móveis, principalmente metálicas, em madeira e cimentícias. Foi um dos principais elementos compositivos utilizados pela arquitetura moderna.
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VENEZIANAS EXTERNAS: formadas por elementos menores em relação aos brises, em número maior e posicionados mais próximos uns dos outros. Podem em materiais como madeira, metal, PVC, fixos ou móveis (deslizantes, retráteis, pivotantes ou do tipo “maximar”).
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MUXARABIS: bastante utilizados no período colonial, podem ser em madeira, metal ou cimentícios. Consiste em painéis com furações em formas mais variadas, existindo hoje uma infinidade de possibilidades e soluções bastante diferenciadas.
VEGETAÇÃO: a vegetação apropriada, que se adapte bem à exposição direta ao sol e ao calor, pode ser combinada com outros elementos e estruturas, colaborando bastante para o refrescamento e sombreamento da edificação e redução da poluição das cidades, criando um efeito bastante diferenciado e natural.
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Referências/imagens:
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http://www.vidraceirosorocaba.com.br/pele-de-vidro-sorocaba/pele-de-vidro-temperado-sorocaba
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http://www.vidroimpresso.com.br/arquitetura-e-vidro/edicao27/Arco+%C3%ADris–de-luz
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Cobog%C3%B3
http://www.geoconceicao.blogspot.it/2012/03/1-origem-das-ilhas-de-calor-os-grandes.html
http://www.construindo.org/fachadas-verdes-na-arquitetura/
http://www.vanessagraner.com/tag/cobogo/
Fonte: https://mondoarq.wordpress.com/2015/07/27/caixas-de-vidro-x-pais-tropical/#more-948
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