Imagens: divulgação
- Com um projeto que restabelece o valor simbólico de um edifício construído nos anos 40 e sua relação com a cidade e seus usuários, dando um novo uso compatível às questões contemporâneas, o escritório paulistano Metrópole Arquitetos venceu o concurso público – promovido pela Secretaria da Cultura de São Paulo – para restaurar os remanescentes da Destilaria Central de Lençóis Paulista, no interior do estado.
Tombada em 1997 como bem cultural de interesse histórico-arquitetônico pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, cuja época já apresentava um preocupante estado de ruína, a edificação foi inaugurada em 17 de dezembro de 1943, sendo construída às pressas para suprir a falta de combustível decorrente da Segunda Guerra Mundial. Destacam-se no conjunto a torre de 25 metros de altura e a chaminé, que também compõe uma área industrial e residencial.
Segundo os arquitetos, o grande lote urbano em que a destilaria está instalada é aberto para a cidade e tem forte potencial para se transformar em um parque urbano. “A atual proposta de implantação do ‘Centro Municipal de Formação Profissional Prefeito Ideval Paccola’ nesta área faz parte de importante política de restauro, ratificando sua importância como referência não apenas cultural, mas também urbana”, explicam.
Para isso, a proposta vencedora prevê a recuperação da volumetria original dos prédios arruinados – a partir das marcas geométricas da cobertura nas alvenarias restantes –, com a utilização de novos materiais que mantém o seu aspecto desgastado, conforme ampara o artigo 6º da Carta de Veneza: “(...) a conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. Enquanto subsistir, o esquema tradicional será conservado (...)”.
O complemento das alvenarias será feito com planos executados em concreto aparente, cujos fechamentos terão previstos furos arredondados que permitem a ventilação dos espaços internos. Para evitar a sobrecarga nas alvenarias existentes, será projetada uma estrutura metálica independente para as coberturas e calhas, assim como será utilizada telha metálica tipo sanduíche, com isolamento termo acústico.
Entre os dois galpões, uma nova cobertura em aço e vidro garantirá plena leitura do espaço, como um novo eixo de acesso e circulação do conjunto. A torre receberá o programa que demanda salas menores equipadas com computadores. Uma escada metálica, instalada na fachada leste da torre, evidenciará a intervenção no conjunto da antiga destilaria.
O conjunto de residências receberá o programa de manicure, depilação, penteado, maquiagem, reparador de eletrodoméstico, administração da escola. Outros dois programas atenderão ao parque, com sanitários, vestiários públicos e café. O projeto de paisagismo para o parque da destilaria foi pensado levando em consideração a situação atual de ruínas e da necessidade de criar uma integração entre os elementos arquitetônicos e as novas funções que o parque assumirá, incluindo esporte e lazer.
Para isso, será criada uma rede de caminhos que fará a ligação entre os diferentes espaços. Elementos vegetais e construídos, existentes na paisagem, serão preservados e servirão de início para todo o desenho paisagístico.
CONFIRA AQUI A ÍNTEGRA DO MEMORIAL DESCRITIVO!
DESTILARIA CENTRAL DE LENÇÓIS PAULISTA
Arquitetura Metrópole Arquitetos – Anna Helena Villela; Silvio Oksman
Complementares
Colaboradores: Caroline Endo; Karina Kohutek; Liz Arakaki
Estrutura: Yopanan Rebello
Paisagismo: Fernando Limberger
Ano 2013
Área 22.945,66 m2
Local Lençóis Paulista, SP
www.metropole.arq.br
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