O acelerado processo de urbanização é um fenômeno recente e global, em que ocorre um conjunto de mudanças nas esferas econômica, social, ambiental e na política nacional. Desde a década de 60, observa-se um acentuado crescimento da população nas áreas urbanas no Brasil. Em 1970, 55,9% dos brasileiros viviam nas cidades, vinte anos depois, a população urbana passava para 75,5%, atingindo 84,4% em 2010. De acordo com IBGE (2008), a densidade demográfica média da população brasileira em 2007 era de 22,3 hab/km2. No entanto, a distribuição populacional tem caráter bem irregular. A Região Norte, que possui 45,2% da área total do Brasil e 8,1% da população, tem apenas 4,0 hab/km2. Considerada como a mais evoluída economicamente do País, a Região Sudeste possui mais de 42% da população total e a maior densidade com 87,4 hab/km2.
Devido à explosão demográfica nos grandes centros urbanos, vários conflitos têm sido gerados em decorrência dos fluxos migratórios atraídos por oferta de trabalho e melhores condições de vida nas cidades. Como consequência do aumento da população, as áreas urbanas passaram a ter um crescimento desordenado, espontâneo, caótico, em que mesmo as cidades consideradas como planejadas fugiram ao controle, como Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Goiânia, entre outras.
As mudanças significativas no modo de vida estão relacionadas ao desenvolvimento econômico, com a produção de bens duráveis e de produção. Essas mudanças repercutem nas cidades de vários modos: a verticalização em bairros antigos de ocupação pouco densa; a expansão da cidade para áreas peri-urbanas tanto na forma de condomínios fechados de alta renda quanto por meio de conjuntos habitacionais populares ou por processos de favelização onde está alicerçada a cidade informal na periferia, entre outros. Tais modos de urbanização criam vazios urbanos, reduzem a eficiência do transporte público e, frequentemente, geram impactos ambientais sobre as áreas urbanas mais antigas bem como sobre áreas naturais, com predação ambiental irreversível.
Atualmente, no cenário nacional e internacional, vemos a urbanização como um processo, onde passam a ser o foco das atenções os grandes problemas gerados como pobreza, violência, poluição, transporte, ambientes insalubres, e diminuição da qualidade de vida.
Neste sentido, em comemoração aos 60 anos da CAPES, será realizado o Seminário Internacional "Metropolização Brasileira e os Desafio da Gestão Urbana: o Papel da Pós-Graduação" com o intuito de promover uma ampla discussão de temas que representam hoje grandes desafios para a sociedade brasileira e que nortearão ações da Capes na próxima década.
Pretende-se, assim, abordar e refletir sobre questões que envolvem a necessidade de encaminhamentos, como: quais os principais problemas e conflitos relacionados ao tema do seu Painel; quais os desafios e possibilidades de superação; quais as soluções possíveis; e abordando, com indicações, qual o papel da pós-graduação.
No evento serão realizados painéis com temas centrais para a pós-graduação, onde serão discutidos aspectos do conhecimento já estabelecidos e aplicados, assim como carências apresentadas pelas áreas do conhecimento com relação a gestão urbana, em especial das metrópoles, com base em princípios da sustentabilidade.
Como um dos principais resultados do evento, os Coordenadores de Área envolvidos se reunirão para propor a CAPES editais voltados aos Programas de Pós-Graduação, visando promover intercâmbio entre Programas existentes no Brasil e no exterior, favorecer a articulação em rede de alunos e professores; fomentar a produção de conhecimento e a formação de recursos humanos qualificados para a temática.
Data e local: 07, 08 e 09 de maio de 2012
Auditório da CAPES – Brasilia/DF
Fonte e maiores informações: http://metropolizacao.capes.gov.br/
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