Localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, a nova edificação abrigará o acervo de grandes escritores brasileiros dos últimos séculos e uma sala de exposições
Imagens: divulgação
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Um anexo de alta tecnologia capaz de articular um diálogo com o ambiente urbano e englobar racionalidade à implantação e ao sistema construtivo figuram as premissas principais propostas pelos cariocas do Grupo Arquitetura – formado pelos arquitetos Caio Calafate, Pedro Varella, Sergio Garcia-Gasco e Fabiana Araujo –, no projeto que venceu o concurso público para construir o Centro de Preservação de Bens Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Localizado no bairro de Botafogo, a nova edificação ocupará uma área de dois mil m2 e abrigará o acervo de grandes escritores brasileiros dos últimos séculos e uma sala de exposições. O prédio receberá livros, documentos, filmes, conteúdo digital e outros objetos de escritores como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes, entre vários outros, além do próprio Rui Barbosa.
Dado o caráter público do equipamento e a sua interação com a paisagem do entorno, o projeto aborda uma nova relação do atual conjunto arquitetônico com a Rua Assunção, que dá acesso à ala norte da Fundação. Para isso, os arquitetos propuseram o alargamento da calçada frontal ao sítio de intervenção onde prevê uma pequena praça para diluir o limite público-privado do lote e estimular um ambiente de qualidade para o uso da população.
O edifício que abriga o acervo é organizado em duas lâminas longitudinais e lineares, articulada por um núcleo de circulação vertical localizado no eixo central do lote. A relação entre esses volumes resulta em uma eficiente distribuição de fluxos e infraestrutura, que permite a implantação de um sistema construtivo modular e passível de pré-fabricação.
A mesma racionalidade construtiva foi aplicada ao pavilhão de exposições, um volume linear, cuidadosamente implantado para organizar os fluxos de acesso ao jardim e ao edifício sede, cujo propósito é estabelecer uma relação de frontalidade com a praça proposta.
No nível térreo o acesso ao edifício de arquivos se dará exclusivamente pelo fim do corredor no núcleo de circulação vertical, enquanto no primeiro pavimento haverá dois acessos independentes através da bifurcação da nova passarela que liga as duas edificações – ambos os andares abrigam as funções de uso administrativo e laboratorial, tendo os demais pavimentos as áreas de arquivos, com controle especial de temperatura e iluminação para conservar os materiais.
Os novos acessos, tanto vertical quanto horizontal, serão marcados por brises metálicos que costuram o edifício existente ao novo. A fachada será revestida por uma espessa camada de painéis pré-fabricados em concreto com isolamento termo-acústico incombustível projetado pela parte interna para proteger o interior da incidência solar e eventos como infiltrações. Na junta entre esses painéis uma camada de vidro permitirá a entrada controlada de luz natural.
A Fundação Casa de Rui Barbosa estima que a construção do prédio anexo seja concluída nos próximos dois anos. -
FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA
Arquitetura Grupo Arquitetura – Caio Calafate, Pedro Varella, Sergio Garcia-Gasco e Fabiana Araujo
Colaboradores
Estagiária: Patrícia Rodrigues
Consultoria de estrutura: Rodrigo Afonso
Ano 2013
Área 2.000 m2
Local Rio de Janeiro, RJ
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