Os Edifícios Reais e os Edifícios Virtuais

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Os empreendedores da construção civil atuam em dois universos distintos: o universo dos edifícios reais já construídos e ocupados e o universo dos edifícios que ainda serão construídos e que se encontram no processo projetual ou fazem parte de ações planejadas para o futuro. Certamente que para a maior parte destes empreendedores, os edifícios virtuais são oportunidades muito mais interessantes e em muitos aspectos, pois, por serem novos, poderão representar a sua criatividade mais recente ou a aplicação de uma tecnologia que nunca antes fora utilizada ou até mesmo um novo desafio de origem técnica ou estética. Porém, apesar disto tudo e apesar de que estas considerações são de fato verdadeiras e ocorrem no mundo da construção civil, a massa edificada real brasileira e internacional é muito maior do que a massa edificada virtual e que se tornará real nos próximos vinte ou trinta anos, ou mesmo nos próximos cinquenta anos.

As estatísticas internacionais apontam para um valor hoje de cerca de 150 bilhões de metros quadrados[i] já construídos em todos os locais do planeta e em todos os tempos, mas a questão que se coloca é: quanto mais ainda construiremos no nosso planeta nas próximas décadas ou até o final deste século. Alguns estudos sugerem um acréscimo adicional de 73 bilhões de metros quadrados até 2030. Outros sugerem um acréscimo de 100 bilhões de metros quadrados ou seja, até 2025, 70% a mais do que possuímos hoje. Por outro lado, parece pouco provável que a atividade da construção civil ou a atividade humana no planeta construa no intervalo entre 10 e 15 anos aquilo que levamos alguns milhares de anos para edificar. Entretanto, quer tenhamos uma posição mais otimista, ou seja, construiremos um pouco menos, ou quer tenhamos uma posição mais pessimista, ou seja, construiremos de fato 70% a mais até 2025, não podemos negar que são os edifícios reais e não os virtuais, os causadores dos impactos ambientais globais hoje. Os edifícios são hoje os responsáveis por cerca de 40% de emissões globais de CO2 anualmente e são eles os responsáveis por 34% de toda a demanda global de energia[ii]. Não é difícil perceber que estes números estão bem próximos da realidade pois um pouco mais do que 50% de toda a população mundial vive em cidades e as cidades são por excelência, grandes concentrações de edifícios. Diante de uma conjuntura como esta, as questões que surgem são: o que fazer com esta enorme massa edificada? O que fazer com os bilhões de metros quadrados que entram em obsolescência a cada ano, ou que necessitam de manutenção e atualização tecnológica para a sua sobrevivência? Como resolver a equação econômica destas intervenções onde os investimentos são financeiramente factíveis? Não podemos simplesmente deixa-los envelhecer pois os custos de reabilitação não seguem exatamente uma curva linear e a falta de manutenção em um dado sistema do edifício acaba por afetar um outro sistema e assim sucessivamente. Em alguns casos a taxa de obsolescência é tão elevada que a reabilitação arquitetônica torna-se economicamente inviável.
Fonte e artigo completo: http://blog.gbcbrasil.org.br/?p=2278

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