A paisagem urbana: o perto e o longe de uma cidade

Uma cidade é composta de vários tecidos, uma verdadeira malha de retalhos. Portanto temos retalhos mais antigos e escarçados pelo tempo e retalhos novos. São porções da cidade que se conectam entre si e tem uma lógica própria. Com traçados, funções e ambiências diferentes, cada local é uma experiência nova e com uma escala diferente.
Percebemos o espaço urbano com nosso corpo e portanto utilizamos os nossos sentidos. O mais estimulado é a visão, é através dela que temos nossas primeiras impressões da cidade. Olhamos a cidade dentro de um raio de visão que varia no ângulo de 30° graus (posição normal) a um ângulo de 45° (com a cabeça levemente para cima). Com isso temos a proporção dos espaços e nossa primeira impressão.
A proporção que gera a escala urbana é gerada partir da relação da dimensão do espaço público ( rua mais a calçada) com a dimensão, em altura, do espaço construído (edifícios). Uma relação confortável seria a proporção de 1:1. Onde nos sentimos a vontade e confortáveis com relação a paisagem, esta seria a escala humana. De maneira geral se os edifícios são muito mais altos que a rua, (1:2, edifícios são o dobro de tamanho da rua) nos gera um sentimento claustrofóbico. Na proporção inversa (2:1) nos gera sensações de espaços amplos e monumentais, nos sentimos diminuídos na paisagem.
Há outros elementos que interferem na paisagem urbana, dentre eles a topografia e a perspectiva. Ao andar por uma rua curva, temos a paisagem urbana de maneira dinâmica que se muda a cada passo e nos revela lentamente pelo o que esta por vir, diferente de uma via reta que não nos causa esse dinamismo. O uso da perspectiva também é importante, seja por uma sequência de elementos, ou prédios de uma mesma altimetria que destaca uma edificação ao fundo. Ainda mais se essa construção estiver uma porção mais alta, tais como as igrejas das cidades históricas de Minas.
Hoje na cidade contemporânea, a paisagem urbana é retratada como uma série de edifícios altos que geram um mar de estacas, que às vezes uma ou outra se destaca. Porém à medida que nos aproximamos, a escala se torna desumana. O desafio é aumentar a densidade onde for necessário, mas com o devido respeito ao olhar mais importante: o olhar das pessoas. Pois é possível aumentar a densidade sem agredir a paisagem urbana, recuando o edifício ou então escalonando em altura, cabe a análise caso a caso. Assim teremos uma paisagem agradável tanto no horizonte quanto ao dobrar de uma esquina.

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