Seis propostas para recuperar os espaços perdidos sob uma rodovia de Nova York

© Design for Public Space, vía Facebook.
© Design for Public Space, vía Facebook.


Os espaços perdidos ou abandonados em Nova York equivalem a quatro vezes a área do Central Park, principal parque da cidade, com 341 hectares.
Com o objetivo de recuperar parte desses locais e transformá-los em novos espaços públicos, a ONG Design Trust for Public Spaces iniciou há dois anos o projeto chamado"Under the Elevated: Reivindicação do espaço, conectando comunidades" desenvolvido com o Departamento de Transporte (DOT) e que pretenderecuperar espaços sob pontes e passagens de níveis da rodovia Brooklyn Queen Expressway (BQE).
Os resultados foram publicados em um livro em que são mostrados os lugares potenciais e as propostas de como eles poderiam ser melhorados esses espaços.
A seguir mostraremos sobre o projeto e as recomendações.
Como surgiu o projeto?
Rodovia Brooklyn Queens. © Zach K, vía Flickr.
Rodovia Brooklyn Queens. © Zach K, vía Flickr.
A rodovia Brooklyn Queens Expressway (BQE) divide esses dois condados de Nova Yorkhá mais de 50 anos, e os espaços abaixo sua infraestruturas tornaram-se inseguros, residuais e sujos, e a organização entende que seus potenciais não foram desenvolvidos.
Por essa razão, juntamente com pesquisadores da Universidade de Cornell, a organização identificou e avaliou as características da infraestrutura de trânsito elevado de Nova York, o que no ano seguinte tornou possível a associação com o DOT para levar o estudo a uma segunda etapa. Essa consistiu em criar o projeto "Under the Elevated", focado na rodovia Brooklyn Queens Expressway (BQE).
“Under The Elevated”. © Design Trust For Public Space
“Under The Elevated”. © Design Trust For Public Space
Em junho de 2013, a equipe de trabalho foi formada por profissionais provenientes da arquitetura e das artes, do design e fotografia, paisagismo e urbanismo. Paralelamente, estabeleceu-se um Comitê Assessor, integrado por engenheiros de trânsito e representantes da comunidade, que posteriormente puderam dar suas ideias e comentários sobre os lugares em oficinas que a ONG realizou.
Uma das oficinas aconteceu no Bairro Chinês, onde os vizinhos e a Associação Chinatown desenharam um proposta para que uma das pontes que está nesse setor converta-se em um dos eixos centrais do bairro, onde sejam realizados eventos e criadas novas oportunidades.
Em julho do ano passado, a primeira intervenção aconteceu, chamada "The Boogie Down Booth", que permitiu criar um lugar de descanso temporário sob uma estação de metrô. Após esse teste, pôde-se fazer uma análise final que deu origem à publicação.
“Under The Elevated”. © Design Trust for Public Space, via Facebook.
“Under The Elevated”. © Design Trust for Public Space, via Facebook.
As propostas
No livro foram detalhadas algumas ideias que puderam ser testadas durante os seminários e outras que se mantém como protótipos, desenvolvidas para o Bronx, Brooklyn, Manhattan e Queens.
1. Broadway Junction (Brooklyn)
© Susannah C. Drake, Design Trust for Public Space.
© Susannah C. Drake, Design Trust for Public Space.
Broadway Junction é uma estação intermodal onde convergem cinco linhas de metrô e vários trajetos de ônibus, onde há atividade durante grande parte do dia nas estruturas elevadas. No entanto, abaixo delas, a paisagem é bastante inóspita e são lugares somente de passagem para adentrar a estação.
Por essa razão, na pesquisa propõe-se pintar as vigas de várias cores para criar um sistema de orientação onde cada um corresponda à atividade que recebe, como feiras e mercados.
2. Division Street (Manhattan)
© Design for Public Spaces, via Facebook.
© Design for Public Spaces, via Facebook.
A intervenção que se fez abaixo de uma ponte de Chinatown foi muito simples, mas eficaz. Tratou-se de reunir num calendário as atividades que se realizam no bairro e que são abertas a todos, além de ofertas e vendas. Como esse espaço era reconhecido como um lugar escuro e sujo, a organização propôs que o calendário fosse colorido e que à noite funcionasse com luzes LED para chamar a atenção.
Segundo informa Citylab, a organização pôs no informe que com essa instalação as pessoas estiveram dispostas a permanecer mais tempo num espaço que não se encaixa como um espaço público comum.
3. Ponte Queensboro (Manhattan e Queens)
© Susannah C. Drake, Design Trust for Public Space.
© Susannah C. Drake, Design Trust for Public Space.
Armazéns, estacionamentos e espaços mortos é o que principalmente há na ponte Queensboro, no lado de Queens, enquanto no lado de Manhattan, há uma loja que permanece fechada.
Para revitalizar esse espaço, Design Trust for Public Space planeja que esse espaço poderia ser um lugar para desenvolver uma prática mais sustentável, como converter-se num lugar de descanso para os taxistas e, também, funcionar como uma estação de recarga para os veículos elétricos.
4. Praça Queens (Queens)
Praça Queens. © mpstudio123, via Flickr.
Praça Queens. © mpstudio123, via Flickr.
Onde antes havia um enorme estacionamento, hoje há um parque urbano permanente. Esse projeto foi feito em Long Island e projetado em 2009 pela paisagista Margie Ruddick, que conseguiu que essa infraestrutura do início do século XX se integrasse a um parque linear de dois quilômetros de extensão.
5. Rodovia Rockaway (Queens)
© Design Trust for Public Space.
© Design Trust for Public Space.
Abaixo uma das pontes da rodovia Rockaway Freeway, o grupo Waterfront Alliance Rockaway realiza, desde 2013, um projeto que consiste em aproveitar esse corredor oito quilômetros de comprimento para transformá-lo num espaço em que pedestres e ciclistas possam caminhar, com espaços comunitários onde outras iniciativas, tais como oficinas e exposições aconteçam.
Embora a ideia ainda seja mantida como proposta, de vez em quando realizam-se atividades itinerantes para demonstrar como pode-se aproveitar esse espaço.
6. Southern Boulevard (Bronx)
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Em julho de 2014, este espaço deixou de ser um lugar barulhento e começou a receber com música os passageiros que embarcavam na estação de metrô. O teste foi feito com alto-falantes que funcionavam durante o dia e a noite na entrada da estação. No entanto, como a resposta por parte dos passageiros foi boa, consideraram que a música também poderia ser transferida para a estação e, assim, ofuscar os ruídos desagradáveis.
Neste caso, a organização planeja que se possa criar uma barreira acústica sobre os lados dos trilhos dos trens combinando paredes com plantas e estruturas sólidas.
Este artigo foi publicado originalmente em Plataforma Urbana.
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