O abismo entre o ensino de Arquitetura e de Urbanismo no Brasil

Cada vez mais alunos e professores estão distantes das discussões sobre as cidades. Está na hora de olharmos para a formação dos futuros profissionais.



Há alguns anos, quando iniciei minha caminhada pela Sociologia Urbana, imaginava que encontraria uma grande receptividade dos Arquitetos e Urbanistas. Afinal, estamos em um país onde 80% das pessoas vivem em cidades, gerando grande necessidade pelo entendimento de como podemos melhorar a tão propagada “sociabilidade urbana”, não é? Errado.
Com raras mas excelentes exceções, ocorre que a classe de Arquitetos e Urbanistas pouco liga para as cidades e remete excessiva atenção para a construção civil (seja na sua parte “hard” do projeto arquitetônico ou na “soft”, que envolve o mundo da decoração de interiores), por mais que digam que os currículos são complementares — um velho clichê sem muita conexão com a realidade. Durante o boom imobiliário que o Brasil sofreu nos anos 2000, a situação se agravou e milhares de jovens entraram nos cursos de Arquitetura e Urbanismo pelo país com o sonho de serem grandes projetistas e obterem reconhecimento do mercado imobiliário em expansão. Com a crescente demanda, multiplicou-se a quantidade de novos cursos (veja gráfico abaixo).


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