Museu vertical com segunda pele translúcida destaca-se no projeto
Nilbberth Silva, da revista AU
O escritório Andrade Morettin Arquitetos projetará a sede do museu do Instituto Moreira Salles (IMS) em São Paulo. Os arquitetos venceram um concurso fechado, do qual também participaram os escritórios SPBR, Bernardes Jacobsen, Una, Arquitetos Associados e Studio MK 27, de Márcio Kogan.
O edifício está localizado na Avenida Paulista, um importante eixo cultural de São Paulo. A estrutura mista de concreto e aço apóia-se no volume de circulação vertical e dois pilares.
A preocupação de Vinicius Andrade e Marcelo Morettin foi criar um prédio que se destacasse e dialogasse com a avenida, mas também fosse capaz de abrigar um museu, programa que exige uma iluminação cuidadosa e ambientes tranquilos.
Para isso, os arquitetos propuseram uma segunda pele translúcida e descolada do edifício. "A fachada cumpre o papel de mediadora - revela, mas preserva também", diz Morettin. "Você percebe o edifício todo e depois nota as diferentes nuances". O escritório ainda estuda o material ideal para a fachada.
O espaço abaixo do edifício tem o mesmo piso que a calçada. Dessa área pública, os visitantes são conduzidos pela circulação vertical até uma praça elevada, único andar do prédio com grandes esquadrias transparentes que podem ser abertas. Desse espaço, descem ou sobem para os ambientes de exposição. E também podem ver a avenida.
O objetivo era criar uma relação peculiar com a Paulista. "Na avenida, há uma série de prédios cuja relação com a rua é muito interessante", diz Morettin. Ele cita o Masp, o Conjunto Nacional, de David Libeskind, e a o térreo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que tem um centro cultural projetado por Paulo Mendes da Rocha, SPBR e MMBB.
O edifício destinará cerca 1.200 m² para exposições. Os outros 4 mil m² de áreas de uso abrigarão cinema/auditório, biblioteca de fotografia, salas de aula, cafeteria, loja e a administração do instituto.
O IMS é mantido pela família Moreira Salles, uma das donas da holding Itaú-Unibanco. O júri do concurso foi encabeçado por Pedro Moreira Salles, sendo composto por André Corrêa do Lago, membro do Conselho de Arquitetura e Design do MoMa; Fernando Serapião, editor da revista Monolito; Flávio Pinheiro, superintendente-executivo do Instituto Moreira Salles; Karen Stein, jurada do Prêmio Pritzker, Richard Koshalek, diretor do Hirshhorn Museum de Washington; Jean-Louis Cohen, professor da New York University e diretor do Institut Français d'Architecture; e o arquiteto Ricardo Legorreta, ex-júri do Premio Pritzker, laureado com a medalha de ouro da AIA (em 2000).
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