A delicada relação entre o arquiteto e seu cliente: parte 1 de 3

Finalmente você decidiu ou conseguiu recursos para realizar o sonho: a construção da sua casa, feita sob medida para as suas necessidades. Mas como ela será? Qual será a distribuição dos ambientes? E a fachada? Que estilo terá? As perguntas vão se acumulando até que você decide procurar um arquiteto. Aquele que será o “seu” arquiteto.
O arquiteto, tal como o terapeuta, é um profissional que lida com ossonhos, os desejos e as emoções das pessoas. No caso do cliente do arquiteto, tudo pode ser fruto, por exemplo, de uma mistura de desejo ou do reflexo de um determinado estilo de vida, do sonho de um refúgio que proporcione aconchego, de lembranças de ambientes ou de fantasias de infância, da adolescência ou quaisquer outras que possam povoa nossa mente.
Desse contato cliente/arquiteto nasce uma relação que pode se transformar numa grande amizade ou numa retumbante frustração. Depende muito da comunicação, da confiança e, principalmente, da empatia que existir entre ambos. O arquiteto é o intérprete dos desejos do cliente. É quem deverá, à sua maneira, responder aos sonhos e dar forma àquela imagem, às vezes nebulosa e confusa, do que será a obra final. Uma obra que deverá perdurar para além da sua vida e que, de qualquer forma, estará presente por muitos anos. Daí a necessidade de empatia, da comunicação e da confiança.
A construção da casa de uma família não é uma tarefa fácil para ambos, família e arquiteto. É um processo no qual vêm à tona muitos daqueles sonhos, desejos e fantasias que, muitas vezes, são conflitantes entre os próprios membros da família e que acabam criando discórdias sérias. É um processo às vezes sofrido e a relação, delicada, especialmente se for a primeira experiência do cliente com a construção e com um arquiteto e/ou vice-versa. O arquiteto tem que entender a relação e saber gerenciar esse processo sob pena de fracasso na empreitada.
É necessário tomar cuidado com a bagagem de desinformação e preconceito de alguns clientes, que têm uma visão deformada da atuação do arquiteto, interferindo na relação com o profissional e no resultado que se obtém. É comum, por exemplo, a confusão entre a atuação do engenheiro e a do arquiteto. Ou a afirmativa errônea de que o arquiteto só projeta e o engenheiro calcula e constrói.
A maior parte da população desconhece o trabalho do arquiteto, pensa que ele é um profissional caro. Quanto cobra um arquiteto? Não sei, mas é caro, é a afirmação. No entanto, os custos de um projeto residencial são, na maioria das vezes, menores do que a comissão de corretagem na venda de um imóvel equivalente já construído.
Os preconceitos vão mais além, como o pensamento de que o arquiteto buscará impor o seu próprio gosto e que, se o cliente não se agradar da concepção, ficará ofendido e que o cliente terá uma despesa dobrada para a troca do profissional. Numa variante, há o pensamento de que o arquiteto fará um projeto maravilhoso, mas de construção cara. Ou, ainda pior, às vezes problemático, ou inexeqüível.
A história da profissão tem muitos exemplos de relações mal sucedidas onde isso realmente acontece. São arquitetos que não foram sensíveis aos sonhos e necessidades dos clientes, ou que descuidaram dos detalhes técnicos de construção ou dos detalhes práticos do dia-a-dia: acontece, por exemplo, de juntas, esquadrias ou painéis de vidro mal ou não resolvidos que deixam vazar água da chuva, floreiras inacessíveis e outros detalhes de difícil manutenção e limpeza, entre outros tantos problemas que costumam aparecer numa construção. É necessário lembrar que maus profissionais existem, e em todas as profissões.
Um bom profissional cuidará de todos os detalhes, fará um projeto adequado, belo e econômico, será um defensor e um verdadeiro policial do dinheiro do cliente.
Via : www.forumdaconstrucao.com.br
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