Alemanha – País produz mais energia solar do que 20 centrais nucleares em plena potência
Ivana Varela, para o Procel Info
Alemanha – A Alemanha é de fato o país com maior capacidade de potência fotovoltaica instalada. Os painéis fotovoltaicos espalhados pelo país são um recorde mundial. Em média por ano, a Alemanha consegue suprir 20% das necessidades de eletricidade na produção fotovoltaica e já responde por 35% de toda energia solar produzida no mundo.
O interesse da Alemanha pela energia solar teve início após o desastre da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão. Após o acidente, o país resolveu encerrar as atividades de suas centrais nucleares, e começou a se refugiar na produção de fontes renováveis. Os painéis solares fotovoltaicos são dispositivos compostos por células solares, que captam a solar e convertem a energia do sol em eletricidade. Eles podem ser instalados em quaisquer superfícies livres como telhados, fachadas, coberturas de estacionamentos.
O país europeu tem uma forte política de tarifas fixas e incentivos para estimular a energia solar e a instalação de equipamentos em casas particulares e empresas. O pesquisador da Universidade de Stuttgart, em Baden-Wurttemberg, Camilo Michalka, conta que um grande incentivo é o valor pago pela energia gerada pelas placas de uma residência, que chega a ser maior do que a energia que a mesma residência consome da rede elétrica. “Durante o dia, os painéis das residências estão gerando energia solar e jogando na rede elétrica. A distribuidora paga por essa energia. À noite quando as placas não estão mais gerando energia, elas consomem a que foi gerada pela rede elétrica, por um preço menor do que recebem ao fornecer a energia pela manhã”, explica Michalka.
Para se ter uma ideia, atualmente já se ultrapassou 1,4 milhão de sistemas fotovoltaicos instalados na Alemanha e cerca de 8,5 milhões de pessoas vivem em residências que incorporam sistemas solares que produzem eletricidade. A opção pelo fotovoltaico custa por ano quatro milhões de euros aos alemães, “Nunca nenhum outro país produziu tanta energia solar como a Alemanha”, comemora.
Enquanto a Alemanha comemora esse novo recorde mundial de produção de energia solar, o Brasil está comemorando o fato de que esta mesma energia deverá ter o preço reduzido à metade até 2018.
A captação da energia solar vem se tornando cada vez mais viável devido ao aumento da produção mundial desses equipamentos que produzem energia limpa e renovável. O Brasil possui um enorme potencial fotovoltaico, o local com o pior grau de irradiação é 40% superior ao melhor local de irradiação da Alemanha. Além disso, o país lidera o mercado de exportação de quartzo em pedra, insumo do silício, elemento principal para a produção de painéis fotovoltaicos.
Com tantas vantagens, pode-se entender que a indústria fotovoltaica ainda não tenha se desenvolvido o bastante no Brasil, primeiro porque esse tipo de energia ainda é considerada muito cara no país. E segundo pela ausência de fabricantes dos painéis fotovoltaicos. As instalações fotovoltaicas que são realizadas aqui são com equipamentos importados, o que encarece mais ainda o processo.
O Diretor de Tecnologia da Land Energy, Luiz Lacerda, considera a energia solar ainda incipiente no Brasil. “O Brasil está mais avançado na energia eólica do que na solar”, diz. E para ele leilões específicos para dar e vender energia solar seria um grande incentivo para o desenvolvimento desta energia no país. “O Brasil tem estrutura para isso, só nos falta preços competitivos”, finaliza Lacerda.
A capacidade instalada de painéis solares fotovoltaicos no Brasil tem sido mais satisfatória para o consumidor final. O que já é um importante crescimento. Porém seu custo ainda é muito elevado. Os painéis solares estão custando cerca de R$ 15 mil, além disso, o consumidor precisa solicitar na concessionária um medidor digital, para produzir a própria energia, que vale em média R$ 300. A conta de luz vai indicar o quanto de eletricidade foi usado a partir da energia solar e a porção relacionada à fonte convencional. O excedente, que foi economizado, virá de crédito para os meses seguintes. O custo que hoje estaria estimado em R$ 280 a R$ 300 por MWh, poderia cair para R$ 165 MWh dentro de cinco anos. Essa redução contribuiria para que a energia solar brasileira participasse de forma competitiva dos leilões de eletricidade.
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