Um debate de alto nível sobre a arquitetura, arte e técnica

BIM

Os profissionais de arquitetura e urbanismo, os estudantes da área e pessoas ligadas ao setor de construção civil que tiveram o “privilégio”, nas palavras da coordenadora do evento, arquiteta Miriam Addor, de participar do seminário “Arquitetura Digital: BIM, Inovação e Gestão”, organizado pela AsBEA ontem, quinta-feira, dia 20/3, na 20ª Feicon-Batimat puderam assistir, em sete palestras e duas mesas redondas, um extraordinário debate sobre arquitetura, abordada não apenas do ponto de vista técnico, dos usos das ferramentas digitais em seu vários processos, mas também visões e lições sobre a arte de fazer arquitetura. Além de especialistas brasileiros o seminário contou com palestras do arquiteto australiano John Bilmon, sobre o projeto do Cubo d’Água da Olimpíada de Pequim e da arquiteta inglesa Kathryn Firth discorrendo sobre o legado dos Jogos Olímpico de Londres em 2010 para a capital inglesa.

Na abertura do evento, o arquiteto Eduardo Sampaio Nardelli, ao saudar os presentes e os palestrantes convidados, fez um histórico da evolução do uso da tecnologia digital nas áreas de arquitetura e afins, lembrando da importância que a apropriação desses modelos tiveram para a evolução da arte e da técnica arquitetônica. Este seminário é também a continuidade de outros eventos de conteúdo que a AsBEA vem promovendo, como os que discutiram modos de tornar mais ágeis da liberação das licenças nas prefeituras, também como palestrantes internacionais como de quinta-feira, o que debate na Feicon-Batimat do ano passado as novas Normas de Desempenho para a cadeia da construção civil e o que analisou as propostas para o novo plano diretor de São Paulo.

Veja aqui a íntegra da palestra do presidente da AsBEA

O tom de todos os palestrantes seguiu o mesmo tom, unindo explanações teóricas e com exemplos práticos as possibilidades e vantagens no uso das tecnologias digitais nos processos arquitetônicos e a cadeia produtiva da construção civil e observações sobre a arte da arquitetura.

Como se pode ver num resumo do que foi dito pelos convidados da AsBEA para o seminário:

Murillo Morale: “O uso da ferramenta BIM traz ganhos no projeto, no planejamento, nas obras, na orçamentação. E ganhos na sustentabilidade.”

Mirna Cortopassi: “A tecnologia nos coloca novos desafios. E com grande velocidade. (...) Sistemas de informação produzem um choque. É preciso introduzir um novo conceito, um novo pensar no município.”

Rubens de Almeida: “Novas tecnologias impõem novas maneiras de pensar. A maturidade exige que a gente pense de outra forma o lugar onde a gente vive e trabalha.”

Kathryn Firth: “Nós temos que trabalhar com lugares, com pedaços da cidade. (...) Tínhamos de remendar a parte Leste de Londres aproveitando a Olimpíada. (...) Os benefícios da Olimpíada tinham para o lado Leste, para ter vida igual ao lado Oeste.”

John Bilmon: “Nós estamos na nossa quinta olimpíada. É um recorde. Temos projetos também para o centro aquático do Rio de Janeiro. (...) Nosso propósito foi integrar o Cubo d’Água com a cultura chinesa e a cultura da olimpíada. (...) Em Atenas houve poucos recordes quebrados porque o parque aquático estava num ambiente externo, com influência de ventos, temperatura, iluminação. Em Pequim a quebra foi alta porque se criou um ambiente propício. Entendemos que aspectos técnicos do projeto podem contribuir com o ambiente competitivo.”

Franklin Lee: “Projetos que temos estudados [com prototipagem e moldagem em 3 D] são acessíveis a todos os arquitetos. (...) Nosso interesse é a relação social e cultural do projeto. (...) O trabalho na favela Paraisópolis visa testar a possibilidade de aplicação de ferramentas da computação digital para melhorar áreas mais precárias.”

Gabriela Celani: “Entre o design e o produto existe um sistema que permite gerar e testar vários objetos arquitetônicos e urbanísticos.”

Mário Biselli: “Há muita confusão no momento sobre a profissão do arquiteto no Brasil. Como mostra a discussão sobre o concurso para um prédio do BNDES, que quer separar a autoria da execução. (...) Quando os computadores avançaram na produção arquitetônica, percebeu-se que as ferramentas de arquitetura digital abriam mais espaço para o exercício da abstração e da arte.”

Na quarta-feira à noite, no Bar des Arts, na primeira “Confraria do Arquiteto” de 2014, a AsBEA reuniu um grupo de profissionais de arquitetura e representantes das empresas associadas para homenagear os arquitetos John Bilmon e Kathryn Firth, os convidados internacionais do seminário “Arquitetura Digital: BIM, Inovação e Gestão”

Fonte: http://www.asbea.org.br/escritorios-arquitetura/noticias/um-debate-de-alto-nivel-sobre-a-arquitetura-arte-e-308747-1.asp

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