Documento desenvolvido pela comunidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo define diretrizes para uso e ocupação dos espaços
Lucas Rodrigues
Comunidade da FAU estabeleceu diretrizes para uso dos epsaços e manutenção do prédio da FAU, projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas
O Plano foi elaborado entre 2010 e 2011 por uma equipe de trabalho de um Conselho Curador, composto por professores, alunos e funcionários com representação paritária (sete membros de cada categoria). O planejamento envolve medidas não apenas para o edifício principal, mas também para o prédio Vila Penteado, o Canteiro Experimental, o Ateliê Fraccaroli e o Edifício Anexo da Faculdade.
Desenvolvimento do projeto
Todo o processo teve início em 2009, ano em que o edifício da FAU passava por reformas devido à sua precária situação. As intervenções sem consulta, entretanto, geraram revolta nos usuários do prédio, que organizaram uma congregação aberta. A partir dessa reunião, foram propostas a criação de um plano diretor e a mudança no regimento do Conselho Curador da Faculdade.
Desde então, foram formadas equipes de trabalho, leituras participativas, leituras técnicas, cronologia da evolução do uso dos espaços do prédio, estudos das implicações de tombamento e até um fórum, que concentrou as discussões sobre o texto do plano e sistematizou a proposição de medidas.
Para a professora Raquel Rolnik, que participou de todas essas etapas, o desenvolvimento do Plano Diretor representa "a integração das intervenções nos edifícios da escola dentro de um processo de ensino de arquitetura e design".
Além disso, acredita que mais do que unir o procedimento pedagógico às medidas de manutenção do edifício, o projeto foi importante para instaurar uma nova dinâmica de discussões dentro da FAU. "O que aconteceu foi a estruturação de um processo decisório com criação de consensos", disse.
A igualdade nas decisões também foi motivo de comemoração para Fernando Tulio Salva Rocha Franco, aluno que compôs o Conselho Curador. "A participação dos alunos foi fundamental", afirmou.
Durante o evento, ficou clara a preocupação de estudantes e professores quanto a questões mais pontuais e urgentes, como a situação dos estúdios e dos equipamentos de ensino, e que, de certa forma, não estão contempladas no Plano Diretor.
Segundo a aluna Laura de Souza Nakel, porém, esses problemas se devem justamente à falta de uma cultura de planejamento. A solução, para ela, é "continuar com esse processo de planejar a prática de projeto, desde as questões maiores até as menores".
Entre os próximos passos do projeto, estão o lançamento de um Plano de Massas, que vai coordenar os projetos de manutenção e as demandas elencadas no Plano Diretor, e a criação de um Escritório-Oficina Acadêmico, para aproximar as atividades de manutenção e restauro a toda a comunidade da Faculdade.
Clique aqui para acessar o Plano Diretor Participativo 2011-2018.
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