A cidade e a relação com o rio

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As cidades crescem, expandem sobre o território. As cidades crescem sobre o relevo tomando o lugar da natureza, retirando árvores nativas e tomando o lugar do rio. As cidades cresceram em nome de um progresso racional em que o rio só serviu como um elemento a parte da cidade. Nas cidades de hoje, os rios estão escondidos e servem de local para escoamento de esgoto, as margens foram doadas para construção de grandes avenidas para o fluxo de automóveis, o rio foi transformado em algo, longe da sua essência original: formadores de ocupações. As cidades do século XX deram as costas para os rios.
As cidades desde sempre tiveram seu inicio de formação próxima de um, ou mais rios. Seja Roma com o rio Tibre, Paris com o Sena e Saint Marie, ou São Paulo com o rio Tamanduateí e Anhagabaú. O homem precisa de água para viver, havia uma relação de sobrevivência com o rio.
As cidades tamparam os rios e quando chove a água escorre pelas ruas impermeáveis de asfalto e vai para o rio, sempre. Agua que antes infiltrava no solo e amortecia calha do rio, hoje concentra na calha do rio, sem suas margens para suportar ele transborda. A água ocupa seu espaço na cidade e toma o que for preciso. As cidades não mataram inteiramente o meio natural, se construiu sobre ela. A água esculpiu o caminho mais conveniente para ela passar, ao longo de milhares de anos. Nós chegamos depois.
Na época de chuva no nosso país, as inundações são comuns mas mesmo depois de 50 anos da falência desse modelo de urbanização, ainda se concreta rios. O resultado infelizmente não é outro. Um problema ambiental e econômico para o meio urbano. No entanto O problema tem que ser visto em toda sua extensão, do rio até a nascente, assim resolveremos o problema das inundações.


Parque Linear do Rio Sorocaba “Dr. Armando Pannunzio”

Algo que é feito na Ásia e Europa é a redescoberta do rio, desenterrando ele do seu caixão de concreto refazendo seu leito natural e integrando acidade, possibilitando que a população usem o rio e apropriem dele. Seja através de um parque linear ou até mesmo nadar no mesmo rio que nossos avós já nadaram. Tudo isso indica a falência de um modelo em prol de um incentivo ao automóvel particular e individual.
Trazendo o rio de volta para a vida das cidades, há benefícios para população e o meio ambiente em tempos de tantas incertezas e mudanças, a primeira dela deve ser o ressurgimento do rio, para adentramos enfim, no século XXI.

Por Rogério Guimarães Misk Filho
PUC MINAS

Fonte: http://arquipelago.in/?p=545

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